Respublica Repertório Português de Ciência Política Edição electrónica 2004 |
Forma do poder | · Carta Constitucional · Acto adicional de 5 de Julho de 1852 · Abolição dos morgados em 19 de Maio de 1863 · reforma eleitoral dos reformistas em 1869 |
Imagem | Melhoramentos materiais e armistício constitucional Defesa da estabilidade política |
Sede formal do poder | Governo e ministros da fazenda e do reino |
Maçonaria | · Em Maio de 1851, os restos da maçonaria do Norte integram na Confederação Maçónica Portuguesa que, em 12 de Junho de 1851 elege como grão-mestre João Gualberto de Pina Cabral. Sucede-lhe Loulé, com o apoio de Rodrigues Sampaio. · No último ano do segundo governo histórico, uma das principais bases de apoio ao governo, a Confederação Maçónica Portuguesa fragmenta-se. Lobo de Ávila que em Novembro de 1862 substituíra José Estevão como grão-mestre, depois de em 1863, ver sair José Elias Garcia e a Federação Maçónica é fortemente contestado, a partir de Fevereiro de 1864. Em Novembro de 1862, Lobo de Ávila era ministro da fazenda, concorrendo contra o seu antigo colega de governo Tiago Augusto Veloso da Horta. Em Março de 1864 perde as eleições e entra ele próprio em dissidência, constituindo a efémera Confederação Maçónica Progressista de Portugal. O grão-mestre eleito, o duque de Loulé, não assume funções, sendo o cargo interinamente ocupado por Joaquim de Abreu Viana. Em 1865 chega também a ser convidado António César Vasconcelos Correia que não aceita. · Já no Grande Oriente de Portugal, ao visconde da Oliveira, sucedeu em Março de 1854 Moura Coutinho, até 1861. Durante dois anos a função será exercida interinamente por Frederico Leão Cabreira, até ser eleito grão-mestre o conde de Peniche em 24 de Novembro de 1863. |
· Morte de D. Maria II · Regência de D. Fernando · D. Pedro V morre em 11 de Novembro de 1861 · D. Luís I | |
Tropa | Sá da Bandeira Acabam os pronunciamentos militares até à revolta da Maria Bernarda de Setembro de 1862 |
Tumultos | · Tumultos do natal de 1861 · Tumultos populares no Minho no dia 1 de Maio de 1862 · Contestação do reitor da Universidade de Coimbra em Dezembro de 1862 · Protestos contra a reorganização do exército em Dezembro de 1863 · Revolta estudantil em Coimbra entre Abril e Maio de 1864 |
Grupos sociais | |
Governo | De 1851 a 1865, quatro governos, numa sucessão entre a nova direita situacionista (2341 dias) e a esquerda moderada (2763 dias). As duas interpretações da regeneração concordam em aspectos essenciais, desde os melhoramentos materiais ao suave anti-congreganismo, com a direita a apostar mais na primeira alternativa e a esquerda a cair na tentação anti-clerical. Em 1858 já quase todos se tinham esquecido do cabralismo. No governo histórico tinham entrado os antigos cabralistas António José de Ávila e Carlos Bento da Silva e nas eleições de Maio de 58, os regenradores dão corpo a uma coligação com cabralistas e miguelistas. Em 1859 já chefia o governo o antigo chefe do governo do cabralismo, apoiado pelo último chefe do governo, já cartista, do regime da Constituição de 1838, assumindo-se a liderança efectiva de Fontes Pereira de Melo. A esquerda vive entre Loulé e Sá da Bandeira. De um lado, o anticlericalismo de Ferrer e Herculano, do outro o sonho africano de Sá da Bandeira. · Governo de Saldanha, de 1851 a 1856 (1864 dias) · Primeiro governo histórico de Loulé de 1856 a 1859 (1014 dias) · Governo de Terceira/ Joaquim António de Aguiar em 1959-1860 (477 dias) · Governo de Loulé de 1860 a 1865 (1749 dias) |
Eleições | · 11 de Setembro de 1864 (32 deputados da oposição regeneradora) |
Facções | · D. Pedro V fala numa canalhocracia estabelecida entre Saldanha, Fontes e Rodrigo. · O novo situacionismo tenta reunir antigos ordeiros (como Atouguia), cartistas dissidentes de Cabral (como Franzini) e setembristas moderados (como Loulé). Saldanha começa por organizar um centro eleitoral, organizado por Reis e Vasconcelos, Rebelo da Silva e Almeida Garrett. A partir de 7 de Julho, a dinâmica do novo situacionismo passa a ser marcada pela acção governamental de Rodrigo da Fonseca e Fontes Pereira de Melo. Lavradio vai para embaixador em Londres e Loulé abandona o governo, mantendo-se Atouguia. Nesse mesmo mês de Julho, saem do governo Pestana e Soure, discordando do modelo eleitoral que acaba por vencer, derrotando as perspectivas de conciliação com o setembrismo e com os cartistas