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Vico,
Giambattista
(1668-1774)
Giovanni
Battista Vico. Napolitano. Estuda direito. Professor de retórica de 1699 a 1741
na universidade da sua terra natal. Nomeado em 1735 cronista oficial do rei de Nápoles.
Um dos representantes do gnosticismo. Morre praticamente desconhecido entre os
europeus. Apenas se torna célebre depois de Jules Michelet o ter traduzido para
francês em 1824-1826. Refere a existência de três idades: a idade
dos deuses, a idade dos heróis e a idade
dos homens. A história não se apresenta sehundo uma linha direita, mas
através de uma série de círculos que se desenvolvem em espiral e, portanto,
nunca se conclui. A histório não obedece assim a um movimento linear, não se
propaga em linha recta, mas través de sucessivas espirais, cada vez mais
vastas. Da monarquia passa-se à aristocracia e depois à democracia, para
voltar-se à monarquia, através de uma série de ricorsi,
de regressos. Os povos são regenerados de fora para dentro quando não querem
reformar-se ou corrigir-se. Não há puros regressos nem é possível a estagnação,
nunca se regressa ao ponto de partida. É a divina providência que conduz o
homem para cima o que implica uma sucessão de renascimentos ou de regenerações,
à maneira de Fénix a renascer das cinzas. Salienta que omnis orbis terrarum respublicae un civitas magna cuius Deus hominisque
habet communionem. É que na idade dos
homens, haveria uma equidade natural
que reina naturalmente nas repúblicas
livres, onde os povos, cada qual pelo seu bem particular (e sem entenderem que
é o mesmo para todos) são levados a
ditar leis universais, existe na
natureza humana uma língua mental comum a todas as nações. As teses de
Vico vê m assim contrariar as posições do cartesianismo, sobretudo, contra a
faceta anti-histórica da modernidade. Defende também os todos orgânicos: traçar
o círculo eterno de uma história ideal, em tono da qual gravitam, no tempo, as
histórias de todas as nações, com o seu nascimento, os seus progressos e as
suas decadências.
ESPE
I, p. 158. VICO -Ideia humana,9,79
·De nostri temporis studiorum ratione
1709.
·Prinzipi di una scienza nuova intorno alla commune
natura delle nazione
Nápoles,
1725. Cfr. A trad. Fr. De A. Doubine, Paris, Nagel, 1953, com prefácio de B.
Croce.
·De universi juris uno principio et fine uno
Nápoles,
1720. Há uma segunda edição de 1730 e uma terceira de 1744. cfr. Opera, ed. de F. Nicolini, 8 vols., Bari, 1914 -
1941 e a trad. fr., Oeuvres Choisies de Vico, Paris, PUF, 1946.
4Battaglia, Felice, Curso
de Filosofia del Derecho, trad. cast. de Francisco Elias Tejada e Pablo
Lucas Verdú, Madrid, Reus, 1951, I, pp. 255 segs.. 4Cerroni, Umberto, O
Pensamento Político. Das Origens aos Nossos Dias, IV, pp. 13 segs.. 4Croce, B., La Philosophie de Jean-Baptiste Vico, trad. Fr.., Paris, Giard
& Brière, 19134Ferry, Jean Marc, in Dictionnaire des Oeuvres
Politiques, pp. 845 segs.. 4Fraga, Gustavo,
in Logos, 5, cols. 479-486. 4Gardiner, Patrick, Teorias
da História[1959], trad. port. de Vítor Matos e Sá, Lisboa, Fundação
Calouste Gulbenkian, 1974, pp. 11 segs.. 4Gettell, Raymond G., História
das Ideias Políticas, trad. port. de Eduardo Salgueiro, Lisboa, Editorial
Inquérito, 1936, pp. 281 segs.. 4Gonçalves, José Júlio,
Itinerários da Teoria Sociológica,
in Estudos Políticos e Sociais, vol.
VII, nº 1, 1969, pp. 17 segs.. 4Maltez, José Adelino,
Ensaio sobre o Problema do Estado,
Lisboa, Academia Internacional da Cultura
Portuguesa, 1991, I, p. 158.
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