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Lista de artigos

Artigos em grosso

Rials, Stéphane

Ribadeneyra, Padre Pedro (

Ribeiro

Ribeiro, Almeida (n. 1865)

Ribeiro, Álvaro

Ribeiro, Aquilino

Ribeiro, D. António

Ribeiro, Darcy

Ribeiro, E. R. Hintze

Ribeiro, Francisco Casal (n. 1914)

Ribeiro, Francisco Casal (n. 1914)

Ribeiro, Hélder  1883-1973

Ribeiro, J. M. Casal (1825-1896)

Ribeiro, João Pinto 

Ribeiro, José Freitas

Ribeiro, José Joaquim Teixeira

Ribeiro, José Silvestre (1807-1891)

Ribeiro, Militão

Ribeiro, Orlando (n. 1911)

Ricardo, David (1772-1824)

Ricardo, João Luís

Ricci, David

Richardson, Jeremy John

Richelieu, Cardeal (1585-1642)

Richelieu, Duque de (1766-1822)

Rickert, Heinrich

Ricoeur, Paul (n. 1913)

Ricorsi

Rieselbach, Leroy N.

Riesman, David

Riggs, Fred W.

Riker, William H.

Rimland

Rimlinger, Gaston V.

Rio Maior, 2º Conde de

Rio Pardo, 1º Conde de

Rio Zêzere, Barão de

Rios, Fernando de los

Riou, Gaston

Ripert, G.

Risco

Rise of Totalitarian Democracy, The [1952] Talmon, J. L

Risorgimento

Ritschl, Albrecht

Rituais políticos

Rivara

Rivarol, Antoine 

Rivera, José António Primo de (

Rivera, Miguel Primo de  (

Rivers, William  Halse  Rivers

Rivière, Claude (

Rivière, Mercier de la

 
Rials, Stéphane Considera que o Estado, porque é racionalidade, se confunde com a própria ideia de crise: de uma maneira estrutural, o Estado é intrínsecamente crise.. a acracterística do estado que aparece e se desenvolve ao mesmo tempo que a consciência histórica, é a de gerir as crises de modo dinâmico. E isto porque na vida do Estado o normal é não haver normalizações de comportamentos sociais, tal como na história nada se repete e tudo se transformar num processo que é sempre encadeamento de processos. Considera assim que o Estado é o lugar onde a sociedade se reflecte, se mediatiza, se pensa, se torna a instância onde se têm de regular o conjunto das crises e das tensões da sociedade. ÖCrise.
·Les Idées Politiques du Président Georges Pompidou
Paris, PUF, 1975.
·Droit Constitutionnel
Paris, Montchrestien, 1981 3ª ed., com Catherine Clessis e Patrick Wajsman.
·De Trochu à Thiers 1870-1873
Paris, Association pour la Publications d’une Histoire de Paris, 1988.
·Révolution et Contre-Révolution au Xxe Siècle
Paris, Albatros, 1987.
·La Déclaration des Droits de l’Homme et du Citoyen
Paris, Hachette, 1988.
·Les Phénomènes Révolutionnaires en France du Moyen Age à Nos Jours
Paris, Fayard, 1989. Com Frédéric Bluche
·La Révolution Française
Paris, PUF, 1992, 3ª ed., com Fédéric Bluche, Jean Tulard .
·Dictionnaire de Philosophie Politique
Paris, PUF, 1996. Com Philippe Raynaud.
 
 
RIBA, Prat de la. Ver Prat de la Riba.
 
 
Ribadeneyra, Padre Pedro (1527-1611) Jesuíta espanhol, companheiro de Santo Inácio de Loiola. Defensor de uma razão de Estado cristã., considerada a verdadeira, segura e certa razão de Estado, contra a de Maquiavel e dos políticos, considerada falsa, enganosa e incerta. Ataca também o tacitismo. Defende a subordinação do Estado à religião. Distancia-se metodologicamente dos modelos dos neo-escolásticos.
·Tratado de la Religión y Virtudes que debe tener el principe Cristiano para governar y conservar sus Estados. Contra lo que Nicolas Maquiavelo y los Políticos de este tiempo enseñam
Madrid, 1595.
 
 
Ribeiro, Álvaro (1905-1981) Licenciado pela Faculdade de Letras do Porto em 1931. Assume o republicanismo, sendo fundador da Acção Republicana, em 1926, e da Renovação Democrática, em 1931. Excluído do acesso ao professorado, vagueia por Lisboa, até conseguir um lugar de burocrata, enquanto anima, com José Marinho, várias tertúlias filosóficas nalguns cafés de Lisboa. Lança, a partir de 1943, o movimento da Filosofia Portuguesa. Assume o neo-aristotelismo, procurando superar o positivismo dominante desde 1910. Distingue-se também do saudosismo desencadeado por Pascoaes e assume-se como anti-sebastianista, considerando que, em vez de um monarca decadente, deveria apelar-se para um vindouro Infante de Sagres. Como assinala Pinharanda Gomes, se, como Pascoaes, considera que a poesia é superior à história, logo acrescenta que a filosofia é superior à poesia. Em 1929 considera que a Democracia, estabelecendo a liberdade política, é o governo verdadeiramente nacional, e só admite como Lei aquela que tiver sido formulada de acordo com todas as correntes de opinião. Critica especialmente a ideia da lei poder ser elaborada apenas pelos delegados do partido vencedor
 
"onde não houver filosofia não pode haver política, na acepção superior que cumpre conferir à palavra política. Só a filosofia, especialmente a filosofia do Direito, pode determinar inteligentemente a construção do Estado, mediante o qual os homens e os povos hão‑de ser gradualmente libertados do sofrimento, da injustiça e da mediocridade"
 
O pensamento português considera logicamente o psiquico antes do orgânico, e o orgânico antes do inorgânico, pelo que elabora o saber em sentido nitidamente oposto ao matematismo ao mecanicismo e a metafisismo da filosofia moderna"
 
o positivismo perdura sempre entre escritores que deliberadamente ou voluntariamente aceitam quer o cientismo quer o materialismo e que, por qualquer forma, teimam em afirmar a atitude agnóstica perante a ordem da transcendência para deduzirem a atitude pragmatista na ordem da imanência.
 

