Respublica Repertório Português de Ciência Política Edição electrónica 2004 |
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ANO:1941
| Destaques | Cronologia | Acontecimentos | Bibliografia | Personalidades | Livros do Ano | Falecimentos e Nascimentos |
| PORTUGAL | MUNDO | |
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Política |
· Reorganização do PCP que retoma ligações à Internacional Comunista (Janeiro) · Grande ciclone em Portugal (Fevereiro) · Protestos estudantis contra o aumento das propinas (Novembro) · Ocupação de Timor por forças australianas (Dezembro) |
· Independência da Croácia (Abril) · Hitler inicia invasão da URSS (Junho) · Assinatura da Carta do Atlântico (Agosto) · Começa o cerco alemão a Leninegrado (Setembro) · Batalha de Moscovo (Outubro/Dezembro) · Ataque japonês a Pearl Harbour (Dezembro) · Estados Unidos entram na guerra (Dezembro) |
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Ideias |
· Surgem os filmes de António Lopes Ribeiro, O Pai Tirano e O Pátio das Cantigas · Neo-realismo ou a bíblia dos comunistas. Surge, em Coimbra, o Novo Cancioneiro, base do movimento neo-realista, próximo do chamado realismo socialista, com Fernando Namora, Mário Dionísioso, João José Cachofel, Joaquim Namorado, Manuel da Fonseca e Carlos de Oliveira |
· Razão e Revolução. Herbert Marcuse, Reason and Revolution Aí se considera que no Estado Totalitário, a sociedade civil burguesa governou e imperou sobre o Estado, contrariando-se, deste modo a perspectiva de Hegel que dava primado ao Estado ou sociedade política sobre a sociedade civil. Marcuse, nesta senda, considera que o Estado tem de ser razoável, correspondendo às potencialidades do homem e permitindo o seu pleno desenvolvimento. Neste sentido, considera que todas as formas de Estado que não obedeçam a esta racionalidade não são, portanto, reais. · Input e Output. O economista Wassily Léontief em The Structure of American Economy 1919-1939 introduz as ideias de input e output, retomando as perspectives de Léon Walras. Vai influenciar decisivamente as teses dos sistémicos políticos · Altiero Spinelli e Ernesto Rossi lançam a partir da prisão de Ventotene o Manifesto Federalista Europeu, base daquilo que, em 1943, será o Movimento Federalista Europeu. · A era dos organizadores. O antigo trotskista norte-americano, James Burnham, em The Managerial Revolution, influenciado pelo taylorismo, teoriza os managers e as elites organizacionais, estabelecendo semelhanças entre os processos do estalinismo, do nazismo e do capitalismo norte-americano. O livro, na sua tradução francesa de 1947, vai ser prefaciado por Léon Blum. |
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NACIONAL |
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· Janeiro 8 Novo embaixador britânico em Lisboa, Ronald Campbell 13 Bula de Pio XII dá execução ao Acordo Missionário - Reorganização do PCP. Depois da Internacional Comunista ter cortado as relações com o PCP em 1939 e de ter sido suspensa a publicação do Avante, o partido é reorganizado, pela acção do secretariado constituído por José Gregório, Militão Ribeiro e Álvaro Cunhal. Cria-se um corpo de revolucionários profissionais, os funcionários, e adopta-se o modelo conspirativo leninista. Contra este modelo, há uma dissidência participada por Velez Grilo, Cansado Gonçalves e Vasco Carvalho que se reclamam então como a verdadeira direcção do partido. |
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· Fevereiro 2 Diário de Notícias lança apelo salvemos as crianças vítimas da guerra 15 Violento ciclone, em Portugal, lança grande devastação |
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· Abril 19 Salazar recebe em Coimbra doutoramento honoris causa por Oxford. Cerimónia ocorre na sala do Senado 28 Aniversário de Salazar. Manifestação de apoio a Salazar no Terreiro do Paço. Surge o slogan todos não somos demais para continuar Portugal. Salazar perfaz nesse dia 52 anos de vida |
