Um certo desencanto vai cercando minha esperança

 

O poema imprevisto

que me deslumbra de cores e melodias.

O verso proibido que a ninguém recito,

mas que a mim próprio fustigo.

Um certo desencanto vai cercando

restos de esperança,

nestes dias cansados de procura.

Porque, pensando a descoberta,

dói a tormenta de saber

que, para chegar à boa esperança

tenho de viver tentando,

sem pensar que vou morrer.

Assim partido e repartido,

entre passado e futuro,

temo ser Bartolomeu,

que, no mar antigo, nos deu

o sinal de um novo mundo.

que nenhum mapa pode conter.