O Problema da Filosofia Portuguesa
Lisboa, Inquérito, 1942
·”Reflexões sobre Política Democrática”
In República, nº 35, 10 de Junho de 1929
Os Positivistas. Subsídios para a história da filosofia em Portugal
Lisboa, Livraria Popular Francisco Franco, 1951
A Razão Animada
Lisboa, Bertrand, 1957
·Escritores Doutrinados
Lisboa, SEC, 1965.
 
 
 
Ribeiro, D. AntónioAnunciada a repsectiva nomeação como Patriarca de Lisboa em 13 de Maio de 1971. Assume funções em 21 de Novembro de 1971.
 
 
 
Ribeiro, Aquilino (1885-1963) Aquilino Gomes Ribeiro. Escritor. Preso em 1907, por actividades bombistas, passa para o exílio em Paris, donde regressa em 1914. Professor no Liceu Camões, é, depois, conservador da Bibloteca Nacional. Participa na revolta de Fevereiro de 1927 e volta ao exílio parisiense. Regressa em 1928 para participar noutra revolta e caminhar mais uma vez para o exílio. No seu romance Quando os Lobos Uivam, de 1958, há uma explícita crítica os métodos da polícia política do Estado Novo.
 
Ribeiro, Almeida (n. 1865) Artur Rodrigues de Almeida Ribeiro. Juiz. Por quatro vezes, membro de governos da I República, nos sectores das colónias, das finanças e do interior, de 1913 a 1917, como militante do partido democrático. Em 1914 apresenta propostas de alteração do regime de administração ultramarina, transformadas nas Leis ns. 277 e 278 de 14 de Agosto, onde segue as ideias de António Enes. Estas leis apenas serão revogadas em 1919, quando se adopta o sistema britânico da autonomia. Foi irradiado do partido democrático por aceitar ser vogal do Conselho Superior das Colónias em 1928.
·Ministro das colónias do governo de Afonso Costa, de 9 de Janeiro de 1913 a 9 de Fevereiro de 1914.
·Ministro do interior no governo de Afonso Costa de 29 de Novembro de 1915 a 15 de Março de 1916.
·Subsecretário de Estado das finanças de 18 de Maio de 1916 a 25 de Abril de 1917, no governo da União Sagrada.
·Ministro do interior no governo de Afonso Costa, de 25 de Abril a 10 de Dezembro de 1917 (neste período foi também interino da instrução pública e das finanças).
 
Ribeiro, Darcy Defende a misceginação como fundamento da identidade brasileira e assinala a circunstância da elite não aceitar o fenómeno na sua plenitude.
·O Povo Brasileiro
São Paulo, Companhia das Letras, 1995.
 
Ribeiro, E. R. Hintze (1849-1907) Ernesto Rodolfo Hintze Ribeiro. Chamam-lhe o casaca de ferro. Considerado delicadísismo, do tipo de não ser capaz de dizer não a ninguém. Deputado e ministro regenerador assumirá, por três vezes, as funções de presidente do conselho. Tem como seu principal rival, na liderança dos progressistas, José Luciano. Destaca-se em 1879 como crítico do governo progressista de Anselmo Braamcamp, acusando-o de irregularidades eleitorais, entrando em olémica com José Luciano. Em 1881 faz parte da ala esquerda dos regeneradores, liderada por Barjona de Freitas, a chamada unha preta. Depois da morte de Fontes, em 22 de Janeiro de 1887, não apoia a candidatura de António Serpa, aliando-se a Barjona de Freitas na candidatura falhada de Martens Ferrão. Não alinha contudo com Barjona quando este institui a Esquerda Dinástica. Em 1893 ainda não era chefe dos regeneradores, mas Serpa não estava em condições de chefiar o governo por ser acusado de realções financeiras menos claras com o Estado enquanto administrador de uma das companhias de caminhos de ferro. Para esse governo consegue mobilizar João Franco, Fuschini e Bernardino Machado, mas ganha a inimizade de Júlio Vilhena. Ganha as eleições de Abril de 1894, chefiando os governamentais que então se assumem como concentração monárquica. Apenas assume a chefia formal do partido regenerador depois da morte de António Serpa em Março de 1900. Entre 1900 e 1904, já os regeneradores estão divididos entre os hintzáceos e os francáceos ou endireitas, os quais vão constituir a dissidência dos regeradores liberais em 1901.
·Deputado em 1879; 1880-1881; 1882-1884.
·Ministro das obras públicas, comércio e indústria de Fontes desde 25 de Março de 1881 a 24 de Outubro de 1883.
·Passa nesta data a ministro da fazenda, substituindo o próprio Fontes, até 20 de Fevereiro de 1886.
·Ministro dos negócios estrangeiros de António Serpa, de 14 de Janeiro a 14 de Outubro de 1890.
·Presidente do conselho de 23 de Fevereiro de 1893 a 7 de Fevereiro de 1897 (acumulou os estrangeiros, até 1895, e a fazenda, desde 20 de Dezembro de 1893).
·Volta então a presidente do conselho, de 26 de Junho de 1900 a 20 de Outubro de 1904 (acumula o reino). ·Presidente do conselho de 21 de Março a 19 de Maio de 1906 (acumula o reino).
·Faleceu no dia 1 de Agosto de 1907.
 
Ribeiro, Francisco Casal (n. 1914)
 
 Ribeiro, Hélder 1883-1973 Hélder Armando Santos Ribeiro. Republicano antes de 1910. Colaborador de Cândido dos Reis. Deputado à Constituinte (1911). Membro dos jovens turcos. Combatente da Flandres. Ministro da guerra nos governos de Sá Cardoso e Domingos Pereira, de 29 de Junho de 1919 a 8 de Março de 1920. Ministro da guerra de 19 de Julho a 20 de Novembro de 1920, no governo de António Granjo. Ministro da instrução no governo de Álvaro de Castro, de 28 de Fevereiro a 6 de Julho de 1924. Ministro do comércio de 23 de Junho a 6 de Julho de 1924, no mesmo governo, em substituição de Nuno Simões. Ministro da guerra de 22 de Novembro de 1924 a 15 de Fevereiro de 1925, no governo de José Domingues dos Santos. Colaborador da Seara Nova. Será uma das figuras tutelares da oposição ao salazarismo. Preso em Julho de 1930. Implicado no movimento de 26 de Agosto de 1931 é demitido. Preso em 24 de Agosto de 1933, amnistiado em 1936. Indicado como ministro do interior numa revolta de 1941. Membro da Junta Militar da oposição em 1944. Membro do MUNAF em 1945. Alinha no MUD. Pertence ao Conselho de Organização Nacional de 1947. Membro da candidatura de Norton de Matos em 1948-1949. Ligado à Causa Republicana de 1954. Alinha na Frente Nacional Liberal e Democrata de 1956. Faz parte do directório Democrato-Social. Apoia a candidatura de Huberto Delgado em 1958. Subscreve o Programa para a Democratização da República de 1961.
 