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· Junho 9 Municípios promovem homenagem a Duarte Pacheco 21 Regime de crimes contra a economia nacional |
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· Julho 23 Aumento dos preços dos combustíveis 29 Carmona nos Açores |
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· Agosto 23 Estabelecido o racionamento da gasolina - Reaparece o jornal comunista Avante! |
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· Outubro 1 Uniformização do funcionamento dos organismos de coordenação económica 12 Eleições para as Juntas de Freguesia 31 Em discurso no Porto, Alfredo Pimenta propõe a restauração da monarquia |
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· Novembro 27 Greve por aumentos salariais dos operários têxteis da Covilhã - Protestos estudantis em Coimbra e Lisboa contra o aumento das propinas. Pede a demissão a própria comissão administrativa da Associação Académica de Coimbra, nomeada pelo Ministério da Educação |
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· Dezembro 19 Salazar informa a Assembleia Nacional sobre a ocupação de Timor por tropas australianas e holandesas |
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· Ainda em 1941... - Surge a revista Panorama do SNI |
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INTERNACIONAL |
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· Janeiro 10 Protocolo secreto ao Pacto Germano-Soviético - Japão ataca as Filipinas |
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· Fevereiro 9 Almirante Darlan novo chefe do governo francês - Rommel forma o Afrika Korps |
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· Março 25 Jugoslávia adere ao Pacto AntiKomintern 26 a 28 Na Jugoslávia, tem lugar um golpe anti-alemão |
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· Abril 6 Invasão alemã da Jugoslávia 10 Independência da Croácia - Capitulação da Grécia |
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· Maio 6 Estaline assume o cargo de presidente dos Comissários do Povo |
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· Junho 2 Nazis ocupam Creta 22 Hitler inicia a operação Barba Ruiva. Três milhões de homens, 4000 aviões e 3000 tanques desencadeiam uma invasão da Rússia, depressa qualificada como cruzada contra o comunismo soviético. - Começam atentados da Resistência francesa contra o regime de Vichy |
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· Julho 1 Alemães ocupam Riga 2 Queda de Sebastopol 3 Estaline, que nos primeiros dias da invasão permanece silencioso - ao que parece chegou a padecer de uma grave depressão nervosa que o obrigou a fechar-se no seu quarto do Kremlin - , dirige-se ao povo soviético. 11 Criação da Legião de Voluntários Franceses contra o Bolchevismo 16 Ataque alemão a Smolensk 20 Estaline assume-se como Comissário do Povo para a Defesa, assumindo a presidência de um Comité de Estado para a Defesa, desencadeando a resistência a partir de fins de Novembro. |
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· Agosto 7 Ataque alemão a Iaroslav 14 Anunciado a assinatura da Carta do Atlântico entre Roosevelt e Churchill 25 Ocupação da Pérsia (norte do Irão) por soviéticos e britânicos |
