1990

Fim do comunismo e da ilusão terceiro-mundista, em tempos de pós-modernidade

Pós-modernidade e despolitização

 

 

 

 


 

90geral

 

Começa a primeira etapa da União Económica e Monetária, pela liberalização dos movimentos de capitais. Conclui-se o processo de unificação alemã. Bush e Gorbatchov assinam em Washington acordo de desarmamento químico e fazem mais uma cimeira em Helsínquia. Moscovo reconhece finalmente a autoria do massacre de Katyn. Ieltsine eleito presidente do Parlamento da Rússia. Lituânia declara-se independente. Iliescu vence as eleições na Roménia. Lech Walesa é eleito presidente da Polónia. Libertação de Nelson Mandela. Desaparecimento formal dos regimes de partido único em África. Violeta Chamorro eleita Presidente da Nicarágua. Fusão do Iémen do Norte e do Iémene do Sul. Iraque de Sadam Hussein invade o Kuwait.

· Libertação de Nelson Mandela (Fevereiro)

· Violeta Chamorro toma o poder na Nicarágua (Fevereiro)

· Lituânia declara-se independente (Março)

· Gorbatchev eleito Presidente da URSS (Março)

· Independência da Namíbia (Março)

· Surge o programa PECO (Maio)

· Fusão do Iémen do Norte e do Iémene do Sul (Maio)

· Rússia proclama a soberania (Junho)

· Moldova declara soberania (Julho)

· Invasão do Kuwait pelo Iraque (Agosto)

· Reunificação da Alemanha (Outubro)

· Gorbatchev, Prémio Nobel da Paz (Outubro)

· Negociações para a elaboração do Tratado da União Europeia (Novembro)

· Gorbatchev propõe transformação da URSS em Estado Federal (Novembro)

· John Major, novo Primeiro-Ministro britânico (Novembro)

· Kohl ganha eleições na Alemanha (Dezembro)

· Lech Walesa, Presidente da Polónia (Dezembro)

Janeiro

Começo da WEB e multipartidarismo na Jugoslávia

Fevereiro

Ieltsine, Mandela e Violeta Chamorro

Março

Unificar a Alemanha, para construir a Europa

Abril

União política para a Europa, já!

Maio

Iliescu vence na Roménia e Ieltsine na Rússia

Junho

Rússia livra-se da URSS e ex-comunistas vencem na Bulgária

Julho

Gorbatchev aceita unificação alemã

Agosto

Saddam Hussein, o perturbador

Setembro

Cimeira Bush-Gorbatchev em Helsínquia (9 de Setembro). Três dias depois, surge o Tratado de Moscovo sobre a reunificação alemã, subscrito pelas quatro potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial e pelas duas Alemanhas

Outubro

Reunificação da Alemanha

Novembro

O sonho de uma nova Europa e URSS em explosão

Dezembro

Walesa, presidente da Polónia, e a vaga do multipardarismo

Em Itália, quando se fecha a torre de Pisa, mais um caso de corrupção, com a condenação do antigo autarca de Palermo, por desvio de fundos públicos.

 

Na Bélgica, o rei Balduíno abdica provisoriamente, durante 36 horas, para não promulgar a lei sobre a despenalização do aborto, aprovada pelo parlamento (13 de Maio de 1990).

 

Entretanto, dava-se uma alteração substancial da política interna do Reino Unido. Depois das vigorosas manifestações contra a poll tax (31 de Março de 1990), um imposto locall, pago por casa, conforme o seu tamanho e conforto, dos trabalhistas aumentarem a votação nas eleições autárquivas (3 de Maio de 1990) e de Londres decidir aderir ao sistema monetário europeu (Outubro), eis que, em 22 de Novembro de 1990, se dava a demissão de Margaret Thatcher que, no dia 28, seria substituída por John Major (1943-).

 

 

Na Irlanda, o Fianna Fail perde as eleições presidenciais, sendo sufragada Mary Robinson (3 de Dezembro de 1990), a candidata do centro-esquerda.

 

Na Grécia, há eleições presidenciais e legislativas. Nas primeiras (3 de Março de 1990), vence Yannis Alévras, do PASOK ; nas segundas (8 de Abril de 1990), a Nova Democracia, com Constantin Mitsotakis a assumir o cargo de primeiro-ministro (10 de Abril de 1990).

 

Em Espanha, o PSOE perde a maioria absoluta nas Cortes, depois das eleições parciais de Melilla (25 de Março de 1990) e surgem vários atentados do GRAPO (Setembro e Outubro). Em 20 de Janeiro de 1989 surge em Espanha o Partido Popular, unificando a Aliança Popular, surgida em 5 de Março de 1977, o Partido Democratico Popular (PDP) e o Partido Liberal. Assumiu a presidência Manuel Fraga Iribarne, sucedendo-lhe José Maria Aznar em 1990.

 

Na Áustria, o Partido Liberal obtém importantes avanços nas eleições regionais (6 de Outubro de 1990), com 17,7% e nas municipais, com 22,5% em Viena (10 de Novembro de 1990), enquanto o antigo chanceler Sinowatz e dois antigos ministros são acusados de corrupção (Setembro).

 

Nos Estados Unidos, terminam 62 dias de greve dos mineiros (Janeiro)

 

Lech Walesa é eleito presidente da Polónia (9 de Dezembro de 1990), enquanto os ex-comunistas vencem eleições na Sérvia e no Montenegro.

 

Na Hungria, há um novo chefe do governo (16 de Maio de 1990), József Antall, do Partido dos pequenos proprietários, e um novo Presidente da República Árpád Göncz (3 de Agosto de 1990), enquanto se chega a acordo com Moscovo para a retirada dos soldados soviéticos (10 de Março de 1990), se vota a lei sobre liberdade de consciência (5 de Janeiro de 1990) e se retomam as relações com o Vaticano (9 de Fevereiro de 1990).

 

Na Checoslováquia, começa a retirada dos soldados soviéticos (Fevereiro), o Papa visita Praga e Bratislava (Abril), há eleições legislativas e locais e Vaclav Havel é reeleito presidente. Nas eleições legislativas de Junho, o Forum Cívico domina na parte checa, enquanto na eslovaca preponderam os separatistas, começando as manifestações favoráveis à independência.

 

Na URSS, o poder de Gorbatchov começava a declinar. Apesar de ser eleito Presidente da URSS  pelo Congresso dos Deputados do Povo(15 de Março), de conseguir a reabilitação formal das vítimas do estalinismo (13 de Agosto) e de obter plenos poderes para pôr ordem na URSS (Setembro), eis que, no dia 1 de Março, já era publicamente vaiado, por ocasião do desfile da Praça Vermelha, sendo obrigado a retirar-se da tribuna.

 

Este mesmo Gorbatchov, a quem era atribuído o Prémio Nobel da Paz (15 de Outubro), propõs novo tratado que visava transformar a URSS numa União das Repúblicas Soberanas (19 de Novembro). Contudo, pouco depois, o seu ministro dos estrangeiros, Eduard Chevardnaze demitia-se protestando contra o avanço da ditadura (20 de Dezembro) e surgia Guennadi Janaiev como Vice-Presidente da URSS (27 de Dezembro)

 

O ano de 1990 era, de facto o ano da ascensão de Boris Ieltsine. Depois de em Janeiro ter surgido o movimento Rússia Democrática (Janeiro) e de, no dia 4 de Fevereiro, meio milhão de pessoas se terem manifestado em Moscovo a seu favor, decorriam as eleições na Federação da Rússia (4 de Março), não tardando que o mesmo Ieltsine viesse a ser eleito presidente do repectivo Parlamento (20 de Maio), adquirindo a legitimidade democrática que faltava a Gorbatchov. Pouco depois da mesma Federação se assumir como entidade soberana (12 de Junho), eis que Ieltsine abandonava formalmente o Partido Comunista da Rússia, na mesma altura em que o movimento Rússia Democrática se transformava no Partido Democrático da Federação Russa (21 de Junho). Entretanto, a Lituânia declarava-se independente, sem reconhecimento da URSS (11 de Março)

 

No plano das relações entre as superpotências, se, em 30 de Maio, Bush e Gorbatchov assinavam em Washington acordo de desarmamento químico e faziam mais uma cimeira em Helsínquia no dia 9 de Setembro, três dias depois, surgia o Tratado de Moscovo sobre a reunificação alemã, subscrito pelas quatro potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial e pelas duas Alemanhas. O fim da ilusão terceiromundista e a quebra do mundo bipolar produziram também profundas alterações na política interna de vários países africanos. Na República da África do Sul, para além do apoio à independência da Namíbia (21 de Março), registe-se a libertação de Nelson Mandela (11 de Fevereiro). Contudo, a vaga mais importante era o desaparecimento formal dos regimes de partido único que sucediam em catadupa: no Zaire (24 de Abril), na Costa do Marfim (3 de Maio), no Gabão (23 de Maio), no Congo (30 de Setembro), em Moçambique (2 de Novembro), nos Camarões (5 de Dezembro), em Angola (10 de Dezembro) e na Zâmbia (17 de Dezembro).

 

E depois de Gorbatchov admitir o princípio da integração da Alemanha unificada na NATO (16 de Julho), eis que se realizou a Conferência dos 2+4  em Berlim, isto é, dos dois Estados alemães (RFA+RDA) com os quatro vencedores da Segunda Guerra Mundial (Reino Unido + França + Estados Unidos da América + URSS), a qual  reconheceu oficialmente a reunificação (17 de Julho).

 

Em 3 de Outubro já se concretizava a reunificação e logo o governo da nova entidade reafirmava fidelidade aos acordos de Paris de 23 de Outubro de 1954. Seguiram-se as eleições, com a vitória dos democratas-cristãos liderados por Helmut Kohl (2 de Dezembro)

 

Na Nicarágua, em 25 de Fevereiro de 1990, Violeta Chamorro é eleita Presidente da Nicarágua (54,7%), com derrota de Daniel Ortega, dos sandinistas (40,8 %). Quatro dias antes, este ainda era aclamado por 300 000 manifestantes, pouco depois de libertar cerca de mil guerrilheiros dos contras. Violeta, mal toma posse, em 25-4-1990, mantem o general Humberto Ortega, irmão do líder sandinista, como comandante das forças armadas, e anula a reforma agrária, o que, desde logo, desencadeia uma greve geral e sucessivos confrontos que não conseguem ser superados com o pacto de não agressão firmados entre os contra e os sandinistas em 18 de Novembro de 1990.

wNo plano das ideias, no ano da morte de Louis Althusser e de Michael Oakeshott, Nicholas Tenzer teme a sociedade despolitizada, Anthony Giddens analisa as consequências da modernidade, Ernest B. Haas reconhece que knowledge is power e Alvin Toffler proclama a existência de novos poderes, quando se pensa na invenção da Europa (Emmanuel Todd) sob o signo do declínio dos impérios (Bozzo) e se vai complexificando o chamado princípio da subsidiariedade. Vive-se cada vez mais uma turbulence in world politics (James N. Rosenau) e a cosmopolis transforma-se na agenda escondida da modernidade (Stephen Toulmin). Entre nós, destaque para as dissertações de doutoramento de Políbio Valente de Almeida, Do Poder do Pequeno Estado e de António Ribeiro dos Santos, A Imagem do Poder no Constitucionalismo Português, e para Amadeu Carvalho Homem, com A Propaganda Republicana (1870-1910). No ano em que são abolidas as taxas de televisão (8 de Fevereiro), Agustina Bessa Luís é nomeada directora do Teatro Nacional de D. Maria II, por influência de Pedro Santana Lopes (12 de Novembro), é assinado projecto de acordo ortográfico (16 de Dezembro) e governo apresenta projecto de concurso para a atribuição de dois canais privados de televisão. Em 1990 Andrew Linklater XE "Linklater, Andrew"  e Scott Burchill reflectem sobre Man and Citizens in the Theory Of International Relations, procurando lançar uma teoria crítica das relações internacionais, em Beyond Realism and Marxism. Philippe Braillard faz uma recolha das grandes matérias sobre o tema, numa linha neo-sistémica, em Théorie des Relations Internationales, depois ganhar celebridade, em 1974, com Philosophie et Relations Internationales. Neste mesmo ano de 1990, surge o primeiro manual português sobre a matéria, a Teoria das Relações Internacionais, de Adriano Moreira. Outras obras do mesmo ano de 1990: Couloumbis, Theodore A. / Wolfe James H.,Introduction to International Relations, Power and Justice; Czempiel, Ernst Otto, Turbulence in World Politics (com Rosenau, James N.); Donelan, Michael D., Elements of International Political Theory; Gill, Stephen, American Hegemony and the Trilateral Commission; Haas, Ernest B., When Knowledge is Power. Three Models of Change in International Organizations; Linklater, Andrew, Beyond Realism and Marxism. Critical Theory and International Relations; Moreau-Defarges, Philippe, La Politique Internationale.

Anderson, Charles Pragmatic Liberalism, Chicago, The University of Chicago Press

Ansart, Pierre Sociologies Contemporaines, 1990

Apel, Karl Otto Rekonstruktion der praktischen Philosophie, 1990

Badie, Bertrand/ Hermet, Guy Politique Comparée, Paris, Presses Universitaires de France

Barry, Brian Political Argument. A Reissue with a New Introduction, Berkeley, University of California Press

Bebler, Anton/ Seroka, Jim Contemporary Political Systems. Classifications and Typologies, Boulder, Lynne Rienner

Bennet, R. J. Decentralization, Local Government and Markets. Toward a Post-Welfare Agenda, Oxford, Clarendon Press

Berger, Peter L. The Capitalist Spirit. Toward a Religious Ethic of Wealth Creation, San Francisco, Institute for Contemporary Studies

Bergeron, G´Rard Petit Traité de l’État, Paris, Presses Universitaires de France

Borella, François Critique du Savoir Politique, Paris, Presses Universaitaires de France

Bottomore, Tom B. The Socialist Economy, Nova York, Guilford Press

Boudon, Raymond L’Art de se Persuader, Paris, Librairie Arthème Fayard

Bozo, Gianni Baget L’Europa nel Declinio degli Imperi, Veneza, Marsilio Editori

Braud, Philippe La Science Politique, Paris, Presses Universitaires de France

Budge, Ian/ Keman, Hans Parties and Democracy. Coalition Formation and Government Functioning in Twenty States, Oxford, Oxford University Press

Carnoy, Martin Estado e Teoria Política, 1990

Carpentier, Jean/ Lebrun, François, Eds. Histoire de l’Europe, Paris

Carracedo, José Rúbio Paradigmas de la Política. Del Estado Justo al Estado Legítimo, Barcelona, Ediciones Anthropos

Ceaser, James W. Liberal Democracy and Political Science, Baltimore, The Johns Hopkins University Press

Centre De Philosophie Politique Et Juridique De L’Université De Caen La Pensée Politique de Hans Kelsen, Caen

Cerny, Philip G. The Changing Architecture of Politics. Structure, Agency and Future of the State, Newbury Park, Sage Publications

Chacon, Vamireh Deus É Brasileiro, 1990

Champagne, Patrick Faire l’Opinion. Le Nouveau Jeu Politique, Paris, Éditions de Minuit

Coll, Ferrán Requejo Las Democracias. Democracia Antigua, Democracia Liberal y Estado de Bienestar, Barcelona, Ediciones Ariel

Collingwood, Robin George Essays in Political Philosophy, David Boucher, introd., Oxford, Oxford University Press

Comblin, Joseph Antropologia Cristã, trad. port., Petrópolis, Editora Vozes

Cotarelo, Ramón Garcia En Torno a la Teoría de la Democracia, Madrid, Centro de Estudios Constitucionales

Dalton, Russel J./ Kuechler, Manfred Challenging the Political Order. New Social and Political Movements in Western Democracies, Oxford, Oxford University Press

Danford, John W. David Hume and the Problem of Reason. Recovering the Human Sciences, New Haven, Yale University Press

Defrasne, Jean L’Antiparlamentarisme en France, Paris, Presses Universitaires de France

Denni, Bernard/ Lecomte, Patrick Sociologie du Politique, Grenoble, Presses Universitaires de Grenoble

Derber, Charles/ Schwartz, William A./ Magrass, Yale Power in Highest Degree, Oxford, Oxford University Press

D'Estaing, Valéry Giscard Rapport sur le Principe de la Subsidiarité, Parlamento Europeu, 1990-1991 (trad. port. Relatório Preliminar elaborado em nome da Comissão de Assuntos Institucionais do Parlamento Europeu sobre o Princípio da Subsidariedade, Comunidade Europeia/Parlamento Europeu, 1989-1990).

Domenach, Jean-Marie L’Europe. Le Défi Culturel, Paris, Éditions La Découverte

Domhoff, G. William The Power Elite and the State. How Policy is Made in America, Nova York, Aldine de Gruyter

Doublet, Y. M. Le Financement de la Vie Politique, Paris, Presses Universitaires de France

Dryzek, John S. Discursive Democracy. Policy and Political Science, Cambridge, Cambridge University Press

Duroselle, Jean-Baptiste  L’Europe, Histoire de ses Peuples, Paris, Librairie Académique Perrin, 1990 (trad. port. História da Europa, Lisboa, Círculo de Leitores/Publicações Dom Quixote, 1990).

Easton, David The Analysis of Political Structure, Londres, Routledge & Kegan Paul

Eisenstadt, Samuel N. Japonese Models of Conflict Resolution, 1990

Euben, J. Peter The Tragedy of Political Theory. The Road not Taken, Princeton, Princeton University Press

Favre, Pierre, Ed. La Manifestation, Paris, Presses de la Fondation Nationales des Sciences Politiques

Ferry, Jean-Marc «Pertinence du Postnational», in Esprit, n.º Set., pp.80-90

Ferund, Julien études sur Max Weber, Genebra, Éditions Droz

Fischer, Frank Technocracy and the Politics of Expertises, Newbury Park, Sage Publications

Franco, Paul The Political Philosophy of Michael Oakeshott, New Haven, Yale University Press, 1990

Genet, Jean-Philippe, Ed. L’État Moderne. Genèse, Paris, CNRS

Ggrémion, Pierre/ Hassner, Pierre Vents d’Ouest. Vers l’Europe des États de Droit, Paris, Presses Universitaires de France

Giddens, Anthony The Consequences of Modernity, Cambridge, Polity Press

Gilbert, Alan Democratic Individuality, Cambridge, Massachussetts, Cambridge University Press

Ginsberg, Benjamin/ Shefter, Martin Politics by Other Means, Nova York, Basic Books

Gonzalez, José Maria/ Thiebaut, Carlos, Org. Convicciones Políticas, Responsabilidades Éticas, Madrid, Ediciones Anthropos

Granrut, C. Du La Mondialisation de l’économie. Eléments de Synthèse, Bruxelas, Comissão Europeia

Greenberg, Edward S./ Mayer, Thomas F., Eds. Changes in the State. Causes and Consequences, Newbury Park, Sage Publications

Grieco, Joseph M. Cooperation Among Nations. Europe, America and Non-Tariff Barriers to Trade, Ithaca, Cornell University Press

Guiomar, Jean-Yves La Nation entre l’Histoire et la Raison, Paris, Éditions La Découverte

Haas, Ernest B. When Knowledge is Power. Three Models of Change in International Organizations, Berkeley, University of California Press

Habermas, Jürgen Pensamento Pós-metafísico [ed. orig. 1988], Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1990

Heidenheimer, A. J./ Heclo, H./ Adams, C. T. Comparative Public Policy, Basingstoke, Macmillan Press

Held, David Political Theory and the Modern State, Oxford, Polity Press/Stanford, Stanford University Press

Höffe, Otfried Kategorische Rechtsprinzipien, 1990

Huntington, Samuel P. Political Order in Changing Societies, New Haven, Yale University Press, 1968 (trad. cast. El Orden Político en las Sociedades en Cambio, Buenos Aires, Ediciones Paidós, 1990).

Inglehart, Ronald Culture Shift in Advanced Industrial Society, Princeton, Princeton University Press

Jünger, Ernst L’État Universel, suivi de La Mobilization Totale, trad. fr., Paris, Éditions Gallimard

Kymlicka, Will Contemporary Political Philosophy. An Introduction, Oxford, Oxford University Press

Linblom, Charles E. Inquiry and Change. The Troubled Attempt to Understand and Shape Society, New Haven, Yale University Press

Macedo, Stephen Liberal Virtues. Citizenship, Virtue and Community in Liberal Constitutionalism, Oxford, Clarendon Press

Machan, Tibor - Capitalism and Individualism, 1990

- Reframing the Argument for the Free Society, 1990

- The Virtue of Liberty, 1990

Maillard, Pierre De Gaulle et l’Allemagne. Le Rêve Inachevé, Paris, Librairie Plon

MAIR, Peter, Ed. The West European Party System, Oxford, Oxford University Press

Miliband, Ralph Divided Societies. Class Struggle in Contemporary Capitalism, Oxford, Oxford University Press

Molden, Otto Die europaisches Nation. Di neu Supermacht vom Atlantik bis zur Ukraine, Munique, Herbig, 1990

Molnar, Miklos La Démocratie se Lève à l’Est. Societé Civile et Communisme en Europe de l’Est, Paris, Presses Universitaires de France

Mongardini, Carlo Il Futuro della Politica, Milão, Franco Angeli

Morgenthau, Hans J. Escritos sobre Política Internacional, trad. cast., Antonio Truyol y Serra, pref., Madrid, Editorial Tecnos

Muller, Pierre Les Politiques Publiques, Paris, Presses Universitaires de France

Nimmo, Dan D./ Swanson, D. New Directions in Political Communication, Newbury Park, Sage Publications

Panebianco, A. Political Parties, Modelos de Partidos, Madrid, Alianza Universidad

Perelman, Chaïm éthique et Droit, Bruxelas, Université de Bruxelles

Petitjouan, A. La République des Bureaux, Paris, Papyrus

Pomian, Krzystof L’Europe et ses Nations, Paris, Éditions Gallimard

Porras, A. J. Claus Offe y la Teoria del Estado Democrático, Madrid

Raphael, D. D. Problems of Political Philosophy, Basinstoke, Macmillan Press

Reich, Robert B. Public Management in a Democratic Society, Englewood Cliffs, Prentice-Hall

Rosanvallon, Pierre L’État en France de 1789 à nos Jours, Paris, Éditions du Seuil

Rosenau, James N. Turbulence in World Politics, Princeton, Princeton University Press

Sartori, Giovanni Elementi di Teoria Politica, 1990 (3ª ed., Bolonha, Edizioni Il Mulino, 1995; trad. port. Elementos de Teoria Politica, Madrid, Alianza Editorial, 1992).

Saussez, Thierry Nous Sommes Ici par la Volonté des Media, Paris, Éditions Robert Laffont

Scott, James C. Domination and the Arts of Resistance. Hidden Transcripts, New Haven, Yale University Press

Scruton, Roger  Conservative Texts, 1990

Secker, Martin The Genesis of the State, Nova York, Praeger Press

Skhlar, Judith N. The Faces of Injustice, New Haven, Yale University Press

Spragens Jr., Thomas A. Reason and Democracy, Durham, Duke University Press

Sternhell, Zeev Ni Droite, ni Gauche. L’Idéologie Fasciste en France, Paris, Éditions du Seuil

Strasser, Carlos Para una Teoría de la Democracia Posible. Idealización y Teoría Política, Buenos Aires, Gel

Strong, Tracy B. The Idea of Political Theory. Reflections on the Self in Political Time and Space, Notre Dame, University of Notre Dame Press

Taguieff, Pierre-André La Force du Préjugé. Essai sur le Racisme et ses Doubles, Paris, Éditions Gallimard

Tenzer, Nicolas La Societé Dépolitisée, Paris, Presses Universitaires de France

Tilly, Charles Coercion, Capital and European States, 1990

Todd, Emmanuel L’Invention de l’Europe, Paris, Éditions du Seuil

Toffler, Alvin Os Novos Poderes [ed. orig. 1990], trad. port., Lisboa, Livros do Brasil, 1991.

Toulmin, Stephen Cosmopolis. The Hidden Agenda of Modernity, Glencoe, The Free Press of Glencoe

Trigeaud Philosophie Juridique Européenne, 1990

Tsbelis, George Nested Games. Rational Choice in Comparative Politics, Berkeley, University of California Press

Vallespín, Fernando, Ed. Historia de La Teoria Política, 6 vols., Madrid, Alianza Editorial, 1990-1995.

Vários «L'Actualité de Tocqueville», Actas do Colóquio de Saint-Lô, Setembro de 1990, in Cahiers de Philosophie Politique et Juridique, Universidade de Caen, 1991 (artigos de Bénéton, Philippe, «La Culture Démocratique», pp.*; Furet, François, «L'Importance de Tocqueville Aujourd'hui», pp. 135 segs.; Goyard-Fabre, Simone, «La Pensée Politique d'Alexis de Tocqueville», pp. 21 segs.; Manent, Pierre, «Intérêt Privé, Intérêt Public», pp. 67 segs.; Polin, Raymond, «Tocqueville entre l'Aristocracie et la Démocratie», pp. 45 segs.).

Vernette, Jean Les Sectes, Paris, Presses Universitaires de France

Vilanova, Perez Subirats, J., La Evolución del Estado en el Pensamiento Político, Barcelona, Petrel, 1990

Villa, V. Science du Droit, 1990

Walker, R. J. B./ Mendlovitz, Saul H., Eds. Contending Sovereignties. Redefining Political Community, Boulder, Lynne Rienner

Wallace, William, Ed. The Dynamics of European Integration, Londres, Pinter, 1990

White, Stephen K. Political Theory and Postmodernism, Cambridge, Cambridge University Press

Winock, Michel - Histoire Politique de la Revue "Esprit" 1930-1950, Paris, Éditions du Seuil, 1975.

- Nationalisme, Antisémitisme et Fascisme en France, Paris, Éditions du Seuil

Womack, J. P./ Jones, O. T./ Roos, D. The Machine that Changed the World, Basingstoke, Macmillan Press

Zeigler, Harmon The Political Community. A Comparative Introduction to Political Systems and Society, Harlow, Longman, 1990


 

 

 

 


 

 

 

Turbulence in World Politics

 

 

 wJames Rosenau, embora não considere problemática a noção de Estado, salienta que o mesmo começa a ser cercado por outros influentes actores, situados por dentro e acima dele. Haveria, portanto, uma nova dinâmica, com profundas e contínuas transformações, as quais obrigariam a uma antecipação da mudança.

wA turbulência do mundo estaria assim marcada por uma espécie de bifurcação a nível das estruturas globais, onde, de um lado, estão o soberanismo e o mundo centrado nos Estados e, do outro, um multicêntrico mundo, com actores livres da soberania.

wA partir desta base, Rosenau defende aquilo que qualifica como ordem global cooperativa, onde as hegemonias declinam. Porque, se uma ordem pluralista tende a desagregar os centros de decisão, ela também exige um certo grau de governança, as tais funções que precisam de ser executadas, mesmo que o sistema não produza organizações e instituições incumbidas expressamente desse exercício, mesmo que falte uma autoridade central ou uma autoridade formal, dado que existem actividades apoiadas em objectivos comuns.

