Entre 27 e 30 de Outubro de 1911, Congresso do PRP no Coliseu da Rua da Palma, o chamado congresso do Circo dos cavalinhos. António José de Almeida e Brito Camacho abandonam a reunião. A reunião, iniciada com 600 delegados, acaba apenas com 280. Eleito directório afecto a Afonso Costa. O partido passa a ser conhecido por Partido Democrático, embora Afonso Costa, para simular a unidade do PRP, tenha decidido dissolver o grupo parlamentar com esse nome. Parte dos deputados do bloco passa-se para os democráticos. Logo em 3 de Novembro, Camacho em A Luta, reconhece ser impossível restabelecer-se a unidade do Partido Republicano. António José de Almeida e Afonso Costa vão de comboio ao Porto em propaganda. Na chegada ao Porto, Almeida é insultado e Costa aplaudido. Repete-se a cena no regresso a Lisboa, no dia 6 de Novembro. Manifestantes gritam vários morras e Almeida, em charrette, tem de sacar da pistola para se defender. Costa vai de automóvel e é ovacionado. Como salienta Vasco Pulido Valente a chegada ao Rossio juntou num único dia o 4 de Maio de Hintze Ribeiro e o 18 de Junho de João Franco. No dia 7, o novo directório toma posse. Como reacção Camacho e Almeida, sob a égide de Aresta Branco, decidem criar uma União Nacional Republicana. Congresso dos democráticos em Braga em finais de Abril de 1912. Não comparecem unionistas e evolucionistas. Reeleito directório afonsista. Bernardino Machado e Magalhães Lima mantêm-se no partido histórico. Entre 9 de Janeiro de 1913 e 9 de Fevereiro de 1914 surgiu o primeiro governo monopartidário da I República, sob a presidência de Afonso Costa, sustentado pelos democráticos e com o apoio palamentar dos independentes agrupados de António Maria da Silva que, em breve, irão integrar o grupo afonsista. Congresso do partido democrático em 7 de Abril de 1913. Afonso Costa reeleito, tendo como rival Alfredo Magalhães. Vitória dos democráticos nas eleições suplementares em 16 de Novembro de 1913. O comité organizador dos democráticos tinha a dirigi-lo Artur Costa, Rodrigo Rodrigues e Henrique Cardoso. Eleições para os corpos administrativos em 30 de Novembro. Os unionistas acusam os democráticos de colaboração com caciques monárquicos disfarçados de vermelho. Governo de Vítor Hugo de Azevedo Coutinho constituído no dia 12 de Dezembro. Todos os ministros são do partido democrático, à execepção de Ferreira de Simas. O governo conta apenas com o apoio parlamentar dos democráticos.
Tradição e Revolução, vol. II
(1923-1924)
São dominados pela ala bonza de António Maria da
Silva, com a oposição de canhotos, liderados por José Domingues
dos Santos, e com um grupo centrista, representado por Vitorino
Guimarães. Conseguem 74 deputados e 37 senadores em 1922, quando já
integram os dissidentes de Domingos Pereira.
Congresso do partido
democrático (23 de Abril de 1923): contra
a linha oficial, as candidaturas de Vitorino Guimarães e José Domingues
dos Santos.
Chega
a propor-se a criação de uma religião laica visando substituir
o catolicismo.
Congresso do partido democrático sem críticas ao governo (25 a 27 de Abril de 1924).
Contra a linha oficial, Vitorino Guimarães. O governo passa sem críticas
e convida
Afonso Costa para embaixador em Londres, mas este cargo
acabará por ser ocupado por Norton de Matos, depois da recusa daquele.
Norton de Matos abandonara o cargo de alto-comissário em Angola,
alegando razões de saúde.
Reunião no Louriçal
com
Afonso Costa (26 de Agosto de 1924). Almoço de líderes democráticos
em casa de Ramos Preto. Pressionam no sentido da formação de um novo
governo. Participam
Afonso Costa, António Maria da Silva, Domingos
Pereira, José Domingues dos Santos e Álvaro de Castro.
© José Adelino Maltez. Cópias autorizadas, desde que indicada a origem. Última revisão em: 30-04-2007