59 - Metodologismo.
Um quarto campo da actual ciência política tem a ver com as questões metodológicas, desde a análise terminológica dos conceitos, ao problema da própria linguagem. Se, por um lado, importa analisar os métodos qualitativos ver, sobretudo W. Crotty, Political Science. Looking to the Future [1991], também não deve perder-se de vista todo o espaço dos métodos quantitativos.
A descoberta das grandes linhas metodológicas pode referenciar-se, em primeira linha, nos grandes balanços sobre o estado da arte. Assim, depois do relatório da UNESCO, La Science Politique Contemporaine. Contribution à la Recherche, à la Méthode et l’Enseignement, de 1950, há que referir os trabalhos de C. B. MacPherson [1954], William A. Robson [1955], Dwight Waldo [1956], William James MacKenzie [1967, 1970 e 1972], Marcel Prélot [1969] e Paul Ricoeur [1978]. A partir de então, surgiram vários estudos e relatórios sobre as origens, o desenvolvimento e o estado da disciplina. Na perspectiva anglo-saxónica, refiram-se Stanley Hoffmann [1957], Bernard Crick [1959], A. Somit e J. Tanehaus [1964 e 1966], David B. Truman [1965], Karl Deutsch [1966], M. D. Irish [1968], Preston King [1975], Ada Finifter [1983 e 1993], D. M. Ricci [1984], David Easton [1985] e Gabriel Almond [1990]. Em França, são de assinalar os de Georges Lavau [1956 e 1969], Marcel Prélot [1956-1957], François-Michel Bourricaud [1958], Jean Myriat [1960], Maurice Duverger [1965], Jean Leca [1982] e Pierre Favre [1982]. No tocante a outros países, mencionam-se Norberto Bobbio [1969] e Kastendiek [1987]. Mesmo quanto a Portugal, são marcantes os contributos de Maria José Stock [1984], Manuel Braga da Cruz e Manuel de Lucena [1985], Marcelo Rebelo de Sousa [1989], Nuno Rogeiro [1993], a que se soma o nosso relatório de concurso para professor associado de 1993, publicado em 1994, com o título Sobre a Ciência Política.
Nos ensaios sobre introdução à política, podemos também perspectivar as principais opções nesse domínio. E, aqui, refiram-se Anderson, Rodde e Christo [1957], Meynaud [1959], Duverger [1964], Jean-Yves Calvez [1967], Guild e Palmer [1968], Abendroth e Lenk [1968], Jean-Pierre Lassalle [1969], Mitchell [1969], Abcarian e Masannat [1970], Haas e Kariel [1970], Althoff e Rush [1971], Raymond Polin [1971], O. H. Ibele [1971], Chemillier-Gendreau e C. Courvoisier [1971], David Everson e Popard Paine [1973], Bernstein e Deyer [1979], Leon Hurwitz [1979], Debbasch e Pontier [1982], Patrick de Loubier [1983], Philippe Braud [1984], John Schrems [1986], García Cotarello e Paniagua Soto [1987], Philippe Bénéton [1987], Alan Isaak [1987], Martin Marger [1987], Harmon Zeigler [1990], Jean-Luc Chabot [1991], James Danzinger [1991], Winter e Bellows [1992], Kay Lawson [1993], Gamble, Redenius e Weber [1992, 2ª ed.], Breslin, Hague e Harrop [1992], Jean Baudouin [1992], Ponton e Gill [1993], Leslie Lipson [1993, 9ª ed.], Ethridge e Handelman [1994], Howlett e Laycock [1994], Vernon Van Dike [1995], Robert Heneman [1995], Kenneth Minogue [1995], Richard Cole [1995], Dominique Chagnollaud [1996]. Não faltam sequer em português, as tentativas de Fernando Luso Soares [1975], Francisco Lucas Pires [1978], Marques Bessa e Nogueira Pinto [1978], e Vitalino Canas [1992].
A literatura sobre a metodologia na ciência política abunda, com destaque para Burdeau [1959], Duverger [1959], Grawitz [1964], Meehan [1965], Crotty [1968, 1969 e 1991], Isaak [1969], Etzioni [1970], Holt e Turner [1970], Landau [1972], Mayer [1972], Garson [1976], Giddens [1976], Smelser [1976], Feyerabend [1979], Bernstein e Deyer [1979], Ragin [1987], Jones [1995], Marsh [1995], Olson [1995] e Stoker [1995].
Sobre as aplicações da teoria dos jogos nos domínios da ciência política e da teoria das relações internacionais, para além dos clássicos, como Von Neumann e Morgenstern [1953], R. D. Luce e H. Raiffa [1957], e Rapoport [1960 e 1964], vejam-se os recentes trabalhos de Allan [1984], Brams [1985 e 1988], Rasmusen [1989], Tsebelis [1990], James D. Morrow [1994], Varoufakis e Hargreaves-Heap [1995]. Destacaremos, contudo, P. Ordeshook, em Game Theory and Political Theory [1988], que retoma as sendas abertas por Olson, Boudon e Bourricaud, em que predomina a perspectiva dos interesses entendidos em termos essencialmente económicos, de acordo com uma certa perspectiva do individualismo metodológico.