 

wInternational Politics and Foreign Policy. A Reader in Research and Theory, Glencoe / Nova York, The Free Press of Glencoe, 1961

wDomestic Sources of Foreign Policy, Nova York, The Free Press, 1967

wContending Approaches to International Politics, Princeton, Princeton University Press, 1969 (com Knorr, K.)

wLinkage Politics. Essays on the Convergence of National and International Systems, Nova York, The Free Press, 1969

wThe Adaptation of National Societies. A Theory of Political System Behavior and Transformation, Nova York, McCaleb Seiler, 1970

wThe Scientific Study of Foreign Policy, Glencoe, The Free Press of Glencoe, 1971

wAnalysis Of International Politics, Nova York, The Free Press, 1972

wThe Dramas of Politics. An Introduction to the Jobs of Inquiry, Boston, Little, Brown & Co, 1973

wWorld Politics. An Introduction, Nova York, The Free Press, 1976 (com Thompson, K. W. /Boyd, G.)

wThe Study of Global Interdependence. Essays on the Transnationalization of World Affairs, Nova York, Nichols /Londres, Frances Pinter, 1980

wThe Study of Political Adaptation, Londres, Frances Pinter, 1981

wGlobal Changes and Theoretical Approaches to World Politics for the 1990s, Lexington, Lexington Books , 1989 (com Czempiel, Ernst Otto, eds.)

wTurbulence in World Politics. A Theory of Change and Continuity, Princeton, Princeton University Press, 1990

wGovernance without Government, Cambridge, Cambridge University Press, 1991 (com Czempiel, Ernst Otto, trad. port. de Sérgio Bath, Governança sem Governo. Ordem e Transformação na Política Mundial, Brasília, Editora da Universidade de Brasília, 2000)

wGlobal Voices. Dialogues in International Relations, Boulder/Colorado, Westview Press, 1993

wThinking Theory Throughly. Coherent Approach to a Incoherent World, Boulder, Westview Press , 1995 (com Durfee, Mary)

wAlong the Domestic Foreign Frontier. Exploring Governance in a Turbulent World, Cambridge University Press, 1997

 

Ensaio sobre o Problema do Estado

 

wNa nossa dissertação de doutoramento abordámos o percurso que vai da aldeia à república universal, inventariando as tentativas de superação da razão de Estado pelo Estado-razão e aderindo àquele europeísmo que não ofende a autonomia das nações, entendidas mais como povos do que como Estados. Julgamos pertencer àquele grupo de pensamento político que não considera o Estado soberano como o fim da história do político. Com esse já antiquado Estado moderno, consolidado com o absolutismo, que pratica o culto da religião secular do soberanismo, dizendo que um qualquer centro político tanto deve ter uma soberania externa, a puissance absolue et perpétuelle d'une république, conforme as teses de Jean Bodin, implicando a definição de fronteiras e a definição de nacionalidade, como uma soberania interna, o poder absoluto de um soberano dentro de uma república, conforme o ideologismo leviatânico de Thomas Hobbes, implicando o ius tractum, o ius legationis, o ius iurisdictionis e o ius bellum. Como Francisco Vitória, consideramos que o Estado como sociedade perfeita é a comunidade que não é parcela de outra comunidade, mas que dispõe de leis próprias, de um conselho próprio e de autoridades suas. É uma comunidade perfeita e integral. Por conseguinte, não está submetida a nenhum poder exterior, pois, neste caso, não seria integral. Da mesma maneira, na senda de Vasquez de Menchaca, aceitamos um ius maiestatis, reconhecendo que a razão e a natureza condicionam o poder ao serviço da comunidade, pelo que aquele não é absoluto face ao direito, nem ilimitado, constituindo mero poder preeminente e universal, para dispor de tudo quanto conduza à conservação e saúde da alma e do corpo da república. Consideramos assim como Francisco Suarez, que há um poder supremo, uma suprema potestas, em cada república, um poder que não reconhece acima de si nenhum poder humano da mesma ordem ou da mesma natureza, isto é, que prossiga o mesmo fim. Um poder que, contudo, não se confunde com o dominium, devendo entender-se como um officium, dado que apenas existe por causa do regnum e não do rex. Isto é, não admitimos a existência de um poder supremo, de natureza diferente dos restantes poderes que lhe estão por baixo, de um tipo de poder que, a si mesmo, se decreta como fonte de todos os poderes, como detentor de uma competência das competências, e como insusceptível de limitação pela moral e pelo direito. Foi assim que surge a soberania dita una, inalienável, indivisível e imprescritível. Com efeito, consideramos que entre um agrupamento de homens nos limites de um Estado e o agrupamento de homens na totalidade do planeta não há diferença de natureza, mas apenas de extensão. Da mesma maneira, sufragamos a ideia de que, entre o Estado e outras formas políticas ditas infra-estaduais, há mais distâncias de quantidade do que de qualidade. Sentimos por isso algumas reais afinidades com todos aqueles que, depois do holocausto e dos gulags, apelaram às profundidades do libertacionismo cidadanista e à consequente autodeterminação da polis, entendida como autonomia de autonomias, onde a pedra viva da construção é o indiviso do cidadão-homem livre, esse tal ser que nunca se repete. Essa polis que é sempre comunhão de cidadãos em torno das coisas que se amam e, onde, por sua vez, o cidadão é aquele que participa na decisão, aquele que dá o consentimento, isto é, o exacto contrário do mero súbdito de um soberano, do escravo de um dono ou da parcela fungível de um todo, seja ele uma nação, um Estado ou a própria humanidade. Não podemos, pois, deixar de comungar com todos aqueles que, reagindo contra o absolutismo, tentaram, pela via consensualista, institucionalizar formas de controlo do poder, estabelecendo travões ao mecanismo autofágico do Leviatã soberanista. Porque no soberanismo absolutista, o poder supremo não só não admite o controlo fáctico, da divisão e separação de poderes, como o próprio controlo normativo, nomeadamente pela não admissão do conceito de abuso do poder, esse poder supremo que, em nome de um terrorismo da razão, foi a fonte primordial do próprio terrorismo de Estado. Deste modo, não subscrevemos a propositada confusão feita entre um Estado soberano e uma nação autodeterminada, mesmo quando aquela decreta assumir-se como Estado-nação. Está em crise o Estado a que chegámos, dado que o mesmo tanto está sujeito ao desafio do unificacionismo mundialista, como ao do small is beautiful, isto é, aos desafios centrífugos.  Aquilo que os seguidores de Teilhard de Chardin qualificam como a lei da complexidade crescente nas relações internacionais, que é acompanhada por idêntica complexidade crescente na reconstrução da polis. Há divergências e convergências que só podem ser superadas, não pelo ecletismo ou pela síntese, mas apenas por aquilo que Chardin qualificava por emergência, por aquela energia que lança para cima e para dentro, na direcção de um estado cada vez mais complexo e mais centrado.


 

 

 

 

 


 

 

 

1991

Guerra do Golfo, Golpe de Moscovo e Nova Ordem Internacional

Centesimus Annus e primeira revolução global

 

 

 

 

 


 

fev

 

Conselho Europeu de Maastricht. Reeleição de Mário Soares. Acordos de Bicesse. Dissolução do Comecon e do Pacto de Varsóvia. Ieltsine vence golpe de Moscovo. Implosão da URSS. Cavaco com nova maioria absoluta, massacre em Dili e tratado de Maastricht. Entre o soarismo presidencial e o cavaquismo governativo. El. Pr.11 (13 Jan. 1991). Eleição nº 71 (6 Out. 1991).

Cavaco com nova maioria absoluta, massacre em Dili e tratado de Maastricht

· Início da operação Tempestade no Deserto (Janeiro)

· Derrubado o regime pró-soviético da Etiópia (Maio)

· Acordos de Bicesse (Maio)

· Boris Ieltsine eleito em sufrágio universal Presidente da Federação Russa (Junho)

· Dissolução do COMECON (Junho)

· Dissolução do Pacto de Varsóvia (Julho)

· Assinado o Tratado START I (Julho)

· Golpe de Estado em Moscovo. Ieltsine sai vencedor (Agosto)

· Soviete Supremo proibe PCUS (Agosto)

· URSS reconhece a independência dos três Estados bálticos que a compunham (Setembro)

· Butros Butros-Ghali designado novo Secretário-geral da ONU (Novembro)

· Conselho Europeu de Maastricht (Dezembro)

· Criação da Comunidade de Estados Independentes (CEI) (Dezembro)

· Demissão de Gorbatchev; arreada bandeira vermelha do Kremlin (Dezembro)

· Implosão da URSS. Independência da maioria das suas ex-repúblicas

· Estados dos Balcãs proclamam independências

Janeiro

Começa a guerra do Golfo

Fevereiro

Da revolta dos países bálticos à transfiguração do PCI

Março

Ieltsine contra Gorbatchev

Abril

Fim da Guerra do Golfo e começo do BERD

Maio

Cai regime pró-soviético na Etiópia e assassinato de Rajiv Gandhi

Junho

Independências da Croácia e Eslovénia

Julho

Fim do Pacto de Varsóvia e Gorbatchev no G7

Agosto

Ieltsine vence golpe de Moscovo

Setembro

Soviéticos abandonam Cuba e reconhecem a independência dos países bálticos

Outubro

Fim do KGB e retirada soviética da Polónia

Novembro

Entre Ieltsine e Butros Butros-Ghali

Dezembro

A foice e o martelo fora do Kremlin e acordo em Maastricht

Guerra do Golfo, golpe de Moscovo e Nova Ordem Internacional  Conselho Europeu de Maastricht  Acordo de Bicesse entre MPLA e UNITA  Dissolução do COMECON e do Pacto de Varsóvia  Ieltsine vence golpe de Moscovo  Implosão da URSS

 

Centesimus Annus e primeira revolução global

 

Entre o soarismo presidencial e o cavaquismo governativo

 

 

 

ep11 (13 Jan. 1991)

 

e71 (6 Out. 1991)

 

G 121

1991 era o ano do Conselho Europeu de Maastricht, da dissolução do Comecon e do Pacto de Varsóvia, de Ieltsine vencer golpe de Moscovo e de suceder a inevitável implosão da URSS, enquanto em Portugal se assitia à reeleição de Mário Soares e se celebravam os acordos de Bicesse, que pretendiam dar paz a Angola.

 

No plano comunitário era o tempo das jogadas negociais. Durante o primeiro semestre, de presidência luxemburguesa, tudo começava com a Irlanda a lançar as primeiras propostas sobre a coesão económica e social, como condição para a realização da União Económica e Monetária (Janeiro), seguindo-se propostas franco-alemãs sobre a segurança europeia, propondo a integração da UEO na Comunidade em1998 (15 de Fevereiro), uma proposta espanhola sobre a cidadania europeia (21 de Fevereiro) e uma declaração conjunta germano-italiana, propondo poderes alargados para o Parlamento Europeu (9 de Abril).

 

Entretanto, a conferência intergovernamental chegava a consenso quanto a um primeiro projecto de um tratado de união europeia, com três pilares (12 de Abril), protestando de imediato a Comissão contra esta a teoria, propondo, como alternativa a teoria da árvore (29 de Maio). E lá vinha um segundo projecto de tratado da união europeia, apresentado pela presidência luxemburguesa, mantendo a tese dos pilares, mas fazendo referências federalistas e reforçando o papel da Comissão (18 de Junho), até que o Conselho Europeu do Luxemburgo, em 28-29 de Junho, decidiu que o segundo projecto de tratado serviria de base para as negociações (28-29 de Junho).

 

Seguia-se a presidência holandesa que, em 30 de Setembro, já apresentava novo projecto de um tratado da união europeia (30 de Setembro), como uma segunda versão em 10 de Novembro, onde eram reforçados os poderes do Parlamento Europeu e se previa a realização de uma conferência intergovernamental em1996 na perspectiva de reforçar o carácter federal da União.

 

Então, para superar-se o impasse, os chefes de governo democrata-cristãos propuseram um compromisso: eliminação das referências federalistas, a fim de se garantir a integração da PESC na Comunidade (26 de Novembro). Assim se permitiu que o Conselho Europeu de Maastricht, de 10 de Dezembro, aprovasse a União Europeia, mas com o Reino Unido a recusar o capítulo social e a obter também cláusulas de exclusão relativamente à União Económica e Monetária. A política de segurança europeia ganhava, contudo, novos contornos, no último trimestre. Em 5 de Outubro surgia uma declaração conjunta anglo-italiana sobre a segurança e defesa, sublinhando a importância da NATO; no dia 11, uma iniciativa franco-alemã de um projecto sobre a PESC, pelo reforço da UEO; três dias depois era decidida a criação de um Eurocorpo por Mitterrand e Kohl  e em 7-8 de Novembro reunia o Conselho Atlântico de Roma, onde os norte-americanos aceitavam o princípio de uma identidade europeia em matéria de defesa, ao mesmo tempo que se definia um novo conceito estratégico para a aliança atlântica. Seguia-se, em 20 de Dezembro, o começo do Conselho de Cooperação Norte-Atlântico, onde os 16 membros da NATO se juntavam a nove Estados da Europa central e oriental, um conjunto que, em Março de 1992, já englobava 36 membros.

 

Nova configuração sofriam, no entanto, as relações da Comunidade Europeia com os países do Leste europeu. Depois da inauguração do BERD, em 15 de Abril, eis que a Polónia, a Checoslováquia e a Hungria tratavam de solicitar um reforço do diálogo político com a Comunidade (20-22 de Agosto), o que se concretizaria com a assinatura dos acordos europeus da Comunidade Europeia com aqueles países do grupo de Visegrado (16 de Dezembro).

 

Mitterrand reunia em Praga com intelectuais europeus defendendo uma Confederação europeia com a URSS; Havel dizia-lhe que esta não podia ser feita sem os EUA e o Canadá (Junho). A grande alteração seria, no entanto, a dissolução do COMECON (28 de Junho) e do Pacto de Varsóvia ( 1 de Julho).

 

No plano das políticas domésticas europeias, surgiam eleições na Albânia, com vitória dos ex-comunistas (31 de Março) e na Bulgária, aqui com a vitória da União das Forças Democráticas (13  de Outubro), levando ao primeiro governo búlgaro sem comunistas (8 de Novembro). Também ocorriam eleições legislativas na Polónia (21 de Outubro) donde surgiria o novo governo, presidido por Jan Olsewski (9 de Dezembro)

 

Entretanto, a Croácia e a Eslovénia proclamavam a independência (25 de Junho), desencadeando um conflito que viria a confundir todo este processo. Se em Haia surgia uma conferência de paz para a Jugoslávia, sob a égide da Comunidade Europeia (7 de Setembro), eis que a Alemanha  já reunificada tratava de reconhecer solitariamente a Eslovénia e a Croácia (23 de Dezembro)

 

Na Europa ocidental era o tempo do PCI se transformar no Partido Democrático da Esquerda (3 de Fevereiro), do Conselho Europeu extraordinário sobre a Guerra do Golfo (8-9 de Abril) e da Suécia se candidatar à adesão às Comunidades Europeias (1 de Julho).

 

Mais uma vez, quase nada de novo em Portugal, a não ser eleições. Nas presidenciais de 13 de Janeiro, era a reeleição de Mário Soares e, nas legislativas de 5 de Outubro, reforçava-se a maioria absoluta de Cavaco Silva (PSD,50,6%; PS, 29,1%; CDU, 8,8%; CDS, 4,4%; PSN,1,7%.). Em termos político-partidários, para além da entrada do deputado do PSN, Manuel Sérgio no hemiciclo de São Bento, Pedro Canavarro emergia como  presidente do PRD (2 de Junho), Lucas Pires demitia-se de militante do CDS (15 de Novembro) e Barros Moura era expulso do PCP (19 de Novembro). Valia-nos a visita de João Paulo II (Maio) e a inauguração o último troço da auto-estrada  Porto-Lisboa (13 de Setembro), mas só o massacre no cemitério de Santa Cruz em Dili  adquiria um nível de dramatismo mobilizador das consciências cívicas(12 de Novembro)

 

O ano era sobretudo marcado pelo início da operação Tempestade no Deserto, a chamada Guerra do Golfo , até  28 de Fevereiro (17 de Janeiro). Mas  grandes alterações ocorreriam na URSS que no fim do ano implodia. O ano começa com uma tentativa de regresso ao Império com uma intervenção militar de tropas do Ministério do Interior soviético nos países bálticos (7 de Janeiro).

 

No plano político, Gorbatchev conseguia que o Soviete Supremo decidisse um referendo sobre a União, entendida como federação renovada de repúblicas iguais e soberanas nas quais os direitos do homem e as liberdades serão garantidas às pessoas de todas as nacionalidades (17 de Janeiro)

 

Acontece que os países bálticos se antecipavam ao processo, com um referendo na Lituânia, com 95 % de votos a favor da independência (9 de Fevereiro) e referendos na Letónia e Estónia, também favoráveis à independência (3 de Março). Apesar de tudo, em 17 de Março, decorria um referendo sobre a manutenção da URSS proposto por Gorbatchev; em que, além dos países bálticos, também se recusavam participar a Geórgia, a Moldova. Em 30 de Março, um referendo na Geórgia aprova va a independência.

 

Nesta sequência, era assinado acordo para a constituição de uma União das Repúblicas Soviéticas Soberanas entre a Rússia, a Ucrânia, o Azerbaijão, Cazaquistão, Uzbequistão, Quirguisistão, Turcomenistão e Tadjiquistão (1 de Junho)

 

Na Federação da Rússia prosseguia entretanto a dialéctica anti-Gorbatchev. Em 28 de Março, 200.000 manifestantes em Moscovo a favor de Ieltsine, apesar da proibição decretada pelo Governo da URSS. No dia 5 de Abril, o Parlamento Russo cria va o cargo de Presidente da Federação a ser eleito por sufrágio universal. Em 12 de Junho, Boris Ieltsine era eleito em sufrágio universal Presidente da Federação Russa (57,3% dos votos), contra Ryjkov (17%), Makachov (3,8%), Bakatime (3,4%), Jirinovski (7,8%) e Tuleev (7%); por referendo, Leninegrado voltava a designar-se Sam Petersburgo (12 de Junho). Em 29 de Julho a Federação da Rússia reconhecia a independência da Lituânia. Gorbatchev tentava resistir. Ia a Londres à Cimeira dos Sete Mais Ricos-G7 (15-17 de Julho) e via o plenário do PCUS aceitar o princípio da renúncia ao marxismo-leninismo (25 de Julho).

 

Em 31 de Julho era assinado o Tratado START I entre Bush e Gorbatchev (31 de Julho)

 

Mas em 19 de Agosto surgia Golpe de Estado em Moscovo; estava prevista para o dia 20 a assinatura de um novo tratado da União proposto por  Gorbatchev (19 de Agosto)  Uma Junta presidida por Janaiev declarava estado de excepção; diziam que Gorbatchev estava doente (em férias na Crimeia desde o dia 4; Ieltsine assumia a resistência e fazia da sede do parlamento russo, a Casa Branca, o bastião da resistência; populares de Moscovo levantam barricadas. Na noite de 20 para 21 a junta dava ordens à Brigada Anti-terrorista Alfa do KGB para prender Ieltsine; os tanques eram detidos por barreiras de populares (20-21 de Agosto). Em 22 de Agosto era arreada a bandeira comunista na sede do parlamento russo e içada a bandeira da frota comercial russa do tempo dos czares, ao mesmo tempo que começavam a derrubar-se as estátuas comunistas em toda a URSS. Gorbatchev regressava da Crimeia (22 de Agosto), apresentava explicações no Parlamento da Rússia (23 de Agosto) e demitia-se de Secretário-geral do PCUS (24 de Agosto). Em 29 de Agosto, o Soviete Supremo proibia PCUS, cujos bens eram, entretanto, confiscados.

 

Estas circunstâncias provocaram uma corrida ao secessionismo. O Parlamento da Estónia proclamava a independência (20 de Agosto), a que se seguiram idênticas proclamações na Letónia (21 de Agosto), na Ucrânia (24 de Agosto) e na Bielo-Rússia (25 de Agosto).

 

Em 27 de Agosto,  já a Comunidade Europeia reconhecia a independência dos Estados Bálticos, no mesmo dia em que a  Moldova proclamava a independência (27 de Agosto), seguindo-se as do Azerbaijão (29 de Agosto),  do Quirguizistão e do Uzbequistão (31 de Agosto), antes de ocorrer um referendo na Arménia sobre a matéria (21 de Setembro).

 

Em 2 de Setembro, dez Estados da URSS  anunciavam a criação de uma União de tipo confederal. Em 6 de Setembro, a  URSS reconhecia a independência da Letónia, Lituânia e Estónia. Em 10 de de Setembro, os Estados Bálticos aderiam à CSCE, sete dias antes de serem admitidos na ONU  (17 de Setembro). Em 14 de Novembro, sete Estados da URSS anunciavam a criação de uma União de Estados Soberanos. No dia 1 de Dezembro, era o referendo sobre a independência na Ucrânia. Em 16 de de Dezembro, o Cazaquistão proclamava a independência e, no dia 21 surgia a reunião em Alma Ata de todas as repúblicas da URSS, à excepção da Geórgia, donde resultava a chamada Comunidade dos Estados Independentes.

 

Outras medidas iam sendo, entretanto, assumidas. Em 11 de Setembro era anunciada a retirada de 11.000 soldados soviéticos de Cuba. Em Outubro, proclamava-se a supressão do KGB, ao mesmo tempo em que a URSS passava a membro associado do FMI (5 de Outubro). Dois dias depois era o acordo entre a URSS e a Polónia  sobre a retirada de 50.000 soldados soviéticos (7 de Outubro). No dia 18 desse mesmo mês estabeleciam-se relações diplomáticas entre a URSS e Israel, ao mesmo tempo que dez repúblicas da URSS assinavam  um tratado de união económica.

 

No dia 1 de Novembro, o Congresso de Deputados da Rússia atribuía plenos poderes a Boris Ieltsine para a reforma da economia e das finanças e, no dia 19, Chevarnadze voltava a ocupar as funções de Ministro dos Negócios Estrangeiros da URSS.

 

Finalmente, a 25 de Dezembro, dava-se a demissão de Gorbatchev e era arreada bandeira vermelha do Kremlin, depois de, no anterior dia 8, pelo Acordo de Minsk, a Rússia, a Bielo-Rússia e a Ucrânia concordarem em substituir a URSS por uma Comunidade de Estados Independentes.

 

Em África, o facto mais saliente, para além do derrube do regime pró-soviético da Etiópia (28 de Maio), era a assinatura dos Acordos de Bicesse entre o MPLA e a UNITA (31 de Maio), enquanto, em Cabo Verde, o  partido da oposição, o MPD derrotava o PAICV  (10 de Janeiro). Entretanto o egipcio Butros Butros-Ghali era designado novo Secretário-geral da ONU (21 de Novembro)

 

Na Ásia, era assassinado Rajiv Ghandi na Índia (21 de Maio), surgia o acordo de Paz para o Cambodja em Paris (23 de Outubro), antes de Li Peng visitar a União Indiana (11-16 de Dezembro).

 

Os novos desafios de 1989-1990. podem não ter derrotado o projecto europeu, mas mudaram as circunstâncias que o corporizavam, principalmente pelo desaparecimento do federador passivo, com a implosão da URSS.

 

Com efeito, é depois de 1989 que se concretizam as mais drásticas mudanças do mundo ocorridas depois da Segunda Guerra Mundial, nomeadamente pelo fim da guerra fria.

 

Mas, em vez da casa comum, parecia estar a acontecer um regresso a muitas das feridas anteriores aos tratados de paz das duas guerras mundiais deste século.

 

Depois da reunificação alemã, renasceu a balcanização. Depois do fim do comunismo, voltaram as questões político-religiosas e o clássico confronto de civilizações e quase regressamos ao ambiente da Guerra da Crimeia, para não falarmos em 1848 e nas inacabadas situações das minorias que aspiram a uma primavera dos povos, desses povos sem história que sempre circularam nas bordas dos impérios centrais, por entre os cinturões de populações mistas.

 

E lá voltámos a ter que reler a literatura do tempo da Santa Aliança e do sistema Metternich, recuperando manuais de relações internacionais e de direito internacional de há cinquenta e cem anos. Porque as ententes, as triplas alianças e as próprias pentarquias ameaçam, com o seu cortejo de Estados directores  e de Estados secundários, de acordo com a regra da hierarquia das potências.

 

A literatura épica do fim do comunismo cedeu, aliás,  lugar a um certo desespero. Foi a derrapagem da Guerra do Golfo, com a questão não resolvida pelos tratados de paz posteriores a 1914-1918, bem como a grande decepção da Jugoslávia, onde a nova Alemanha democrática, esquecendo-se da dimensão europeia, retomou, pela via diplomática, o que o Reich tinha feito pela violência. 

 

Quando se reconhece a existência de um jardim das delícias democráticas (Philippe Braud), quando o papa João Paulo II lança a Centesismus Annus, Alexander King e Bertrand Schneider, em relatório para o Clube de Roma reconhecem a existência do The First Global Revolution. No plano das aventuras da política (Julien Freund), onde governar é parecer (Jean-Marie Cotteret), reconhecem-se as técnicas de construção do espectáculo político (Murray Edelman), apesar dos limites da interpretação (Umberto Eco). Destaque para o lançamento no Brasil de Liberalismo Antigo e Moderno de José Guilherme Merquior. Lev Gondick e Edward Weisband, em 1991, fazem o balanço Teaching World Politics. Contending Pedagogies for a New World. No ano seguinte, Robert Grafstein assume o Institutional Realism. Social and Political Constraints on Rational Actors. Em 1993, David A. Baldwin faz o confronto Neorealism and Neoliberalism. The Contemporary Debate, enquanto Eugene Brown e Donald Snow lançam The Contours of Power. An Introduction to Contemporary International Relations, tal como Barry Buzan, C. Jones e Richard Little se destacam com The Logic of Anarchy. From Neorealism to Structural Realism.  Outras obras de 1991: Rafael Calduch Cervera, Relaciones Internacionales; Ernst-Otto Czempiel e James N. Rosenau, Governance without Government; António José Fernandes XE "Fernandes, ANTÓNIO JOSÉ" , Relações Internacionais. Factos, Teorias, Organização; A. J. R. Groom, International Relations Then and Now. Origins and Trends in Interpretation; Richard A. Higgot, International Relations. Global and Australian Perspectives on a Envolving Discipline; Stanley Hoffmann, Rousseau and International Relations; Joseph S. Nye, Global Cooperation after the Cold War. A Reassessment of Trilateralism. A Task Force Report to the Trilateral Commission; E. Ravenal, Beyond the Balance of Power. The Future of International Order; Martin Whigt , International Theory. The Three Traditions

 

 

Baer, Michael/ Jewell, Malcom/ Sigelmann, Lee, Eds. Political Science in America. Oral Histories of a Discipline, Lexington, University Press of Kentucky

Baudouin, Jean Mort ou Déclin du Marxisme?, Paris, Éditions Montchrestien

Beetham, David The Legitimation of Power, Basingstoke, Macmillan Press

Blondel, Jean/ Thiebault, J. L. The Profession of Cabinet Minister in Western Europe, Basingstoke, Macmillan Press

Bom, Frédéric/ Schmeil, Yves Le Discours de la Politique, Paris, Éditions Oeconomica, 1991

Boutet, Didier Vers l’État de Droit. La Théorie de l’État et du Droit, Paris, Éditions L’Harmattan

Braud, Philippe Le Jardin des Délices Démocratiques, Presses de la Fondation Nationale des Sciences Politiques

BURNS, James H., Ed. The Cambridge History of Political Thought. 1450-1700, Cambridge, Cambridge University Press

Cardoso, Fernando Henrique «Caminhos para um novo milénio», in Portugal no Limiar do Século XXI, pp. 25-46, Lisboa, SEDES

Centre De Philosophie Politique Et Juridique De L’Université De Caen L’Actualité de Tocqueville, Caen

Cerroni, Umberto Cultura della Democrazia, 1991

Chabot, Jean-Luc Introduction à la Politique, Paris, Presses Universitaires de France

Chagnollaud, Dominique Le Premier des Ordres, les Hauts Fonctionnaires, Paris, Librairie Arthème Fayard

Cigler, Allan J./ Loomis, Burdett A., Eds. Interest Groups Politics,  ashington D. C., CQ Press

Colas, Dominique/ Emeri, Claude, Eds. Citoyenneté et Nationalité, Paris, Presses Universitaires de France

Coll, Ferrán Requejo Teoria Crítica y Estado Social, Barcelona, Ediciones Ariel

Cotarelo, Ramón Garcia «Veinte Años de Ciencia Política», in Sistema, n.º 100, Madrid

Cotteret, Jean-Marie Gouverner c’est Paraître, Paris, Éditions du Seuil

Crick, Bernard National Identities. The Constitution of the United Kingdom, Oxford, Basil Blackwell Publishers

Crotty, W. J. Political Science. Looking to the Future, Evanston, Northwestern University, 1991

Danzinger, James N. Understanding the Political World. An Introduction to Political Science, Harlow, Longman, 1991 (3ª ed., 1996).

