Nacionalização das minas de carvão no Reino Unido (1 de Janeiro) O
general Lucius Clark é nomeado governador da zona de ocupação
norte-americana (3 de Janeiro)
George Marshall*, novo Secretário de Estado norte-americano, em
substituição de James Byrne (6 de Janeiro) Assinados tratados de paz de
Paris com os antigos aliados do Reich (10 de Janeiro). Churchill cria em
Londres um Provisional United Europe Committee (16 de Janeiro)
Vincent Auriol, o candidato dos socialistas é eleito Presidente da
República em França (17 de Janeiro). Mantém-se o regime do "tripartisme",
coligação de democratas-cristãos, socialistas e comunistas que sustenta
o governo de Paul Ramadier.
Bloco Democrático, pró-comunista, apoiado pelo Comité de Lublin,
obtém 80% dos votos na Polónia (19 de Janeiro)
Cisão no Partido Socialista Italiano; surge o Partido Social
Democrata contrário à aliança com o PCI (9 de Janeiro). Demissão de De
Gasperi em Itália (26 de Janeiro)
Ilegalizado o Partido Comunista Brasileiro (Janeiro)
Morte do general Godinho –
Entretanto em 24 de Dezembro morre no hospital da Estrela o general Godinho,
detido na Trafaria. O representante da viúva, aquele que Santos Costa considera
esse advogado sem ciência nem consciência, depois de apresentar uma
queixa na Polícia Judiciária contra Santos Costa (13 de Janeiro), acaba também
por ser brevemente detido. Diz-se que teria sido impulsionado para essa atitude
por Marcello Caetano, de quem, então, era colaborador, e não tardará a ser
libertado, iniciando uma viagem de alto hierarca no regime, onde chega a
ministro e assume a candidatura a sucessor do próprio Salazar. Contudo, Marcello
Caetano nega o envolvimento nessa atitude de quem considera um rapaz esperto
que tinha fama de esquerdista e que cometera um erro jurídico pueril,
um acto de inexperiência, ao juntar ao processo cartas-missivas,
consideradas secretas, que a própria família do malogrado começara a condenar.
Contudo, não nega que apoiou a família do jovem advogado e que até se mexeu
junto do ministro do interior e do próprio Salazar que, década e meia volvida, o
vai chamar para o governo. A circunstância será, depois, maravilhosamente
aproveitada pelo advogado em causa, para uma literatura de justificação que, à
maneira de Talleyrand e de Fouché, utiliza, a fim de obter uma adequada certidão
de colaboração com novos regimes, permitindo branquear testemunhos como os de
Adelino da Palma Carlos ou José Magalhães Godinho, dando a ilusão da história
poder ficar circunscrita aos revisionistas e laudatórios artigos quase
autobiográficos que antigos colaboradores vão espalhando em dicionários e
enciclopédias.