 
 
Ribeiro, João Pinto (1590-1649) Nasce em Lisboa. Forma-se em direito em 1625. Juiz de fora em Pinhel (1621) e Ponte de Lima (1627). Agente do duque de Bragança em Madrid desde 1629. Cavaleiro da Ordem de Cristo desde 1639. Chefe dos conspiradores de 1640. Guarda mor da Torre do Tombo desde 1644. Defensor das teses da soberania popular, do duplo contrato e do consequente direito de resistência. Assume a necessidade de liberdade para os judeus, escrevendo um Discurso sobre a matéria que não teve autorização para ser impresso.
·Uzurpação, Retenção e Restauração de Portugal
Lisboa, 1642.
·Injustas Sucessões dos Reis de Leão e de Castela, e Isenção de Portugal
1642.
·Preferência das Letras às Armas
1645.
 
4Braga, Luís Almeida, Espada ao Sol, Lisboa, Biblioteca do Pensamento Político, 1969, p. 35. 4Maltez, José Adelino, Ensaio sobre o Problema do Estado, Lisboa, Academia Internacional da Cultura Portuguesa, 1991, II, p. 276 segs.. 4Serrão, Joel, dir., Dicionário de História de Portugal, Lisboa, Iniciativas Editoriais, 1978, V, pp. 342-343. 4 Silva, Inocêncio Francisco, Dicionário Bibliográfico Português, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1977, tomo IV, p. 22. 4Torgal, Luís Reis, Ideologia Política e Teoria do Estado na Restauração, Coimbra, 1982, pp. 298 segs..
 
 
 
Castro Ribeiro Joaquim António de Melo e Castro Ribeiro. Ministro da agricultura de 27 de Janeiro a 8 de Março de 1920. Ministro da agricultura no governo de António Maria da Silva de 13 de Agosto a 15 de Novembro de 1923. Ministro da agricultura no governo de Álvaro de Castro, de 23 de Fevereiro a 6 de Julho de 1924
 
 
 
Ribeiro, José Freitas José de Freitas Ribeiro. Capitão de fragata. Ministro das colónias do governo de Augusto de Vasconcelos, de 13 de Novembro de 1911 a 16 de Junho de 1912. Ministro da marinha do governo de Afonso Costa, de 9 de Janeiro de 1913 a 9 de Fevereiro de 1914
 
Ribeiro, Francisco Casal (n. 1914) Deputado salazarista. A voz dos chamados ultras durante o marcelismo. Administrador da Cidla e vereador da câmara municipal de Lisboa.
 
Ribeiro, J. M. Casal (1825-1896) José Maria do Casal Ribeiro. Conde do Casal Ribeiro desde 1870. Depois de ter sido um revolucionário republicano em 1848, casa em 1851 com uma filha do barão de Quintela e passa-se para os regeneradores, de que é deputado e ministro. Deputado em 1851-1852; 1853-1856; 1857-1858; 1860-1861; 1861-1864; 1865; 1865. Par do reino desde 1865. Ministro da fazenda de 16 de Março de 1859 a 4 de Julho de 1860. Ministro interino dos negócios estrangeiros de 24 de Abril a 4 de Junho de 1860. Volta à pasta dos estrangeiros no governo da fusão, de 9 de Maio de 1866 a 4 de Janeiro de 1868, acumulando a das obras públicas, comércio e indústria de 9 de Maio a 6 de Junho de 1866. Como par do reino em 1884, é um dos opositores à lei eleitoral de Fontes e Barjona que veio alargar o sufrágio, anunciando a intenção de formar um novo partido, dito católico, apenas concretizado entre 1903 e 1910, com o partido nacionalista, liderado por Jacinto Cândido. Morre em 14 de Junho de 1896.
·O Soldado e o Povo
Coimbra, 1848.
·Hoje não é Hontem
Lisboa, Typographia de José Baptista Morando, 1848.
 
Ribeiro, José Silvestre (1807-1891) Membro do Batalhão Acdémico. Emigrado em Plymouth. Mindeleiro. Condecorado com a Torre e Espada. Deputado em 1846; 1848-18521; 1853-1856; 1857-1858; 1858-1859. Par do reino desde Dezembro de 1851. Ministro da justiça de 7 de Dezembro de 1857 a 31 de Março de 1858.
·História dos Estabelecimentos Científicos, Literários e Artísticos de Portugal.
 
Ribeiro, Militão Militante do PCP. Emigrante desde jovem no Brasil, começa como militante do partido comunista do Brasil. Expulso para Portugal, começa a actuar clandestinamente na sua terra natal, Trás-os-Montes. Deportado para Angra e para o Tarrafal, regressa em 1940, noâmbito da amnistia dos Centenários. Participa na reorganização do PCP de 1941. Novamente preso em 1942, volta para o Tarrafal, donde regressa em 1945. Combate o chamado desvio de direita. Preso em Março de 1949, morre na Penitenciária de Lisboa, em Janeiro de 1950, depois de uma greve da fome.
 