Delannoi, Gil/ Taguieff, Pierre-André, Eds. Théories du Nationalisme. Nation, Nationalité, Ethnicité, Paris, Éditions Kimé

Delmas, Philippe O Senhor do Tempo. A Modernidade da Acção do Estado [ed. orig. 1991], Cristiano Lello, Teresa Lello, trads., Porto, Edições Asa, 1993.

Dieng, Paul How Does Social Science Work, Pittsburgh, University of Pittsburgh Press

Dreyfus, Michel L’Europe des Socialistes, Bruxelas, Éditions Complèxe

Dufour, Alfred Droits de l’Homme, Droit Naturel et Histoire, 1991

Dumont, René Un Monde Intolérable, Paris, Éditions du Seuil

Durand, M. F. Le Monde. Espaces et Systèmes, Paris, Presses de la Fondation Nationale des Sciences Politiques, 1991

Duroselle, Jean-Baptiste/ Renouvin, Pierre Introduction à l’Histoire des Relations Internationales, Paris, Librairie Armand Colin

Easton, David/ Gunnel, John G./ Graziano, Luigi The Development of Political Science. A Comparative Survey, Londres, Routledge & Kegan Paul

Edelman, Murray Constructing the Political Spectacle, Chicago, The University of Chicago Press (trad. fr. Pièces et Règles de Jeu Politique, Paris, Éditions du Seuil, 1991).

ELAZAR, Daniel J., Ed. Federal Systems of the World. A Handbook, Harlow, Longman

Elias, Norbert Teoria Simbólica, 1991

Enayat, Hamid Modern Islamic Political Thought, Basingstoke, Macmillan Press

Esposito, John L. Islam and Politics, 3ª ed., Syracuse, Syracuse University Press

Etchegoyen, Alain La Démocratie Malade du Mesonge, Paris, Éditions François Bourin

Fishkin, James S. Democracy and Deliberation. New Directions for Democratic Reform, New Haven, Yale University Press, 1991

Freund, Julien L’Aventure du Politique. Entretiens avec Charles Blanchet, Paris, Éditions Criterion

Frieden, A./ Lake, David A., Eds. International Political Economy. Perspectives on Global Power and Wealth, Nova York, Saint Martin’s Press

García-Pelayo, Manuel Derecho Constitucional Comparado, 1991

Gerstlé, Jacques La Communication Politique, Paris, Presses Universitaires de France

Goulbourne, H. Ethnicity and Nationalism in Post-Imperial Britain, Cambridge, Cambridge University Press

Held, David Political Theory Today, Stanford, Stanford University Press

Hirschman, Albert O. Rethoric of Reaction, 1991

Ingersoll, David E./ Mathews, Richard K. The Philosophic Roots of Modern Ideology. Liberalism, Communism, Fascism, 2ª ed., Englewood Cliffs, Prentice-Hall

Kellas, J. G. The Politics of Nationalism and Ethnicity, Basingstoke, Macmillan Press/Nova York, Saint Martin’s Press

Kepel, G. La Revanche de Dieu, Paris, Éditions du Seuil

Kernell, Samuel H., Ed. Paralell Politics, Washington D. C., Brookings Institution

King, Alexander/ Schneider, Bertrand The First Global Revolution. A Report by the Council of the Club of Rome, 1991, Londres, Simon & Schuster, 1992.

Kirkpatrick, Jeane J. The Withering Away of the Totalitarian State... and Other Surprises, Lanham, University Press of America

Kuttner, Robert The End of Laissez-Faire. National Purpose and the Global Economy After the Cold War, Nova York, Alfred A. Knopf

Lafont, Robert Nous, Peuple Européen. Petite Histoire de la Maison Commune à l’Usage de ses Anciens et Nouveaux Habitants, Paris, Éditions Kimé, 1991 (ed. catalã Nosaltres, el Poble Europeu, Barcelona, Ediciones 62, 1991).

Lagroye, Jacques Sociologie Politique, Paris, Presses de la Fondation Nationale des Sciences Politiques/éditions Dalloz

Lévy, Jacques, Ed. Géographies du Politique, Paris, Presses de la Fondation Nationale des Sciences Politiques

Lipiansky, Edmond Marc L’Identité Française, Paris, Éditions de l’Espace Européen

Luebbert, Gregory Liberalism, Fascism or Social Democracy. Social Classes and the Political Origins of Regimes in Interwar Europe, David Collier, Seymour Martin Lipset, pref., Oxford, Oxford University Press

Mairet, Gérard Le Maître et la Multitude, Paris, Éditions Fallois

Mann, P. L’Action Collective, Paris, Librairie Armand Colin

Merquior, José Guilherme Liberalismo Antigo e Moderno, 1991

Milbum, Michael Persuasion and Politics. The Social Psychology of Public Opinion, Monterrey, Brooks

MILLER, David, Ed. Liberty, Oxford, Oxford University Press

Millon-Delsol, Chantal Les Idées Politiques au XXème Siècle, Paris, Presses Universitaires de France

Minc, Alain La Vengeance des Nations, Paris, Éditions Bernard Grasset

Moïsi, Dominique/ Rupnik, Jacques Le Nouveau Continent. Plaidoyer pour une Europe Renaissante, Paris, Éditions Calmann-Lévy

MONROE, Kristen Renwick, Ed. The Economic Approach to Politics, Nova York, Harper Collins

Moral, A./ Torres, Del Estado de Derecho y Democracia de Partidos, Madrid, Universidad Complutense

Nagel, Thomas Equality and Partiality, Oxford, Oxford University Press, 1991

Norton, David L. Democracy and Moral Development, Berkeley, University of California Press

Novak, Michael Démocratie et Bien Commun, Paris, Éditions du Cerf

Parodi, Jean-Luc/ Patriat, Jean-Luc L’Hérédité en Politique, Paris, Éditions Oeconomica

Pickvence, C./ Preteceille, E.Eds. State Restructuring and Local Power, Loondres, Pinter Publishers

Pinder, John European Community. The Building of an Union, Oxford, Oxford University Press, 1991

Plant, Raymond Modern Political Thought, Oxford, Basil Blackwell Publishers

Portelli, Hughes Les Régimes Politiques Occidentaux, Paris, Éditions Hachette

Possenti, Vittorio Le Societá Liberali al Bivio. Lineamenti di Filosofia della Societá, Génova, Marietti

Powell, Walter W./ Dimaggio, Paul, Eds. The New Institutionalism in Organizational Analysis, Chicago, The University of Chicago Press, 1991

Reardon, Kathleen Persuasion in Practice, 2ª ed., Newbury Park, Sage Publications

Rejai, Mostafa Political Ideologies. A Comparative Approach, Armonk, Sharpe Books

Rémond, René Notre Siècle, Paris, Éditions Le Livre de Poche

Renaut, Alain «Logiques de la Nation», in Delannoi, Gil, Taguieff, Pierre-André, Théories du Nationalisme. Nation, Nationalité, Ethnicité, p. 35 segs., Paris, Éditions Kimé

Revista Esprit Europe, une Communauté Politique, 1991

Ricoeur, Paul Lectures. I-Autour du Politique, 1991

Rolla, G., Ed. Le Forme di Governo nei Moderni Ordinamenti Policentrici, Milão, Giuffrè Editori

Rorty, Richard Objectivity, Relativism and Truth, Cambridge, Cambridge University Press

Ross, Dorothy The Origins of American Social Science, Cambridge, Cambridge University Press

Rouban, Luc/ Bodiguel, J. L. Le Fonctionnaire Détrôné?, Paris, Presses de la Fondation Nationale des Sciences Politiques

Rucht, D. Research on Social Movements. The State of the Art in Europe and the U.S.A., Frankfurt, Campus Verlag

Rufin, Jean-Christophe L’Empire et les Nouveaux Barbares, Paris, Éditions Jean-Claude Lattès

Rustow, D./ Erickson, K. Comparative Political Dynamics. Global Research Perspectives, Nova York, Harper Collins

Sartori, Giovanni «Repenser la Démocratie. Mauvais Régimes et Mauvaises Politiques», in Revue Internationale des Sciences Sociales, vol. 129, n.º Ago., Paris

Schnapper, Dominique La France de l’Intégration. Sociologie de la Nation en 1990, Paris, Éditions Gallimard

Schumaker, Paul D. Critical Pluralism, Democratic performance and Community Power, Lawrence, University of Kansas Press

Smith, Anthony David - National Identity, Reno, University of Nevada Press

- Theories of Nationalism, Londres, Gerald Duckworth

Strange, Susan/ Stopford, John/ Henley, John S. Rival States, Rival Firms. Competition for World Market Shares, Cambridge, Cambridge University Press

Strasser, Carlos Para una Teoría de la Democracia Posible. La Democracia y lo Democrático, Buenos Aires, Gel

Strauss, Leo On Tyranny. Including the Strauss-Kojève Correspondence, Victor Gourevitch, Michael S. Roth, eds., Glencoe, The Free Press of Glencoe

Tenzer, Nicolas La Politique, Paris, Presses Universitaires de France

Udoff, Alan Leo Strauss’s Thought. Toward a Critical Engagement, Boulder, Lynne Rienner

Uri, Pierre Penser pour l’Action. Un Fondateur de l’Europe, Paris, Éditions Odile Jacob

Valadier, Paul Inevitável Moral, trad. port., Lisboa, Instituto Piaget

Vanhanen, T. The Politics of Ethnic Nepotism, Nova Delhi, Stirling

Villey, Michel Théologie et Droit dans la Science Politique de l’État Moderne, Roma, École Française de Rome

Voegelin, Eric The Nature of Law and other Legal Writings, 1991

Wallerstein, Immanuel Geopolitics and Geoculture. Essays on the Changing World System, Cambridge, Cambridge University Press/Paris, Maison des Sciences de l’Homme

Wiarda, Howard J., Ed. New Directions in Comparative Politics, Boulder, Westview Press


 

 

 


 

 

 

The Nature of Law and other Legal  Writings

 

 

 

wAo contrário de alguns dos mitos de certa concepção cientificista da modernidade, Eric Voegelin   XE "Voegelin" propõe, tanto para o direito como para a politologia, um modelo neoclássico de ciência de princípios, isto é, o regresso à autêntica perspectiva teórica que nunca significaria uma separação da praxis. Primeiro, porque não é possível que se atinja o nível da teoria sem que se parta de uma base empírica. Segundo, porque não há teoria sem experiência.

 

The Work of Nations

 

 

wRobert B. Reich considera que as empresas multinacionais já não cabem no universo concentracionário dos modelos burocráticos e centralizados, tendo constituído uma vasta rede de entidades descentralizadas, de tal maneira ramificadas pelo mundo que já não podem receber um bilhetes de identidade nacional. As empresas em causa deixaram, definitivamente, de ter pátria, até pelas participações cruzadas que se foram estabelecendo entre as que representavam as principais marcas do mercado.

 

The First Global Revolution

 

Não poucos salientam a própria existência de uma revolução global, expressão que começou a ganhar contornos de estabilidade nos finais da década de oitenta, entre os especialistas da ciência política e da teoria das relações internacionais, acabando por ser consagrada num relatório para o Clube de Roma, em 1991, da autoria de Alexander King XE "King, Alexander"  e Bertrand Schneider XE "Schneider, BERTRAND" , onde se falava que vivíamos the first global revolution, a primeira revolução global da história da humanidade, na qual o principal estímulo para a identificação e a sobrevivência das comunidades políticas já não viria dos tradicionais amigos/inimigos da velha pretensa essência do político, de Carl Schmitt XE "Schmitt, Carl"  e Julien Freund XE "Freund, Julien" , mas antes dos inimigos globais de todas as comunidades humanas.

Isto é, partindo do clássico princípio, segundo o qual o nós precede o eu, que cada um só ganha consciência de si mesmo quando consegue estabelecer uma fronteira com o outro - o que tem levado à sobrevalorização da ameaça vinda de força, como principal elemento de desintegração -, King e Schneider consideram que só no nosso tempo ter surgido uma espécie de ameaça global. Paradoxalmente, foi esse risco maior, o elemento mais acelerador da mundialização, foi desse medo global que nós, todo o mundo, começámos, assim, a identificar-nos, que os homens todos começam a ganhar consciência existencial da globalidade humana..

Mesmo o mais recente modelo cosmopolita salienta que os problemas ambientais como o aquecimento global do planeta, o buraco do ozono ou as chuvas ácidas não podem continuar a ser vistos como problemas locais, nacionais ou regionais, mas antes como problemas que afectam a humanidade como um todo.

 

Centesimus Annus

 

papa83

 

wEncíclica de João Paulo II, onde se defende a democracia como aquele sistema que assegura a participação dos cidadãos nas opções políticas e garante aos governados a possibilidade quer de escolher e controlar os próprios governantes , quer de os substituir pacificamente, quando tal se torne oportuno. Considera a doutrina social da Igreja uma nova concepção da sociedade e do Estado e, consequentemenete, da autoridade, distante do racionalismo iluministico, que concebe a realidade humana e social do homem de maneira mecanicista. Porque, embora aceitasse as regras do jogo do demo-liberalismo, mergulhava num subsolo filosofico radicalmente diverso dos temps modernas. Assinala que  uma democracia sem valores converte-se  facilmente num totalitarismo, aberto ou dissimulado. Advoga o princípio da subsidiariedade segundo o qual uma sociedade de ordem superior não deve interferir na vida interna  de uma sociedade de ordem inferior, privando-a das suas competências, mas deve antes apoiá-la em caso de necessidade e ajudá-la a coordenar a sua acção com a das outras componentes sociais, tendo em vista o bem comum. Critica sistemas de segurança nacional, que visam controlar de modo capilar toda a sociedade para tornar impossível a ideologia marxista. Exaltando e aumentando o poder do Estado... pretendem preservar o seu povo do comunismo; mas, fazendo isso, correm o grave risco de destruir aquela liberdade e aqueles valores da pessoa em nome das quais é preciso opor-se àqueles. Observa que a sociedade de bem-estar ou sociedade de consumo tende a derrotar o marxismo no terreno do puro materialismo, mostrando como uma sociedade de livre mercado pode conseguir uma satisfação mais plena das necesisdades materiais humanas que a defendida pelo comunismo, e excluindo igualmente os valores espirituais. Na verdade, se, por um lado, é certo que este modelo social mostra a falëncia do marxiso ao construir uma sociedade nova e melhor, por outro aldo, negando a existëncia autónoma e o valor da moral, do direito, da cultura e da religião, coincide com ele na total redução do homem à esfera da economia e da satisfação das necesidades materiais. Reconhece o Estado como sujeito autónomo de decisão moral, em nome da autonomia e da subjectividade da sociedade, mas, em nome do princípio da subsidiariedade, não deixa de salientar que uma sociedade de ordem superior não deve interferir na vida interna de uma sociedade de ordem inferior, privando-a das suas competências, mas deve antes apoiá-la em caso de necessidade e ajudá-la a coordenar a sua acção com a das outras componentes sociais, tendo em vista o bem comum. Também sobre a soberania e o direito internacional público, observa : como dentro dos Estados chegou finalmente o tempo em que o sistema da vingança privada e da represália foi substituído pelo império da lei, do mesmo modo é agora urgente que um progresso semelhante tenha lugar na comunidade internacional


 

 

 

 


 

 

 

1992

Maastricht, teledemocracia e operação mãos limpas

Do futuro federalista da Europa à nova ordem ecológica

 

 

 

 


 

 

92geral

 

Assinatura do Tratado da União Europeia. Aprovação do fim do apartheid. Começa a guerra na Bósnia-Herzegovina. Proclamada uma república islâmica no Afeganistão. Criação do Espaço Económico Europeu

Reforma da PAC. Eleições em Angola. Morte de Willy Brandt. Bill Clinton eleito presidente dos EUA. Operação Restaurar a Esperança na Somália. Adoptado o pacote Delors II. Referendos sobre Maastricht. Assinado o tratado instituidor da NAFTA. Televisão privada, Plataforma de Esquerda e Manuel Monteiro. Do erro de Descartes à nova história de Portugal.

Assinatura do Tratado da União Europeia (Fevereiro)

Aprovação do fim do apartheid (Março)

Começa a guerra na Bósnia-Herzegovina (Abril)

Proclamada uma república islâmica no Afeganistão (Abril)

Criação do Espaço Económico Europeu (Maio)

Reforma da PAC (Maio)

Eleições em Angola (Setembro)

Morte de Willy Brandt (Outubro)

Bill Clinton eleito presidente dos EUA (Novembro)

Operação Restaurar a Esperança na Somália (Dezembro)

Adoptado o pacote Delors II (Dezembro)

Referendos sobre Maastricht

Janeiro

Entre a primeira presidência portuguesa da CE e a ascensão de Butros Gali

Fevereiro

O fim formal da guerra fria e assinatura do Tratado de Maastricht

Março

Eleitores brancos da RAS aprovam o fim do apartheid

Abril

Começa a guerra na Bósnia-Herzegovina (5 de Abril)

 

Proclamada uma república islâmica no Afeganistão, depois da entrada dos mujahidin em Cabul (25 de Abril)

 

Sérvia e Montenegro formam uma nova República Federal da Jugoslávia (27 de Abril)

 

Entrada do escudo no mecanismo de taxas de câmbio do Sistema Monetário Europeu (4 de Abril de 1992)

 

Eleições britânicas, vitória dos conservadores (9 de Abril)

 

Inaugurada a Exposição Universal de Sevilha (20 de Abril)

Maio

Criação, no Porto, do Espaço Económico Europeu (2 de Maio)

Junho

Dinamarqueses recusam a ratificação do Tratado de Maastricht, por 50,7% (2 de Junho)

Julho

Rublo torna-se convertível (1 de Julho)

Agosto

Ieltsine e Kravtchuk assinam acordo sobre a frota do Mar Negro (3 de Agosto)

Setembro

Referendo sobre Maastricht em França; vitória tangencial do sim (20 de Setembro)

 

X Conferência dos Não Alinhados em Jacarta (Setembro)

 

Eleições em Angola (29 de Setembro)

Outubro

Regresso da guerra a Angola (30 de Outubro)

Novembro

Bill Clinton eleito presidente dos EUA (3 de Novembro)

Dezembro

Operação Restore Hope - Restaurar a Esperança na Somália (9 de Dezembro)

 

Assinado o tratado que institui a NAFTA (Associação para o Comércio Livre na América do Norte), com os EUA, Canadá e México (17 de Dezembro). Vai entrar em vigor em 1 de Janeiro de 1994Clinton é eleito presidente norte-americano (Novembro), surge a NAFTA (17 de Dezembro) e, na Europa, com os jogos Olímpicos, decorrendo em Barcelona, é assinado o Tratado de Maastricht, instituindo-se a União Europeia (Fevereiro). Tanto começa a guerra na Bósnia (Abril) como se dá a intervenção internacional na Somália (Dezembro). É através do novo governo de maioria absoluta de Cavaco Silva que Portugal inicia a primeira presidência portuguesa da Comunidade Europeia. Dá-se, entretanto, uma profunda alteração na liderança dos partidos da oposição. No Partido Socialista, é eleito António Guterres; no CDS, surge Manuel Monteiro; antigos membros do PCP, constituem a Plataforma de Esquerda; finalmente, surge um novo secretário-geral no PCP, Carlos Carvalhas. O governo sofre, entretanto, os primeiros sinais de contestação social, com manifestações de estudantes contra o proposto regime das propinas e vagas de contestação de agricultores, descontentes com o processo de aplicação da Política Agrícola Comum. Em Julho é conhecido o desfalque do maior corretor português, Pedro Caldeira, enquanto Maria José Nogueira Pinto se demite do governo (19 de Agosto). Pela Lei Constitucional nº 1/92, de 25 de Novembro, ocorre a terceira revisão constitucional, visando a adequação ao Tratado de Maastricht. Para além da recepção do conceito de cidadão europeu e da alteração do estatuto do Banco de Portugal, o texto constitucional passa a defender a construção da união europeia... com respeito pelo princípio da subsidiariedade, tendo em vista a realização da coesão económica e social. No fim do ano iniciam-se as emissões da primeira televisão privada portuguesa, a SIC, liderada por Pinto Balsemão. Entra-se numa era nova, próxima da teledemocracia. A direita personificada pelo jovem líder Manuel Monteiro, recebe os impulsos de um discurso concebido pela geração do Independente, principalmente através do colunista Paulo Portas. No PSD pontifica a actuação mediática do antigo marxista-leninista maoísta, José Pacheco Pereira. No ano em que a Renamo assina com a Frelimo o acordo geral de paz para Moçambique, pondo fim a dezasseis anos de guerra civil, esta volta a Angola, depois da revolta de Luanda onde a Unita foi decapitada num só dia, com mil mortos, entre os quais os líderes do movimento Salupeto Pena e Jeremias Chitundo.

O ano de 1992, em termos comunitários, começou com o início da primeira presidência portuguesa da Comunidade Europeia (1 de Janeiro) e com a assinatura formal do Tratado sobre a União Europeia  (7 de Fevereiro), depois dos Estados Membros terem reconhecido a Eslovénia e a Croácia (15 de Janeiro)

 

Importava agora proceder à ratificação do Tratado da União Europeia e o Parlamento Europeu, em 7 de Abril, chegava mesmo a aprovar uma resolução onde solicitava aos Parlamentos nacionais para promoverem a ratificação do mesmo, criticando, no entanto, o deficit democrático.

 

As Cortes espanholas eram solícitas e resolviam a questão favoravelmente logo a 21 de Maio. Mas, em 2 de Junho, acontecia a surpresa dos dinamarqueses, em referendo, recusarem a ratificação por 50,7% .

 

O choque foi tremendo. Se não pareceu afectar a Irlanda, que, em referendo, ratificou Maastricht, por 68,7%  (18 de Junho), bem como o Luxemburgo, cujo parlamento tomou idêntica atitude (2 de Julho), e a Grécia que, da mesma forma procedeu (31 de Julho), atingiu um certo dramatismo em França, onde o referendo, apesar de tudo foi favorável (20 de Setembro). No Outono, seguiram-se as decisões favoráveis dos parlamentos de Itália (26 de Outubro), da Bélgica (4 de Novembro) e de Portugal (10 de Dezembro)

 

Outro referendo ia também afectar o Espaço Económico Europeu, cujo acordo instituidor havia sido assinado no Porto, em  2 de Maio. Com efeito, os suíços, em 5 de Dezembro, recusaram ratificar o tratado sobre o EEE, o que teve como efeito suspender o pedido de adesão apresentado em 20 de Maio. Idêntica atitude de candidatura à Comunidade Europeia fora também expressa pela Finlândia, em 18 de Março e pela Noruega em  25 de Novembro. Entretanto, em 20 de Novembro, a Grécia aderia à UEO.

 

Nuvens negras caíam entretanto sobre a Europa monetária, depois do escudo aderir ao SME, em 3 de Abril. Com efeito, em 13 de Setembro surgia uma profunda crise com a desvalorização da lira em 13% e logo no dia 17, eis que a lira, juntamente com a libra saíam do mecanismo de câmbios do SME, no mesmo dia em que se dava a desvalorização da peseta em 5%. Em 23 de Novembro, depois de nova desvalorização da peseta em 5%, dava-se também uma desvalorização do escudo na mesma percentagem.

 

Eis uma Europa indecisa, onde o Parlamento Europeu apelava para a convocação de uma conferência intergovernamental antes de 1996, a fim de superar-se o deficit democrático (14 de Outubro) e que no Conselho Europeu de Edimburgo,  de 11-12 de Dezembro, era adoptado o pacote Delors II, onde tinha de conceder à Dinamarca a hipótese de algumas derrogações ao Tratado da União Europeia;  (11-12 de Dezembro)

 

Em 6 de Abril, dava-se o reconhecimento da Bósnia-Herzegovina pela UE e pelos USA. No dia 9, nas eleições britânicas, vitória dos conservadores. No dia 20 era inaugurada a Exposição Universal de Sevilha. Em e 2 de Maio, ocorria uma reunião informal dos ministros dos estrangeiros dos doze em Guimarães. No dia 21, o Conselho adoptava a reforma da PAC, no mesmo mês em que Giscard d'Estaing e deputados a ele afectos passavam a integrar o PPE, bem como os 32 deputados conservadores britânicos.

 

Em Portugal, a permanência florescente do cavaquismo continuava a desestabilizar os vários partidos da oposição que, durante o ano, vêem surgir novas lideranças. Em 23 de Fevereiro, António Guterres era eleito secretário-geral do PS. Em 22 de Março, surgia Manuel Monteiro, como novo presidente do CDS, cuja nova política europeia iria levar o antigo presidente, Freitas do Amaral, a demitir-se de militante. Já na zona comunista, se em 9 de Maio dissidentes do PCP constituíam a Plataforma de Esquerda, eis que em 5 de Dezembro, Carlos Carvalhas substituía Álvaro Cunhal como secretário-geral do PCP.

 

Algumas pequenas turbulências afectavam o governo. Demitia-se o Ministro da Educação Diamantino Durão (16 de Março), surgiam manifestações de estudantes e agricultores contra a política governamental (Março), Maria José  Nogueira Pinto demitia-se do governo (19 de Agosto) e anunciava-se o caso Pedro Caldeira (23 de Julho)

 

A principal alteração sociológica prendia-se contudo com o começo das emissões do primeiro canal privado de televisão, a SIC (6 de Outubro), pouco antes das eleições regionais trazerem novas maiorias absolutas do PSD (11 de Outubro), enquanto em Timor ocorria a prisão de Xanana Gusmão (20 de Novembro)

 

Depois de, em Maio, ocorrer no novo Centro Cultural de Belém um debate sobre A Europa Após Maastricht promovido pelo governo, eis que em 10 de Dezembro, a Assembleia da República ratificava o o Tratado da União Europeia.

 

Neste ano de 1992, Butros Butros-Ghali iniciava funções de Secretário-Geral da ONU (1 de Janeiro) e desenrolava-se a Eco 92 no Rio de Janeiro (3 de Maio), reunindo-se também a  X Conferência dos Não Alinhados em Jacarta (Setembro), antes do democrata Bill Clinton ser eleito presidente dos EUA (3 de Novembro).

