Relembrar
para devir
Guardo
em segredo,
uma
força que não sei,
a
força de crer,
para
reviver,
de
relembrar
para
devir,
sem
poder olhar de frente
o
verbo que me deu ser,
a
luz inteira
da
pura ideia,
de
quem sou
simples
imagem.
Deixa que
o silêncio sugira
as
palavras que, em surdina,
estão à
espera.
Não, ainda não perdi
o sentido dos gestos.
E, rasgando pedras
e penhascos,
há músculos de sonho,
sustentando
o peso das sombras passadas.