Na íntima
sombra do mosteiro
Na íntima
sombra do mosteiro,
onde marcámos
encontro,
as mãos
postas em prece
e a luz
do sol filtrada no vitral.
O silêncio
da pedra,
e, no
fundo da memória,
o som de
um órgão
reanimando
corpos
que foram esperança.
Pausa.
Demora.
O acre
sabor dos segundos
que
precedem
o súbito
movimento da chegada.
Sobretudo,
o sibilino silêncio
que
antecede
as
palavras desejadas.
A viagem
que apetece navegar
sem temer
o segredo do templo,
o silêncio
por cumprir
das
capelas imperfeitas.
Olha meus olhos,
olha por dentro,
sente seu signo,
seu brilho de sempre.
Sim! Ainda sou quem sempre fui.
Estou aqui, sonho ser livre,
nestas mãos doridas
que aprofundaram
a memória do sofrimento.