Sobre os métodos quantitativos nos domínios da ciência política, importa consultar Champney [1995]. Sobre a metodologia em geral, também neste domínio, são já clássicas as obras de Crotty [1969], Isaak [1969], Holt e Turner [1970], Landau [1972] e Mayer [1972] [1].
No tocante aos metodologismos, na Internet, importa começar pelos guias genéricos para as ciências sociais: Social Sciences Information Gateway, organizado pelo British Economic and Social Research Council (http://sosig.esrc.bris.ac.uk/Welcome.html/); Social Sciences World Wide Web Virtual Library, organização da Australian National University (http://coombs.anu.edu.au/WWWVL-SocSci.); Social Scientists and the Internet: um guia geral da Universidade do Ulster (http://coombs.anu.edu.au/CoombsHome.)(http://www.incore.ulst.ac.uk/metadata/socsci.); Social Information Gateway (http://www.esrc.bris.ac.uk); Thematic Search Tool for Research in Social Statistics, Canadá (http://www.statcan.ca/Documents/English/Tst/ssint_e.html); International Sociological Association (http://www.ucm.es/OTROS/isa/); International Society of Political Psychology (http://www.miyazaki-mic.ac.jp/departments/ispp/Homepage.); International Social Science Council (http://www.uta.fi/laitokset/hallinto/issc.html); International Studies Association (http://csf.Colorado.EDU:80/isa/); American Sociological Association (http://www.asanet.org/); Association for Public Policy Analysis and Management (http://cspo.queensu.ca:8080/appam/).
Entre guias específicos para a ciência política, são de referir: Dubnick's Link List for Political Science, Public Policy, and Public Administration (http://newark.rutgers.edu/~dubnick/sites.html); Página de investigação em ciência política, por Yash Holbrook, Denver (http://www.cudenver.edu/psrp/psrp.); Peter Adams - The Political Scientist's Guide to the Internet (http://www.trincoll.edu/pols/home.html); Political Science Resources [depaul.edu] (http://www.lib.depaul.edu/infores/polisci/index.html); Political Science Resources on the Internet (http://www.lsu.edu/~poli/research.html); Politics and Government Sources : índice dos principais recursos norte-americanos, organizados por assuntos (http://galaxy.einet.net/GJ/politics.); Politics Resource Pages, Ivor Peksa: (http://www.warwick.ac.uk/~maukm/politics.html); Poly-Cy: Internet Resources for Political Science (http://pslab11.polsci.wvu.edu/PolyCy/); recursos de ciência política, organização italiana (http://www.agora.stm.it:80/politic/); Richard Kimber at Keele: Political Science Resources (http://www.keele.ac.uk/depts/po/psr.html); Seth Palmer's Political Science Resources Page (http://www.escape.com/~sdpalmer/POLISCI.HTML); Universidade de British Columbia, biblioteca, recursos em ciência política (http://unixg.ubc.ca:7001/0/providers/hss/zil/poli/homepage.); Universidade de Connecticut, guia de recursos de ciência política (http://spirit.lib.uconn.edu/PoliSci/polisci.html); Universidade de Georgetown, Latin American Political Resources Database (http://www.georgetown.edu/LatAmerPolitical/home.html); Universidade de Indiana, Political Science Resources (http://www.indiana.edu/~libsalc/qoehlert/polsci.html); Universidade de Karlsruhe, guia alemão (http://www.rz.uni-Karlsruhe.de/Outerspace/VirtualLibrary/301.en.html); Universidade de Keele, guia de ciência política, por Richard Kimber (http://www.keele.ac.uk/depts/po/psr.html); Universidade de Michigan, Political Sciences Resources on the Web (http://www.lib.umich.edu/libhome/Documents.center/polisci.html#pss); Universidade de Warwick, Politics Index (http://www.warwick.ac.uk/~suaba/Politics/index.html); Universidade Livre de Berlim, Political Science Resources (http://www.fu-berlin.de/POLWISS/mdb-projekt/); Yahoo (browser): Politics, sites organizados por país (http://www.yahoo.com/Government/Politics/Regional/Countries/); Yash Holbrook, Political Science Research Page (http://www.cudenver.edu/psrp/psrp.html); International Consortium for Political and Social Research (http://icpsr.umich.edu/ICPSR_homepage.html).
Curiosa é a Practising Political Science Forum (http://members.aol.com/joberg/). São também de peregrinar a página da APSA sobre metodologia política (http://wizard.ucr.edu/polmeth/polmeth.); dados políticos, económicos e sociais, por Richard Kimber (http://www.keele.ac.uk/depts/po/data.html); Universidade de Michigan (http://www.lib.umich.edu/libhome/Documents.center/stats.); Universidade da Califórnia em San Diego (http://ssdc.ucsd.edu/); Florida State University (http://www.fsu.edu/~spap/faculty_html/rcfodata.). Sobre a profissão de politólogo, ver Political Science in Western Europe, da ECPR (http://www.statsvet.uu.se/ecpr/contents.); Homepages pessoais de cientistas políticos, por Brad Jones (http://u.arizona.edu/~bsjones/psdir.).
[1] Larry M. Bartels e Henry E. Brady, «The State of Quantitative Political Methodology», in Ada Finifter, Political Science. The State of the Discipline II, Washington, APSA, 1993, pp. 121-159.