© José Adelino Maltez, Tópicos Político-Jurídico, texto concluído em Dili, na ilha do nascer do sol, finais de 2008

 

 

 

 

Friedrich Wilhelm Joseph Schelling (1775-1854)

 

 

A Natureza é o Espírito visível; o Espírito é a Natureza invisível

 

Estuda teologia em Tubinga, sendo aí companheiro de Hegel e Holderlin. Aio de jovens nobres em Leipzig. Professor em Jena desde 1798. Aqui se relaciona com os irmãos Schlegel e Novalis. Recebe influências de Goethe e Fichte. Professor em Wurzburgo desde 1803 e em Munique, desde 1806. Distancia-se de Fichte. Assume, a aprtir de 1809, aquilo que designa por filosofia positiva. Influencia o panenteísmo de Krause. Chamado em 1841 a Berlim para aniquilar o panteísmo hegeliano.

Considera que o Estado é o organismo objectivo da liberdade, partindo do princípio que o organismo é um objecto indivisível, completo em si mesmo, subsistente por si mesmo. É o elemento em que a ciência, a religião e a arte se compenetram reciprocamente, de maneira a tornarem-se num todo vivo e objectivo na própria unidade. Neste sentido, o Estado é um organismo que não pode ser dominado, mas apenas desenvolvido, e a história como um todo é um desvendamento contínuo e progressivo do absoluto. Ele é não só o arquitecto do organismo, o artista criador das artes plásticas, no qual se desvenda a ideia divina de direito, como também a união do real e do ideal, a reunião da liberdade e da necessidade. Precede Hegel na consideração de um espírito objectivo, e não apenas pessoal e subjectivo, entendendo a natureza como algo de não morto, como algo que não tem apenas de ser visto negativamente, como limite à acção do homem. A natureza é o espírito que devém e o homem, o olho pelo qual a natureza a si mesmo se contempla, sendo, assim, entendida, não como mero produto, mas sim como o sujeito que produz. Neste sentido, admite a existência de uma alma do mundo (Weltseele) que se torna extrínseca, primeiro, no mundo vegetal e animal, e, depois, no mundo do espírito. Do mesmo modo, refere a existência de uma alma do povo (Volksseele) que, primeiro, é inconsciente, e, depois, se transforma em consciente, segregando tanto o social como o político.

 

 

Neue Deduktion des Naturrechts, 1795.

Ideen zu einer Philosophie der Natur , Ideias para uma Filosofia da Natureza, 1797.

Von der Weltseele , Acerca da Alma do Mundo, 1798

System des transzendentalen Idealismus , Sistema do Idealismo Transcendental, 1800.

 

1 Battaglia (1951), I, pp. 301 segs;  Ferreira, Manuel Carmo, «Schelling», in Logos, 4, cols. 956-96;  Maltez (ESPE, 1991), II, p. 129.

 

Ideen zu einer Philosophie der Natur (1797)

 

 

Schelling precede Hegel na consideração de um espírito objectivo, e não apenas pessoal e subjectivo, entendendo a natureza como algo de não morto, como algo que não tem apenas de ser visto negativamente, como limite à acção do homem.

 

© José Adelino Maltez em Dili, Universidade Nacional de Timor Leste, ano de 2008

 

Última revisão:05-03-2009