Ribeiro, Orlando (n. 1911) Orlando da Cunha Ribeiro. Professor de geografia na Faculdade de Letras de Lisboa. Considera que Portugal continental é um um território rectangular que vai da "ultima terra mediterrânica" (o Algarve) à "última terra atlântica"(o Minho), a um território, que, conforme Oliveira Martins, feito "com um retalho da Galiza, outro de Leão, outro da Espanha meridional serracena".
"em todo o Mediterrâneo a unificação política repousa sempre numa forte base continental. Esparta venceu Atenas: a primeira grande organização do Oriente nasceu nos planaltos da Macedónia e foi por terras interiores que alcançou a ïndia. O próprio Império Romano, que realizou, pela única vez, a unidade política e económica das margens do Mediterrâneo, fundou‑a na organização das suas estradas e cidades interiores. A unidade da Espanha, da França, da Itália, da Joguslávia, fez‑se à custa da hegemonia das terras continentais: Castela, Ilha‑de‑França, Piemonte, Sérvia. Portugal é a única nação que foge a esta regra"
 
 
Ribeiro, José Joaquim Teixeira Professor de Finanças Públicas na Faculdade de Direito de Coimbra. Primeiro reitor da Universidade de Coimbra depois do 25 de Abril de 1974. Será vice-primeiro ministro de Vasco Gonçalves no patético V Governo Provisório do Verão Quente de 1975. No prefácio que faz à edição dos discursos de Vasco Gonçalves considera que a democracia não é compatível com a liberdade política. A democracia formal não pode consentir movimentos antidemocráticos. Mas ainda menos compatível com a plena liberdade política é a democracia socialista, uma vez que não pode consentir nem em movimentos antidemocráticos, como a democracia formal, nem em movimentos anti-socialistas que ponham em risco a construção do socialismo. Salienta que o MFA teve uma corrente conservadora, favorável à democracia formal, e uma corrente progressista, adepta da democracia socilista.
Em 1935 edita umas lições de Direito Corporativo, onde se mostra favorável ao ideário fascista. Considera que o corporativismo é um sistema porque compreende uma concepção completa da organização social sob todos os aspectos, havendo uma economia corporativa, uma sociologia corporativa, um direito corporativo e uma política corporativa: o corporativismo não é um ideário deduzido sem quaisquer fundamentos reais, mera obra de imaginação que se procure experimentar como solução possível de males aflitivos da Humanidade: a História mostra-nos que a organização e disciplina corporativas constituem uma tendência natural, realizada e desenvolvida através dos séculos coma falta de lógica própria de todas as instituições crescidas ao sabor do tempo, e com as fraquezas, defeitos e transitórios desfalecimentos que sempre acompanham as coisas humanas. Adopta, da mesma forma, uma concepção de nação que invoca o fascismoe Léon Duiguit. Não deixa, no entanto, de salientar que o bem comum imanente está ao serviço do bem da pessoa humana, que é o bem comum transcendente e onde o Estado é simples meio ou instrumento ao serviço do que há de mais íntimo e superior no homem:o seu destino transcendente.
·Lições de Direito Corporativo. I. Introdução
Coimbra, 1938-1939
·”Princípios e Fins do Corporativismo Português”
In Boletim da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Coimbra, 1939.
·”O Destino do Corporativismo Português”
In Revista de Direito e Estudos Sociais, Coimbra, Vol. 1, 1945
 
 
Ribeiro Ferreira, Tomás António (1831-1901) Poeta, autor de D. Jayme, ou a Dominação de Castella, de 1862. Começa a vida pública como secretário-geral do governo da Índia. Destaca-se em Janeiro de 1878 como oposicionista ao governo de António José de Ávila. Ministro da marinha e ultramar no segundo governo de Fontes, entre 29 de Janeiro e 16 de Maio de 1878. Ministro do reino no terceiro governo de Fontes, entre 14 de Novembro de 1881 a 24 de Outubro de 1883, sucedendo a Rodrigues Sampaio. Ministro das obras públicas, comércio e indústria no mesmo governo de Fontes, de 19 de Novembro de 1885 a 20 de Fevereiro de 1886, sucedendo ao próprio Fontes. Não apoia a eleição de António Serpa para a chefia dos regeneradores em 20 de Junho de 1887. Ministro das obras públicas, comércio e indústria de João Crisóstomo, de 14 de Outubro de 1890 a 25 de Maio de 1891, quando é substituído por João Franco.
 
 
 
Ricardo, David (1772-1824) Economista inglês. Nasce em Londres. Filho de um banqueiro judeu, holandês de origens portuguesas. Começa como corretor de valores. Converte-se ao quakerismo, logo aos vinte anos, e torna-se num grande proprietário fundiário, com a fortuna feita pela especulação. Colabora anonimamente no jornal Morning Chronicle sobre matérias financeiras, a partir de 1809. Chega a membro do parlamento em 1819. Funda em 1821 uma sociedade científica destinada ao estudo da economia política.
·Principles of Political Economy and Taxation
1817. Cfr. trad. port. Princípios de Economia Política e de Tributação, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1965.
 
4Barata, Óscar Soares, «Apontamentos de História da Sociologia», in Estudos Políticos e Sociais, 1964, vol. II, nº 1, pp. 123 segs.. 4Denis, Henri, História do Pensamento Económico, trad. port., Livros Horizonte, 1973, pp. 333 ss.. 4Maltez, José Adelino, Ensaio sobre o Problema do Estado, Lisboa, Academia Internacional da Cultura Portuguesa, 1991, II, p. 227.
 
Ricci, David. Em The Tragedy of Political Science, faz um inventário das falhas do empirismo descritivista embrulhado num vocabulário tecnicista com a ilusão de se atingirem leis, a partir das quais poderiam fazer-se previsões.
Ricci, David M., Keynes, E., Political Power, Community and Democracy, Chicago, Rand MacNally & Co., 1970.
¾ The Tragedy of Political Science. Politics, Scholarship and Democracy, New Haven, Yale University Press, 1984.
¾ The Transformation of American Politics. The New Washington and the Rise of Think-Thanks, New Haven, Yale University Press, 1993.
 
Ricardo, João Luís (1875-1929) Médico, republicano antes de 1910. Ministro da agricultura no governo de Sá Cardoso, de 3 a 21 de Janeiro de 1920. Ministro da agricultura de 8 de Março a 26 de Junho de 1920. Administrador geral do Instituto de Seguros Sociais Obrigatórios.
 
Richardson, Jeremy John, Governing Under Pressure. The Policy Process in a Post-Parliamentary Democracy, Oxford, Martin Robertson, 1979.
¾ Pressure Groups, Oxford, Oxford University Press, 1993.
 
