Respublica Repertório Português de Ciência Política Edição electrónica 2004 |
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Cunha Leal, então director do Banco de Angola, profere conferência na Associação Comercial de Lisboa onde critica violentamente Salazar, por causa de Angola. Considera que, devido a esta política, Angola pode deixar de ser portuguesa. A maioria do CM é favorável a Cunha Leal, mas Carmona apoia Salazar. Este responde a Cunha Leal através de nota oficiosa do dia 7, a que Leal responde no dia 8. Cunha Leal é demitido do Banco de Angola, o governo cai e Salazar, no novo gabinete passa a ministro interino das colónias. |
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Discussão no Conselho de Ministro da questão Cunha Leal. A maioria dos ministros está contra Salazar que apenas é apoiado pelo ministro da justiça Lopes da Fonseca |
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Anuncia-se que Passos e Sousa formará governo. |
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Governo de Domingos Oliveira. Salazar, ministro interino das colónias e Cunha Leal sai da direcção do Banco de Angola. |
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Salazar em nota oficiosa, na qualidade de ministro interino das colónias, anuncia um plano de obras de fomento para Angola. |
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Em Espanha, Miguel Primo de Rivera pede a demissão e parte para o exílio em Paris. Há uma grave crise económica, a que se segue uma súbita desvalorização da peseta. |
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Norton de Matos critica publicamente plano de obras de fomento para Angola anunciado por Salazar em 25 de Janeiro. Salazar é obrigado a responder com uma série de notas oficiosas de 16 e 22 de Fvereiro, bem como de 29 de Abril |
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Uma Junta Liberal promove uma conferência anti-salazarista do engenheiro Perpétuo da Cruz na Associação de Socorros Mútuos dos Empregados do Comércio e Indústria. |
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Conflito em Angola. O alto-comissário Filomeno da Câmara visita o Lobito e deixa a indefinição em Luanda, onde stala um conflito entre o chefe de estado maior Genipro da Cunha de Eça Freitas e Almeida e o tenente Morais Sarmento, com troca de tiros e morte deste último. Salazar, em 16 de Março, demite o alto-comissário e nomeia o tenenete-coronel Bento Roma, segundo o conselho de monsenhor Alves da Cunha. |
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Em 27 de Março, cai o governo alemão presidido pelo social-democrata Hermann Muller. Em 30 de Março, surge um governo de inspiração presidencial, como o católico Heinrich Brunning |
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Começa o julgamento de Alves dos Reis |
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Surge Política, revista doutrinária, editada pela Junta Escolar de Lisboa do Integralismo Lusitano. Entre os colaboradores, Dutra Faria, Pinto de lemos, Amaral Pyrrait, António Pedro e António Tinoco. Dura até Março de 1931 |
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Publicado o Acto Colonial que cria o conceito de Império Colonial Português, abolindo o regime dos altos-comissários. Diz-se que visa os princípios do mais alto nacionalismo. Estava reunido na altura em Lisboa o 3º Congresso Colonial que defende a designação de provínicias ultramarinas e a consideração de um todo unitário e indivisível. Salazar é apoiado por João de Almeida, mas ferozmente criticado por Cunha Leal. O 28 de Maio entra em cisão tanto pela questão colonial como pela questão militar |
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Prisão de Cunha Leal. Do Aljube passa para Ponta Delgada e, daqui, para o Funchal. Evade-se em Novembro e só regressa a Lisboa, amnistiado, em Dezembro de 1932. São também presos nesse mês João Soares, Moura Pinto, Tavares de Carvalho, Carneiro Franco e Raúl Madeira. |
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Publicada a Reforma da Contabilidade Pública. |
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Discurso de Salazar na Sala do Risco Ditadura Administrativa e Revolução Política |
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Nota oficiosa de Salazar sobre a situação de Angola. Anunciada a criação do Banco de Fomento Colonial com extinção da Junta da Moeda de Angola. O general Bilstein de Meneses é enviado como observador a Angola. |
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Prisão de vário chefes republicanos (Sá Cardoso, Helder Ribeiro, Augusto Casimiro, Rego Chaves, Ribeiro de Carvalho, Maia Pinto, Correia de Matoos, Pinto Garcia e Carlhos Vilhena). Já tinham sido detidos em Maio João Soares, Moura Pinto, Tavares de Carvalho, Carneiro Franco, Raul Madeira e Cunha Leal. Tudo por causa de um presumível golpe, marcado para o dia 21. |
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Prisão de João de Almeida, o herói dos Dembos. Nota oficiosa refere que o mesmo preparava um movimento revolucionário destinado a derrubar o governo |
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Ivens Ferraz em conlui com o ministro da guerra Namorado de Aguira movimentam-se no sentido do afastamento de Salazar. |
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Salazar abandona a pasta das Colónias, para onde é nomeado Eduardo Marques |
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Criada a União Nacional por decreto do Conselho de Ministros. Na Sala do Conselho de Estado, General Domingos de Oliveira lê o texto. Comparecem membros do Governo e representantes dos municípios do país. Salazar faz discurso intitulado Princípios Fundamentais da Revolução Política onde critica as desordens cada vez mais graves do individualismo, do socialismo e do parlamentarismo, laivados de actuações internacionalistas. |
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Em Espanha, as oposições de esquerda unificam-se pelo chamado Pacto de S. Sebastian. |
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Causa Monárquica apoia Salazar e incita os monárquicos a aderirem à União Nacional. |
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Lopes Mateus, o ministro do interior, conhecido como o cabo Mateus entra em conflito com Vicente de Freitas e persegue os monárquicos que não aceitaram colaborar. Chega a ser preso João de Almeida. |
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Surge em Paris o chamado Grupo de Buda com os oposicionistas Moura Pinto, Jaime Morais e Jaime Cortesão. Ligados a José Domingues dos Santos. |
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Em 14 de Setembro, eleições na Alemanha. Os nazis, que se opõem ao pagamento de indemnizações de guerra, passam de 12 para 107 deputados. |
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Em 5 de Outubro de 1930, esboçam-se em Lisboa manifestações da oposição. Efectuadas várias prisões. |
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Em 24 de Outubro, golpe militar depõe o presidente Washington Luís no Brasil. |
3 |
Em 3 de Novembro, sobe ao poder no Brasil Getúlio Vargas |
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Em 12 de Dezembro os últimos soldados aliados evacuam do Sarre |
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Inaugurada a Liga 28 de Maio. Dominada por sidonistas e tendo como principal líder David Neto |
30 |
Salazar em discurso para militares, elogia as virtudes (é o regime das notas oficiosas, dos discursos calmamente encenados em salas fechadas perante delegações representativas; o reviralho faz golpes de Estado ou organiza-se no exílio) |
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