Corpos nos corpos

 

Corpos nos corpos,

somos ternura, 

lenta procura, 

do que só amor nos dá,

no prazer de apetecer

ser devagar.

Olho teus olhos,

beijo teu beijo,

há mãos cheias de seios

que se descobrem.

Braços que são ramos

da raiz que os sustenta,

asas de brisa

que esvoaçam

corpos mais perto,

templos mais altos,

plenos segredos

que o sublime

já despertam.