 
 
 
Richelieu, Cardeal (1585-1642) Armand Jean du Plessis, Cardeal Duque de Richelieu. Primeiro-Ministro do Rei Luís XIII de França. Ascende ao cargo de Secretário de Estado em 1616 e é feito Cardeal em 1624. Governa a França entre 1624 e 1642. Desencadeia a visão de um Estado Força que, como assinala Simone Goyard‑Fabre, obedece ao paradigma geométrico do Estado centralizador. A mesma autora salienta que mais do que ciência política ele trata da arte política e mais do que razão de Estado, exprime a política da razão de Estado. Assim, Richelieu, juntamente com Hobbes, geometrizando a política, fizeram do Estado. Admite que quando se trata da salvação do Estado, é preciso uma virtude máscula que passa, algumas vezes, por cima das regras da prudência ordinária. Trata-se de uma firmeza inabalável, contrária à moleza, que expõe os que nela se encontram às actividades dos respectivos inimigos. Em todas as coisas é preciso actuar com vigor.
·Instructions que me je suis données pour me conduire à la Cour
·Les Maximes d'État
·Traitté qui contient la méthode la plus facile et la plus assurée pour convertir ceux qui sont separés de l'Église
·Testament Politique
(1635 - 1640, ed. 1688). Cfr. ed. de Caen, 1985.
 
4Goyard-Fabre, Simone, Philosophie Politique…, pp. 194-1964Maltez, José Adelino, Ensaio sobre o Problema do Estado, Lisboa, Academia Internacional da Cultura Portuguesa, 1991, II, p. 125. 4Prélot, Marcel, As Doutrinas Políticas, II, cap. «O Absolutismo Empírico: Richelieu e Luís XIV», pp. 191 segs..
 
Richelieu, Duque de (1766-1822) Armand Emmanuel du Plessis. Presidente do conselho de Luís XVIII em 1815, durante a reunião do Congresso de Viena.

Rickert, Heinrich (1863-1936) Um dos fundadores da chamada filosofia dos valores, ou da Escola de Baden. Doutorado em Estrasburgo, professor em Friburgo, Kiel e Heidelberg, desde 1916, onde sucede a Windelband. Tem como discípulo Heidegger. Influencia Weber. Supera o dualismo de Windelband que opunha factos a valores, descobrindo a terceira via do mundo da cultura (um acontecer referido a valores), onde a realidade é referida a valores, a luz que ilumina o corpo da realidade. Salienta que as ciências da cultura não têm um objecto diferente das ciências naturais, mas apenas um método diverso. Porque há um dever-ser cultural (sollen) diverso do dever-ser natural (mussen). Se as ciências naturais são dominadas pelo método causal, já as ciências culturais obedecem à conexão histórica, que tanto tem latitude (a relação que une o objecto ao mundo circundante), como longitude (as interconexões das várias fases que a relação atravessa). Os nexos causais são realidades empíricas; as generalizações históricas apenas são conceitos.
1892
Der gegenstand der Erkenntnis
 
 
1896
Die Grenzen der naturwissenschaftlichen Begriffsbildung
 
[Os limites da conceituação na ciência natural]
Nova edição revista de 1902.
1899
Kulturwissenschaft und Naturwissenschaft
 
Revisão da obra de 1896, a pedido de Windelband.
Trad. cast. de Manuel Garcia Morente, com pref. de Ortega y Gasset, Ciencia Cultural y Ciencia Natural, Buenos Aires, Ediciones Espasa-Calpe, 1943.
1912
Vom System der Werte
 
 
1920
Die Philosophie des Lebens
 
 
1921
System der Philosophier
 
1921.
 
4 Maltez, José Adelino, Ensaio sobre o Problema do Estado, Lisboa, Academia Internacional da Cultura Portuguesa, 1991, I, pp. 176 segs..
 
 
 
Ricoeur, Paul (n. 1913) Estuda em Rennes e na Sorbonne. Obtém em l935 a agrégation. Mobilizado em l939, é feito prisioneiro e aí começa a traduzir com Mikel Dufrenne Ideen I de Husserl. De l945 a l948 ensina no Collège Cévenol di Chambon-sur-Lignon, e successivamente Filosofia moral em Etrasburgo, onde sucede a Jean Hyppolite. A partir de 1956 é professor de História da Filosofia na Sorbonne. Amigo de Emmanuel Mounier, colabora na revista «Esprit». De 1966 a 1970 ensina na nova Universidade de Nanterre, da qual se torna reitor entre Março de 1969 e Março de 1970. Para para a Universidade de Chicago, (Divinity School). A convite da UNESCO faz em 1978 um inquérito sobre a filosofia no mundo
Ideologia e utopia
 mos atingir as raias da ideologia e da utopia, apesar das roupagens vocabulares aparentemente anti‑ideológicas e anti‑utópicas. Da ideologia entendida como "versão do imaginário social que tende para a conservação, a justificação e a idealização da instituição existente" e da utopia que "tende para a subversão do que funciona em proveito de novas e outras formas de poder ", conforme as palavras de Paul Ricoeur.
Hermenêutica
concebe a filosofia, como uma "teoria geral do político", que tem a política como fim. acção comunicativa, o seu caput scholae, há também que salientar o papel da hermenêutica de Gadamer e Ricoeur
Estado
Muito neo-hegelianamente fala no político como uma "totalidade envolvente" dos costumes humanos exercendo uma função hegemónica sobre as consciências políticas. O Estado é um "querer público central de vontade", pelo que "não há problema que seja politicamente neutro, isto é, sem incidência na vida do Estado". Enquanto isto, a política visa congregar os interesses e os objectivos da existência humana; é no político que se joga o destino de um conjunto geo-histórico: cidade, nação, grupo de povos.
Os valores
A mesma posição é assumida pela hermenêutica de Paul Ricoeur e de Luigi Pareyson, para quem os valores têm que ser históricos e não ideais supra‑históricos. Ricoeur salienta que não pode haver política sem referência a uma "cultura", a um "horizonte de valores", a um "projecto de sociedade", pelo que os que pretendem reduzir a política a uma simples ciência ou a uma mera técnica praticam uma impostura intelectual e um engano metafísico.
Contra o exagero sistémico
Como salienta Paul Ricoeur, depois do extremo cartesiano do exagero do sujeito, caimos na "eliminação excessiva do sujeito na teoria dos sistemas, onde, porque é importante que o sistema funcione, criando‑se e transformando‑se a si mesmo, pelo que o sujeito desaparece completamente". Paul Ricoeur salienta, na senda aristotélica, que toda a acção tem três elementos: o psicológico, o lógico(logos), o axiológico e o normativo (phronesis). Contrariamente ao kantismo, não considera que a razão prática se modele pela razão especulativa, negando a separação metódica entre o a priori e a empiricidade.
A liberdade
Eentende a liberdade como uma tarefa, como uma exigência de efectividade, de esforço do ser, de compromisso, de realização, considerando que em Kant se deu um curto‑circuito entre a liberdade e a lei. Para ele o sollen não pode ser concebido como uma lei exterior relativamente à liberdade, o que se traduz na divisão do homem com ele próprio. Haveria um fundamento da liberdade anterior à própria lei moral e que passaria pelo conceito de pessoa e de respeito e que se traduziria em alteridade. Considera a hermenêutica como prática de desmistificação, compreensão e interpretação dos símbolos. Daí que a lógica da praxis esteja a um nível antropológico e psicológico, diverso tanto do pensamento especulativo como do nível irracional da paixão. Com efeito toda esta hermenêutica, ao ultrapassar o formalismo kantiano, recupera, de Hegel, o espírito objectivo e de Aristóteles, a filosofia prática.
 