 

Na Rússia e na Ucrânia entrava em vigor o regime de preços livres (2 de Janeiro), decorria em em Washington uma conferência sobre a ajuda internacional à CEI (22-23 de Janeiro) e as repúblicas integradas em tal comunidade eram admitidas na CSCE (30-31 de Janeiro).

 

James Baker visitava várias repúblicas da CEI (17-18 de Fevereiro), depois de Zviad Gamsakhurdia ser destituído por um conselho militar na Geórgia (2 de Janeiro) e antes de Chevarnadze ser eleito presidente do Conselho de Estado da Geórgia (10 de Março). Pouco depois, já a Geórgia, a Eslovénia e a Croácia eram admitidas na CSCE (24 de Março).

 

Depois da Federação da Rússia tomar assento no Conselho de Segurança da ONU, substituindo a URSS (31 de Janeiro), dava-se a cimeira entre Bush e Ieltsine em Camp David (1 de Fevereiro). Seguia-se um tratado de Amizade entre a Polónia e a Ucrânia (18 de Maio), antes da Federação da Rússia e das restantes ex-repúblicas soviéticas aderirem ao FMI (1 de Junho).

 

Eltchibey era eleito presidente do Azerbaijão (7 de Junho), antes de nova cimeira entre Bush e Ieltsine em Washington (17 de Junho). O rublo tornava-se convertível (1 de Julho), a Geórgia era admitida na ONU (31 de Julho), antes de Ieltsine e Kravtchenko  assinarem um acordo sobre a frota do Mar Negro (3 de Agosto).

 

Na Europa da Leste, surgia a vitória do Partido Democrático nas eleições da Albânia (29 de Março), antes de começar a a guerra na Bósnia-Herzegovina (5 de Abril) e da Sérvia e Montenegro formarem uma nova República Federal da Jugoslávia (27 de Abril).

 

O Parlamento polaco encarregava Waldemar Pawlak de constituir governo (5 de Junho), antes do acordo de cooperação entre a França e a Ucrânia (16 de Junho). Em 20 deste mês dava-se a demissão de Vaclav Havel, depois de acordo para a divisão da República Checa e Eslovaca  (20 de Junho). No dia 10 de Julho surgia um novo governo polaco, dirigido por Hanna Suchocka (10 de Julho). Na Alemanha, ocorria o repatriamento de Erich Honecker (29 de Julho), enquanto nos últimos dias da Checoslováquia, morria Alexander Dubcek (7 de Novembro).

 

Em África, dava-se a  dissolução da FIS na Argélia e declarava-se o estado de emergência (4 de Março), pouco antes dos eleitores brancos da República da África do Sul aprovarem o fim do apartheid (17 de Março). Em Angola, depois da esperança das eleições (29 de Setembro), regressava a guerra civil (30 de Outubro). Em  9 de Dezembro, começava a operação Restaurar a Esperança na Somália.

 

Na Ásia, era proclamada uma república islâmica no Afeganistão, depois da entrada dos mujahidin em Cabul (25 de Abril), antes de se demitir o presidente pró-soviético, Najibullah (28 de Março).

wNo plano das ideias, no ano da morte de Hayek, quando Dusan Sidjanski reflecte sobre L'Avenir Fédéraliste de l'Europe e Nicholas Tenzer nos questiona sobre se as elites estão a levar ao fim a democracia, Francis Fukuyama transforma um artiguinho publicado três anos antes num pretensioso tratado The End of History and the Last Man, um best seller que a prática desmente. Luc Férry reflecte sobre a Nouvelle Ordre Écologique, prossegue a saga dos comunitaristas, questiona-se o fim da soberania (Joseph Camilleri). São muitas as pesquisas teóricas sobre a nova ordem mundial (Robert Tucker) e a nova geopolítica (Michael Ward). C. Colliot-Thélène fala sobre a história do desencanto do Estado, de Hegel a Weber, e Chantal Millon-Delsol reflecte sobre o Estado Subsidiário e o princípio da subsidiariedade. Teoriza-se o fanatismo (Dominique Colas), a predatory rule do político em África (Robert Fatton), a cultura do consentimento (John Kenneth Galbraith), os fundamentos morais das instituições do mercado (John Gray), a tribalização do mundo (Michel Maffesoli) e a corrupção da república (Yves Mény), num tempo de estranho pós-comunismo (G. Mink).  Já o historiador José Mattoso inicia a publicação de uma monumental História de Portugal que, de certa maneira, vai ocupar o lugar da que havia sido desencadeada por Damião Peres. Francisco Lucas Pires interroga-se sobre O Que é a Europa?, Luís de Sá reflecte sobre Eleições e Igualdade de Oportunidades e destaca-se a publicação das Memórias de Luís Cabral de Moncada, enquanto Paulo Ferreira da Cunha se doutora em Paris, com Mythe et Constitutionnalisme au Portugal (1778-1826) e começa a destacar-se o popperiano João Carlos Espada com Dez Anos que mudaram o Mundo. Crónicas sobre o Renascimento da Ideia Liberal, enquanto Franco Nogueira escreve Juízo Final. M. Light e A. J. R. Groom editam Contemporary International Relations. A Guide to Theory; Pierre Allan, Pierre, The End of Cold War. Evaluating Theories of International Relations; Bertrand Badie XE "Badie, Bertrand" , Le Retournement du Monde. Sociologie de la Scène Internationale; John Baylis, Dilemmas of World Politics. International Issues in a Changing World; Robert Grafstein, Institutional Realism. Social and Political Constraints on Rational Actors; Edmond Jouve, Relations Internationales ; Roberto Mesa, La Nueva Sociedad Internacional; Angelo Panebianco, Relazioni Internazionali; Pierre Senarclens, La Politique Internationale; Steve Smith, Explaining and Understanding International Relations.

Allan, Pierre/ Goldman, Kjell, Eds. The End of Cold War. Evaluating Theories of International Relations, Dordrecht, Martinus Nijhoff

Anderson, Jeffrey The Territorial Imperative. Pluralism, Corporatism and Economic Crisis, Cambridge, Cambridge University Press

Arthur, John Democracy. Theory and Pratice, Belmont, Wadsworth

Avineri, Shlomo/ De-Shalit, Avner, Eds. Communitarianism and Individualism, Oxford, Oxford University Press

Badie, Bertrand L’État Importé. L’Occidentalisation de l’Ordre Politique, Paris, Librairie Arthème Fayard

Badie, Bertrand/ Smouts, Marie-Claude Le Retournement du Monde. Sociologie de la Scène Internationale, Paris, Éditions Dalloz

Badouin, Jean Introduction à la Science Politique, 3ª ed., Paris, Éditions Dalloz

Balle, Francis Médias et Societé, Paris, Éditions Montchrestien

Beiner, Ronald What’s the Matter With Liberalism?, Berkeley, University of California Press

Bellows, Thomas J./ Winter, Herbert Conflict and Compromise. An Introduction to Political Science, Nova York, Harper Collins

Birnbaum, Jeffrey H. The Lobbyists. How Influence Peddlers Got Their Way in Washington, Nova York, Random House Publishers

Blake, David H. The Politics of Global Economic Relations, Englewood Cliffs, Prentice-Hall

Brass, Paul. Ethnicity and Nationalism. Theory and Comparison, Newbury Park, Sage Publications

Brau, Philippe - La Vie Politique, 2ª ed., Paris, Presses Universitaires de France

- Sociologie Politique, Paris, Librairie Générale de Droit et de Jurisprudence, 1992 (2ª ed., 1994).

Breslin, Shaun/ Hague, R./ Harrop, M. Political Science. A Comparative Introduction, Nova York, Saint Martin’s Press

Camilleri, Joseph A./ Falk, Jim, Eds. The End of Sovereignty? The Politics of a Shrinking and Fragmenting World, Aldershot, Edward Elgar

Canas, Vitalino Preliminares do estudo da Ciência Política, Macau, Publicações "O Direito"

Chevalier, Jacques L’État de Droit, Paris, Éditions Montchrestien

Chomsky, Noam Deterring Democracy, 1992

Cohen, Jean L./ Arato, Andrew Civil Society and Political Theory, Cambridge, MIT Press

Cohen-Tanugi, Lau L’Europe en Danger, Paris, Librairie Arthème Fayard

Colas, Dominiqe - La Pensée Politique, Paris, Éditions Larousse

- Le Glaive et le Fléau. Généalogie du Fanatisme et de la Societé Civile, Paris, Éditions Bernard Grasset

- Sociologie Politique, Paris, Presses Universitaires de France

Colliot-Thélène, C. Le Désenchantement de l’État. De Hegel à Max Weber, Paris, Éditions de Minuit

Cotta, Alain Pour l’Europe, Contre Maastricht, Paris, Librairie Arthème Fayard

Couffignal, G. Réinventer la Démocratie? Le Défi Latin-Américain, Paris, Presses de la Fondation Nationale des Sciences Politiques

Crepaz, Markus M. L. «Corporatism in Decline? An Empirical Analysis of the Impact of Corporatism on Macroeconomic performance and Industrial Disputes in 18 Industrialized Democracies», in Comparative Political Studies, n.º 25, pp. 139-168

Croisat, Maurice Le Fédéralisme dans les Démocraties Contemporaines, 2ª ed., Paris, Éditions Montchrestien

Deetz, Stanley Democracy in an Age of Corporate Colonization. Developments in Communication and the Politics of Everyday Life, Albany, State University of New York Press

Delors, Jacques Le Nouveau Concept Européen, Paris, Éditions Odile Jacob

Déloye, Yves La Citoyenneté au Miroir de l’école Républicaine (dissertação de doutoramento), Université de Paris I

Denquin, Jean-Marie Introduction à la Science Politique, 1992

Dobry, M. Sociologie des Crises Politiques. La Dynamique des Mobilisations Intersectorielles, Paris, Presses de la Fondation Nationale des Sciences Politiques

Draï, R./ Thuan, Cao Huy Instabilités Européennes. Recomposition ou Decomposition, Paris, L'Harmattan, 1992

Dunn, John, Ed. Democracy. The Unfinished Journey. 508 BC to AD 1993, Oxford, Oxford University Press

Durand, Jean-Dominique Valeurs et Politique. Entretien avec René Rémond, Paris, Éditions Beauchesne

Duroselle, Jean-Baptiste Tout Empire Périra. Une Vision Théorique des Relations Internationales, Paris, Publications de la Sorbonne, 1981 (reed., Paris, Librairie Armand Colin, 1992).

Eisenstadt, Schmuel Jewish Civilization. Jewish Experience in Comparative Perspective, State University of New York, 1992

Fatton Jr., Robert Predatory Rule. State and Civil Society in Africa, Boulder, Lynne Rienner

Faye, Jean-Pierre L’Europe Une. Les Philosophes et lEurope, Jacques Delors, pref., Paris, Éditions Gallimard

Ferry, Luc - La Nouvelle Ordre Écologique. L'Arbre, L'Animal et L'Homme, Paris, Grasset-Libre de Poche, 1992 (Trad. port., A Nova Ordem Ecológica, Lisboa, Edições Asa, 1993).

- L’écologie Profonde. Essai de Critique Philosophique,Paris, Fondation Saint-Simon, 1992

Flathman, Richard E. Toward a Liberalism, Ithaca, Cornell University Press

Fukuyama, Francis The End of History and the Last Man, Glencoe, The Free Press of Glencoe, 1992 (trad. port. O Fim da História e o último Homem, Lisboa, Edições Gradiva, 1992).

Fumaroli, Marc L’État Culturel. Essai sur une Religion Moderne, Paris, Éditions Fallois

Galbraith, John Kenneth The Culture of Consentment, Nova York, Sinclair-Stevens

Gamble, John King/ Irwin, Zachary/ Redenius, Charles/ Weber, James Introduction to Political Science, 2ª ed., Englewood Cliffs, Prentice-Hall

Garrigou, Alain Le Vote et la Vertu, Paris, Presses de la Fondation Nationale des Sciences Politiques

Giddens, Anthony Modernity and Self Identity, Cambridge, Polity Press

Gilbert, Alan «Must Global Politics Constrain Democracy? Realism, Regimes and Democratic Internationalism», in Political Theory, vol. 20, n.º 1, pp. 8-37

Gilbert, Claude Le Pouvoir en Situation Extrême, Paris, Éditions L’Harmattan

GONDILLAC, Maurice De Genèse de la Modernité. Les Douze Siècles où se fit Notre Europe, Paris, Le Cerf, 1992

Goyard-Fabre, Simone - «Les Droits de l’Homme. Exigence Éthique ou Cathégorie Juridique», in Cahiers de Philosophie Politique et Juridique, nº 21, 1992, pp. 11-36

- Les Fondements de l’Ordre Juridique, Paris, PUF, 1992

- Qu’est ce que la Politique? Bodin, Rousseau et Aron, Paris, Librairie Vrin

Grafstein, Robert Institutional Realism. Social and Political Constraints on Rational Actors, New Haven, Yale University Press

Gray, John The Moral Foundations of Market Institutions, Londres, Institute of Economic Affairs

Harrop, Martin Power and Policy in Liberal Democracies, Cambridge, Cambridge University Press

Hartley, John The Politics of Pictures. The Creation of Public in the Age of Popular Media, Londres, Routledge & Kegan Paul

Heywood, Andrew Political Ideologies. An Introduction, Basingstoke, Macmillan Press/Nova York, Saint Martin’s Press

Hogan, Michael J., Ed. The End of Cold War. Its Meanings and Implications, Cambridge, Cambridge University Press

Isaak, Jeffrey C. Arendt, Camus and Modern Rebellion, New Haven, Yale University Press

Jouve, Edmond Relations Internationales, Paris, Presses Universitaires de France

Katz, R. S./ Mair, Peter, Eds. Party Organisations. A Data Handbook on Party Organisations in Western Democracies 1960-90, Newbury Park, Sage Publications

Kaus, Mickey The End of Equality, Nova York, Basic Books

Kervégan, J. F. Hegel, Carl Schmitt. Le Politique entre Spéculation et Positivité, Paris, Presses Universitaires de France

Kitschelt, Herbert «The Formation of Party Systems in East Central Europe», in Politics and Society, vol. 20, n.º 1, pp. 7-50

Koelble, Thomas A. «Recasting Social Democracy in Europe. A Nested Games Explanation of Strategic Adjustment in Political Parties», in Politics and Society, vol. 20, n.º 1, pp. 51-70

Labouz, Marie-Françoise, Ed. Les Accords de Maastricht et la Constitution de l’Union Européenne, Paris, Éditions Montchrestien

Laidi, Zaki L’Ordre Mondiale, Paris, Presses de la Fondation Nationale des Sciences Politiques

Lazzeri, C./ Reynié, D. - Le Pouvoir et la Raison d’État, Paris, Presses Universitaires de France

- La Raison d’État. Politique et Rationalité, Paris, Presses Universitaires de France

Lefebvre, Maxime/ Rottenberg, Dan La Genèse du Nouvel Ordre Mondial, Paris, L’Elipse

Lefort, Claude écrire à l’épreuve du Politique, Paris, Éditions Calmann-Lévy

Lenoble, Jacques/ Dewandre, Nicole L’Europe au Soir du Siècle. Identité et Démocratie, Jacques Delors, pref., Paris, Éditions Esprit

Lijphart, Arend Parliamentary versus Presidential Government, Oxford, Oxford University Press

Lipietz, Alain Towards a New Economic Order. Postfordism, Ecology and Democracy, Oxford, Oxford University Press

Losco, Joseph/ Williams, Leonard Political Theory. Classic Writings, Contemporary View, Nova York, Saint Martin’s Press

Luhmann, Niklas A Improbabilidade da Comunicação, trad. port., Lisboa, Edições Vega

Maarek, Philippe J. Communication et Marketing de l’Homme Politique, Paris, Litec

Maffesoli, Michel La Transfiguration du Politique. La Tribalisation du Monde, Paris, Éditions Bernard Grasset

Maltese, John Antonio Spin Control. The White House Office of Communications and the Management of Presidential News, Chapel Hill, University of North Carolina Press

Mayer, Nonna/ Perrinau, Pascal Les Comportements Politiques, Paris, Librairie Armand Colin

Mény, Yves La Corruption de la République, Paris, Librairie Arthème Fayard

Mesquita, Bruce Bueno/ Lalman, David War and Reason. Domestic and International Imperatives, New Haven, Yale University Press

Millon-Delsol, Chantal L’État Subsidiaire. Ingérence et Non-Ingérence de l’État. Le Principe de la Subsidiarité aux Fondements de l’Histoire Européenne, Paris, Presses Universitaires de France

Milward, Alan S. The European Rescue of the Nation-State, Londres, Routledge & Kegan Paul

Mink, G. Cet Étrange Post-Communisme, Paris, Presses du CNRS

Moreau-Defarges, Philippe Problèmes Stratégiques Contemporains, Paris, Éditions Hachette

Mundo, Philip A. Interest Groups. Cases and Characteristics, Chicago, Nelson A. Hall Co.

Olivier, Roy L’Echec de l’Islam Politique, Paris, Éditions du Seuil

Parenti, Michael Make-Believe Media. The Politics of Entertainment, Nova York, Saint Martin’s Press

Pélassy, Dominique Qui Gouverne en Europe?, Paris, Librairie Arthème Fayard

Petracca, Mark P. The Politics of Interests. Interest Groups Transformed, Boulder, Westview Press

Pires, Francisco Lucas O que É a Europa?, Lisboa, Difusão Cultural

Pombeni, P. Introduction à l’Histoire des Partis Politiques, trad. fr., Paris, Presses Universitaires de France

Pontier, Jean-Marie Lexique de Politique, 6ª ed., Paris, Éditions Dalloz

Possenti, Vittorio l’Illuminismo. I Messagio Sociale Cristiano, Milão, Paoline

Rosanvallon, Pierre Le Sacre du Citoyen. Histoire du Suffrage Universel en France, Paris, Éditions Gallimard

Rosenau, Pauline Marie Post-Modernism and the Social Sciences, Princeton, Princeton University Press

Russ, Jacqueline Les Théories du Pouvoir, Paris, Librairie Générale Française

Shapiro, Ian/ Wendt, Alexander Politics and Society

Sidjanski, Dusan L’Avenir Fédéraliste de l’Europe. La Communauté Européenne, des Origines au Traité de Maastricht, Genebra, Publications de l’Institut Universitaire d’études Européennes/Presses Universitaires de France

Stelandre, Yves L’Idée Européenne dans l’Entre-Deux-Guerres, M. Dumoulin, org., Lovaina, Académie Louvain-la-Neuve

Sterba, James P. Justice. Alternative Political Perspectives, Belmont, Wadsworth

Susser, Bernard Approaches to the Study of Politics, Basingstoke, Macmillan Press

Telo, Mário, Dir. Vers une Nouvelle Europe? Towards a New Europe?, Bruxelas, Éditions de l'Université de Bruxelles, 1992

Tenzer, Nicolas/ Delacroix, Rodolphe Les Élites et la Fin de la Démocratie Française, Paris, Presses Universitaires de France

Thurow, Lester C. Head to Head. The Coming Economic Battle Among Japan, Europe and America, Nova York, William Morrow & Co.

Tilly, Charles European Revolutions, 1992

Torstendahl, Rolf, Ed. State Theory and State History, Newbury Park, Sage Publications

Touraine, Alain Critique de la Modernité, Paris, Librairie Arthème Fayard, 1992 (trad. port. Crítica da Modernidade, Lisboa, Instituto Piaget, 1994).

Tucker, Robert C./ Andrickson, David C. The Imperial Temptation. The New World Order and America’s Purpose, Nova York, Council on Foreign Relations Press

Vanhanen, T. - On the Evolutionary Roots of Politics, Nova Delhi, Stirling

- Strategies of Democratization, Washington D. C., Crane Russak

Ward, Michael D. The New Geopolitics, Nova York, Gordon Breach Science Publishers


 

 


 

 

 

The End of History and the Last Man

 

fukuyama

 

wObra de Francis Fukuyama, marcada por um exacerbado etnocentrismo.

wContinuando os preconceitos racistas e anticatólicos da sociedade WASP, assentes no tradicional decsonhecimento do outro, fala numa tradição ibérica autoritária, patrimonial, católica, estratificada, corporativa e semi-feudal. Não consta que tenha lido Fernão Mendes Pinto, ou conhecido a biografia de São Francisco Xavier.

 

The United States and the End of Cold War

 

No mundo viveremos sempre entre a integração e a fragmentação, para utilizarmos os termos de J. L. Gaddis XE "Gaddis, J. L."  (1992). Seremos sempre um equilíbrio instável entre forças centrípetas, que apontam para a convergência, e forças centrífugas, que apontam para a divergência. O Estado soberano, contra o Estado-Nação; a mundialização, contra o identitarismo; a regionalização das integrações económicas e a globalização das economias, contra o proteccionismo e o autarcismo; para não falarmos da integração política, com o seu federalismo funcional, contra os princípios da cooperação política.

Porque tanto há uma globalização transnacional como uma fragmentação estadual, por vezes apoiada no inter-estadual. Porque os mundos da geoeconomia e da geo-finança enfrentam o da geopolítica. E muitos outros contraditórios se irão acumulando, até porque a ordem, como concórdia dos cânones discordantes, nunca foi unidimensionalidade, mas vida.

 


 
default_horizontal_line

 

 


 

 

1993

Da conclusão do Mercado único à procura da nova ordem internacional

A terceira onda da democracia

 

 

 

 


 

93clinton

 

Conclusão do Mercado único. Divisão da Checoslováquia. Após várias tentativas, Dinamarca aprova Maastricht. Câmara dos Comuns ratifica o Tratado de Maastricht. Entra em vigor o Tratado sobre a União Europeia. Termina o Uruguay Round. União Europeia, Partido Popular, TVI e PS vencendo autárquicas.

  Televisão privada, Plataforma de Esquerda e Manuel Monteiro

União Europeia, Partido Popular, TVI e PS vencendo autárquicas

 

Da conclusão do mercado único à procura da nova ordem internacional

 

A terceira onda da democracia

Maastricht, teledemocracia e operações mãos limpas

 

Do erro de Descartes à nova história de Portugal

Conclusão do Mercado único (Janeiro)

Divisão da Checoslováquia (Janeiro)

Após várias tentativas, Dinamarca aprova Maastricht (Março)

Câmara dos Comuns ratifica o Tratado de Maastricht (Agosto)

Entra em vigor o Tratado sobre a União Europeia (Novembro)

Termina o Uruguay Round (Dezembro)

Janeiro

O fim da Checoslováquia

Fevereiro

Operação mãos limpas

Eleições legislativas francesas. Vitória da direita (20 de Março de 1993 e 28 de Março)

Brasil em referendo aprovam a manutenção do regime republicano e o sistema presidencialista (21 de Abril)

 

EUA: Clinton abandona oficialmente o programa SDI, lançado por Reagan em 23 de Março de 1983.

 

João Paulo II visita a Albânia (25 de Abril)

Num segundo referendo, os cidadãos dinamarqueses pronunciam-se a favor da ratificação do Tratado da União Europeia (18 de Maio)

Embocadas na Somália contra os capacetes azuis (15 de Junho)

Confrontos na Nigéria. O general Ibrahim Babangida que anula os resultados das eleições legislativas acaba por ser derrubado (5 de Julho)

 

Acordo de paz na Libéria (25 de Julho)

 

Reunião do G7 em Tóquio (7 de Julho)

 

Morte do rei Balduíno* da Bélgica (31 de Julho)

Câmara dos Comuns ratifica o Tratado de Maastricht (2 de Agosto)

Acordos de Washington entre Yasser Arafat  e Itzhak Rabin (13 de Setembro)

Emboscada na Somália mata cerca de 18 americanos (3 de Outubro). Clinton, em 7 de Outubro, anuncia o reforço do dispositivo militar, mas também que todos os soldados norte-americanos, cerca de 28 000, abandonariam o território até 31 de Março de 1994. A esperança não era restaurada e a Somália ficava fragmentada entre os vários senhores da guerra.

Entra em vigor o Tratado de Maastricht sobre a União Europeia, quando se concluem os processos de ratificação do mesmo (1 de Novembro).

Nova constituição sul-africana (Nov. 18)

Conselho Europeu de Bruxelas aprova as orientações do Livro Branco da Comissão sobre a competitividade, o crescimento e o emprego e fixa a sede de várias instituições comunitárias (9-10 de Dezembro)

Entra em vigor o Tratado da União Europeia (1 de Novembro) e dá-se a chamada conclusão do Mercado Único (1 de Janeiro), enquanto o Conselho Europeu de Copenhaga adopta o princípio do alargamento aos países da Europa Central e Oriental (22 de Junho). Mas a chamada procura da  nova ordem internacional, depois do chamado fim da chamada guerra fria, e no começo da era Clinton, apenas demonstra que, afinal, não há nenhum fim da história nem, muito menos, qualquer fim do comunismo, até porque a República marxista-leninista-maoísta da China, que representa cerca de um quarto da humanidade, continua e o golpe de Moscovo ocorre nos dias 4 e 5 de Outubro, neste ano em que se comemora o centenário de Mao Tse Tung. Voltamos, de certa maneira, à  idade do nacionalismo, ao mesmo tempo que continuamos na procura dos grandes espaços, com nações em regime de secessão e nações em regime de unificação, com pan-germanismo, pan-arabismo e pan-eslavismo. Se se conclui o Uruguay Round do GATT e começa a falar-se numa organização mundial do comércio, ainda nos quadros da velha ordem, eis que a Europa entra em regime de pós-Maastricht, com o fim da euforia e o regresso de uma Realpolitik, novamente em alemão, com a Rússia a viver uma dialéctica que passa por Yeltsin e Jirinovski. Volta a guerra, especialmente em Angola e na Sérvia, recrudesce a peste, principalmente da SIDA, e continua o crescendo da fome, num tempo de interregno, com crise sem depressão, no chamado Ocidente. Guerras, mas sem guerra mundial e com regressão do terrorismo. Fome, sem grandes depressões, mas com a ajuda humanitária a falhar.

wNo ano em que se vive o ritmo do enigma europeu (Guilherme de Oliveira Martins), de uma Europa em transição (Guilhaudis), talvez um strange superpower (Buchanan), ou a última utopia (Dominique Wolton), de um projecto que vive entre o labirinto e a casa comum (Viriato Soromenho Marques), num fim do século que pode ser o começo da Europa (Robert Lafont) em tempo de The Work of Nations (Robert Reich) visando o capitalismo do século XXI. Se alguns querem preparar o século XXI (Paul Kennedy) e outros lamentam-se com o fim da democracia (Jean-Marie Guéhenno), há quem teorize o pós-liberalismo (John Gray) e a ilusão política para se reinventar a democracia (Manuel Jiménez Parga). Enquanto isto, o harvardiano Samuel Huntington fala na Third Wave da democracia, onde coloca o Portugal de 1974 como o ponto de partida para um processo libertador que vai levar ao fim do comunismo, ao mesmo tempo que Régis Debray analisa o Estado Sedutor e as revoluções mediológicas da política e que John Rawls teoriza Political Liberalism. Destaca-se, contudo, a publicação póstuma de um fundamental estudo de Hannah Arendt, Was ist Politik?, quando Zbigniew Brzezinski reconhece que estamos out of control, Yves Cannac fala no regresso do Estado e Danillo Castellano procura a racionalidade da política. O liberal brasileiro pensa nos Vícios Privados, Benefícios Públicos, retomando The Fable of Bees, e Gidon Gottlieb fala em Nation Against State, em tempo de conflitos étnicos e de declínio da soberania, de procura do localismo (Albert Mabileau), pandaemonium (Daniel Patrck Moynihan) e de nova Idade Média (Alain Minc). Entre nós, com Nuno Rogeiro a tentar a síntese sobre O que é a Política?, Boaventura Sousa Santos continua a marcar com Portugal. Um Retrato Singular e Vasco Pulido Valente destaca-se com Os Devoristas. Já Jacques Séguélla é inequívoco: L'Argent n'a pás d'Idées. Seules les Idées font l'Argent. David Allen Baldwin, Neorealism and Neoliberalism. The Contemporary Debate; Chris Brown International Relations Theory. New Normative Approaches; Barry Buzan, The Logic of Anarchy. From Neorealism to Structural Realism; Ernst-Otto Czempiel, Weltpolitik im Umbruch; Marcel Merle, Les Relations Internationales à l’Épreuve de la Science Politique. Mélanges Marcel Merle; Joseph Nye, Understanding International Conflicts. An Introduction to Theory and History; Volker Rittberger, Regime Theory and International Relations; James N. Rosenau, Global Voices. Dialogues in International Relations ; Jan Art Scholte, International Relations of Social Change; Pierre Weiss, Relations Internationales. Le Nouvel Ordre Mondial.

