Piemonte O reino do Piemonte que esteve na base da unificação italiana em 1861, tem
origem no Grão-Ducado da Sabóia que,
no século XVII, ainda constituía uma espécie de protectorado francês. A partir
do ducado de Sabóia vai-se instituindo como que por agregação o Estado
saboiano, com o condado de Nice, o ducado de Aosta, o principado de Oneglia, o
marquesado de Monferrato e várias cidades piemontesas que levam o duque de
Sabóia a intitular-se, já no século XVI, como Príncipe do Piemonte. Foi em
1559, pelo Tratado de Cateau-Cambrésis que o duque Emanuel Filibert voltou ao
seu Estado, depois de se ter aliado ao Imperador na batalha de Saint Quentin. A
partir de então instala-se em Turim, criando um exército local. No século XVII
desenrola-se uma luta entre a facção pró-espanhola e a facção pró-francesa, com
vitória desta última. Quando em 1675 sobe ao poder Victor Amadeu, a Sabóia era
quase um protectorado francês, estando totalmente dependente de Luís XIV. Em
1690 e 1704, os territórios saboianos foram invadidos por franceses, mas em
1706, com a vitória na batalha de Turim, o norte de Itália livrou-se da
ocupação das tropas franco-espanholas. Nos inícios do século XVIII retoma uma
certa independência no contexto do equilíbrio europeu; pela Paz de Utrecht de 1713,
Amadeu de Sabóia, além de receber o título de rei, obtém da Espanha a Sicília;
entretanto, em 1720, faz uma troca com os Habsburgos austríacos, cedendo a
Sicília e recebendo a Sardenha. Desde 1720, o grão-duque da Sabóia passa a assumir-se como Rei da Sardenha, destacando-se
Carlos Emanuel III (1730-1773), um típico déspota iluminado, que alarga
os seus domínios à Lombardia, Vítor Amadeu III (1773-1796) que se assume como
inimigo da Revolução francesa e que em 1796 perde os territórios de Nice e da
Sabóia. Em 1798 os territórios continentais do Piemonte
são anexados pela França; Carlos Emanuel IV (1796-1802) já só governa a
Sardenha; no reinado de Vitor Emanuel I (1802-1821) o reino, depois da
Conferência de Viena de 1815 retoma as possessões continentais e vê acrescer os
seus domínios com Génova; a partir de 1821, sob a regência de Carlos Alberto,
rei de 1831 a 1849, estabiliza-se o modelo