"a política tem uma vocação fundamental e capacidade para reagrupar os interesses e as tarefas da existência humana; é no poder político que se noue o destino de um conjunto geo‑histórico:cidade, nação, grupo de povos". Neste sentido, considera que o labirinto do político é o lugar por excelência da ambiguidade do nosso tempo
Razão, crença e mito
"toda a razão tem um horizonte sobredeterminado pela crença", havendo "um ponto, onde o racional comunica com o mítico", donde deriva toda "uma constituição simbólica do laço social". Com efeito, "toda a ética que se dirige à vontade para a lançar no agir deve ser subordinada a uma poética que abre novas dimensões à nossa imaginação" Na verdade, sempre que procuramos a jurisdicização de conceitos como o de nação podemos atingir as figuras da falsa consciência, desde a ideologia, entendida como "a versão do imaginário social que tende para a conservação, a justificação e a idealização da instituição existente", à utopia, que "tende para a subversão do que funciona em proveito de novas e outras formas de poder", conforme assinala
 
Paul Ricoeur o Ocidente é um produto da Idade Média dos séculos XII e XIII, autêntico "lugar de criação", dado que "foi nesta época que nasceram todas as grandes instituições:a universidade, a moeda, o comércio, o Estado, a vida comercial". As posteriores crises, da Renascença, da Reforma, do Iluminismo e das grandes revoluções do século XIX não passariam, aliás, de meras "crises de crescimento".
Defesa do institucionalismo
Ricoeur também adopta o institucionalismo, dado que este difere da hipostasiação do "espírito objectivo", que, como em Hegel, leva a absolutizar o conceito de Estado, dissolvendo a riqueza das relações inter‑subjectivas e a autonomia do sujeito. Para ele as instituições são o húmus onde estão solidificados os valores e nas quais se pode exercer a alteridade, a mediação entre as liberdades. São estruturas de inter‑acção que não são eticamente neutras. E é a base institucional, a ordem que assegura a tranquilidade e protege a intimidade, dado que só uma parte íntima do ser humano pode ser totalmente pessoalizada.
·Histoire et Vérité
Paris, Éditions du Seuil, 1955. Cfr. trad. port. de F. A. Ribeiro, História e Verdade, Rio de Janeiro, Editora Forense, 1968). Destacam-se os caps. «Estado e Violência», pp. 237 segs., e «Civilização Universal e Culturas Nacionais», pp. 277 segs..
Finité et Culpabilité
2 vols., I. L'Homme Faillible, II La Symbolique du Mal, Paris, Aubier, 1960.
·Eléments pour une Éthique
Paris, 1962.
De l’Interpretation. Essai sur Freud
Paris, Le Seuil, 1965.
·Le Conflit des Intérpretations. Essais d’Herméneutique
Paris, Éditions du Seuil, 1969.
·La Métaphore Vive
Paris, Éditions du Seuil, 1975.
·Tendances Principales de la Recherche dans les Sciences Humaines
Paris, UNESCO, 1978.
·Lectures I - Autour du Politique
Paris, Le Seuil, 1991.
 
Ricorsi Para Vico, a história não se apresenta sehundo uma linha direita, mas através de uma série de círculos que se desenvolvem em espiral e, portanto, nunca se conclui. Da monarquia passa-se à aristocracia e depois à democracia, para voltar-se à monarquia, através de uma série de ricorsi, de regressos. ìVico.
 
Filosofia dell’Economia [1907] äCroce, B., Obra onde se considera que o direito, enquanto actividade volitiva, pertence à esfera prática, pelo que não tem carácter ético, devendo integrar-se na economia. O direito, marcado pela utilidade, corresponde assim ao momento económico do espírito, porque a vontade jurídica tem um fim genericamente não universal, mas, nem por isso, necessariamente egoístico ou imoral.
 
Rieselbach, Leroy N., Deutsch, Karl, «Recent Trends in Political Theory and Political Philosophy», in American Academy of Political and Social Science, n.º Jul., Filadélfia, 1965.
 
Riesman, David Autor norte-americano, defensor de uma nova sociologia dita qualitativa. Um dos ideólogos do ecologismo. Educado em Harvard, professor de direito em Buffalo (1937-41) e de ciências sociais em Chicago (1946-58) e Harvard (até 1980). Considera que nas sociedades pré-industriais o indivíduo típico é "tradition-directed," isto é, os seus valores são determinados pelas tradições, passando intactos de geração para geração. Quando a população cresce, mas sem atingir o nível da massa, surge o "inner-directed", onde os valores pessoais são determinados essencialmente pela família imediata. Já o indivíduo "other-directed" apenas surge nas sociedades altamente industrializadas. Nestas, as relações do indivíduo com o mundo exterior e com ele mesmo passam cada vez mais pelo intermediário das comunicações de massa. Deste modo, as pessoas heterodeterminadas (other-determined) fazem a experiência dos acontecimentos políticos através de um écran de palavras... Todos os heterodeterminados (o contrário dos intra-determinados) têm em comum a circunstância da atitude do indivíduo ser orientada pelos seus contemporâneos. Deste modo, a estrutura do poder em vez de se assumir como uma hierarquia única, coroada por uma classe dominante, foi substituída por uma pluralidade de grupos de pressão e de interesse (veto groups) que, hoje, partilham o poder. Os heterodeterminados passam assim a ser meros consumidores de produtos oferecidos por uma série de grupos, pelo que em vez de aparecer sob a forma de uma pirâmide, o poder tona-se num labirinto, fruto tanto das evoluções económicas como do próprio processo cultural, dado que se formam e forjam sujeitos cada vez mais fracos e influenciáveis, totalmente dependentes das comunicações: os grupos de pressão deram origem a uma estrutura de poder singularmente amorfa, onde é difícil estabelecer a distinção entre o chefe e as tropas, entre aqueles que é preciso ajudar e aqueles que é preciso combater, entre amigos e adversários
1950
The Lonely Crowd. A Study of the Changing American Character
 
