REGRESSAM AO ALGARVE

Pátria Prometida, p.82

 

 

 

Regressam ao algarve

traineiras catrinetas

que fugiram de luanda

nome de guerra.

Não trazem camanga nem erva

mas homens destroços vivos

roídos pela saudade

e nas quilhas arrombadas

a memória dos mortos

de uma pátria sem terra

Trazem rosas de guerra

que não de santa maria

falam de mísseis missangas

poentes dunas savanas

de palmeiras decepadas

e flores violentadas

Terão valido a pena

as penas do bojador?