Respublica Repertório Português de Ciência Política Edição electrónica 2004 |
ANO:1803
Destaques | Cronologia | Acontecimentos | Bibliografia | Personalidades | Livros do Ano | Falecimentos e Nascimentos |
PORTUGAL | MUNDO | |
Política |
· Motins de Campo de Ourique (Julho) · França impõe a Portugal pagamento de indemnização (Dezembro) |
· Napoleão vende a Luisianne aos Estados Unidos da América |
Ideias |
· A Sociedade da Rosa. A Marquesa de Alorna, acusada pelos esbirros de Pina Manique de constituir a Sociedade da Rosa, é obrigada a partir para o exílio, donde só regressa em 1814. · Começam a publicar-se as Memórias Políticas de Joaquim José Rodrigues de Brito |
· Krause edita Grundlage der Naturrechts, oder Philosophischer Grundriss des Ideals des Rechts. Se com Hegel o idealismo alemão atinge as culminâncias abstractas do conceito de Estado, cabe a Krause, proceder ao respectivo enquadramento numa estrutura eclética, mais susceptível de vulgarização, sobretudo entre os que não podiam aceitar a disciplina da pura dialéctica. Ver novas Ano de 1819 e 1825. |
NACIONAL |
INTERNACIONAL |
· 14 de Março Pina Manique é afastado da Alfândega
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· 17 de Maio Recomeça a guerra entre a França e a Inglaterra |
· 25 de Julho Motins de Campo de Ourique no dia procissão do Corpo de Deus. Confrontos entre a polícia e os soldados do regimento de Gomes Freire, traduzindo as lutas entre o partido inglês e o partido francês
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· Ainda em 1803... - Napoleão vende a Luisianne aos Estados Unidos da América - Na Rússia, institui-se o regime dos trabalhadores livres, permitindo-se que os servos comprassem a liberdade, pela aquisição de certos lotes de terra aos respectivos senhores; |
· Dezembro França impõe a Portugal o pagamento de gravosa indemnização, exigindo facilidades para a entrada no país de mercadorias francesas
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· Ainda em 1803... - Fundação do Colégio da Luz |
Guerra contra a Inglaterra (1803)
Recomeça a guerra entre a França e a Inglaterra em 17 de Maio de 1803, apresando navios franceses e holandeses; Napoleão responde, ocupando o eleitorado de Hanovre; em 21 de Outubro, os ingleses vencem a batalha naval de Trafalgar. Dá-se assim início a uma série dita das guerras napoleónicas, de 1803 a 1815, que produzem cerca de 1 869 000 mortos.
AUTORES |
OBRAS |
BRITO, Joaquim José Rodrigues de |
Memórias Políticas sobre as verdadeiras bases da grandeza das nações e principalmente de Portugal, 3 vols. 1803-1805 |
FISHER, Ames |
The Dangers of American Liberty |
KRAUSE, Karl Christian Friedrich (1781-1832) |
Grundlage der Naturrechts, oder Philosophischer Grundriss des Ideals des Rechts |
PEREIRA E SOUSA, Joaquim José Caetano |
Classes dos Crimes por ordem systematica |
SAY, Jean-Baptiste |
Traité d'économie Politique, ou Simple Exposition de la Manière dont se Forment, se Distribuent et se Consomment les Richêsses |
SISMONDI, Sismonde |
De la Richêsse Commerciale |
Brito, Joaquim José Rodrigues de 1753-1831 Professor de leis. Filosoficamente sensualista e hostil à escolástica, à teocracia e ao ultramontanismo, situa-se, no plano das doutrinas económicas, entre a fisiocracia à maneira de Quesnay e o livre-cambismo de Adam Smith. Politicamente, defende do despotismo esclarecido. Considerado um dos últimos representantes do Iluminismo. & Memórias Políticas sobre as verdadeiras bases da grandeza das nações e principalmente de Portugal, 3 vols., 1803 - 1805.
Sismondi, J. -C. L. Sismonde (1773-1842). Jean-Charles Léonard Sismonde Sismondi. Historiador e economista suíço. Começa como adepto das teses de Adam Smith em 1803. Modifica a linha de rumo do seu pensamento a partir de 1819. Critica o método abstracto e generalizante dos clássicos e o mito da concorrência. Fala nos males da industrialização e das crises de superprodução. Defende a economia como ciência moral. Assume-se como um dos socialistas ricardianos, isto é, daqueles que defendem a construção do socialismo e a crítica dos liberais, a partir das teses da economia clássica ricardiana. Acaba por influenciar Marx na teoria da mais valia e a ideia de concentração capitalista. Prefere os conflitos de interesses à harmonia dos interesses, considerando também que o aumento da produção gera o aumento da miséria. & De la Richesse Commerciale, 1803.
Say, Jean-Baptiste (1767-1832) Membro do tribunado em 1799, é afastado do poder por Napoleão. O seu Traité de 1803 apenas pôde ser reeditado em 1814, com a Restauração. Torna-se professor de economia industrial a partir de 1819, no Athenée. Em 1830 chega finalmente a professor de economia política no Collège de France. Um dos principais vulgarizadores de Adam Smith e fundador dos estudos de economia política em França. Considera que a oferta cria a sua própria procura, formulando a chamada lei dos mercados, segundo a qual cada produto que se produz cria automaticamente mercado para outros produtos. Influencia os portugueses Manuel de Almeida e Ferreira Borges. & Traité d'économie Politique, ou Simple Exposition de la Manière dont se Forment, se Distribuent et se Consomment les Richêsses, 1803.
Ames, Fisher (1758-1808) Advogado de Massachusetts, federalista. Considera que o povo, como organismo social, não pode deliberar. Teme que o governo deixe de cumprir o seu objectivo, o de garantir a propriedade e a tranquilidade da sociedade. Defende o respeito das hierarquias e das normas consuetudinárias, considerando a moralidade privada como a chave da honestidade política & The Dangers of American Liberty(1803).
Naturrechts (Grundlage der), 1803 Krause, influenciado por Hegel e Schelling, concebe o Estado como organismo ético-físico, não equiparável a um simples mecanismo, pois os cidadãos que o integram continuam dotados de um livre-querer. O homem é visto como uma individualidade pessoal com relações orgânicas relativamente aos diversos graus da sociabilidade humana, como a família, a nação e a própria humanidade, pelo que todas as associações humanas vivem de uma tensão entre um elemento subjectivo ou pessoal e um elemento objectivo ou social. A sociedade, embora constituindo um todo orgânico com diversas instituições, exige uma unidade central e superior: o Estado. Porque, se cada instituição mantém a sua independência relativa, todas têm de submeter-se face a uma mesma direcção central e superior. Apesar de ser um dos órgãos principais do vasto organismo social, o Estado não absorve o homem nem a sociedade. Pelo contrário, exige organizações sociais distintas para a moral, a religião, as ciências, as artes, a indústria e o comércio, assumindo-se como o mediador entre o destino individual e o destino social. |
VII - FALECIMENTOS E NASCIMENTOS
FALECIMENTOS |
NASCIMENTOS |
ALFIERI, Vittorio Amadeo(1749-1803) HERDER, Johann Gottfried (1744-1803) |