Quando as ideias correm mais velozes do que as palavras e no écran da memória deslizam imagens vividas ou desejadas; quando uma qualquer força nos pega na caneta e nos obriga a escrever palavras negras sobre folhas brancas, sem sabermos o que vai acontecer na linha que começamos a escrever; quando tudo isto nos acontece sem o desejarmos, logo nos sentimos felizes. Sentimos que estamos presos a uma força interior que nos é superior e que não podemos controlar conscientemente. É assim que arrecado palavras no baú do subconsciente, as quais, de um momento para o outro, podem brotar como vulcão imprevisto, abalando a pacatez do quotidiano. Por isso digo que vale a pena viver, que vale a pena pisar os espinhos desse caminho, por vezes, doloroso.