Partido Trabalhista
Labour Party ou New Labour (1906)

Depois da formação de Independent Labour Party em 1893 que falhou estrondosamente as eleições de 1895, surge em 1900, com o apoio dos fabianos e do TUC um Labour Representation Committee que consegue eleger dois deputados em 1903. O líder Ramsay MacDonald faz então um acordo com os liberais, aumentando a representação dos trabalhistas para 29 deputados em 1906, ano em que o partido passa a assumir-se como Labour Party.

Em 1940, perante a iminência de um ataque alemão, Clement Atlee, líder do LP, integra o governo de unidade nacional, presidido pelo conservador Winston Churchill.
Nas primeiras eleições do pós-guerra, logo em 1945, o LP obtem estrondosa e inesperada vitória.
Afastado do Poder em 1951, regressa em 1964 por intermédio de Harold Wilson.
1970 marca o regresso dos conservadores à chefia do excutivo. Após um efémero ascendente eleitoral, entre 1975 e 1979, o LP mergulharia num longo período de agonia e declínio, que se arrstaria por 18 anos, não só motivado pelos medíocres resultados nas legislativas da era Thatcher, mas, sobretudo, pelas constante disputas intestinas entre facções esquerdistas e direitistas.
Michael Foot, que assume os destinos do partido em 1979, ensaia uma reaproximação à agenda reivindicativa das Trade Unions, numa altura em que o ultra-liberalismo thatcheriano fazia perigar conquistas sociais alcançadas décadas atrás.
Os seus esforços não se repercutem, todavia, no veredicto dos sufrágios, pelo que a ala mais moderada volta a ganhar peso no aparelho. É assim que ascende à liderança Neil Kinnock, porta-voz das propostas para a modernização do LP. Porém, a despeito da paulatina recuperação de votos, num contexto de erosão dos conservadores, não lhe permite atingir a maioria necessária á assumpção da chefia governativa. Sucede-lhe o respeitado parlamentar John Smith, que, para desespero dos Trabalhistas, sucumbe a um fulminante ataque cardíaco, em 1994.
A Morte prematura do secretário-geral lança novamente o Labour em acesa polémica interna sobre o caminho a trilhar.
Emerge então o jovem Anthony Blair, paladino da demarcação do partido face à herança socialista, que empreende a renovação segundo fórmulas afins do oportunismo eleitoralista, com larga tradição no movimento do socialismo democrático.
O New Labour forja-se com a explícita finalidade de tomar o Poder nas legislativas antecipadas de 1997 (que destronariam um decrépito John Major e poriam cobro a quase 20 anos de governos conservadores).
As emendas ao programa clássico do LP visam, em primeira instância, ablá-lo de quaisquer arremedos esquerdizantes, de modo a não intimidar o eleitorado mais renitente. A célebre Clause 4, que prescrevia a nacionalização dos sectores estratégicos da Economia, é, pura e simplesmente, revogada.
Avança-se, de forma voraz, pra a liquidação do património ideológico. Sob a égide do sociólogo Giddens, vedeta do pós-modernismo, alardeia-se com histeria, o advento redentor da Terceira Via, espécie de superação concordatária do vetusto binómio preposicional Esquerda / Direita.
A linha política, de ruptura com o passado e abertamente liberal, origina a deserção de alguns militantes, frustrados com a toada anti-laboral do discurso de Blair.
Da carcaça do antigo Labour pouco mais resta que a inocuidade das preocupações sociais e o vanguardismo moral.
Na preparação para as legislativas de 2001, "Tony" Blair clama por uma segunda fase no processo de consolidação do New Labour como força política radicalmente ao centro, onde deve manter-se com firmeza.


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