Este povo por fazer

Raiz a raiz, me revolvo

na terra magma, 

onde resguardo

velhas relíquias 

do meu passado.

Telúricos pinhais,

feitos navios

e as brumosas colinas

onde germinam

as canções que não componho.

Em parábolas e poemas, 

meus silêncios desbravei,

decifrando rostos 

e provérbios,

deste povo antigo, 

por fazer 

que, há séculos,

trago comigo.

A pátria prometida 

das coisas que não consigo. 

E peregrinando saudade,

palavra a palavra, já regresso...

Lanço sortes à ventura

que, à procura, me liberto.