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· Setembro 9 Começa o cerco alemão a Leninegrado. Leninegrado resistiu durante 900 dias ao cerco alemão, apenas vindo a ser libertada em 27 de Janeiro de 1944. Segundo relatos de quem viveu o cerco, Leninegrado cercada foi-se libertando do estalinismo: os retratos do líder desapareceram das paredes. Os habitantes de Leninegrado começaram a usar cada vez menos o seu nome - tanto nos discursos como por escrito [...] As condições únicas da cidade, que estava à beira da morte, aceleraram o processo de purificação moral e de reformulação dos valores. O culto de Estaline, que parecera inabalável e inevitável, desapareceu como que por comum acordo. O poeta da época salientou abertamente este aspecto ao chamar ao seu poema "Kirov está connosco" ! Nessas duras noites, segundo o poeta Tikhanov, não foi Estaline, mas Kirov quem estivera ao lado dos habitantes de Leninegrado. 24 Criado por de Gaulle o comité nacional francês |
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· Outubro 20 até 5 de Dezembro, Batalha de Moscovo, perante a aproximação alemã de Moscovo (chegaram a estacionar a cerca de 10 quilómetros da capital soviética) de Leninegrado e da Crimeia, Hitler ainda pode proclamar que o inimigo oriental foi batido para não mais se levantar, mas o plano, que visava obrigar a URSS capitular antes do Inverno, acaba por fracassar. Com efeito, o Exército Vermelho, com 4 320 000 homens, voltara a utilizar a táctica de Kutusov, acrescentando novos ingredientes, nomeadamente a desmontagem nas regiões ocidentais de cerca de mil e quinhentas empresas, deslocando-as e instalando-as em regiões orientais, como a Sibéria, os Urales e o Volga. |
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· Novembro - Estaline, em discurso, clama pelos egrégios avós da Santa Rússia: que as imagens viris dos nossos grandes antepassados - - Alexandre Nevsky, Dimitri Donskoi, Kusma Minin, Dimitri Pozharski, Alexandre Suvrov, Mikhail Kutusov -- vos inspirem nesta guerra 29 Soviéticos reconquistam Rostov, enquanto resistem heroicamente em Leninegrado
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· Dezembro 7 Ataque japonês a Pearl Harbour. No dia seguinte os Estados Unidos entram na guerra - Começa a contra-ofensiva soviética. é o início da segunda fase da Grande Guerra Patriótica, onde ser antifascista passa a significar o mesmo que ser a favor da resistência russa contra os invasores alemães, despertando-se instintos ancestrais. Como diz Soljenitsine, o comunismo montou sobre o nacionalismo russo, sim, o assassino montou sobre a sua vítima quase morta. Com efeito, Estaline, que se assumira como presidente dos Comissários do Povo, vai também passar a ser generalíssimo e trata de mobilizar o velho instinto russo de legítima defesa, para além de receber uma importantíssima ajuda norte-americana |
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· Ainda em 1941... - Rudolf Hess desce de helicóptero na Escócia. Preso, Hitler declara-o louco. Queria convencer o rei a demitir Churchill e a fazer uma aliança com Hitler. - O político belga, Léon Degrelle, empenhado no colaboracionismo, funda a legião Wallonie que combate ao lado dos alemães na Frente Leste. |
Neo-realismo Movimento literário do século XX que, entre nós, procurou reproduzir o chamado realismo socialista. Ligado nas suas origens a intelectuais comunistas, tem os seus principais cultores em romancistas como Alves Redol, em Gaibéus, de 1940, e Soeiro Pereira Gomes, em Esteiros, de 1941,tendo como principal órgão vulgarizador o periódico O Diabo. O próprio Álvaro Cunhal aparece como teórico do movimento, insurgindo-se particularmente contra as ideias de arte pela arte propagandas pelo presencismo, nomeadamente de José Régio. Outros autores marcantes são Manuel da Fonseca (n. 1911), autor de Aldeia Nova, de 1942, e Carlos de Oliveira (n. 1921), com Casa na Duna, de 1943, e Uma Abelha na Chuva, de 1953. Já liberto dos espartilhos ideológicos, é no movimento que se insere o romancista médico Fernando Namora, com As Sete Partidas do Mundo, de 1948, Fogo da Noite Escura, de 1943, Casa da Malta, de 1945, e Retalhos da Vida de um Médico, de 1949. O movimento passou a dominar os intelectuais orgânicos do sistema literário português, amarfanhando muita da nossa criatividade.