 

Andrade, Luís M. Vieira Neutralidade colaborante (dissertação de doutoramento), Adriano Moreira, pref., Ponta Delgada, 1993

Apter, David E. Pour l’État, Contre l’État, trad. fr., Paris, Éditions Oeconomica

Arendt, Hannah Was ist Politik?, 1993 (Qu’est ce que la Politique?, trad. fr., Ursula Ludz, ed., Sylvie Courtiner-Denamy, trad., pref., Paris, Éditions du Seuil, 1995).

Baldwin, David A. , Ed. Neorealism and Neoliberalism. The Contemporary Debate, Nova York, Columbia University Press

Beiner, Ronald/ Booth, James Kant and Political Philosophy. The Contemporary Legacy, New Haven, Yale University Press

Beschloss, Michael R./ Talbot, Strobe At the Highest Levels. The Inside Story of the End of the Cold War, Boston, Little, Brown & Co.

Birch, Anthony H. The Concepts and Theories of Modern Democracy, Londres, Routledge & Kegan Paul

Birnbaum, Pierre La France aux Français. Histoire des Haines Nationalistes, Paris, Éditions du Seuil

Blondel, Jean/ Muller-Rommel, F. Governing Together, Basingstoke, Macmillan Press

Bobbio, Norberto Thomas Hobbes and the Natural Law Tradition, Chicago, The University of Chicago Press

BRAUD, Philippe, Ed. La Violence Politique dans les Démocraties Européennes Occidentales, Paris, Éditions L’Harmattan

BROWN, Chris, Ed. Political Restructuring in Europe, Londres, Routledge & Kegan Paul

Brzezinski, Zbigniew Out of Control. Global Turmoil on the Eve of the 21st Century, Nova York, Collier Books

Buchanan, David Europe. L’étrange Superpuissance, trad. fr., Rennes, Éditions Apogée

Burgess, Michael/ Gagon, A. G., Eds. Comparative Federalism and Federation, Nova York, Harvester Press/Wheatsheaf Books

Butler, B. Réflexions sur l’Europe, Bruxelas

Buttigliione, Rocco «Il Problema Politico dei Cattolici», in Pollini, Pier Luigi, dir., Dottrina Sociale e Modernitá, Casale Monferrato, Piename

Buzan, Bert/ Jones, C./ Little, R. The Logic of Anarchy. From Neorealism to Structural Realism, Nova York, Columbia University Press

Campbell, David Politics Without Principle. Sovereignty, Ethics and the Narratives of Gulf War, Boulder, Lynne Rienner

Cannac, Yves Le Retour de l’État, Paris, Librairie Plon

Carré, Olivier - L’Islam Laïque, Paris, Librairie Armand Colin

- Le Nationalisme Arabe, Paris, Librairie Arthème Fayard

Castellano, Danillo La Razionalitá della Politica, Nápoles, Edizione Scientifiche Italiane

Cerny, Philip G., Ed. Finance and Worldpolitics. Markets, Regimes and States in the Post-Hegemonic Era, Cheltenham-Brookfield, Edward Elgar

Chagnollaud, Dominique/ Lacouture, Jean Le Désempire, Paris, Éditions Denoël

Chazel, François, Ed. Action Collective et Mouvements Sociaux, Paris, Presses Universitaires de France

Combs, James E./ Nimmo, Dan The New Propaganda. The Dictatorship of Palaver in Contemporary Politics, Harlow, Longman

Copp, David/ Hampton, Jean/ Roemer, John E. The Idea of Democracy, Cambridge, Cambridge University Press

Couloubaritsis, Lambros/ Leeuw, Marc/ Noel, Emile Sterckx Aux Sources de l’Identité Européenne, Bruxelas, Presses Interuniversitaires Européennes

Cubertafond, Alain Le Pouvoir, la Politique et l’État en France, Paris, Éditions Hachette

Dahrendorf, Ralf Ensaios sobre o Liberalismo, Lisboa, Editora Fragmentos,1993

Debray, Régis L’État Seducteur. Les Révolution Médiologiques du Pouvoir, Paris, Éditions Gallimard

Delumeau, Jean Le Fait Réligieux, Paris, Librairie Arthème Fayard

Diamond, Larry, Ed. Political Culture and Democracy in Developing Countries, Boulder, Lynne Rienner

Dufour, J. L./ Waisse, M. La Guerre au XXème Siècle, Paris, Éditions Hachette

Dworkin, R. M. Life’s Dominion, 1993

Eisenstadt, Schmuel N. - Absoption of New Immigrants in Israel, Irvington Publishers, 1993

- Social Change, Differentiation and Evaluation, Irvington Publishers, 1993

Elkin, Stephen L./ Soltan, Karol Edwards, Eds. A New Constitutionalism. Designing Political Institutions for a Good Society, Chicago, The University of Chicago Press

Elkins, Stanley/ Mckitrick, Eric The Age of Federalism. The Early American Republic (1788-1800), Oxford, Oxford University Press

Faye, Jean-Pierre Déraison antisemite et son langage, 1993

Ferriz, Rermedio Sánchez Introducción al Estado Constitucional, Barcelona, Ediciones Ariel

Flanagan, Scott Loyalty. An Essay on the Morality of Relationships, 1993

Flechter, Georgep. Loyalty.An Essay on the Morality of Relationships, Oxford, Oxford University Press

FONSCECA, Eduardo Gianetti Da Vícios Privados, Benefícios Públicos, 1993

Fowler, Robert Booth/ Orenstein, Jeffrey R. An Introduction to Political Theory. Toward the Next Century, Nova York, Harper Collins

Friedberg, Erhard Le Pouvoir et la Règle. Dynamiques de l’Action Organizée, Paris, Éditions du Seuil

Furtado, Celso A Fundação do Brasil, 1993

Gauchet, Marcel/ Manent, Pierre/ Rosanvallon, Pierre Situations de la Démocratie, Paris, Éditions Gallimard/éditions du Seuil

Gauthier, Claude L’Invention de la Societé Civile, Paris, Presses Universitaires de France

Gaxie, Daniel La Démocratie Répresentative, Paris, Editions Montchrestien, 1993

Gaxie, Daniel La Démocratie Répresentative, Paris, Éditions Montchrestien

Gill, Peter/ Ponton, Geoffrey Introduction to Politics, Oxford, Basil Blackwell Publishers

Goetz, Edward G./ Clarke, Susan E., Eds. The New Localism, Newbury Park, Sage Publications

Gottlieb, Gidon Nation Against State. A New Approach to Ethnic Conflicts and the Decline of Sovereignty, Nova York, Council on Foreign Relations Press

Goytisolo, Juan Vallet A Encruzilhada Metodológica Jurídica no Renascimento, a Reforma, a Contra-Reforma, trad. port., Lisboa, Edições Cosmos

Gray, John Post-Liberalism, 1993

Greenfeld, Liah Nationalism: Five Roads to Modernity, Cambridge, Massachussetts, Harvard University Press

Guéhenno, Jean-Marie La Fin de la Démocratie, Paris, Éditions Flammarion

Gunnel, John G. The Descent of Political Theory. The Genealogy of An American Vocation, Chicago, The University of Chicago Press

Gusdorf, Georges As Revoluções da França e da América. A Violência e a Sabedoria, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1993

Held, David Prospects for Democracy, Oxford, Polity Press

Holems, P. Stephen The Anatomy of Antiliberalism, Cambridge, Massachussetts, Harvard University Press

Holmes, Leslie The End of Communist Power. Anti-Corruption Campaigns and Legitimation Crisis, Oxford, Oxford University Press

Honig, Bonnie Political Theory and the Displacement of Politics, Ithaca, Cornell University Press

Huntington, Samuel P. The Third Wave. Democratization in the Late Twentieth Century, Norman, University of Oklahoma Press

Jackson, Robert H./ James, Alan States in a Changing World. A Contemporary Analysis, Oxford, Oxford University Press

Jeffrey, Charlie/ Sturm, Roland Federalism, Unification and European Integration, Newbury Park, Frank Cass Publishing Co.

Jones, H. S. The French State in Question, Cambridge, Cambridge University Press

Kedourie, Elie Nationalism, 4ª ed., Oxford, Basil Blackwell Publishers

Kelsen, Hans A Democracia, São Paulo, Martins Fontes

Kennedy, Paul Preparing for the Twenty-First Century, Nova York, Random House Publishers

Krieger, Joel The Oxford Companion to Politics of the World, Oxford, Oxford University Press

Laboueri, G. Stratégie. Refléxions et Variations, Paris, Éditions Addim

Lafont, Robert La Nation, l’État , les Régions. Reflexions pour un Fin de Siècle et un Commencement d’Europe, Paris, Berg International Éditeurs

Lairson, Thomas D./ Skidmore International Political Economy. The Struggle for Power and Wealth, Nova York, Harcourt Brace Jovanovich

Lawson, Kay The Human Polity. A Comparative Introduction to Political Science, Boston, Houghton Mifflin

Lebras-Chopard, Asmelle Théories de la Guerre, Paris, Éditions Montchrestien

Lequesne, C. Paris-Bruxelles. Comment se Fait la Politique Européenne de la France, Paris, Presses de la Fondation Nationale des Sciences Politiques

Lipson, Leslie The Great Issues of Politics. An Introduction to Political Science, 9ª ed., Englewood Cliffs, Prentice-Hall

Lloyd, Alexis/ Winkler, Antoine, Eds. L’Europe en Chantier, Paris, Éditions Hachette

Luhmann, Niklas Teoria Política en el Estado de Bienestar, trad. cast., Madrid, Alianza Editorial

Mabileau, Albert à la Recherche du Local, Paris, Éditions L’Harmattan

Mairet, Gérard Les Grandes Oeuvres Politiques. Introduction à la Théorie Politique, Paris, Librairie Générale Française

Marin, Louis Des Pouvoirs de l’Image, Paris, Éditions du Seuil

Maritain, Jacques L’Europe et l’Idée Fédérale  inéditos, 1940-1950), Paris, Éditions Mame

Marques, Viriato Soromenho Europa. Labirinto ou Casa Comum, Publicações Europa-América, 1993

Martins, Guilherme D'Oliveira O Enigma Europeu. Ensaios e Reflexões, Lisboa, Quetzal Editores

Memissi, Fatima Islam and Democracy. Fear of the Modern World, Reading, Massachussetts, Addison-Wesley

Mény, Yves - Les Politiques du Mimétisme International, Paris, Éditions L’Harmattan

- Politique Comparée. Les Démocraties, Paris, Éditions Montchrestien

Miall, Hugh Minority Rights in Europe. The Scope for Transnational Regimes, Londres, Pinter Publishers

Millon-Delsol, Chantal Le Principe de la Subsidiarité, Paris, Presses Universitaires de France

Minc, Alain - Le Média-Choc, Paris, Éditions Bernard Grasset

- Le Nouveau Moyen âge, Paris, Éditions Gallimard

Moreau-Defarges, Philippe Les Institutions Européennes, Paris, Librairie Armand Colin

Morin, Edgar/ Kern, Anne Brigitte Terra-Pátria, trad. port., Lisboa, Instituto Piaget

Moynihan, Daniel Patrick Pandaemonium. Ethnicity in International Politics, Oxford, Oxford University Press

Noiriel, C. La Tyrannie du National. Le Droit d’Asile en France. 1793-1993, Paris, Éditions Calmann-Lévy, 1991.

Novak, Michael The Catholic Ethic and the Spirit of Capitalism, Glencoe, The Free Press of Glencoe

Nunes, Manuel Jacinto De Roma a Maastricht, Lisboa, Dom Quixote, 1993

Oakeshott, Michael - Morality and Politics in Modern Europe. The Harvard Lectures, 1958, Shirley Robin Letwin, ed., New Haven, Yale University Press

- Religion, Politics and the Moral Life, Timothy Fuller, ed., New Haven, Yale University Press

Parenti, Michael Inventing Reality. The Politics of News Media, 2ª ed., Nova York, Saint Martin’s Press

Parga, Manuel Jiménez La Ilusión Política. Hay que Reinventar la Democracia?, Madrid, Alianza Editorial

Philippart, Eric, Ed. Nationalismes et Frontières dans la Nouvelle Europe. L’Impact Croisé, Bruxelas, Centre Facultaire de Recherches Internationales de l’Université Libre de Bruxelles/éditions Complèxe

Porter, Bruce War and the Rise of the State. The Military. Foundations of Modern Politics, Glencoe, The Free Press of Glencoe

Rawls, John Political Liberalism, Nova York, Columbia University Press, 1993 (trad. fr. Le Libéralisme Politique, Paris, Presses Universitaires de France, 1995).

Reich, Robert B. The Work of Nations, Nova York, Alfred A. Knopf, 1991 (O Trabalho das Nações. Preparando-nos para o Capitalismo do Século XXI, José Maria Castro Caldas, trad., Lisboa, Quetzal Editores, 1993).

Rémond, René La Politique n’est plus ce qu’Elle Était¸ Paris, Librairie Arthème Fayard

Rescher, Nicholas Pluralism. Against the Demand for Consensus, Oxford, Oxford University Press

Revel, Jean-François - Comment les Démocraties Finissent, Paris, Éditions Bernard Grasset

- L’Absolutisme Inneficace, Paris, Éditions Le Livre de Poche

- Le Regain Démocratique,  aris, Éditions Hachette

Ricci, David M. The Transformation of American Politics. The New Washington and the Rise of Think-Thanks, New Haven, Yale University Press

Richardson, Jeremy John Pressure Groups, Oxford, Oxford University Press

Rismeneanu, Vladimir Reinventing Politics. Eastern Europe from Stalin to Havel, Glencoe, The Free Press of Glencoe

Rocca, Jean-Louis La Corruption, Paris, Éditions Syros

Rogeiro, Nuno O que É a Política, Lisboa, Difusão Cultural

Rose, Richard Lesson-Drawing in Public Policy, Chatham, Chatham House Publishers

Ross, Marc Howard - The Culture of Conflict. Interpretations and Interests in Comparative Perspective, New Haven, Yale University Press

- The Management of Conflict. Interpretations and Interests in Comparative Perspective, New Haven, Yale University Press

Rothgeb Jr., John M. Defining Power. Influence and Force in the Contemporary International System, Nova York, Saint Martin’s Press

Sargent, Lyman Tower Contemporary Political Ideologies. A Comparative Analysis, 9ª ed., Belmont, Wadsworth

Sartori, Giovanni -«Totalitarianism, Model Mania and Learning from Error», in Journal of Theoretical Politics, vol. 5, n.º 1

- Democrazia. Cosa è, Milão, Rizzoli Editori

- La Democracia Despues del Comunismo, Madrid, Alianza Editorial

Scott, Allen J. Technopolis, Berkeley, University of California Press

Séguélla, Jacques L’Argent n’a pas d’Idées, Seules les Idées font de l’Argent, Paris, Éditions du Seuil

Seiler, Daniel-Louuis Les Partis Politiques, Paris, Librairie Armand Colin

Silva, Armano Barreiros Malheiro Miguelismo. Ideologia e Mito, Coimbra, Edições Minerva

Skocpol, Theda Protecting Soldiers and Mothers. The Political Origins of Social Policy in the United States, Cambridge, Massachussetts, Harvard University Press

Skowronek, Stephen The Politics Presidents Make. Leadership from John Adams to George Bush, Cambridge, Massachussetts, Harvard University Press

Subileau, F./ Toinet, M. F. Les Chemins de l’Abstention. Une Comparaison Franco-Américaine, Paris, Éditions La Découverte

Teixeira, António Fernando Dias A Natureza das Comunidades Europeias, Coimbra, Almedina, 1993

Toffler, Alvin/ Toffler, Heidi War and Anti-War, 1993 (Guerra e Anti-Guerra, trad. port., Lisboa, Livros do Brasil, 1994).

Vallespin Vuelta a la Tradición Classica, 1993

Walker, R. J. B. Inside/Outside. International Relations as Political Theory, Cambridge, Cambridge University Press

Wieviorka, Michel La Démocratie à l’épreuve. Nationalisme, Populisme, Ethnicité, Paris, Éditions La Découverte

Wolin, Richard, Ed. The Heidegger Controversy. A Critical Reader, Cambridge, Massachussetts, MIT Press

Wolton, Dominique La Dernière Utopie. Naissance de l’Europe Démocratique, Paris, Éditions Flammarion

Zorgbibe, Charles Histoire de la Construction Européenne, Paris, Presses Universitaires de France


 

 


 

 

 

Was ist Politik?

 

arendt

 

wA política, conforme as palavras de Hannah Arendt, não resulta de uma necessidade da natureza humana, como a fome ou o amor, nem sequer é uma instituição indispensável para a comunidade humana. Pelo contrário, ela começa precisamente onde o domínio das necessidades materiais e o da força física acabam. A política surge na praça pública, na agora ateniense ou no forum romano, nesse lugar onde os que são livres e iguais podem encontrar-se em qualquer momento, nesse lugar de encontro e de diálogo entre os homens livres. A política começou assim por ser a acção livre e a palavra livre, onde a palavra e a acção não estavam separadas. Aliás, aquele que levava a cabo grandes acções devia também ser capaz de proferir discursos em consonância. A política é assim o ser-um-com-o-outro e o falar-em-conjunto-àcerca-de-qualquer-coisa, o espaço público-político é para os gregos o espaço comum (koinon) onde todos se assemelham, é igualmente o único espaço no qual todas as coisas podem ser valorizadas tomando em consideração todos os seus aspectos. Desta forma, a democracia e a política, em vez da sabedoria dos filósofos, exigem a phronesis e, consequentemente, a persuasão e a comunicação mútuas. Assim, a persuasão tem a ver com o método tópico e argumentativo, onde se deve encarar uma coisa a partir de vários pontos de vista opostos e, depois, sob todos os seus aspectos, essa capacidade de ver realmente as coisas de diferentes perspectivas. É que, ver uma coisa de diferentes perspectivas equivale a ter várias pessoas a perspectivar o mesmo problema, dado que assim cada coisa aparece, de cada vez, sob diferentes perspectivas. o sentido da política é a liberdade. Assim, o sentido da política, e não o seu fim, consiste na circunstância dos homens livres, para além da violência, do constrangimento e do domínio, terem entre eles relações de iguais e não serem chamados a comandar e a obedecer senão quando pressionados pela coacção, isto é, em tempo de guerra. A política consiste assim em todos os assuntos deverem ser regidos pela discussão e pela persuasão mútua. Neste sentido, refere que a política nasce no espaço-que-está-entre-os-homens, num espaço intermediário, onde se desenrolam todos os negócios humanos, nesse espaço entre os homens que constitui o mundo. O sentido da política é a liberdade, no tal milagre da liberdade que quer dizer espontaneidade, isto é, o facto de cada homem poder ser um taumaturgo, poder começar uma série a partir de si mesmo, poder desencadear um processo a partir de si mesmo . Neste sentido, Arendt observa que o chefe político na Grécia era traduzido pela palavra archein que tanto queria dizer comandar como começar, isto é, aquele que é capaz de começar qualquer coisa, enquanto prattein significava o facto de conduzir ao seu termo uma coisa começada, no mesmo sentido da expressão latina agere o pôr qualquer coisa em movimento, isto é, desencadear um processo. Ver Qu'est ce que la Politique? [1993], estabelecimento do texto por Ursula Ludz, prefácio e tradução do alemão de Sylvie Courtiner-Denamy, Paris, Seuil, 1995.

 

Totalitarianism, Model Mania and Learning from Error  

 

 

Giovanni Sartori, vem utilizar outro modelo para a conceitualização do totalitarismo, fazendo nele imbricar as degenerescências do autoritarismo e da ditadura. Utilizando cada uma das três categorias como modelos abstractos, marcados por determinadas características, vem considerar que na realidade, os diversos regimes degenerados vão pontuando, segundo vários critérios, numa de três tipologias - totalitarismo (t), autoritarismo (a) e ditadura simples (d), conforme os critérios da ideologia, da penetração do Estado na sociedade civil, da coerção, da independência dos subgrupos dentro do Estado em causa, as políticas face a outros Estados, da arbitrariedade do poder, do centralismo do partido..  Quanto à ideologia, ela pode ser forte e totalística (t), não totalística (a) e irrelevante ou fraca (d). A penetração do Estado na sociedade civil pode ser extensiva (t), modesta (a) ou nenhuma (d). A coerção pode ser alta (t), média (a) ou média baixa (d). A independência dos subgrupos pode ser nenhuma (t), limitada a grupos políticos (a) ou permitida com excepções (d). As políticas face a outros grupos estaudais pode ser destrutiva (t), exclusivista (a) ou errática (d). A arbitrariedade pode ser ilimitada (t), dentro de limites prévios (a) ou errática (d). O centralismo do partido pode ser essencial (t), útil (a) ou mínimo ou nenhum (d). Segundo o critério da ideologia, entendida como um sistema de crenças idêntico ao de uma religião, uma interpretação substantiva do mundo ou uma simples forma mentis, a gradação passaria por um crescendo. Quanto à penetração do Estado (aparelho de poder) na sociedade civil, o totalitarismo seria aquele regime que destrói a separação entre o público e o privado. Já não estaríamos perante o L'État c'est moi, do despotismo esclarecido, mas antes naquilo que Trotski disse de Estaline: La Societé c'est moi. Mussolini, por exemplo, apesar de ter proclamado o tudo no Estado, nada fora do Estado, não passou da retórica, dado que na Itália fascista continuaram a florescer vários nichos de autonomia da sociedade civil..

O totalitarismo assumir-se-ia sempre como uma negação de uma concepção pluralista da sociedade. Seria, pelo menos, a destruição da crença no valor do pluralismo.

Já quanto ao critério da coerção ou mobilização, Sartori refere que a capacidade de mobilização tanto pode resultar da densidade organizacional como do fervor ideológico, sublinhando que a concentração do poder (isto é, a não separação dos poderes) não pode ser confundida com a respectiva centralização, da mesma forma como um sistema monista não tem que ser monolítico.

A este respeito, se C. J. Friedrich colocava como um dos elemento definidores do totalitarismo, um sistema policial terrorista (terrorist police system), já Sartori considera que o terror é contingente num sistema totalitário, não sendo uma característica necessária, porque quando o controlo totalitário entrou na rotina, o terror tornou-se supérfluo.

Quanto ao critério da arbitrariedade, Sartori define-o como o exacto contrário da rule of law, do Estado de Direito.

Aceitando o essencial desta perspectiva, acrescentaremos que são possíveis três concepções de totalidade política e, consequentemente três modelos de totalitarismo.

No Estado fascista e, em certo sentido, no absolutismo, é o Estado, qua tale, que domina e forma a sociedade, suprimindo a liberdade desta;

No Estado soviético, surge o Estado-Partido, primeiro, com Lenine, onde temos um partido totalitário visando a reconstrução total da sociedade, depois, com Estaline, com um Estado totalitário que subordinou totalmente a sociedade, e, finalmente, com Brejnev, onde surge um Estado totalmente estagnado, dominado por um partido totalitário corrupto.

Num terceiro modelo, como foi praticado pelo nazismo, o Estado e a Sociedade já se reúnem numa unidade nova, através de uma espécie de terceira força: o povo político formando um todo, através de um movimento que transforma o Estado num simples aparelho administrativo.

 

Preparing for the Twenty-First Century

 

 

 

wObra de Paul Kennedy onde este autor se distancia das teses que aceitam o protagonismo dos grandes homens na história, aceitando o chamado poder anónimo das grandes forças sociais. Os jogos de poder do que designa como Estados-Nações (tem como paradigmas a Grã Bretanha e os USA) estão a dar lugar aos choques tecnológicos, demográficos e ecológicos:  as comunidades, e até países inteiros, parecem ter cada vez menos controlo sobre o seu próprio destino. As estruturas de poder tradicionais estão confundidas  com taxas de fertilidade aquém da taxa natural de reposição, imigração ilegal e fluxos monetários maciços. Têm respostas insatisfatórias

 

La Fin de la Démocratie

 

 

wVivemos, com efeito, numa idade das redes (Jean-Marie Guéhenno), dado que a anterior relação dos cidadãos com o corpo político de um Estado, prisioneiro de uma concepção espacial de poder, com essa pretensão de combinar num quadro único, as dimensões política, cultural e económica, entrou em concorrência quase selvagem com a infinidade de conexões que eles estabelecem fora dele, de maneira que a política, longe de ser o princípio organizador da vida dos homens em sociedade, surge como uma actividade secundária.

 

L’État Séducteur. Les Révolutions  Médiologiques du Pouvoir

 

wRégis Debray propõe uma nova disciplina que não seria a moral nem a política, mas antes a mediologia, com a missão de explorar as vias e os meios da eficácia simbólica, decompondo-a na revolução fotográfica, na passagem do Estado do escrito ao Estado do écran e nas aventuras do índice.

 

The Clash of Civilizations

 

Huntington

 

wBastou, contudo, um simples artigo de Samuel Huntington, publicado no Verão de 1993, na revista Foreign Affairs, para logo se reconhecer uma guerra latente, uma clash of civilizations, talvez por causa dos cristãos ortodoxos europeus reclamarem paridade com os Ocidentes dos católicos, dos protestantes e dos maçons. Isto é, para logo voltarmos a certo etnocentrismo que, mais recentemente, foi agravado pelo episódio das Twin Towers e pela consequente retaliação sobre o regime taliban. The Clash of Civilizations and the Remaking of World Order, Nova York, Simon and Schuster, 1996.