Garden City, Nova Iorque, Doubleday Anchor
+Reuel Denney e Nathan Glazer
Trad. fr. La Foule Solitaire, Paris, Arthaud, 1964.
1952
Faces in the Crowd
 
+Nathan Glazer
1954
Selected Essays from Individualism Reconsidered
 
Garden City, Nova Iorque, Doubleday Anchor
1955
The Oral Tradition, the Written Word and the Screen Image
 
Yellow Springs, Ohio
1964
Abundance for What? And Other Essays
 
Londres, Chatto and Windus
1980
Galbraith and Market Capitalism
 
Londres, MacMillan
 
 
Riggs, Fred W.
1975
Tower of Babel. On the Definition and Analysis of Concepts in the Social Sciences
 
Pittsburgh, International Studies Association
+ Sartori, Giovanni/ Teune, Henry,
 
Riker, William H.
1962
The Theory of Political Coalitions
 
New Haven, Yale University Press
1973
An Introducion to Positive Political Theory
 
Englewood Cliffs, Prentice-Hall
 
+ Ordeshook, Peter
1977
«The Future of a Science of Politics»
 
In American Behavior Scientist, vol. 2, Beverly Hills
1982
Liberalism Against Populism
 
São Francisco, W. H. Freeman
1986
Constitutional Regulation of Legislative Choice
 
Stanford, Hoover Institution/Stanford University
 
+ Weingast, Barry
1986
The Art of Political Manipulation
 
New Haven, Yale University Press/Economic Growth Center
1987
The Development of American Federalism
Boston, Kluwer Academic Publishers
Org.
 
Rimland. Ou terra-orlaäSpykman.
 
Rimlinger, Gaston V., Welfare Policy and Industrialization in Europe, America and Russia, Nova York, John Wiley & Sons, 1971.
 
Rio Maior, 2º Conde de. 1825). Enviado como representante de D. João VI ao Rio de
vienense.
 
Rio Pardo, 1º Conde de D. Diogo de Sousa (1755-1829). Doutor em matemática. Herói da Campanha de Montevideu. Vice-rei da Índia de 1816 a 1821. Ministro da guerra de D. Miguel, desde 3 de Maio de 1828 a 20 de Fevereiro de 1829.
 
Rio Zêzere, Barão de Joaquim Bento pereira (1798-1875). Um dos mindeleiros.
 
Rios, Fernando de los (1879-1949) Ministro da República espanhola. Exilado nos Estados Unidos.
 
Risco (1985) Revista de cultura liberal surgida na Primavera de 1985, sob a direcção de João Carlos Espada.
 
Riou, Gaston, S’Unir ou Mourir, Paris, Librairie Valois, 1929.
 
Ripert, G.
1918
Droit Naturel et Positivisme Juridique
 
Aix
1955
Les Forces Créatrices di Droit
 
Paris, LGDJ
 
Rise of Totalitarian Democracy, The [1952] äTalmon, J. L Obra onde se analisa a origem do totalitarismo, a partir dos primeiros modelos do democratismo jacobino. Dividida em três partes: as origens do messianismo político no século XVIII (Helvetius, Holbach, Rousseau, Morelly e Mably); a improvisação jacobina; a democracia de Babeuf.
 
Risorgimento O mesmo que ressurreição. Nome dado ao movimento de unificação italiano.
 
Ritschl, Albrecht (1822-1889) Professor protestante de teologia em Bona e Tubinga. Estuda em Bonn (1839-41) e Halle (1841-43). Doutorado em 1844. Professor em Bonn (1846-64) e Göttingen desde 1864 até à sua morte. Um dos precursores da Escola de Baden. Faz a distinção entre as ciências de factos (Tatsachenwissenschaften) e as ciências de valores (Wertwissenschaften). Retoma a distinção kantiana entre saber e fé. Considera que a base da religião não é a metafísica.
1850
Die Entstehung der altkatholischen Kirche
 
 
1870
Die christliche Lehre von der Rechtfertigung und Versöhnung
 
3 vol. (1870-74)
[A Doutrina Cristã da Justificação e Reconciliação]
 
 
 
Rituais políticosìLiturgias políticas.
 
Rivara, Joaquim Heliodoro da Cunha (1809-1879). Médico e professor de filosofia no liceu de Évora. Deputado em 1853. Secretário-geral do governo do Estado da Índia desde 1855 a 1877, onde funda o Instituto Vasco da Gama. Historiador do padroado português do Oriente e estudioso do concani
 
Apontamentos sobre os Oradores Parlamentares Portugueses de 1853
 
 
 
Memoria sobre a insufficiencia do Ensino da Philosophia Racional pelo methodo ordenado no decreto de 17 de Novembro de 1836.
 
Rivarol, Antoine (1753-1801) Antoine Rivaroli, dito conde de Rivarol. Escritor francês de origem italiana. Fixa-se em Paris a partir de 1780. Polemista contra-revolucionário. Celebrizado pelo Discours sur l'universalité de la langue française, de 1784. Entra em polémica com vários literatos, quando publica o Petit Almanach de nos grands hommmes pour l'année de 1788. Depois de 1789, assume-se como um convicto monárquico, principalmente em Journal Politique National. Autor de Petit Dictionnaire des grands hommes de la Révolution, de 1790, publicado em Bruxelas. Emigra em 1792, fixando-se em Berlim, donde emite folhetos contra-revolucionários. Salienta, em tom nitidamente hobbesiano, que "o universo está cheio de forças à procura de um órgão para se transformarem em poderes". Exemplificando, referia que "os ventos, as águas são forças; quando são utilizadas num moinho ou numa bomba, que são órgãos, transformam‑se num poder". Numa acepção ampla, considerava mesmo que o poder era precisamente a "força organizada", a "união entre o órgão e a força".
 