Hitler invade a URSS na operação Barba Ruiva Em 22 de Junho de 1941 Hitler inicia a operação Barba Ruiva. Três milhões de homens, 4000 aviões e 3000 tanques desencadeiam uma invasão da Rússia, depressa qualificada como cruzada contra o comunismo soviético. Numa primeira fase, a blitzkrieg parece fulgurante, tanto pelo recuo dos soviéticos (as tropas alemãs, em apenas três dias, avançaram 250 quilómetros, enquanto eram destruídos, nas próprias pistas, quase todos os aviões soviéticos e capturados, nos primeiros cinco meses, cerca de cinco milhões de russos) como por certo apoio passivo à invasão alemã que, nalguns casos, até chega a ser assumida como uma libertação anticomunista. Com efeito, há inequívocos sinais da invasão ter sido encarada por algumas zonas dependentes da União Soviética como uma espécie de libertação nacional, não sendo de estranhar que, ao lado dos alemães, tivessem surgido, desde logo, voluntários lituanos, ucranianos e estonianos, bem como os próprios tátaros da Crimeia. Tal como Napoleão, Hitler procura assumir uma força armada multinacional, recebendo apoio de contingentes finlandeses, romenos, húngaros, eslovacos e italianos, bem como de voluntários ideológicos provindos da Espanha, a Divisão Azul, onde se integravam alguns portugueses. Vão também caindo pontos estratégicos tão importantes como Sebastopol, em 2 de Julho, Smolensk, em 16 de Julho, e Iaroslav, 7 de Agosto. Assim, em 9 de Setembro, os alemães iniciam mesmo o cerco a Leninegrado e, em 20 de Outubro, já desencadeiam a Batalha de Moscovo, chegando a estacionar a cerca de 10 quilómetros da capital soviética, em 5 de Dezembro. Em Outubro, perante a aproximação alemã de Moscovo, de Leninegrado e da Crimeia, Hitler ainda pode proclamar que o inimigo oriental foi batido para não mais se levantar, mas o plano, que visava obrigar a URSS capitular antes do Inverno, acaba por fracassar. Com efeito, o Exército Vermelho, com 4 320 000 homens, voltara a utilizar a táctica de Kutusov, acrescentando novos ingredientes, nomeadamente a desmontagem nas regiões ocidentais de cerca de mil e quinhentas empresas, deslocando-as e instalando-as em regiões orientais, como a Sibéria, os Urales e o Volga. Estaline, que nos primeiros dias da invasão permanece silencioso - ao que parece chegou a padecer de uma grave depressão nervosa que o obrigou a fechar-se no seu quarto do Kremlin - , só em 3 de Julho se dirige ao povo soviético. Com efeito, em 20 de Julho, vai assumir a presidência de um Comité de Estado para a Defesa, desencadeando a resistência a partir de fins de Novembro. E no dia 29 já os soviéticos reconquistam Rostov, enquanto resistem heroicamente em Leninegrado. é o início da segunda fase da Grande Guerra Patriótica, onde ser antifascista passa a significar o mesmo que ser a favor da resistência russa contra os invasores alemães, despertando-se instintos ancestrais. Como diz Soljenitsine, o comunismo montou sobre o nacionalismo russo, sim, o assassino montou sobre a sua vítima quase morta.
Carta do Atlântico. Assinada em 14 de Agosto de 1941, na sequência da cimeira entre Roosevelt e Churchill, ao largo da Terra Nova, a bordo do Potomac. Nela foram fixadas as bases sobre as relações entre os Estados Unidos e o Reino Unido depois da guerra. Serviu depois como inspiração fundamental para a Carta da ONU. No art. VI desse documento, proclamava-se que depois da destruição final da tirania nazi, esperamos ver erguer-se no mundo um estado de paz, no qual todos possam viver sem guerra dentro dos limites das suas próprias fronteiras.
