1970
 

Setembro
O Setembro Negro palestiniano, morte de
Nasser e
Ostpolitik

 

 

III Conferência dos Não Alinhados em Lusaka com 54 países (8 a 10 de Setembro). Serão 86 em1973.

Eleições presidenciais no Chile (4 de Setembro). Salvador Allende obtém 36,3 % ; Alessandri (conservador) 34,98 e Radomiro Tomic (democrata-cristão) 27,84. Allende foi apoiado pela coligação Unidad Popular (UP), aliança do Partido Socialista, o PC, o MAPU e a Izquierda Cristiana.

Não tendo conseguido a maioria absoluta, Allende é eleito pelo Congresso, com os votos favoráveis dos democratas-cristãos. 

Nas legislativas de 1971 a Unidad Popular alcançará quase 50% de votos. Vai estatizar o cobre, a banca privada e o comércio externo, bem como a reforma agrária.

Acordo entre o rei Hussein da Jordânia e Yasser Arafat põe fim aos sangrentos confrontos entre os comandos palestinianos e o as forças armadas jordanas (22 de Setembro). Depois de cerca de cinco mil mortos em Junho, intensificaram-se no começo de um mês dito Setembro Negro, pelos palestinianos. Carros de combate sírio chegam também a ter intervenção no Norte da Jordânia.

Egipto: Morte de Nasser (28 de Setembro). Sucede-lhe Sadat. Cerca de quatro milhões de pessoas participam no funeral do chamado "Rais"

Ostpolitik: Tratado de Moscovo entre RFA/URSS; reconhecida a linha Oder/Neiss; assim, a Polónia fica com os anteriores territórios alemães da Silésia, Pomerânia e Prússia Oriental; seguem-se idênticos tratados com a Polónia e com a Checoslováquia- Dezembro de 1973-, bem como o Acordo dos Quatro sobre Berlim – 3 de Setembro de 1971 - e o Tratado entre a RDA e a RFA - 12 Setembro de 1972

MRPP Fundado o Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado por Arnaldo Matos, secretário-geral, Fernando Rosas e João Machado (18 de Setembro). Surge o jornal Bandeira Vermelha, órgão do movimento, em Dezembro.

Apesar de tal entidade nunca conseguir mobilizar as massas do proletariado, conseguiu congregar algumas das jovens massas das futuras elites que irão ter lugares de destaque na liderança dos partidos burgueses, como José Manuel Durão Barroso.

Outra vertente mobilizada é a de futuros historiadores e jornalistas-historiadores que hão-de gerir os arquivos do soarismo e do cavaquismo, com Mário Soares a utilizar Teresa de Sousa e Fernando Rosas e Cavaco Silva a utilizar José Freire Antunes como assessor.

Por ela passarão as novas linhas justas da memória europeísta ou da luta contra a globalização, bem como os arquivos publicáveis da CIA e de Madrid.

Álvaro Cunhal fala em o divisionismo e cisionismo sistemático, o denegrimento dos outros a tentar criar vazios políticos onde pescar, a fragmentação, as guerras de alecrim e da manjerona entre pequenas seitas, os renovadores e os renovadores dos renovadores nos vários e ridículos Eme-Erre-Pum-Puns que desaparecem tal como aparecem, o verbalismo e as esterilidade dos grandes planos tácticos e estratégicos, o exagero das divergências verbais entre sectores antifascistas e o apagamento do combate ao fascismo...

 

 

 
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©  José Adelino Maltez, História do Presente (2006)

© José Adelino Maltez. Cópias autorizadas, desde que indicada a origem. Última revisão em: