Ser, para sempre, o devagar

 

Depois do amor, 

o amor de novo,

a sarça de sonho

que, ardente, nos perdura 

em sua própria procura.

Depois do amor, 

continuaremos 

a aventura da ternura,

corpos, nos corpos,

além do corpo que sustemos.

Não acabar, ficar, 

ser, para sempre, o devagar, 

em sublime, permanecer.

Parar, esquecer, 

viver intensamente 

a fluidez suave 

desta saudade 

feita presente. 

Meu corpo, teu corpo,

meu corpo no teu corpo

e os dois em sonho.