 
Rivera, José António Primo de (1903-1936) Filho do general Primo de Rivera. Jurista. Cria a Falange em 29 de Outubro de 1933, numa sessão do teatro da Comédia, em Madrid. Recusa o dualismo direita/ esquerda e capitalismo/socialismo. Defende uma Espanha, una grande e livre. Alia-se com Onesimo Redondo, fundador das JONS (Juntas de Ofensiva Nacional-Sindicalista), em 1931. Adoptam um programa que pretendia ser, ao mesmo tempo, contra o marxismo e o capitalismo. Deputado desde 1933, é preso em Março de 1936. Fuzilado em 20 de Novembro de 1936, na prisão de Alicante. Celebrado como um mártir pelo regime franquista. Influência de Kelsen. Um dos teóricos mais invocados pelos nacionais-revolucionários portugueses dos anos setenta. José Miguel Júdice chaga a editar uma antologia de textos do autor. Proclama que "são os poetas que movem os povos". claro adversário das concepções românticas de nação. Considera que "uma nação não é meramente atracção pela terra onde nascemos, não é essa emoção directa e sentimental que sentimos todos ao aproximarmo‑nos do nosso torrão natal", “não é uma realidade geográfica, nem étnica, nem linguística", "não é uma entidade física individualizada pelos seus acidentes orográficos, étnicos ou linguísticos". Porque "um agregado de homens sobre um bocado de terra só é nação se o for em função do universal, se cumpre um destino próprio na História, um destino que não é o dos outros". Deste modo , considera que "o que converte um povo numa hierarquia de nação é ter cumprido uma empresa universal, porque assim como para ser pessoa e superar a qualidade nativa de individuo temos que ser outros, quer dizer, temos que ser distintos dos outros, temos de së‑lo em relação com os outros". "Uma nação é uma unidade no universal, é o grau que atinge um povo quando cumpre um destino universal na história", é "uma entidade histórica, diferenciada das demais no universal por uma própria unidade de destino". Neste sentido, entende que "a nação é irrevogável, não é nossa como objecto patrimonial; cada geração não é dona absoluta da nação; recebeu‑a dos esforços de gerações anteriores e tem de entregá‑la como depósito sagrado à que lhe suceder". As nações "não são contratos, rescindíveis pela vontade dos que os outorgam: são fundações, com substância própria, não dependentes da vontade de poucos ou de muitos". E isto porque "a nação não é um conceito, mas uma norma. esta norma tem que ser acatada com todo o rigor contra todos os interesses, por mais fortes que sejam". Fala em "unidade total", unidade indiscutível, unidade permanente, unidade irrevogável, em sintese transcendente, síntese indivisível, e até invoca um patriotismo de missão de empresa.
Rivera, José António Primo, Obras, Madrid, Delegación Nacional de la Sección Feminina del Movimiento, 1970.
 
 
 
 
Rivera, Miguel Primo de (1870-1930) Miguel Primo de Rivera. Marquês de Estella, desde 1921, por morte do tio. General e político espanhol. Destaca-se em 1917 como orador dos clubes conspirativos militares ditos Juntas de Defensa. Celebrizado pela actuação em marrocos e pela repressão das revoltas da Catalunha. Promove, a partir de Barcelona, onde era capitão-geral, a revolta de 13 de Setembro de 1923 que suspende a constituição e instaura um directório militar, sem apoio parlamentar. Começa então um período ditatorial. O programa do golpe visa eliminar a desordem social e combater a corrupção. Tem o apoio do Exército, traumatizado pelas derrotas militares em Marrocos, bem como dos autonomistas moderados da Catalunha, críticos do centralismo do governo liberal derrubado. Mesmo a ala moderada do movimento operário apoia a nova situação, face ao desenvlvimento das greves selvagens. Forma em 1924 a Union Patriotica, já sem o apoio dos sindicalistas e dos autonomistas catalães. Comanda o desembarque de Alhucemas em Marrocos em 8 de Setembro de 1925 que derrota os bandos de Abd el-Krim. Instaura um directório civil em Dezembro de 1925. Institui em Setembro de 1927 uma Assembleia Nacional Suprema de carácter consultivo e marcada pela representação corporativa. Retira-se em 28 de Janeiro de 1930 e passa para o exílio parisiense. Pai de José António Primo de Rivera, o fundaor da Falange Espanhola.
 
Rivers, William Halse Rivers (1864-1922) Antrópologo britânico. Professor em Cambridge desde 1902. Médico. Começa como director do primeiro laboratório britânico de psicologia experimental, instalado na Universidade de Londres em 1897. Influenciado por Freud, introduz a psicanálise no universo britânico.
1906
The Todas
 
 
1914
History of Melanesian Society
 
Em 2 vols..
1914
Kinship and Social Organisation
 
 
1920
Instinct and the Unconscious
 
 
1923
Psichology and Politics
 
 
 
Rivière, Claude (n. 1932 ) Doutor em Letras. Professor em Conakri e em Paris.
·Les Liturgies Politiques
Paris, Presses Universitaires de France, 1988.
 
Rivière, Mercier de la 1720-1794 Pierre Paul Mercier de la Rivière. Pertence à seita dos fisiocratas ou economistas. Discípulo de Quesnay, adepto daquilo que qualifica como despotisme légal, não se mostra adepto da liberdade política. Colaborador da Enciclopédie, é enviado por Diderot à Rússia onde colabora com Catarina a Grande. Defende a tríade segurança, propriedade, liberdade, considerando que, com estes três pilares se forma a chamada ordem social. Bastante criticado pelo abade de Raynal, mas defendido por Condillac, Holbach e Diderot. Considera em 1767 a ordem natural como uma ordem providencial, como um conjunto de leis irrevogáveis estabelecidas por Deus que decorrem da essência dos homens. Porque é da essência da ordem que o interesse particular dum só não possa separar-se do interesse comum de todos, e é o que sucede sob o regime da liberdade. O mundo marcha, então, por si mesmo. O desejo de prosperidade imprime à sociedade um movimento que se transforma numa tendência constante para o melhor estado possível.
·L’Ordre Naturel et Essentiel des Societés Politiques
 2 vols, Paris, 1767.