Aqui, onde quem sou me esquece

Aqui, onde quem sou
breve me esquece,
só o sol que me acalenta.

Aqui, quando o silêncio
me dá tempo,
vou sofrendo a nostalgia
de estares aqui,
sem estares aqui.

E, sereno, o sol
vai limpando a bruma
deste resto de chuva
que resiste.

Aqui, olhando em mim
o vaivém do mar,
só o sol me retempera
e a força dos dias
se recupera.










A força do silêncio,
o tempo que há-de vir,
a funda espera.
Os dias que doem docemente.