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AUTORES |
OBRAS |
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AMéRICO, Padre |
Pão dos Pobres, 1941-1942 |
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BRANDãO, António José |
Estado ético contra Estado Jurídico?, in O Direito, Lisboa, 1941 |
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BRASILLACH, Robert |
Notre Avant-Guerre. Mémoires , Paris, Plon, 1941 |
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BURNHAM, James |
The Managerial Revolution. What is Happening in the World , Nova York, John Day, 1941; (reed., Westport, Greenwood Press, 1972; trad. fr. L’Ère des Organizateurs, Paris, éditions Calmann-Lévy, 1947). |
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CAETANO, Marcello |
Problemas da revolução corporativa , Lisboa, Editorial Acção, 1941 |
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CAMPOS, Fernando |
Páginas Corporativas , 1941 |
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CARLYLE, A. J. |
Political Liberty , Oxford, Oxford University Press, 1941. |
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CONDE, Francisco Javier |
Espejo de Caudillaje, 1941 |
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DéAT, Marcel |
Rassemblement National Populaire , 1941 |
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DUMéZIL, Georges |
Essai sur la Concéption Indo-Européenne de la Societé et les Origines de Rome-Jupiter, Mars, Quirinus , 2 vols., Paris, éditions Gallimard, 1941. |
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EVOLA, Giulio Cesare Andrea |
Sintesi de una dottrina della razza, 1941 |
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FRANçA, Leonel |
A Crise do Mundo Moderno, 1941; (reed. Lisboa, Edições Pro Domo, 1945). |
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FROMM, Erich |
Escape from Freedom , 1941; (port. Medo da Liberdade) |
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GOMES, Soeiro Pereira |
Esteiros, 1941 |
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HAUSHOFER, Karl |
Kontinentalblock (Der), 1941 |
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HAYEK |
Pure (The) Theory of Capital , Chicago, The Chicago University Press, 1941 |
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HAZARD, Paul |
La Crisis de la Conciencia Europea , Julian Naris, trad., Caracas e Madrid, Ediciones Pegaso, 1941. |
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JOUVENEL, Bertrand de |
Après la Défaite, 1941 |
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LéONTIEF, Wassily |
The Structure of American Economy 1919-1939 |
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MALINOWSKI, Bronislaw |
Uma Teoria Científica da Cultura, 1941; (trad. port., Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1962). |
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MARCUSE |
Reason and Revolution. Hegel and the Rise of Social Theory , Londres, 1941; (trad. fr., Paris, éditions de Minuit, 1969) |
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MERêA, Paulo |
Suarez. Grócio. Hobbes , Coimbra, Livraria Arménio Amado, 1941. |
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REALE, Miguel |
Teoria do Direito e do Estado, 1941 |
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REYNOLD, Gonzague |
Qu’est ce que l’Europe? , Friburgo, 1941. |
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SOROKIN |
Crisis of our Age , 1941 |
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TORGA, Miguel |
Contos da Montanha , 1941 |
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VEIGA, António Jorge da Mota |
A Economia Corporativa e o Problema dos Preços, 1941 |
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VILHENA, Vasco de Magalhães |
Unidade da Ciência. Introdução a um Problema |
Marcuse, Herbert (1898-1979) Nasce em Berlim. Estuda em Berlim e Friburgo. Emigra em 1934 para os Estados Unidos, ensinando na universidade de Columbia. Naturaliza-se norte-americano em 1940, trabalhando no Departamento de Estado durante a Guerra. Membro destacado da chamada Escola Crítica. Influenciado pela ontologia de Heidegger e pela metodologia de Weber. Mistura Hegel, Marx e Freud, criticando o neo-empirismo comportamentalista da sociologia norte-americana. Inspirador da New Left norte-americana e um dos ídolos teóricos do Maio 68 Analisa a chamada dominação da racionalidade tecnológica das sociedades industriais avançadas, considerando que a mesma leva à unidimensionalidade. Porque a sociedade industrial possui instrumentos para transformar o metafísico em físico, o interior em exterior, as aventuras da mente em aventuras tecnológicas. O progresso técnico tornou obsoletas as oposições sociais típicas do século XIX, dado que o indivíduo ficou enredado nas complexas teias do sistema de produção e de distribuição de massa e da própria indústria cultural, até porque se criam necessidades artificiais. Questiona se a ameaça de catástrofe atómica não tem sido utilizada para proteger as próprias forças que perpetuam esse perigo. Salienta que a sociedade é irracional no seu todo, porque a paz é mantida pela constante ameaça da guerra.
· Reason and Revolution. Hegel and the Rise of Social Theory, Londres, 1941. Nova ed., Nova Iorque, Oxford University Press, 1955. Cfr. trad. fr. Raison et Revolution, Paris, éditions de Minuit, 1969. Trad. Port. Razão e Revolução, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1978.
