SEMPRE UM LUGAR ONDE
Depois do nevoeiro há-de vir mar
e do mar el-rei desembarcar
p'rá república restaurar.
El-rei há-de voltar
das brumas da fantasia
e o povo de novo crente
pela santa liberdade
há-de lutar.
Desenterrar da memória
as palavras proibidas
e gritá-las bem alto
na praça de todos os dias
(tens de falar na vinda
de quem, na vida, apenas viveu
o sonho de não morrer).
Nesta diáspora de quem sou,
há sempre um lugar onde,
em qualquer lugar,
sempre mares desconhecidos
que ainda estão por navegar.
Há sempre, na terra inteira,
novo mundo a desbravar.