 

Inside/Outside. International Relations as Political Theory

 

wUm dos campeões da desconstrução da disciplina de relações internacionais é R. B. d. Walker XE "Walker, Rob" , numa profunda crítica a realistas e neo-realistas, principalmente pela análise que faz do dogma central do princípio da soberania, ou da oposição Inside/Outside, preferindo alinhar nos que, superando-a, pesquisam as lutas pela justiça mundial e pela ordem mundial. Desta escola nos vêm profundas sugestões para uma reinterpretação da crise do Estado soberano, que só poderão ser verdadeiramente compreendidas quando se ultrapassarem as tradicionais dicotomias dos grandes debates das relações internacionais. Porque as divisões entre utópicos e realistas, ou entre os cientificistas e os tradicionalistas, ambas assentam no dualismo interior/exterior. Aliás, a velha tese sobre a existência de um corpo coerente de realistas, desde os gregos a Morgenthau XE "Morgenthau, Hans J." , passando por Maquiavel XE "Maquiavel, Nicolau"  e Hobbes XE "Hobbes, Thomas" , que constituiriam a coluna vertebral da cientificidade do político e da análise das relações internacionais, acaba por ser um mito e uma homenagem à verdadeira essência idealista do processo, dado que os chamados realistas apenas são os contraditores dos reais construtores da ciência, aqueles a quem chamam idealistas. Neste sentido, o pós-modernismo acaba por aproximar-se de algumas reivindicações dos chamados neoclássicos, dos que negam a existência de fronteiras entre a teorização da ciência política e das relações internacionais. Porque uma verdadeira teoria política não se reduz à análise do fenómeno do poder no interior dos Estados existentes, exigindo uma perspectiva global do mesmo. Aliás, os mais neoclássicos e globalistas nem sequer admitem compartimentos estantes entre o político e o jurídico, reclamando que tanto o direito como a política se unificam pela axiologia do justo, ao considerarem a justiça como o princípio comum aos dois campos. E as recentes preocupações da globalização, ou mundialização, ao exigirem um político global, apontam para o regresso à semente de polis e dizem que o alargamento quantitativo do fenómeno tem de ser enquadrado pela simplicidade qualitativa do mesmo perspectivismo, regressando-se à literatura clássica de Platão XE "Platão"  e Aristóteles XE "Aristóteles"  e aos neopolíticos e repúblicos da Baixa Idade Media e do renascentismo. O mesmo Walker XE "Walker, Rob"  assume também uma posição de quase sátira face aos chamados wallersteinianos que, em torno da globalização, trataram de reeditar categorias absurdas, quando binarizaram os movimentos bons e maus, em torno do processo, falando na lógica dos movimentos críticos, ou sociais, contra os movimentos convencionais, ou reaccionários. Que, na globalização, de um lado, estão os povos, em manifestações de rua, e, do outro, os Estados, em cimeiras. Que, de um lado, estão os iluminados movimentos críticos, que transformam em slogans alguns artigos científicos da seita e, do outro, as elites, a soldo do capital, da tríade e das multinacionais, pelo que importaria ouvir os movimentos, através de descodificadores dos comícios ou da assinatura de jornais e revistas, onde os respectivos líderes proclamam o caminho e a verdade.

 


 

 


 

 

 

1994

Da organização mundial do comércio ao limiar da esperança?

 

 

 

 

 

 

 

 


 

mai

Entra em vigor o Espaço Económico Europeu. Crise dos Grandes Lagos e genocídio no Ruanda. Começo da segunda etapa da União Económica e Monetária. Começa o processo Craxi, em Itália. Acordo sobre a adesão à U.E. da Áustria, Finlândia, Suécia e Noruega. Assinatura do acordo para a instauração da OMC. Inaugurado o túnel sob a Mancha. Mandela toma posse como presidente da África do Sul. Posse do governo de Berlusconi em Itália. Federação da Rússia assina o acordo de parceria para a paz com a NATO. Fernando Henrique Cardoso vence as eleições no Brasil. Kohl vence as eleições na Alemanha. Chissano vence as eleições em Moçambique. Tropas russas iniciam a invasão da Tchetchénia. Guerra das portagens,  soarismo no bloqueio e tabu de Cavaco

· Entra em vigor o Espaço Económico Europeu (Janeiro)

· Começo da segunda etapa da União Económica e Monetária (Janeiro)

· Começa o processo Craxi, em Itália (Janeiro)

· Acordo sobre a adesão à U.E. da áustria, Finlândia, Suécia e Noruega (Março)

· Assinatura do acordo para a instauração da OMC (Abril)

· Inaugurado o túnel sob a Mancha (Maio)

· Mandela toma posse como presidente da áfrica do Sul (Maio)

· Posse do governo de Berlusconi em Itália (Maio)

· Federação da Rússia assina o acordo de parceria para a paz com a NATO (Junho)

· Fernando Henrique Cardoso vence as eleições no Brasil (Outubro)

Kohl vence as eleições na Alemanha (Outubro)

· Chissano vence as eleições em Moçambique (Outubro)

· Tropas russas iniciam a invasão da Tchetchénia (Dezembro)

· Entra em vigor o Espaço Económico Europeu (Janeiro)

· Começo da segunda etapa da União Económica e Monetária (Janeiro)

· Começa o processo Craxi, em Itália (Janeiro)

· Acordo sobre a adesão à U.E. da áustria, Finlândia, Suécia e Noruega (Março)

· Assinatura do acordo para a instauração da OMC (Abril)

· Inaugurado o túnel sob a Mancha (Maio)

· Mandela toma posse como presidente da áfrica do Sul (Maio)

· Posse do governo de Berlusconi em Itália (Maio)

· Federação da Rússia assina o acordo de parceria para a paz com a NATO (Junho)

· Fernando Henrique Cardoso vence as eleições no Brasil (Outubro)

Kohl vence as eleições na Alemanha (Outubro)

· Chissano vence as eleições em Moçambique (Outubro)

· Tropas russas iniciam a invasão da Tchetchénia (Dezembro)

Janeiro

NAFTA, EEE e UEM, ou a globalização financeira

Fevereiro

Sérvios espingardeiam Sarajevo

Março

A revolução italiana

Abril

A criação da Organização Mundial do Comércio e o genocídio no Ruanda

Maio

Entre Berlusconi e Mandela

Junho

Rússia e NATO em parceria para a paz

Julho

A Europa de Santer

Agosto

Cessar fogo na Irlanda do Norte

Setembro

Aristide volta ao Haiti

Outubro

Entre Kohl e Fernando Henrique Cardoso

Novembro

O Instituto Monetário Europeu

Dezembro

A questão tchetchena

No processo de liquidação da Guerra fria, importa salientar a cimeira da NATO em Bruxelas, onde é aprovado o  acordo de parceria para a paz, com o consequente congelamento da adesão dos países de Leste que a haviam requerido (10 de Janeiro), a fim da não se irritar uma Rússia, cuja Duma aprova amnistia geral sobre o golpe de Agosto de 1991 (26 de Fevereiro). O acordo entre a NATO e a Federação da Rússia, onde este Estado é reconhecido como potência europeia, internacional e nuclear maior, é assinado em 22-06, pouco depois de Soljenitsine regressar à pátria, depois de vinte anos de exílio (27 de Maio). Começa a segunda etapa da União Económica e Monetária e entra em vigor o Espaço Económico Europeu (01 de Janeiro), enquanto surge o acordo sobre a adesão à União Europeia da Áustria, Finlândia, Suécia e Noruega (30 de Março) e se fazem as quartas eleições para o Parlamento Europeu (9/12 de Junho). Acresce que, com o fim do Uruguay Round do GATT, institui-se a Organização Mundial do Comércio, na difícil caminhada para uma geo-economia regulada, assinando-se tal acordo em Marraqueche (16 de Abril). Entretanto Bill Clinton encontra-se com Ieltsine em Moscovo (13 de Janeiro), prometendo-lhe apoio financeiro para a transição.

wNo ano da morte de Karl Popper,  não reparamos na tentação imperial da Europa (Michel Pinton) e de pouco nos serve a obra de Norberto Bobbio sobre Destra e Sinistra, porque nos sentimos em tempo de end of isms (Aleksandzas Shtromas). Quando Samir Amin reconhece que a etnia está a assaltar as nações, intensificando-se o etnonacionalismo (Walker Connor) e há, cada vez mais, um Estado-Estratega (Bauby e Boual), importa defender a diversidade (Foster e Herzog), para se atravessar o limiar da esperança (João Paulo II).

wNo tocante a relações internacionais: A. J. R. Groom, Contemporary International Relations. A Guide to Theory; Fred Haliday, Rethinking International Relations; Manuel Gonçalves Martins XE "Martins, M. Gonçalves" , Relações Internacionais. Reflexões; Reinhard Meyers, Politikwissenschaft III. Internationale Politik; Gustavo Palomares Lerma, Teoría y Concepto de las Relaciones Internacionales. Relaciones Internacionales; Jean-Jacques Roche, Théorie des Relations Internationales; Claire Turenne Sjolander, Critical Reflections on International Relations; Charles Zorgbibe, Les Relations Internationales.

Albouy, Serge

 arketing et Communication Politique

Alford, C. Fred Group Psychology and Political Theory

Amin, Ash, Ed. Post-Fordism. A Reader

Amir, Samir/ Vansy, Joseph L’éthnie à l’Assaut des Nations

Anderson, Leslie E. Political Ecology and the Modern Peasant

Apter, David Political Development and the New Realism in Sub-Saharan Africa,

Revolutionary Discourse in Mao’s Republic,

Apter, David/ Andrain, Charles F. Political Protest and Social Change,

Attali, Jacques Europe(s)

Badie, Bertrand/ Birnbaum, Pierre/ Braud, Philippe/ Hermet, Guy Dictionnaire de la Science Politique et des Institutions Politiques

Baechler, Jean Précis de Démocratie

BALL, Terence, Ed. Reappraising Political Theory. Revisionists Studies in the History of Political Thought

Baradat, Leon P. Political Ideologies. Their Origins and Impact

Barre-Kriegel, Blandine Les Chemins de l’État

La Politique de la Raison

- Les Chemins de l’État

 - Propos sur la Démocratie. Essais sur un Idéal Politique

Bauby, Pierre/ Boual, Jean-Claude L’État-Stratège. Le Retour de l’État

Baudouin, Jean La Philosophie Politique de Karl Popper

Baxter-Moore, Nicholas/ Carrol, Terrence/ Church, Roderick Studying Politics. An Introduction to Arguments and Analysis

Beaud, Olivier La Puissance de l’État

Birnbaum, Pierre Fractures de l’État-Nation

Bobbio, Norberto Destra e Sinistra. Ragioni di una Distinzione Politica

Direita e Esquerda. Razões e Significados de uma Distinção Política

Bossuat, Gérard Les Fondateurs de l’Europe

Bossuat, Gérard/Girault, René Europe Brisée. Europe Retrouvée. Nouvelles Refléxions sur l’Unité Européenne au XXème Siècle

Bouretz, Pierre La Théorie de l’État et du Droit chez Max Weber

Bourjol, Maurice Intercomunalité et Union Européenne

Budge, Ian/ Klingemann, Hans/ Hofferbert, Richard I. Parties, Policies and Democracy

BURGI, Noelle, Ed. Fractures de l’État-Nation

Canovan, Margaret Hannah Arendt. A Reinterpretation of Her Political Thought

Charlot, Jean La Politique en France

Châtelet, François/ Pisier-Kouchner, Evelyne/ Duhamel, Olivier Histoire des Idées Politiques

História das Ideias Políticas

Chevalier, Jacques Identité Politique

Chilcote, Ronald H. Theories of Comparative Politics

Collet, André Histoire de la Stratégie Militaire depuis 1945

Connor, Walker Ethnonationalism. The Quest for Understanding

Cord, Robert L./ Roskin, Michael G./ Medeiros, James A./ Jones, Walter S. Political Science. An Introduction

Costa-Lascoux, Jacqueline Fractures de l’État-Nation

Daly, Markate Communitarianism. A New Public Ethics

Delmas-Marty, Mireille Pour un Droit Commun

Déloye, Yves - École et Citoyenneté. L’Individualisme de Jules Ferry à Vichy. Controverses

- État, Nation et Identité Nationale. Pour une Clarification Conceptuelle

Fractures de l’État-Nation

Devigne, Robert Recasting Conservatism. Oakeshott, Strauss and the Response to Postmodernism

Dumont, René Misère et Chômage. Libéralisme ou Démocratie

Duverger, Maurice Europe des Hommes

A Europa dos Cidadãos

Egerton, George, Ed. Political Memoir. Essays on the Politics of Memory

Ethridge, Marcus E./ Handelman, Howard Politics in a Changing World. A Comparative Introduction to Political Science

Faye, Jean-Pierre Le Piège. La Philosophie Heideggerienne et le Nazisme

Fernandes, António José A União Europeia de Maastricht. Federação, Confederação, ou Comunidade de Estados?

Ferry, Luc Des Animaux et des Hommes

Foster, Lawrence/ Herzog, Patricia Defending Diversity. Contemporary Philosophical Perspectives on Pluralism and Multiculturalism

Funderburk, Charles/ Thobaben, Robert G. Political Ideologies. Left, Center, Right

Gellner, Ernest - Conditions of Liberty. Civil Society and Its Rivals

- Encounters with Nationalism

George, Jim Discourses of Global Politics. A Critical (Re)Introduction to International Relations

Girault, René, Ed. Identité et Conscience Européennes au XXème Siècle

Gore, Albert Reiventar a Administração Pública, Relatório sobre o Estado da Administração Americana e as Opções Fundamentais para a sua Reforma

Goyard-Fabre, Simone La Construction de la Paix ou Le Travail de Sisiphe

Goyard-Fabre, Simone Pufendorf et le Droit naturel

Green, Donald P./ Shapiro, Ian  Pathologies of Rational Choice Theory. A Critique of Applications in Political Science

Grosser, Alfred Les Pays de l’Europe Occidentale

Guigou, Élisabeth Pour les Européens

Hauss, Charles Comparative Politics. Domestic Response to Global Changes

Hermstein, Richard J./ Murray, Charles The Bell Curve. Intelligence and Class Structure in American Life

Heywood, Andrew Political Ideas and Concepts. An Introduction

HOOSON, David, Ed. Geography and National Identity

Howlett, Michael/ Laycock, David The Puzzles of Power. An Introduction to Political Science

Jasay, Anthony L’État. La Logique du Pouvoir Politique

João Paulo II Atravessar o Limiar da Esperança

Knock, Thomas J. To End All Wars. Woodrow Wilson and the Quest for a New World Order

Lamarque, Gilles Le Lobbying

Leclercq, Claude Sociologie Politique

Marshall, John John Locke. Resistance, Religion and Responsability

Martin, Pierre Les Systèmes Électoraux

Mckenzie, Evan Privatopia. Homeowner Associations and the Rise of Residential Private Government

Mclaughlin, Jim/ Davidson, Gordon Spiritual Politics

Michel, P. Politique et Religion. La Grande Mutation

Minc, Alain L’Ivresse Démocratique

Monteiro, Manuel, Dir. Viva Portugal. Uma Nova Ideia para a Europa

Morrow, James D. Game Theory for Political Scientists

Muller, Wolfgang/ Wright, Vincent The State in Western Europe. Retreat or Redefinition?

Nefontaine, Luc La Franc-Maçonnerie, une Fraternité Revelée

Palan, Ronen P./ Gils, Barry Transcending the State-Global Divided. A Neostructuralist Agenda in International Relations

Perrinau, Pascal, Ed. L’Engagement Politique. Déclin ou Mutation?

Peyrefitte, Alain C’était De Gaulle

Pierson, Paul Dismantling the Welfare State. Reagan, Thatcher and the Politics of Retrenchment

Pinkney, Robert Democracy in the Third World

Pinton, Michel L’Europe de Bruxelles ou la Tentation Impériale

Pitch, Robert, Ed. L’Identité Européenne. Analyses et propositions pour le Renforcement d’une Europe Pluraliste

Quermonne, Jean-Louis Le Système Politique de l’Union Européenne

Randall, Stephen J./ Gibbins, Roger, Eds. Federalism and the New World Order

Root, Hilton L. La Construction de l’État Moderne en Europe. La France et l’Angleterre

Rootes, C. A New Europe? Social Change and Political Transformation

Rouban, Luc Le Pouvoir Anonyme. Les Mutations de l’État à la Française

Rubins, Charles T. The Green Crusade. Rethinking the Roots of Environmentalism

Sabourin, Paul L’État-Nation face aux Europes

Salamé, Ghassan Démocraties sans Démocrates

Scheter, Darrow Radical Theories. Paths Between Marxism and Social Democracy

Schmeil, Yves La Science Politique

Schnapper, Dominique La Communauté des Citoyens. Sur l’Idée de Nation

Schwartz, Herman M. States Versus Markets

Seidman, Steven The Postmodern Turn. New Perspectives in Social Theory

Shefter, Martin Political Parties and the State. The American Historical Experience

Shtromas, Aleksandzas The End of Isms. Reflections on the Fate of Ideological Politics After Communism’s Collapse

Simmons, A. John The Lockean Theory of Rights

Skocpol, Theda Social Revolutions in the Modern World

Sormann, Guy Capitale, Suite et Fins

Spruyt, Hendrik The Sovereign State and Its Competitors. An Analysis of Systems Change

Taguieff, Pierre-André Sur la Nouvelle Droite. Jalons d’une Analyse Critique

Tenzer, Nicolas Philosophie Politique

Terestchenko, Michel Philosophie Politique

Toulemont, Robert La Construction Européenne. Histoire, Acquis, Perspectives

Touraine, Alain Qu’est ce que la Démocratie?

Villiers, Philippe La Societé de Connivence

Vincent, Jean-Marie  Fractures de l’État-Nation

Wallis, Jim The Soul of Politics


 

 

 

 

 


 

Qu'est ce que la Démocratie? 

 

wAlain Touraine considera que a democracia pode degradar-se num supermercado político. É preciso definir a democracia não como o triunfo do universal sobre os particularismos, mas como o conjunto das garantias institucionais que permitem combinar a unidade da razão instrumental com a diversidade das memórias, a troca com a liberdade.

 

Death by Government

 

wR. J. Rummel XE "Rummel, R. J."  utiliza a categoria democídio  dara qualificar o massacre de de civis, prisioneiros de guerra, refugiados em trânsito e  mortos em campos de concentração, uma forma de violência colectiva, abrangendo o genocídio (o massacre por motivos rácicos, étnicos, religiosos ou linguísticos), o politicídio (massacre de adversários políticos) e o mero assassinato de massas, que, no século XX,  produziu cerca de 200 milhões de mortos: URSS (62); China maoísta (35); Alemanha nazi (21); China nacionalista (11); Japão (6); Cambodja (2); Turquia (1,8); Vietname (1,7); Polónia e Checoslováquia (1,6 no episódio da expulsão dos alemães em 1944/45); Paquistão (1,5); Jugoslávia (um milhão); Coreia do Norte (1,6) e México (1,4).

 


 

 


 

 

 

1995

Do Windows de Bill Gates à desordem internacional

 

 

 

 


 

ag

 

Entra em vigor a Convenção de Schengen.. Chirac presidente. Queda de Grozny. Derrota de Walesa. Assassinato de Rabin. Acordo de Dayton para a paz nos Balcãs. Renúncia de Cavaco, vitória eleitoral do PS de Guterres e CDS a tornar-se Partido Popular. Fim do cavaquismo e do soarismo. Eleição nº82 (1 Out. 1995)

Janeiro

Nasce a Europa dos Quinze e guerra entre a Bósnia e a Croácia

Fevereiro

Crise da moeda mexicana

Março

O medo do gás sarin

Abril

Massacre no Ruanda

 Jacques Chirac vence as eleições presidenciais francesas, derrotando o socialista Lionel Jospin (7 de Maio)

Junho

Cannes, a caminho da moeda única europeia

Julho

Major mantém-se na liderança dos conservadores

Agosto

Bill Gates e o Windows 95

Setembro

A ciência global da demografia

Outubro

Cessar-fogo na Bósnia

Novembro

A paz de Dayton

Dezembro

Entre o baptismo do euro e a paz nos Balcãs

wNo ano da morte de Miguel Torga, quando é lançado o software do Windows 95 , Bill Clinton funda o Democratic Leadership Council para eliminar o esquerdismo liberal que domina os democratas desde 1972, procurando recentrar o partido na classe média. Defende assim os novos democratas, tal como Blair defende o new labour. Em tempo de desordem internacional (Bertrand Badie), quando muitos se preocupam teoricamente com o cerco da democracia pela corrupção (Donatella Della) e pela tirania da maioria (Lani Guinier), Francis Fukuyama procura a confiança (trust) como fundamento do político e regressa a ideia radical, como algo que está para além da esquerda e da direita (Anthony Giddens), em tempo de comunitarismo (Amitai Etzioni) e de neoconservatives (Mark Gerson e Irving Kristol), quando Kenichi Ohmae fala no fim do Estado e na emergência da economia regional. Acabada a guerra fria, quando todos falam em globalização, Eric J. Hobsbawm caracteriza o período posterior a 1914, como a age of extremes. Boaventura Sousa Santos edita Towards a New Common Sense, Francisco Lucas Pires reflecte sobre Portugal e oFuturo da União Europeia e Almerindo Lessa deixa-nos No Tempo do Meu Espaço, no Espaço do Meu Tempo.

wEntre as obras de relações internacionais: Charles W. Kegley com Controversies in International Relations Theory. Realism and the Neoliberal Change, bem como Ken Booth e Steve Smith com International Relations Theory Today. Outras obras de 1995: Robert J. Art, International Politics. Enduring Concepts and Contemporary Issues; Esther Barbé, Relaciones Internacionales; Ken Booth, International Relations Theory Today; Eugene Brown, The Contours of Power. An Introduction to Contemporary International Relations; James Der Derian XE "Der Derian, James" , International Theory: Critical Investigations; Joshua S. Goldstein, International Relations; Friedrich Kratochwil, The Return of Culture and Identity in International Relations Theory; Manuel Gonçalves Martins XE "Martins, M. Gonçalves" , Relações Internacionais. Política Internacional ; Marcel Merle, Bilan des Relations Internationales Contemporaines ; Mark Neufeld, The Restructuring of International Relations Theory; José Manuel Pureza, O Património Comum da Humanidade. Rumo a um Direito Internacional da Solidariedade?; Marc Richir, Nouvelles Frontières des Relations Internationales dans l'Après Guerre Froide ; James N. Rosenau, Thinking Theory Throughly. Coherent Approach to a Incoherent World; Hans Peter Schwartz e Karl Kaiser, Die neue Weltpolitik; Serge Sur, Relations Internationales

Alesina, Alberto/ Spolaore, Enrico On the Number and Size of Nations, Cambridge, Massachussets, March

Almond, Gabriel A./ Powell, G. Bingham - Comparative Politics. A Theoretical Framework, 2ª ed., Nova York, Harper Collins

- Comparative Politics Today. A World View, 6ª ed., Nova York, Harper Collins

Altschull, J. Herbert Agents of Power. The Media and Public Policy, 2ª ed., Harlow, Longman

Andrain, Charles F. Comparative Political Systems. Policy Performance and Social Change, Nova York, M. E. Sharpe

Art, Robert J./ Jervis, Robert International Politics. Enduring Concepts and Contemporary Issues, 4ª ed., Nova York, Harper Collins

Badie, Bertrand La Fin des Territoires. Essai sur le Désordre International et sur l’Utilité Sociale du Respect, Paris, Librairie Arthème Fayard

Ball, Terence/ Dagger, Richard - Ideals and Ideologies. A Reader, 2ª ed., Nova York, Harper Collins

- Political Ideologies and the Democratic Ideal, 2ª ed., Nova York, Harper Collins

Barry, Brian Justice as Impartiality, Oxford, Oxford University Press

Bartelson, Jens A Genealogy of Sovereignty, Cambridge, Cambridge University Press

BEINER, Ronald, Ed. Theorizing Citizenship, Albany, State University of New York Press

BERBEROGLU, Berch, Ed. The National Question. Nationalism, Ethnic Conflict and Self Determination in the Twentieth Century, Filadélfia, Temple University Press

Bodinat, Henri L’État, Parenthèse de l’Histoire, Paris, Éditions PAU

Boesche, Roger Theories of Tyranny. From Plato to Arendt, University Park, The Pennsylvania State University Press

Booth, Ken/ Smith, Steve, Eds. International Relations Theory Today, University Park, The Pennsylvania State University Press

Borges, Paulo Alexandre Esteves A plenificação da História em Padre António Vieira. Estudo sobre a ideia de Quinto Império na defesa perante o Tribunal do Santo Ofício, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda

Bradley, Gerard V./ Grasso, Kenneth L./ Hunt, Robert, Eds. Catholicism, Liberalism and Communitarianism. The Catholic Intellectual Tradition and the Moral Foundations of Democracy, Lanham, Rowman & Littlefield

Breiner, Peter Max Weber and Democratic Politics, Cornell University Press

Brown, Eugene/ Snow, Donald M. The Contours of Power. An Introduction to Contemporary International Relations, Nova York, Saint Martin’s Press

Bunck, Julie Marie/ Fowler, Michael Ross Law, Power and the Sovereign State. The Evolution and Application of the Concept of Sovereignty, University Park, The Pennsylvania State University Press

Camby, Jean-Pierre Le Financement de la Vie Politique, Paris, Éditions Montchrestien

Camilleri, Joseph A./ Jarvis, Anthony P./ Paolini, Albert J. The State in Transition. Reimagining Political Space, Boulder, Lynne Rienner

Canavan, Francis The Pluralist Game. Pluralism, Liberalism and the Moral Conscience, Lanham, Rowman & Litllefield

Cazeneuve, Jean Personne et la Societé, 1995

Champney, Leonard Introduction to Quantitative Political Science, Nova York, Harper Collins

Clark, Samuell State and Status, The Rise of the State and Aristocratic Power in Western Europe, Montreal, Queen’s University Press

Cohen-Tanugi, Laurent Le Choix de l’Europe, Paris, Librairie Arthème Fayard

Cole, Richard L. Introduction to Political Science and Policy Research, Nova York, Saint Martin’s Press

Commission On Global Governance Our Global Neighborhood. The Report of the Commission on Global Governance, Oxford, Oxford University Press

Darnovsky, Marcy/ Epstein, Barbara/ Flacks, Richard Cultural Politics and Social Movements, Filadélfia, Temple University Press

Delamaide, Darrel The New Superregions of Europe, Nova York, First Plume Printing

Della, Donatella Démocratie et Corruption en Europe, Paris, Éditions La Découverte

Deluca, Tom The Two Faces of Political Apathy, Filadélfia, Temple University Press

Derber, Charles What’s Left? Radical Politics in the Postcommunist Era, Boston, University of Massachusetts Press

Diamond, Larry/ Linz, J. Juan/ Lipset, Seymour Martin Politics in Developing Countries. Comparing Experiences with Democracy, 2ª ed., Boulder, Lynne Rienner

Dors, Alvaro Derecho y Sentido Comun, 1995

Dryzek, John S./ Farr, James/ Leonard, Stephen Political Science in History. Research Programs and Political Tradition, Cambridge, Cambridge University Press

Duhamel, Alain La Politique Imaginaire, Paris, Éditions Bernard Grasset

Duhamel, Olivier Les Démocraties, Paris, Éditions du Seuil

Dunn, John Contemporary Crisis of the Nation-State, Oxford, Basil Blackwell Publishers

Durand, Jean-Dominique L’Europe de la Démocratie Chrétienne, Paris, Éditions Complèxe

Durfee, Mary H./ Rosenau, James N. Thinking Theory Thoroughly. Coherent Approach to a Inchoerent World, Boulder, Westview Press

Duverger, Maurice L’Europe dans tous ses États, Paris, Presses Universitaires de France

Dye, Thomas R. Introduction to Politics, Chicago, Nelson A. Hall Co.

