Organização afro-americana, de cariz político-religioso, criada em Detroit por
Elijah Muhammad, muçulmano convertido.
A partir da síntese entre negritude e islamismo que o seu perceptor, Wallace Dodd Ford, elaborou, o Honorável Muhammad forja
uma doutrina que incorpora elementos colhidos nas mais diversas tradições e crenças, desde o Cristianismo à Maçonaria.
Institui o dogma da transcendência e santidade de Ford (Farad, na versão messiânica), criador dos Céus e da Terra.
Tem antecedentes directos na Moorish Science Temple of America (1913, Timothy Drew) e na
Universal Negro Improvement Association (1914, Marcus Garvey).
Professa a emancipação dos negros norte-americanos atrvés de uma concepção
heréctica da doutrina islâmica.
Profundamente racista, com laivos de narração fantástica, a sua filogenia antropológica afirma que
a primeira comunidade, formada por negros (Original Men), engendrou a raça branca durante
uma experiência genética, 6000 anos a.C..
Morto o fundador, em 1975, ascende à liderança o seu prosélito dilecto, Louis Farrakhan, recrutado na ala mais radical.
Reúne em Washington, a 16 de Outubro de 1995, cerca de 1 milhão de homens negros, durante a Million Man March. Os seus detractores, não
menosprezando o alcance da iniciativa, situam-na, contudo, numa estratégia pessoal de credibilização , enquanto façanha que impulsiona Farrakhan, em definitivo, para a chefia carismática
do movimento afro-americano, igualando em popularidade e influência Luther King e Malcom X.
Não é ainda claro o envolvimento da NOI no assassinato de Malcom X, a 21 de Fevereiro de 1965, bem como a recepção e utlização de verbas doadas pelo Ku Klux Klan
e pelo American Nazi Party para apoiar a campanha em prol da segregação racial, ponto comum nas agendas das 3 organizações.
A opulência que Farrakhan exibe levanta, amiúde, especulção em torno dos verdadeiros fins prosseguidos.