© José Adelino Maltez, Tópicos Político-Jurídico, texto concluído em Dili, na ilha do nascer do sol, finais de 2008
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Adam Smith (1723-1790)
An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations (1776)
•Adam Smith fala numa ordem comandada por uma espécie de mão invisível, onde o homdm através de meios não desejados por ele, nem projectados por ninguém, é levado a promover resultados que, de maneira nenhuma, fazem parte das suas intenções. •Expressão utilizada uma única vez a propósito apenas do comércio internacional. Uma mão invisível, depois transformada naquela ideologia, cuja vulgata parece esquecer que a matriz smithiana do moralismo escocês tem mais a ver com a escolástica peninsular do que com o contratualismo iluminista. •Pelo menos Hayek, ao contrário de alguns pretensos smithianos portugueses da dita nova vaga, não deixou de o reconhecer e no discurso que proferiu, por ocasião da recepção do Prémio Nobel da Economia em 1974, declarou que o ponto chave (do conhecimento económico) já o haviam visto aqueles notáveis precursores da economia moderna que foram os escolásticos portugueses e espanhóis do século XVI. •O moralismo escocês, reagindo contra o conceito hobbesiano de Estado, mas sem retomar o conceito aristotélico de polis, considera, aliás, que o Estado não tem qualquer significação ética, como é defendido pelos clássicos greco-latinos, cabendo-lhe apenas definir e garantir as regras do jogo. •É na sociedade civil, graças ao progresso da divisão de trabalho e das trocas monetárias, por efeito do desenvolvimento do comércio e das artes, que pode haver progresso e civilização. As actividades económicas passam assim a ser o vector fundamental da formação do laço social e a solidariedade a ser olhada como o resultado involuntário da interacção de comportamentos individuais. •Procura-se, a partir de então, uma ordem espontânea sem qualquer espécie de transcendência, dado que a virtude ou excelência se realiza apenas no espaço privado das relações económicas e culturais
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Última revisão:12-03-2009