Dyke, Vernon Van Introduction to Politics, 1995

Easton, David/ Gunnel, John G./ Stein, Michael B., Eds. Regime and Discipline. Democracy and the Development of Political Science, Ann Arbor, University of Michigan Press

Edelman, Murray From Art to Politics, 1995

Eggers, William D./ O'leary, John Revolution at the Roots. Making our Government Smaller, Better and Closer to Home, Glencoe, The Free Press of Glencoe

Eisenberg, Avigail I. Reconstructing Political Pluralism, Albany, State University of New York Press

Eisenstadt, Schmuel N. Power, Trust and Meaning. Essays in Sociological Theory and Analysis, 1995

Epstein, Richard A. Bargaining with the State, Princeton, Princeton University Press

Ettinger, Elzbieta Hannah Arendt. Martin Heidegger, New Haven, Yale University Press

Etzioni, Amitai, Ed. Rights and the Common Good. The Communitarian Perspective, Nova York, Saint Martin’s Press

Evans, Peter Embedded Autonomy. States and Industrial Transformation, Princeton, Princeton University Press

Fernandes, António José - Direito Institucional Europeu, Braga, Livraria Bertrand/Livraria Cruz

Ferreyrolles, Gérard Les Reines du Monde. L'Imagination et le Coutume Chez Pascal, Paris, Champion Honoré, 1995

Ferry, Luc Morales Laiques. Morales Sans Transcendance?, 1995

Finer, Samuel E. Comparing Constitutions, 1995

Fishkin, James S. The Voice of the People. Public Opinion and Democracy, New Haven, Yale University Press

Fukuyama, Francis Trust. The Social Virtues and the Creation of Prosperity, Glencoe, The Free Press of Glencoe

Furet, François Le Passé d’une Illusion, Paris, Éditions Calmann-Lévy

Garcia, Antônio Pensamento Contemporâneo, Rio de Janeiro

Gaus, Gerald F. Justificatory Liberalism. An Essay on Epistemology and Political Theory, Oxford, Oxford University Press

Gellner, Ernest Anthropology and Politics. Revolutions in Sacred Grove, Oxford, Basil Blackwell Publishers

Gerson, Mark The Neoconservative Vision. From Cold War to the Culture Wars, Lanham, Rowman & Littlefield

Giddens, Anthony - Beyond Left and Right. The Future of Radical Politics, Stanford, Stanford University Press

- Politics, Sociology and Social Theory. Encounters with Classical and Contemporary Social Thought, Stanford, Stanford University Press

Gleason, Abbot Totalitarianism. The Inner History of Cold War, Oxford, Oxford University Press

Glucksmann, André De Gaulle où es-tu?, Paris, Lattès, 1995

Goldstein, Joshua S. International Relations, Nova York, Harper Collins

Greenberg, Edward S./ Page, Benjamin The Struggle for Democracy, Nova York, Harper Collins

Grémion, Pierre Intelligence de l’Anticommunisme, Paris, Librairie Arthème Fayard

Griffen, Roger Fascism, Oxford, Oxford University Press

Gruchy, John W. Christianity and Democracy. A Theology for a Just World Order, Cambridge, Cambridge University Press

Guinier, Lani The Tyranny of the Majority. Fundamental Fairness in Representative Democracy, Glencoe, The Free Press of Glencoe

Hayard, Jack, Ed. The Crisis of Representation in Europe, Newbury Park, Frank Cass Publishing Co.

Heineman, Robert A. Political Science. An Introduction, Nova York, MacGraw-Hill

Hermet, Guy Les Désenchantements de la Liberté. La Sortie des Dictatures dans les Années 90, Paris, Librairie Arthème Fayard

Hindess, Barry Concepts of Power, Oxford, Basil Blackwell Publishers

Hobsbawm, Eric J. The Age of Extremes. A History of the World. 1914-1991, Nova York, Pantheon Books

Holm, Hans-Henrik/ Sorrensen, Georg, Eds. Whose World Order? Uneven Globalization and the End of Cold War, Boulder, Westview Press

Howe, Geoffrey Nationalism and the Nation-State. The Rede Lecture 1994, Cambridge, Cambridge University Press

Hulliung, Mark/ Macridis, Roy Contemporary Political Ideologies, 6ª ed., Nova York, Harper Collins

Hurrel, Andrew/ Fawcet, Louise The Resurgence of Regionalism in World Politics, Oxford, Oxford University Press

Hutchinson, John/ Smith, Anthony D. Nationalism, Oxford, Oxford University Press

Hyland, James L. Democratic Theory. The Political Foundations, Manchester, Manchester University Press

Jacoby, Russel/ Glauberman, Naomi, Eds. The Bell Curve Debate, Nova York, Times Books

 Jones, Laurence F./ Olson, Edward C. Political Science Research. A Handbook of Scope and Methods, Nova York, Harper Collins

Kapuschinski, Ryszard Imperium, Nova York, Alfred A. Knopf

Kasza, Gregory J. The Conscription Society. Administered Mass Organizations, New Haven, Yale University Press

Kautz, Steven Liberalism and Community, Ithaca, Cornell University Press

Keating, M./ Jones, B. Regions in the European Community, Oxford, Clarendon Press

Keegan, John A History of Warfare, Nova York, Random House Publishers

Kegley Jr./ Charles, W., Ed. Controversies in International Relations Theory. Realism and the Neoliberal Challenge, Nova York, Saint Martin’s Press

Klosko, George History of Political Theory. An Introduction. Ancient and Medieval Political Theory, Nova York, Harcourt, Brace & Co.

Kolko, Gabriel Century of War. Politics, Conflicts and Society Since 1914, Nova York, The New Press/W. W. Norton

Kratochwil, Friedrich/ Lapid, Yosef The Return of Culture and Identity in International Relations Theory, Boulder, Lynne Rienner

Kristol, Irving Neoconservantism. The Autobiography of an Idea, Glencoe, The Free Press of Glencoe

Kymlicka, Will Multicultural Citizenship. A Liberal Theory of Minority Rights, Oxford, Oxford University Press

Lafer, Celso Desafios: Ética e Política, São Paulo, Siciliano,1995

Lane, Jan-Erik/ Erson, Svante Comparative Politics. An Introduction and New Approach, Oxford, Basil Blackwell Publishers

Lind, Michael The Next American Nation. The New Nationalism and the Fourth American Revolution, Glencoe, The Free Press of Glencoe

Linz, Juan J./ Shain, Yossi Between States. Interim Governments and Democratic Transition, Cambridge, Cambridge University Press

Lobo-Fernandes, Luís Filipe State Autonomy or Transnational Fusion. The European Union and the New Telecommunications Policies (Ph.D dissertation), Cincinatti

Lynch, Frances M. B./ Milward, Alan/ Ruggero, Ranieri/ Romero, Frederico/ Sorensen, Vibeke The Frontier of National Sovereignty, Londres, Routledge & Kegan Paul

Magstadt, Thomas/ Schotten, Peter M. Understanding Politics. Ideas, Institutions and Issues, 4ª ed., Nova York, Saint Martin’s Press

Mandel, Ernest Late Capitalism, Londres, New Left Books, 1975.

Manin, Bernard Principes du Gouvernement Représentatif, Paris, Éditions Gallimard

Mansfield, Edward D. Power, Trade and War, Princeton, Princeton University Press

Manuel, Frank E. A Requiem for Karl Marx, Cambridge, Massachussetts, Harvard University Press

March, James G./ Olsen, Johan P. Democratic Governance, Glencoe, The Free Press of Glencoe

Marsh, David/ Stoker, Gerry Theory and Methods in Political Science, Nova York, Saint Martin’s Press

Maxwell, Kenneth The Making of Portuguese Democracy, Cambridge, Cambridge University Press

Mcallister, Ted V. Revolt Against Modernity. Leo Strauss, Eric Voegelin and the Search for a Post-Liberal Order, Lawrence, University of Kansas Press

Mewes, Horst/ Kielmansegg, Peter Graf/ Glaser-Schmidt, Elisabeth Hannah Arendt and Leo Strauss. German Emigrés and American Political Thought After World War II, Cambridge, Cambridge University Press

Miller, David On Nationality, Oxford, Oxford University Press

Miller, David/ Walzer, Michael, Eds. Pluralism, Justice and Equality, Oxford, Oxford University Press

Miller, William I., Ed. Alternatives to Freedom. Arguments and Opinion, Harlow, Longman

Minogue, Kenneth R. A Very Short Introduction to Politics, Oxford, Oxford University Press

Moreau, Jacques Théorie Générale de l’État, Paris, Éditions Oeconomica

Muller, Jerry Z. Adam Smith in His Time and Ours. Designing the Decent Society, Princeton, Princeton University Press

Nagle, John D. Introduction to Comparative Politics. Challenges of Conflict and Change in a New Era, 4ª ed., Chicago, Nelson A. Hall Co.

Nicholson, Linda/ Seidman, Steven Social Postmodernism. Beyond Identity Politics, Cambridge, Cambridge University Press

Nugle, John D. Introduction to Comparative Politics. Challenges, Conflict and Change in a New Era, 4ª ed., Chicago, Nelson A. Hall Co.

O'brien, Connor Cruiser On the Eve of the Millenium. The Future of Democracy Through an Age of Unreason, Glencoe, The Free Press of Glencoe

Ohmae, Kenichi The End of the State. The Rise of Regional Economics, Glencoe, The Free Press of Glencoe

Perrinau, Pascal Le Vote des Douze. Les Élections Européennes de Juin 1994, Paris, Presses de la Fondation Nationale des Sciences Politiques

Peters, Guy The Politics of Bureaucracy, 4ª ed., Harlow, Longman

Philips, Anne The Politics of Presence. Democracy and Group Representation, Oxford, Oxford University Press

Pierre, J. Bureaucracy in the Modern State. An Introduction to Comparative Public Administration, Brookfield, Edward Elgar

Pierson, Cristopher Socialism After Communism. The New Market Socialism, University Park, The Pennsylvania State University Press

Pires, Francisco Lucas Portugal e o Futuro da União Europeia. Sobre a Revisão dos Tratados em 1996, Lisboa, Difusão Cultural

Pollock, Lansing The Free Society, Boulder, Westview Press/Nova York, Harper Collins

Pontier, Jean-Marie Introduction à la Politique, 4ª ed., Paris, Éditions Dalloz

Przeworski, Adam, Ed. Sustainable Democracy, Cambridge, Cambridge University Press

Rennger, N. J. Political Theory, Modernity and Postmodernity, Oxford, Basil Blackwell Publishers

Roniger, Louuis/ Gunes-Agata, Ayse Democracy, Clientelism and Civil Society, Boulder, Lynne Rienner

Rosen, Stanley Plato’s Statesman. The Web of Politics, New Haven, Yale University Press

Rouvier, Catherine Sociologie Politique, Paris, Litec/Librairie de la Cour de Cassation

Ryan, Alan, Ed. Justice, Oxford, Oxford University Press

Scharfsstein, Bem-Ami Amoral Politics. The Persistent Truth of Machiavellism, Albany, State University of New York Press

Schwartz, Joseph The Permanence of the Political. A Democratic Critique of the Radical Impulse to Transcend Politics, Princeton, Princeton University Press

Scruton, Roger Modern Philosophy. Na Introduction and Survey, Allen Lane, 1995

Séguélla, Jacques La Parole de Dieu, Paris, Éditions Albin Michel

Seitz, Brian The Trace of Political Representation, Albany, State University of New York Press

Seligman, Adam B. The Idea of Civil Society, Princeton, Princeton University Press

Sharff, Robert C. Comte After Positivism, Cambridge, Cambridge University Press

Simmons, A. .John On the Edge of Anarchy. Locke, Consent and the Limits of Society, Princeton, Princeton University Press

Simmons, J. Foucault and the Political, Londres, Routledge & Kegan Paul

Skocpol, Theda Social Policy in the United States. Future Possibilities in Historical Perspective, Princeton, Princeton University Press

Smith, Graham, Ed. Federalism. The Multi-Ethnic Challenge, Harlow, Longman

Sperber, Manes Psychologie du Pouvoir, Paris, Éditions Odile Jacob

Sterba, James P. - Contemporary Social and Political Philosophy, Belmont, Wadsworth

- Social and Political Philosophy. Classical Western Texts in Feminist and Multicultural Perspectives, Belmont, Wadsworth

Tamir, Yael Liberal Nationalism, Princeton, Princeton University Press

Tansey, Stephen Politics. The Basis, Londres, Routledge & Kegan Paul

Traugott, M. Repertoires and Cycles of Collective Action, Durham, Duke University Press

Trend, David, Ed. Radical Democracy. Identity, Citizenship and the State, Londres, Routledge & Kegan Paul

Uguen, Jean-Luc Les Élus, l’Argent et le Pouvoir, Paris, Éditions Syros

Varoufakis, Yanis/ Hargreaves-Heap, Shaun Game Theory. A Critical Introduction, Londres, Routledge & Kegan Paul

Vermont, Olivier Bienvennue aux Partis, Paris, Éditions Archipel

Vincent, Andrew Modern Political Ideologies, 2ª ed., Oxford, Basil Blackwell Publishers

Wallerstein, Immanuel After Liberalism, Nova York, The New Press/W. W. Norton

Ward, James F. Heidegger’s Political Thinking,  mherst, University of Massachussets Press

Ware, Alan Political Parties and Party Systems, Oxford, Oxford University Press

Wilson, James K. The Myth of the Political Correctness. The Conservative Attack on Higher Education, Durham, Duke University Press

Wiser, James L. Political Theory. A Thematic Inquiry, Chicago, Nelson A. Hall Co.

Young, James P. Reconsidering American Liberalism. The Troubled Odyssey of the Liberal Idea, Boulder, Westview Press

Zartman, I. William  Collapsed States. The Desintegration and Restoration of Legitimate Authority, Boulder, Lynne Rienner


 

 

 

 

 

 


 

 

Les Nouveaux Maîtres du Monde

 

 

 

wRicardo Petrella, num artigo célebre publicado em Le Monde diplomatique, de Novembro de 1995, considera que o poder, incluindo o poder económico, se transformou numa rede de poderes. Deixou de ser uma coisa, um patrimonium, um ter, e passou a ser uma relação, uma rede de muitos micropoderes, em que os novos mestres predadores e conquistadores já não são apenas os detentores do capital nem os organizadores da era dos managers, mas sim os efectivos manipuladores dos tentáculos dessa rede, principalmente os que conseguem, por todos os meios, a necessária inside information. Surgiram assim novos grupos que escaparam às anteriores formas de representação e de legitimação política e social, e desprezaram o bem mais precioso de qualquer democracia: aquela informação que permite a consolidação de uma opinião crítica. Continuando a seguir o inventário do professor de economia de Lovaina, esses novos poderes têm com eles legiões de aliados e colaboracionistas, desde os quadros da tecnociência aos criadores de símbolos, onde também é marcante o conúbio entre os universitários e os opinion makers, aliás paralelo à própria entrada dos grandes media no sistema dominante.

 


 

 

 

 

 

1996

Entre Clinton, Aznar e Prodi

A era pós-ideológica

 

 

 

 


 

set

 

Crise da Chechénia. Continuam as bombas terroristas. Aznar e Prodi vencem eleições. Um falcão em Tel Aviv. Bombas contra norte-americanos na Arábia Saudita. Oposição cresce na Sérvia. Ataque a enclaves curdos no Iraque. Talibãs conquistam Kabul. Nobel da paz para Timor. Clinton é reeleito. Koffi Annam na ONU. Estado de graça de Guterres, Sampaio na presidência e Marcelo no PSD. Governo nº 120

Janeiro

Crise da Chechénia

Fevereiro

Continuam as bombas terroristas

Março

Entre a vitória de Aznar e o caso das vacas loucas

Abril

Prodi e ex-comunistas vencem eleições

Maio

Um falcão em Tel Aviv

Junho

Bombas contra norte-americanos na Arábia Saudita

Julho

Oposição cresce na Sérvia

Agosto

Ataque a enclaves curdos no Iraque

Setembro

Talibãs conquistam Kabul

Outubro

Nobel da paz para Timor

Novembro

Clinton é reeleito

Dezembro

Um ganês na chefia do mundo e a Europa em guerra contra o défice

É adoptado um tratado de interdição global dos ensaios nucleares, subscrito pelas cinco potências nucleares (10 de Setembro).

 

O ganês Koffi Annam é eleito secretário-geral da ONU, dado que Boutros-Ghali não é apoiado pelos norte-americanos, que o acusam de ser socialista e pró-francês (13 de Dezembro).

 

Entretanto, começa em Turim a Conferência Intergovernamental destinada a rever o Tratado de Maastricht (20 de Março).

 

Clinton é reeleito (6 de Novembro), vencendo Bob Dole e Ross Perot, mas o republicanos continuam a controlar o Congresso, enquanto em Espanha o Partido Popular de José Maria Aznar vence as eleições (3 de Março) e em Itália a coligação da Oliveira, presidida por Romano Prodi, leva o centro-esquerda ao poder (21 de Abril).

 

 Com a Fundação Calouste Gulbenkian a patrocinar o relatório de Immanuel Wallerstin, Para a Abrir as Ciências Sociais e David Walsh a procurar os fundamentos espirituais da liberdade after ideology, Jaime Nogueira Pinto insiste na procura de A Direita e as Direitas e publicam-se os Escritos Políticos de Francisco Sousa Tavares. Surge uma das dissertações de doutoramento de Paulo Ferreira da Cunha, Constituição, Direito e Utopia, António José de Brito publica O Problema da Filosofia do Direito e António Marques Bessa reflecte sobre A Arte de Governar. Em 1996, destaque para Scott Burchill e Andrew Linklater XE "Linklater, Andrew"  editam Theories of International Relations e  Ken Booth, International Theory. Positivism and Beyond (com Smith, Steve). Outras obras a referir: Robert Keohane, Internationalization and Domestic Politics; Manfred Knapp, Einführung in die Internationale Politik; Andrew Linklater, Theories of International Relations; Michael Nicholson, Causes and Consequences in International Relations. A Conceptual Study.

Bennet, W. Lance News. The Politics of Illusion, 3ª ed., Harlow, Longman

Bergounioux, A./Grunberg, G. L’Utopie à l’épreuve. Le Socialisme Européen au XXème Siècle, Paris, Éditions Fallois

Berman, Larry/ Murphy, Bruce Allen Approaching Democracy, Englewood Cliffs, Prentice-Hall

Bigo, D. Polices en Réseaux, Paris, Presses de la Fondation Nationale des Sciences Politiques

Bozo, Frédéric Deux Stratégies pour l’Europe, Paris, Librairie Plon

Braud, Philippe Émotion en Politique, 1996

Castoriadis, Cornelius Montée de l’Insignificance, 1996

Chagnollaud, Dominique Introduction à la Politique, Paris, Éditions du Seuil

Courtry, G./Devin, G. L’Europe Politique, Paris, Éditions La Découverte

Debray, Régis Loués soient nos seigeneurs, 1996

Eisenstadt, Schmuel N. Japonese Civilization, A Comparative View, 1996

Eley, Geoffrey/ Suny, Ronald, G. Becoming National. A Reader, Oxford, Oxford University Press

Elshtain, Jean Bethke Democracy on Trial, Nova York, Basic Books

Ferreyrolles, Gérard Justice et Force, 1996

Ferry, Luc L’Homme-Dieu ou le Sens de la Vie, 1996

Friedman, David Hidden Order, 1996

Goodin, Robert/ Klingemann, H. D. New Handbook of Political Science, Oxford University Press, 1996

Goyard-Fabre, Simone éléments de Philosophie Politique, Paris, Librairie Armand Colin

Griffin, Stephen M. American Constitutional Theory. A Critical Introduction, Princeton, Princeton University Press

Hindess, Barry Discourses of Power, Oxford, Basil Blackwell Publishers

Höffe, Otfried Vernunft und Recht, 1996

Kesselman, Mark/ Krieger, Joel/ Joseph, William A. Comparative Politics at the Crossroads, Lexington, D. C. Heath & Co.

Lazar, M. La Gauche en Europe depuis 1945, Paris, Presses Universitaires de France

Lock, Grahame «The Impossibility of Leadership», in ISCSP. 90 Anos, pp. 105 segs., Lisboa, ISCSP

Maffesoli, Michel Eloge de la raison sensible, Paris, Grasset, 1996

Manzo, Kathryn A. Creating Boundaries. The Politics of Race and Nation, Boulder, Lynne Rienner

Ranney, Austin Governing. An Introduction to Political Science, 7ª ed., Englewood Cliffs, Prentice-Hall

Raynaud, Philippe/ Rials, Stéphane Dictionnaire de Philosophie Politique, Paris, PUF, 1996

Réau, Elisabeth L’Idée d’Europe au XXIème Siècle. Des Mythes aux Realités, Paris, Éditions Complèxe

Schumaker, Paul D./ Kiel, Dwight/ Heilkle, Thomas Great Ideas/Great Schemes. Political Ideologies in the Nineteenth and Twentieth Centuries, Nova York, MacGraw-Hill

SILVA, Ives Gandra Da Visão do Mundo Contemporâneo, 1996

Spero, Joan/ Hart, Jeffrey A. The Politics of International Economic Relations, 5ª ed., Nova York, Saint Martin’s Press

Voegelin, Eric Estudo das Ideias Políticas de Erasmo a Nietzsche, trad. port., Lisboa, ática, 1996

WALLERSTEIN, Immanuel, Ed. Para Abrir as Ciências Sociais. Relatório da Comissão Gulbenkian sobre a Restruturação das Ciências Sociais, Mem Martins, Publicações Europa-América

Walsh, David After Ideology. Recovering the Spiritual Foundation of Freedom, Washington D. C., The Catholic University of America Press

Wolff, Jonathan An Introduction to Political Philosophy, Oxford, Oxford University Press, 1996


 

 

 


 

 

Cours de Philosophie Politique

 

wObra de Blandine Kriegel  Um curso professado no Colégio Universitário Francês de Moscovo. Aborda os seguintes temas: Estado de Direito, Direitos do Homem, República e Democracia; Nações e Nacionalismo; a liberdade moderna., Paris, Librairie Générale Française, 1996.

 


 

 

 

 


 

 

1997

A nova ordem global e a crise das fronteiras

 

 

 


 

97geral

 

O ano Valle e Azevedo em tempo de pensamento único e de referendos

Janeiro

O segundo mandato de Clinton, com uma mulher na Secretaria de Estado

Fevereiro

Morte de Deng e Benazir Bhutto volta a ser eleita

Março

Aznar volta a vencer eleições e Felipe González abandona o PSOE

Abril

Massacres na Argélia e cerco a embaixada japonesa no Perú

Maio

Entre Khatami e o Golkar

Junho

Jospin vence em Paris e Blair em Londres, ou o perfume do socialismo democrático

Julho

Hong-Kong regressa à China e mudança de poder no México

Agosto

Morte da princesa Diana

Setembro

Morte de Madre Teresa

Outubro

Tratado de Amsterdão

Novembro

Terrorismo no Egipto e cimeira europeia sobre o emprego

Dezembro

Nasce o Protocolo de Quioto

Em 1997, Michael W. Doyle   J. Ikenberry fazem o inventário do New Thinking in International Relations Theory e T. Knutsen edita A History of International Relations Theory. Outras referências: Manuel Silvestre Araújo Costa, As Armas do Realismo. Filosofia Crítica das Relações Internacionais em Raymond Aron XE "Aron, Raymond" ; Robert W. Cox, The New Realism. Perspectives on Multilateralism and World Order; Philippe Moreau-Defarges, Relations Internationales ; Vittorio Emanuele Parsi XE "Parsi, Vittorio Emanuel" , Società Internazionale. Vocabolario e Índice Analítico; James N. Rosenau, Along the Domestic Foreign Frontier. Exploring Governance in a Turbulent World; José Flávio Sombra Saraiva, Relações Internacionais Contemporâneas. Da Construção do Mundo Liberal à Globalização.

Anderson, Perry /Gowan, Peter     1997 - The

Question of Europe. Londres/ Nova York: Verso

Axelrod Complexity Of Cooperation, 1997

Baubock, Rainer 1997 - Citizenship and National Identities in the European Union, Cambridge Mass., Harvard Jean Monnet Paper Series

Baylis, John (1946)

The Globalisation of World Politics. An Introduction to International Relations(com Smith, Stev)

Boniface, Pascal

 icionário das Relações Internacionais

Boas, David Libertarian Reader, 1997

Biermann, Harald John F. Kennedy und der Kalte Krieg, Die Aussenpolitik der USA und die Grenzen der Glaubwürdigkeit. Paderborn: Schöningh, 1997. 305 p.. (Sammlung Schöningh zur Geschichte und Gegenwart).

Braud, Philippe Science Politique, 1997

Brito, Paulo Alves de

 acionalismo e Nações

Chacon, Vamireh História Institucional Do Senado Do Brasil, 1997

Covas, António A União Europeia. Oeiras: Celta

DELCLAUX, François; DE BERGEYCK, Xavier

 'euro, La monnaie du 3ème millénaire. Paris: Gualino éditeur, 1997. 127 p.. (Les Carrés Sup).

Denquin, Jean-Marie Vocabulaire Politique, 1997

Duarte, Maria Luísa A Teoria dos Poderes Implícitos e a Delimitação de Competências entre a União Europeia e os Estados-Membros, Lisboa, Lex, dissertação de doutoramento

Dujardin, Vincent; Dumoulin, Michel Paul Van Zeeland (1893-1973). Bruxelles: Racine, 1997. 283 p..

Edwards, Geoffrey; Spence, David  Dir.)

1997 - The European Commission. London: Cartermill International Ltd, 327 p. 34 - 9.

Eulau, Heinz Politics Of Academic Culture (The). Foibles, Fables And Facts, 1997

Faye, Jean-Pierre Qu’est Ce Que La Philosophie, 1997

Fennel, Rosemary 1997 - The Common Agricultural Policy. Continuity and Change. Oxford: Clarendon Press, 439 p..

Finer, Samuel E. History Of Government From The Earliest Times, 1997

Goyard-Fabre, Simone Principes (Les) Philosophiques Du Droit Politique Moderne, Paris, PUF, 1997

Griffiths, Richard  1997 A la découverte de l'OECE. Paris: Les éditions de l'OCDE, 1997. 301 p.. (Collection historique de l'OCDE ; 1).

Harryvan, A. ; Van Der Harst, J  (Dir.).

Documents on European Union. New York: St.Martin's Press, 313 p. Documents in history series).

Kohl, Helmut  Je voulais l'unité de l'Allemagne. Paris: Ed.de Fallois, 409 p.

Mairet, Gérrad: Le Príncipe de Souverainité. Paris: Gallimard

Manin, Philippe Les Communautés européennes. 3e éd. Paris: A. Pedone, 467 p.. (Études internationales ; n° 6).

Mazzucelli, Colette France and Germany at Maastricht: Politics and Negotiations to Create the European Union. New York: Garland Publications. 353 p.

Nicoll: William; SALMON: Trevor (Dir

Building European Union: A Documentary History and Analysis. Manchester: Manchester University Press, 297 p.

