Viagem ao fim do Império

 

Meu navio vai de mar em mar, 

procurando angras de sossego, 

rios de bons sinais 

e uma ilha dos amores,

onde frutos e flores 

possam colher-se 

livremente,

sem contrato social.

Que me levem asas mecânicas, 

motores, computadores, pilotos. 

Que me levem, além de mim,

para o outro lado do mundo! 

De mar a mar, esvoaçar, 

para novo tempo procurar,

e, vivendo sem teoria,

retomar o prazer 

de comigo me escrever 

de, em palavras, me vestir,

e, com verdade, me fingir.