SEM VERSOS QUE NOS DESPERTEM
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Sem versos que nos despertem
dispersos vamos minguando
à sombra doentia das montanhas
a que subimos no passado
Cobardes nos vamos perdendo
sem saudades nem presente
E os fáceis vencedores
em vingança vão crescendo
Minha geração perdeu-se
em crenças e descrença,
passou por nós a tempestade
e. desprendidos da árvore
fomos folhas sem destino
ao sabor da ventania.
20 de Dezembro de 1974