NUNCA SOU QUEM ESTOU
Voltar de novo
ao sítio donde não saí,
neste vaivém
de partir e regressar.
Não apetece falar deste meu tempo,
dissecar instantes, redescobrir
na mão aberta do momento,
nervuras de dor, descontentamento.
Apetece sei lá bem quê? ...
Partir de mim,
quebrar amarras de tristeza,
e largar mar dentro,
para dentro de mim volver.
De longe vim
para mais longe vou.
Nunca sou quem estou.
Ora ausente, ora presente,
todo quem sou em viagem,
cada instante é sempre
simples ponto de passagem.