Obaton, Vivianne     La Promotion de l’Identité Culturelle Européenne depuis 1946. Genebra: Institut Européen de l’Université de Genève

Penna, José Osvaldo de Meira

  Espírito das Revoluções. Da Revolução Gloriosa à Revolução Liberal, Rio de Janeiro, Faculdade da Ciência, 1997. Prefácio de António Paim

Pires, Francisco Lucas    Introdução ao Direito Constitucional Europeu. Coimbra: Almedina

Sá, Luís De Crise Das Fronteiras, 1997

Salmon. T. / Nicoll: W. (eds.) Building the European Union. A Documentary History and Analysis, Nova York, Manchester University Press

Sauron, Jean Luc Droit et pratique du contentieux communautaire. Paris: La Documentation française, 180 p.. (Réflexe Europe).

Schneider, Catherine; Mestre, Christian; Feral, Pierre-Alexis; Levrat, Nicolas; De Bruycker, Philippe; Philippard, Eric; Falcone, Vincenzo; Bourgogne-Larsen, Laurence; Taulegne, Béatrice; Bourrinet, Jacques Le Comité des régions de l'Union européenne. BOURRINET, Jacques (Dir.). Paris: Economica, 305 p. (Coopération et développement).

Scruton, Roger/ Tanner, Michael/ Janaway, Christopher/ Albert, Peter/ Singer, David German Philosophers: Kant, Hegel, Schopenhauer, Nietzsche, Oxford University Press, 1997

Tenzer, Nicolas Tombeau De Machiavel. De La Corruption Intelectuelle De La Politique, 1997

Vaïsse, Maurice; Mélandri, Pierre; Bozo, Frédéric (Dir.)

La France et l'OTAN. Bruxelles: Editions Complexe,

Wirtz, Cornelia Benelux - Ploetz, Belgien, Niederlande, Luxemburg. Geschichte zum Nachschlagen. Freiburg: Ploetz, 112 p..


 

 

 

 


 

 

 

Fruta Proibida

 

capella

 

O professor de Filosofia do Direito da Universidade de Barcelona, Juan Ramón Capella  XE "Capella, Juan Ramón"  fala numa mundialização desigual das relações sociais e numa globalização multifacetada que impõe uma nova estrutura ou campo de poder: a forma Estado perde a sua primazia, ao subordinar-se a um soberano privado supra-estadual, de carácter difuso. Surge assim um campo de inter-relações, onde há nova redistribuição de funções.

O tal Estado moderno, feito à imagem e semelhança de uma sociedade anterior à Revolução Industrial, tem dificuldades de resposta face aos desafios do novo campo do poder, neste dealbar do milénio. Porque surge um novo modelo de soberano privado, super-estadual e difuso que entra em relação com o velho Estado, de base territorial, um Estado permeável, unido em associações estaduais permeáveis, abertas e porosas

 


 

 

 

 

 

1998

Vacas loucas, crise das economias asiáticas e batalha contra o terrorismo

 

 

 


 

98geral

 

Janata sobe ao poder na Índia que acede ao clube nuclear. Veredicto sobre a aplicação dos critérios de Maastricht. Milosevic promove limpeza étnica no Kosovo. Crise das economias asiáticas e batalha contra o terrorismo. Expo 98 e referendos sobre o aborto e a regionalização. Vacas loucas, Saramago e jobs for the boys. Crise das economias asiáticas e batalha contra o terrorismo. Paulo Portas assume a presidência do Partido Popular (Março). Anuncia-se uma coligação com o PSD, a Alternativa Democrática. Morte de Francisco Lucas Pires

Janeiro

O escândalo Lewinski e a reeleição de Havel

Fevereiro

Os onze fundadores do euro

Março

Limpeza étnica no Kosovo

Abril

Paz no Ulster e assinatura do Protocolo de Quioto

Maio

Queda de Suharto e Índia em testes nucleares

Junho

Revolta em Bissau

Julho

O sonho do TPI e a santificação dos Romanov

Agosto

Papa em Cuba e o novo ciclo da batalha contra o terrorismo

Setembro

Schroeder vence eleições e queda do governo de Prodi

Outubro

Cardoso reeleito, Pinochet preso e ex-comunista no governo de Roma

Conferência da ONU sobre alterações climatéricas em Buenos Aires (2 a 14 de Novembro)

Dezembro

Raposa do Deserto e Chávez eleito na Venezuela

Janata sobe ao poder na Índia que acede ao clube nuclear

 

Veredicto sobre a aplicação dos critérios de Maastricht

 

Milosevic promove limpeza étnica no Kosovo

 

Crise das economias asiáticas e batalha contra o terrorismo

 

O ano é marcado pela crise das economias asiáticas que, começando em 1997 na Tailândia, se estende à Coreia, ao Japão e à Indonésia, abrangendo tanto as chamadas economias emergentes como os próprios tigres asiáticos. Em Julho e Agosto é a própria esperança da economia russa que entra em colapso, quando se reconhece que a mesma não tem capacidade para pagar a dívida externa.

 

Com efeito, a partir de Agosto, surge uma segunda crise bolsista, com o índice Dow Jones da bolsa de Nova Iorque, a descer 14,1%, depois da depressão das bolsas asiáticas, a partir de Outubro de 1997.

 

Finalmente, há uma importante crise no Brasil, na sequência de um discurso de um governador estadual, Itamar Franco. E assim fogem, de um dia para o outro, cerca de 35 000 milhões de dólares, das terras de Vera Cruz.

 

O bombardeamento norte-americano contra bases terroristas islâmicas situadas no Sudão e no Afeganistão (21 de Agosto) marca um novo capítulo na chamada guerra contra o terrorismo, com Madeleine Albright a declarar que esta será uma longa batalha contra os terroristas que declararam guerra aos Estados Unidos.

Em 1998: Walter C. Clemens, Dynamics of International Relations. Conflict and Mutual Gain in an Age of Global Interdependence; Max Gounelle, Relations Internationales ; Stephen D. Krasner, com Robert O. Keohane e Peter J. Katzenstein, International Organization. Exploration and Contestation in the Study of World Politics; Carlo Masala e Ralf Roloff, Herausforderungen der Realpolitik. Beiträge zur Theoriedebatte in der Internationalen Politik; Micahel Nicholson, International Relations. A Concise Introduction; K. Nossal, The Patterns of World Politics; Irineu Strenger, Relações Internacionais.

 

Almeida, Paulo Roberto de 1998 –Relações Internacionais e Política Externa do Brasil. Dos Descobrimentos à Globalização. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Bauman, Zygmunt  Globalisation. The Human Consequences. Cambridge: Polity Press (trad. port., Globalização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000)

Beaurepaire, Pierre-Yves Franc-Maçonnerie et Cosmopolitisme au Siècle des Lumières. Paris: EDIMAF

Bonanate, Luigi

La Guerra, Roma Bari, Laterza

Booth, Ken

Statecraft and Security. The Cold War and Beyond. Cambridge: Cambridge University Press

Boyd-Barett, Oliver

1998 The Globalization of News. Londres: Sage (com Rantanzn, Tehri

Burban, Jean-Louis Le Parlement européen. 7ª Ed.. Paris: PUF,1998. 127 p. Que sais-je? ; n° 858).

Chacon, Vamireh (1934-)

O Humanismo Ibérico. Lisboa: Imprensa Nacional /Casa da Moeda

Clemens, Walter C. Dynamics of International Relations. Conflict and Mutual Gain in an Age of Global Interdependence, Rowman and Littlefield

Degryse, Christophe Dictionnaire de l'Union européenne, Politique-Institutions-Programmes. 2ª Ed.. Paris, Bruxelas: De Boeck Université,1998. 798 p.

Deighton, Anne; Remacle, Eric  Dir.)

The Western European Union (1948-1998), From the Brussels Treaty to the Treaty of Amsterdam. Bruxelas: Institut royal des relations internationales. 196 p. (Studia diplomatica, 51).

Delmas-Marty, M. Trois Défis pour un Droit Mondial. Paris: Seuil

Doremus, P. W.  The Myth of the Global Corporation, Princeton, Princeton University Press (com Keller, L. Pauly / Reich, S) Dumoulin, André; Remacle, Eric L'Union de l'Europe occidentale, Phénix de la défense européenne. Bruxelas: Bruylant,1998. 604 p. (Organisation internationale et relations internationales).

Fernandes, António Horta

  Homo Strategicus ou a Ilusão de uma Razão Estratégica. Lisboa: Instituto de Defesa Nacional / Cosmos

Féral, Pierre- lexis

Le Comité des régions de l'Union européenne. 1ª Ed.. Paris: Presses Universitaires de France, 125 p. (Que sais-je?).

Fernandes, António José (1942-)  Relações Internacionais Contemporâneas. Do Mundo da Europa à Europa, Itajaí, Ed. da Univali

Fonseca, Isabel Da Luz às Luzes. Cultura e Nação. Lisboa: ISCSP (dissertação de mestrado, policopiada)

Freitas, Jorge Manuel da Costa

  Escola Geopolítica Brasileira. De Golbery do Couto e Silva a Therezinha de Castro. Lisboa: ISCSP, dissertação de mestrado, policopiada

Gounelle, Max Relations Internationales. Paris: Dalloz (5ª ed.)

Habermas, Jürgen (1929-) Die postnationale Konstellation. Francoforte: Suhrkamp, trad. ingl.,The Postnational Constellation: Political Essays. Cambridge/Mass.: MIT Press, 2001

Haesbaert, Rogério Globalização e Fragmentação do Mundo Contemporâneo. Niteroi: EDUF

Held, David

Re Imagining Political Community. Stanford: Stanford University Press (com Archibugi, D. / Kohler, M) Hoffmann, Stanley H.  World Disorders. Troubled Peace in the Post Cold War Era

Holton, R.  

Globalisation and the Nation State. Nova York: St. Martin’s Press

Kastoryano, Riva Quelle Identité pour L`Europe ? Le Multiculturalisme à L`Épreuve , Presses de Sciences PO, 1ª Ed.ition. Paris:1998

Keck, Margaret  Activists Beyond Borders: Advocacy Networks in International Politics. Ithaca: Cornell University Press (com Sikkink, Kathryn) Krasner, Stephen D.   International Organization. Exploration and Contestation in the Study of World Politics, Cambridge /Mass., MIT Press (com Robert O. Keohane, Robert O. / Peter J. Katzenstein, Peter J.) Lauren, Paul Gordon  The Evolution of International Human Rights: Visions Seen (Philadelphia: University of Pennsylvania Press

Leboutte, René; Puissant, Jean; Scuto, Denis Un siècle d'histoire industrielle (1873 –1973). Belgique, Luxembourg, Pays-Bas, Industrialisation et sociétés. VALETTE, Jean (Dir.). Paris: Sedes,1998. 298 p. (Regards sur l'histoire contemporaine ; n° 128).

Marques, Viriato Soromenho O Futuro Frágil. Os Desafios da Crise Global do Ambiente. Mem Martins: Europa-América

Masala, Carlo/Roloff, Ralf

Herausforderungen der Realpolitik. Beiträge zur Theoriedebatte in der Internationalen Politik. Colónia

Merquior, José Guilherme (1941-1991) O Liberalismo Social. Uma Visão Histórica. São Paulo: M. Ohno (com Paim, António/ Kujawski, Gilberto de Melo

Miller, David The Cold War, A military history. Londres: John Murray, 487 p.

Moravcsik, Alan The Choice for Europe. Social Purpose and State Power from Messina to Maastricht. Londres: UCL Press

Moreau Defarges, Philippe   Introduction à la Géopolitique. Paris: Le Seuil (2ª ed.)

L'Ordre Mondial. Paris: Armand Colin

Un Monde d'Ingérences. Paris: Presses des Sciences Po

Nicholson, Michael (n. 1933) International Relations. A Concise Introduction. Nova York. Nova York University Press

Nossal, K. The Patterns of World Politics. Prentice Hall

Oliveira, Flávia Arlanch Martins de Globalização, Regionalização e Nacionalismo. São Paulo: UNESP

Parsi, Vittorio Emanuele Interesse Nazionale e Globalizzazione. I Regimi Democratici nelle Trasformazioni del Sistema Post westfaliano. Milão: Jaca Book

Pires, Francisco Lucas    Amsterdão. Do Mercado à Sociedade Europeia?. S. João do Estoril: Principia

Quermonne, Jean-Louis Le Système Politique de l’Union Européenne. Paris: Montchréstien

Roloff. Ralf Herausforderungen der Realpolitik. Beiträge zur Theoriedebatte in der Internationalen Politik: Colónia (com Masala, Carlo)

Santos. Victor Marques dos A Humanidade e o seu Património. Reflexões Contextuais sobre Conceptualidade Evolutiva e Dinâmica Operatória em Teoria das Relações Internacionais: Lisboa, ISCSP (dissertação de doutoramento)

Sassen. Saskia Globalization and Its Discontents. Nova York: New Press

Senarclens, Pierre

La Gouvernance. Paris: UNESCO

Mondialisation. Souveraineté et Théories des Relations Internationales: Paris, Armand Colin

Silva, Agostinho da (1906-1994) Dispersos, organização de Paulo Alexandre Esteves Lopes  Lisboa: ICALP,1988 (ed. de carácter exaustivo, reunindo entrevistas, bem como textos esparsos e inéditos, salientando-se  Considerando o Quinto Império, pp. 191 segs. ; Ecúmena, pp. 227 segs., e  Quinze Princípios Portugueses, pp. 253 segs.)

Singer, J. David  Nations at War. A Scientific Study of International Conflict. Cambridge: Cambridge University Press (com Geller, Daniel S.) Smouts, Marie Claude Les Nouvelles Relations Internationales. Pratiques et Théories. Paris: Presses de Sciences Po

Strenger. Irineu (1923-) Relações Internacionais: São Paulo, LTr

Varsori, Antonio L'Italia nelle relazioni internazionali dal 1943 al1992. Roma-Bari: Laterza, 277 p. (Libri del tempo Laterza, 285).

Vasquez. John A. (1945-)  The Power of Power Politics. From Classical Realism to Neotraditionalism. Cambridge: Cambridge University Press

Weale. Albert / Nentwinch: Michael Political Theory and the European Union. Londres: Routledge

Weiss, Linda The Myth of the Powerless State. Cambridge /UK: Polity Press

State Capacity. Governning Economy in a Global Era. Cambridge: Polity Press

Zalewski, Marysia The “Man Question” in International Relations. Boulder: Col.. Westview Press (com Jane Parpart

Zarka: Jean- laude Les institutions de l'Union européenne. 2èmª Ed.. Paris: Gualino éditeur, 127 p. 72 – 9. (Les Carrés).


 

 

 

 


 

 

 

 

 

1999

Reformadores, terceira-via e mais de seis mil milhões de seres humanos

 

 

 

 


 

dez2

 

Entra em vigor o tratado de Amsterdão. Aprovadas as paridades do euro. TPI acusa Milosevic de crimes contra a humanidade. Morte de Hassan II de Marrocos. NATO tem intervenção no Kosovo. A questão da Universidade Moderna e nova vitória eleitoral de Guterres. A procura da terceira via. Guterres não vai para Bruxelas. Marcelo Rebelo de Sousa abandona a liderança do PSD, sucedendo-lhe Durão Barroso (Maio). Vitória do PS nas eleições para o Parlamento Europeu que mobiliza Mário Soares para cabeça de lista (13 de Junho). Eleição geral nº 73 com nova vitória do PS que fica a um deputado da maioria absoluta.

 

Nasce o euro e ultrapassamos os seis mil milhões de seres humanos (Janeiro). Morte de Hussein e ataques curdos a embaixadas turcas (Fevereiro). Prodi apontado como sucessor de Santer em Bruxelas (Março). G8 tenta domar a globalização (Abril). Acordo sobre Timor (Maio). Tempo de eleições: entre o Parlamento Europeu e a Indonésia (Junho). Gaullistas integram o PPE e Soares não ascende à presidência do PPE (Julho). Putine no poder e Timor vota pela independência (Agosto). Entre o regresso de Sharon e o apoio da ONU a Timor (Setembro). O fenómeno Haider (Outubro). As ilusões da anti-globalização (Novembro). Putine, o novo senhor de Kremlin (Dezembro).

 

Em 1999 é a vez de Molly Cochram lançar Normative Theory in International Relations. A Pragmatic Approach, enquanto Marie-Claude Smouts fala de Lés Nouvelles Relations Internationales. Pratiques et Théories. Refiram-se também: Fulvio Attinà XE "Attinà, Fulvio" , Il Sistema Politico Globale. Introduzione alle Relazioni Internazionali; Bill Mac Sweeny, Security, Identity and Interests. A Sociology of International; Jean-Jacques Roche, Relations Internationales ; Alexander Wendt, Social Theory of International Politics.

 

 

Albertini, Mário (1919-1997)

 na Rivoluzione Pacifica. Dalle Nazioni all’Europa. Bolonha: Edizioni Il Mulino

Arnull, Anthony The European Union and its Court of Justice. Oxford: Oxford University Press, 680 p. (Oxford European Community Law Library).

Attinà, Fulvio

Il Sistema Politico Globale. Introduzione alle Relazioni Internazionali. Bari: Laterza

Badie, Bertrand   Le Monde dans Souverainité. Les États entre Ruse et Responsabilité. Paris: Fayard (3ª ed.)

Banchoff, Thomas / Smith, Michael P. Legitimacy and the European Union. The Contested Polity. Londres: Routledge

Beck, Ulrich    Che cos’è la Globalizzazione. Rischi e Prospettive della Società Planetaria, trad. it., Carocci, Roma

Bobbio, Norberto

Teoria Geral da Política. A Filosofia Política e as Lições dos Clássicos, org. de Michelangelo Bovero  trad. port.. Rio de Janeiro: Campus, 2000

Bossuat, Gérard; Wilkens, Andreas (Dir.)

Jean Monnet, l'Europe et les chemins de la Paix, actes du colloque de Paris du 29 au 31 mai 1997. Paris: Publications de la Sorbonne, 1999. 536 p. (Série internationale ; n° 57).

Clark, Ian (1949)

Globalisation and International Relations Theory. Oxford: Oxford University Press

Cochran, Molly

 ormative Theory in International Relations. A Pragmatic Approach. Cambridge: Cambridge University Press

Commissariat Général Du Plan 

L'élargissement de l'Union européenne à l'est de l'Europe: des gains à escompter à l'Est et à l'Ouest. Paris: La Documentation française, 1999. 382 p.

Coombes, David Seven Theorems in search of the European Parliament. Londres: Federal Trust for Education and Research, 70 p.

Creveld, Martin Van The Rise and Decline of the State. Cambridge: Cambridge University Press

Daillier, P. Vers un Droit Commun de l’Humanité. Paris: Textuel (com Pellet, A.

Davis, Richard

 he Web of Politics. The Internet's Impact on the American Political System. Oxford University Press

Deighton, Anne; Milward, Alan S.  Dir.)

Widening, Deepening and Acceleration: The European Economic Community 1957-1963. Baden-Baden, Bruxelas: Nomos Verlag, Bruylant. 360 p. (Publications du Groupe de liaison des professeurs d'histoire contemporaine auprès de la Commission européenne, n° 7).

Delwit, Pascal; De Waele, Jean-Michel; Magnette, Paul A quoi sert le Parlement européen? Stratégies et pouvoirs d'une assemblée transnationale. Bruxelas: Ed. Complexe, 231 p. Deniau, Jean-François Di Nolfo, Ennio (Dir.).  Storia delle relazioni internazionali (1918-1992). 6 éd. Roma-Bari: Laterza, 1999. 1452 p. (Manuali Laterza).

Domingues, Paulo Miguel da Costa A Ideologia Federalista e os Novos Enquadramentos do Nacionalismo dos Estados Europeus. Lisboa: ISCSP (dissertação de mestrado, policopiada)

Dorfey, Beate Die Benelux-Länder und die Internationale Ruhrbehörde, Kontrolle oder europaïsche Integration ?. Essen: Klartext Verlag. 232 p. (Düsseldorfer Schriften zur Neueren Landesgeschichte und zur Geschichte Nordrhein-Westfalens, 52).

Dumond, Jean-Michel; Setton, Philippe La politique étrangère et de sécurité commune (PESC). Paris: La Documentation française, 159 p. (Réflexe Europe).

Escudé, Carlos Mercenarios del Fin del Milenio, Editorial de Belgrano, Universidad de Belgrano.

Estado del Mundo, Compañía Editora Espasa Calpe Argentina /Ariel, Grupo Editorial Planeta.

Falk, Richard A. Predatory Globalisation. Cambridge: Polity Press

Ferreira, José Medeiros (1942-) A Nova Era Europeia. Lisboa: Editorial Notícias

 iddens, Anthony Runaway World. How Globalisation is Reshaping our Lives. Londres: Profile Books (ver trad. port. O Mundo na Era da Globalização. Lisboa: Editorial Presença, 2000)

Held, David

Global Transformations. Politics, Economics and Culture. Cambridge /UK: Polity Press (com McGrew, Anthony/ Goldblatt, David / Perraton, Jonatho) Henriques, Mendo Castro Educação para a Cidadania. Lisboa: Plátano (com Reis, João / Rodrigues, Arlindo / Cunha, Maria Filipa  pref. de Jorge Sampaio e apresentação de Guilherme de Oliveira Martins

Hix, Simon The Political System of European Union. Londres /Nova York: MacMillan, St. Martin’s Press.

Höffe, Otfried (1943-) Demokratie im Zeitalter der Globalisierung. Munique: Beck

Huntington, Samuel P. “The Lonely Superpower”, in Foreign Affairs, 78, Março /Abril

Hurrel, Andrew  Inequality, Globalisation, and World Politics. Oxford University Press (com Woods: Ngaire) Kaldor, Mary Old and New Wars. Organized Warfare in the Global Era. Cambridge /UK: Polity Press.

Katz, Richard / Wessels (ed.) The European Parliament, National Parliaments and European Integration. Oxford University Press.

Knutsen, Torbjørn L. The Rise and Fall of World Orders. Manchester: Machester University Press

Krasner, Stephen D.   Sovereignity. Organized Hypocrisy. Princeton: Princeton University Press

Laschi, Giulana L'agricoltura italiana e l'integrazione europea. Bern: Peter Lang, 350 p. (Euroclio. Études et documents).

Magnette, Paul: La Constitution de l’Europe. Bruxelas: Université Libré de Bruxelas, Institut d’Études Européens

Maltez, José Adelino Bem Comum dos Portugueses. Lisboa: Vega (com Macedo, Jorge Braga de / Henriques, Mendo Castro

Mammarella, Giuseppe Storia d'Europa dal 1945 a oggi. 3a éd. Roma, Bari: Laterza, 626 p. (Manuali Laterza).

Marchueta, Maria Regina Sobre os Nacionalismos Periféricos em Espanha e a sua Projecção Internacional. Lisboa: ISCSP (dissertação de doutoramento, policopiada)

McGrew, Anthony G Global Transformations. Politics, Economics and Culture. Cambridge /UK: Polity Press, (com Held David/ Goldblatt, David / Perraton, Jonathon) McSweeny, Bill Security, Identity and Interests. A Sociology of International Relations. Cambridge: Cambridge University Press

Moreau Defarges, Philippe   « Droit et Mondialisation », in Ramses 2000, pp. 215-228. Paris: dunod, Ifri

Noël, Gilbert Le Conseil de l'Europe et l'agriculture, Idéalisme politique européen et réalisme économique national (1949-1957). Berne: Peter Lang, 1999. 254 p. (Euroclio. Études et documents).

Nye, Joseph S. Jr. Democracy.com? Governance in a Networked World. Hollis: Hollis Pub.. Com Elaine Ciulla Kamarck

Papadia, Francesco; Santini, Carlo La Banque centrale européenne. Paris: Banquª Ed.iteur, 126 p. Les Essentiels de la Banque / Banquª Ed.iteur).

Penna. José Osvaldo Meira (1917-) “Globalização, Regionalização e a Nova Ordem Mundial”, conferência realizada em Dezembro de 1999 na Conselho Técnico da Confederação Nacional do Comércio do Brasil

Ramonet, Ignacio A Tirania da Comunicação. trad. port.: Porto, Campo das Letras

Rideau, Joël Droit institutionnel de l'Union et des Communautés européennes. 3èmª Ed.. Paris: Librairie générale de droit et de jurisprudence, 1999. 1092 p. (Manuels).

Risse Kappen. Thomas 

Bringing Transnational Relations Back In. Non State Actors: Domestic Structures and International Institutions, Cambridge

The Power of Principles: International Human Rights Norms and Domestic Change. Cambridge:  Cambridge University Press (com Ropp, Stephen / Sikkink, Kathryn)

Roche. Jean-Jacques

 elations Internationales. Paris: Librairie Général de Droit et Jurisprudence

Rosecrance. Richard Newton. The Rise of the Virtual State. Wealth and Power in the Coming Century. Nova York: Basic Books

Ruddick  Sara    Mother Troubles. Rethinking Contemporary Maternal Dillems. Bóston: Beacon Press (com Hanigsberg, Julia

Sá. Luís Viana Espaços de Poder e Democracia. Do Global ao Local no Limiar do Século XXI: Lisboa, Caminho

Sábato. Ernesto (1911-) Antes del Fin: Barcelona, Seix Barral

Sachwald, Frédérique

Réseaux contre Nations ? Les Multinationales au XXIe Siècle. in Ramses 2000: pp. 165-179. Paris: Ifri, Dunod

Sande. Paulo  O Sistema Político da União Europeia: S. João do Estoril, Principia

Shaw. Martin ( . 1947)   Politics in a Globalized World. Londres: Routledge

The Global Revolution and the Twenty First Century. From International Politics to Global Politics, in Stephen Chan e Jarrod Vienaer  International History and the Twentieth Century. Londres: IB Taurus

Silva, Agostinho da (1906-1994) Reflexões, Aforismos, Paradoxos, Brasília, Thesaurus (edição de Victor Alegria  com apresentação de Constança Marcondes César

Spiro. David E.   The Hidden Hand of American Hegemony. Petrodollar Recycling and International Markets: Ithaca, Cornell University Press

Thiemeyer, Guido Vom "Pool vert" zur Europäischen Wirtschaftsgemeinschaft: europäische Integration, kalter Krieg und die Anfänge der gemeinsamen europäischen Agrarpolitik 1950-1957. München: Oldenbourg, 1999. 299 p. (Studien zur internationalen Geschichte, Bd. 6).

Thurow. Lester C.  Building Wealth: The New Rules for Individuals (Companies: and Nations in a Knowledge Based Economy. Nova York: Harper Collins

Weiler. Joseph H. M.

The Constitution of Europe. Do the new Clothes have an Emperor? And Other Essays on European Integration. Cambridge UK: Cambridge University Press

Wendt. Alexander Social Theory of International Politics: Cambridge, Cambridge University Press  Westlake, Martin The Council of the European Union. Revised éd. Londres: John Harper, xxv, 417 p. Wexler, Imanuel Vienaer. Jarrod   Globalisation and the Harmonization of Law: Londres, Pinter

Wilkens, Andreas Interessen verbinden, Jean Monnet und die europäische Integration der Bundesrepublik Deutschland. Bonn: Bouvier. 446 p. (Pariser historische Studien, Bd. 50).

Young. Oran R.

Governance in World Affairs. Ithaca/Nova York: Cornell University Press

The Effectiveness of International Environmental Regimes. Causal Connections and Behavioral Mechanisms. Cambridge /Mass.: MIT Press

Zarka: Jean- laude

Les députés européens: élections: mandat. rôle: le Parlement européen et ses pouvoirs. Paris: Gualino, 111 p.


 

 

 

Última revisão:15-02-2009