· Eros and Civilization. A Philosophical Inquiry into Freud, Boston, Beacon Press, 1955 [cfr. trad. port. Eros e Civilização, Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1968].
· Soviet Marxism. A Critical Analysis, Nova Iorque, Columbia University Press, 1958.
· One-Dimensional Man. Studies in the Ideology of Advanced Industrial Society, Boston, Beacon Press, 1964. Cfr. trad. port. Ideologia da Sociedade Industrial, Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1969.
· Psicanálise e Política. O Fim da Utopia , [ed. orig. 1968], trad. port., Lisboa, Moraes Editores, 1969.
· An Essay on Liberation , Boston, Beacon Press, 1969.
· Schriften , Frankfurt, Suhrkamp, 1978.
Fromm, Erich (1900-1980) Autor da Escola de Frankfurt. Psicanalista. Estuda em Heidelberg. Obrigado a emigrar para os Estados Unidos em 1934, por ter origens arianas. Professor em Nova Iorque desde 1962. Um dos principais representantes do freudo-marxismo, influenciado por Adler. Defende um humanismo comunitário socialista e uma sociedade sã. Distancia-se e critica Herbert Marcuse. Defende a planificação humanista contra a burocracia alienante, insurge-se contra a sociedade tecnotrónica, essa sociedade completamente mecanizada, submetida à maximização da produção e ao consumo e que é dirigida por computadores. Propoe a instauração de pequenas comunidades que pratiquem o face to face.
· The Fear of Freedom, na edição britânica, ou Escape from Freedom, na edição norte-americana Nova Iorque, Holt, Rinehart & Winston, 1941. Cfr. Trad. Fr. La Peur de la Liberté, Paris, éditions Buchet-Castel, 1963; trad. port. O Medo à Liberdade, Rio de Janeiro, Zahar, 1980).
· Man for Himself, Nova Iorque, Holt, Rinehart and Winston, 1947.
· The Sane Society, Nova Iorque, Holt, Rinehart & Winston, 1955 (cfr. trad. fr. Societé Saine, Societé Aliené, Paris, 1956).
· You Shall Be as Gods, Nova Iorque, Holt, Rinehart & Winston, 1960.
· Marx’s Concept of Man, Nova Iorque, Frederck Ungar, 1961.
· Beyond the Chains od Illusion, Nova Iorque, Simon and Schuster, 1962.
· The Heart of Man, Nova Iorque, Harper and Row, 1964.
· Socialist Humanism. An International Symposium, Garden City, Nova York, Anchor Books, 1965. Org.
· To Have and to Be , 1976.
· The Anatomy of Human Destructiveness, Nova Iorque, Holt, Rinehart and Winston, 1973. Trad. Port. Anatomia da Destrutividade Humana, Rio de Janeiro, Zahar, 1979 (2ª ed.).
· The Revolution of Hope , Trad. fr. Espoir et Révolution. Vers l'Humanisation de la Technique, 1970.
Burnham, James n. 1905 Autor norte-americano, adepto da teoria das elites. De origens trotskystas, teoriza a era dos organizadores, ou a managerial revolution. Analisa as elites organizacionais. Influenciado por F. W. Taylor, considera que os managers são escolhidos tanto pelos seus conhecimento científicos como por traços prsicológicos. Compara o advento dos mesmos em três regimes políticos de então: a URSS de Estaline, a Alemanha de Hitler e os Estados Unidos de Roosevelt, observando em todos os casos uma grande identidade de processos.,
· The Managerial Revolution Nova York, John Day, 1941 (cfr. trad. fr. com pref. de Léon Blum, L'Ère des Organizateurs, Paris, 1947). ,
· The Machiavellians, Defenders of Freedom Nova Iorque, 1943 (cfr. trad. fr. Les Machiavéliens, Defenseurs de la Liberté, Paris, éditions Calmann-Lévy, 1949).
· Suicide of the West. An Essay on the Meaning and Destiny of Liberalism 1964
· The War We Are In New Rochelle, Arlington House, 1967.
Spinelli, Altiero (1907-1986) Político italiano, autor do Manifesto Federalista Europeu de Ventotene de 1941, juntamente com Ernesto Rossi. Foi membro do PCI até 1937, sendo detido em 1927 e libertado em 1943, quando passa para o exílio. é na prisão de Ventotene que, estudando os federalistas anglo-saxónicos, abandona as ideias comunistas. Fundador do Movimento Federalista Europeu, criado em Milão em 27-28 de Agosto de 1943, do qual foi secretário-geral de 1948 a 1962. Conselheiro do ministro dos estrangeiros italiano, Pietro Nenni, entre 1968 e 1969. Membro da Comissão das Comunidades a partir de 1970. Eleito deputado europeu numa lista do PCI em 1976, 1979 e 1984, sendo nesta data o presidente da Comissão Institucional do Parlamento Europeu. Funda o Clube do Crocodil em Estrasburgo. Autor de uma proposta sobre um Tratado de União Europeia, aprovada pelo Parlamento Europeu em 14 de Fevereiro de 1984.
· Manifesto de Ventotene, 1941. Novas edições em 1943 e 1944Com E. Rossi.
· Problemi della Federazione Europea Roma, Edizioni del Movimento Italiano per la Federazione Europea, 1944. Com E. Rossi.
Déat, Marcel (1894-1955) Político francês. Antigo membro do partido socialista (SFIO), de 1926 a 1933, destacando-se, nesta última data, como chefe dos pacifistas de esquerda. Sai da SFIO em Julho de 1933, na sequência daa colaboração em La Vie Socialiste (1930-1934). Funda em 1941 o partido colaboracionista Rassemblement National Populaire no regime de Vichy. Em vez da luta de classes, propõe a integração de classes e a solidariedade nacional; em lugar de socialismo, fala em corporativismo, numa economia dirigida e num Estado autoritário, naquilo que qualifica como neo-socialismo, onde defende a trindade Ordem, Autoridade, Nação. Em Março de 1944 chega a secretário de Estado do trabalho do governo de Laval. ,
· Perspectives Socialistes, Paris, Valois, 1930.
· Néo-socialisme? Ordre, Autorité, Nation, Paris, Grasset, 1933.
· Le Parti Unique, Paris, Aux Armes de France, 1943.
· Pensée Allemande et Pensée Française, Paris, Aux Armes de France, 1944.
Brasilach, Robert 1909-1945 Escritor francês, um dos mais destacados autores do chamado romantismo fascista. Começa como militante da Action Française. Colaborador do jornal Je Suis Partout, mesmo depois de 1941, quando o mesmo passa a ser um dos boletins afectos ao colaboracionismo. Apesar de ter abandonado o jornal em 1943, protestanto contra alguns extremismos, acaba por ser acusado de colaboracionismo, vindo a ser fuzilado em 6 de Fevereiro de 1945.
· Notre Avant-Guerre. Mémoires , Paris, Librairie Plon, 1941.
· Lettres écrites en Prison , Paris, éditions Les Sept Couleurs, 1953.
· Ecrit à Fresnes , Paris, Librairie Plon, 1967.
VII - FALECIMENTOS E NASCIMENTOS
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FALECIMENTOS |
NASCIMENTOS |
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BADEN-POWELL, Robert (1857-1941) BERGSON,Henri (1859-1941) DIAS, Carlos Malheiro (1875-1941) GOMES, Manuel Teixeira (1860-1941) MONTENEGRO, Artur Pinto de Miranda (1871-1941) MOSCA,Gaetano(1858-1941) OCHOA, Armando Humberto da Gama (1877-1941) PROENçA, Raúl (1884-1941) RAKOVSKI, Khristian (1873-1941) SOMBART, Werner (1863-1941) TAGORE, Rabindranath(1861-1941) |
AMARAL, Diogo Freitas do (n. 1941) ATAíDE, Augusto de (n. 1941) DEBRAY, Jules Régis (n.1941) FAVRE, Pierre (n. 1941) LAFER, Celso (n.1941) OLIVEIRA, António César Gouveia de (1941-1997) |