à maneira de Alexandre Herculano. · O grupo de Silva Cabral tenta apoiar a nova situação, negociando com Saldanha, até 26 de Junho. Tem a apoiá-lo José Lourenço da Luz. · Lavradio e Rodrigo da Fonseca aprecem inicialmente como aliados, representando a chamada oposição moderada ao cabralismo. Terceira ameaça desembainhar a espada se eles entrarem para o governo. São acompanhados pelo visconde de Algés. · Nas eleições de Novembro de 1851 ainda não há uma viva separação entre os novos situacionistas e os setembristas moderados. Ambos se dizem ainda progressistas. A oposição, dita comunhão cartista ou partido conservador é de cartistas ainda ligados ao cabralismo como Lopes de Vasconcelos, Mendes leal, Castelões, paraty, António José de Ávila, Correia Caldeira e Lopes de Vasconcelos. Na Câmara dos pares, estão pelos cabralistas, Terceira, barão de Porto Mós, Laborim, Granja e Algés. Silva Carvalho afasta-se da oposição, tal como o antigo cabralista Visconde de Castro. |
Influência externa | |
Política externa | · Ministros: Atouguia (de 1851 a 1856); Loulé; Sá da Bandeira; Casal Ribeiro; Ávila A dificuldade nas relações com a Santa Sé · As boas relações com a nova Itália · O choque da questão da barca Charles et George e das Irmãs da Caridade levam a que o governo histórico tenha um conflito com a frança de Napoleão III A questão colonial |
Os embaixadores | · Lavradio em Londres · Saldanha é embaixador no Vaticano até 1865 |
Conflitos bélicos | |
Golpes cartistas | |
Golpes miguelistas | |
Golpes radicais | |
Dinâmica de governos | |
Actores principais | · Saldanha · Atouguia, para além de Saldanha o ministro mais contante entre 1851 e 1856. · Rodrigo da Fonseca · Fontes Pereira de melo · Loulé · Sá da Bandeira |
Chefias militares adversas | |
Actores secundários | · Seabra · José Estevão · José Jorge Loureiro · Silva Sanches · Neto paiva · Herculano · Ávila · António Serpa · Joaquim António de Aguiar · Terceira · Carlos Bento da Silva · Braamcamp |
Chefias militares favoráveis |
Governos da Regeneração · Governo de Saldanha desde 22 de Maio de 1851 até 1856 (1864 dias). No reino, José Fereira Pestana, até 7 de Julho, quando foi substituído por Rodrigo da Fonseca. Maioridade de D. Pedro V em 10 de Setembro de 1855. · Governo de Loulé desde 6 de Junho de 1856, até 1859 (1014 dias). No reino, Júlio Gomes da Silva Sanches, até 14 de Março de 1857, onde foi substituído por Loulé. · Governo regenerador desde 16 de Março de 1859, sob a presidência do Duque da Terceira e depois de J. A. Aguiar (477 dias). No reino, Fontes Pereira de Melo. · Segundo governo histórico desde 4 de Julho de 1860 até 1865, sob a presidência de Loulé que acumula a pasta do reino, onde será substituído por Anselmo Braamcamp em 21 de Fevereiro de 1862 (1749 dias). · Governo de Sá da Bandeira desde 17 de Abril de 1865. No reino, Silva Sanches (141 dias) |
2 e 16 de Novembro de 1851 As primeiras eleições da Regeneração, sob o governo de Saldanha, com Rodrigo da Fonseca na pasta do reino. Para um total de 159 deputados, apenas 34 deputados da oposição (cerca de 22%). Os governamentais, onde começa a pontificar o estilo de Rodrigo e de Fontes, ainda se qualificam como regeneradores históricos, dado que ainda fazem coro com a Patuleia, como salientava José da Silva Carvalho. Os oposicionistas, ainda dominados pelos cabralistas, dizem-se cartistas. Entre os deputados oposicionistas, António José de Ávila, Correia Caldeira, Lopes de Vasconcelos, Lobo de Moura e António da Cunha Sottomayor. Na Câmara dos Pares, a oposição, marcadamente cabralista, conta com o duque da Terceira, o barão de Porto de Mós, Laborim, Granja e Algés. Se o antigo cabralista visconde de Castro se passa para o novo situacionismo regenerador, já José da Silva Carvalho, antigo aliado de Fontes e de Rodrigo, não alinha com os chamados cartistas. Com efeito, logo após a formação do governo de Saldanha, ainda se fala na necessidade de institucionalização de um partido conservador ou da comunhão cartista sob a direcção daquilo que se qualifica como a tripeça, Terceira, Fronteira e Algés. A legislatura da câmara eleita começa em 15 de Dezembro de 1851, até 24 de Julho de 1852. · 12 de Dezembro de 1851 Realizam-se já depois do Acto Adicional à Carta, de 5 de Julho, e pouco antes da morte de D. Maria II. A dissolução da anterior câmara ocorre em 24 de Julho de 1852 e a nova legislatura entre 2 de Janeiro de 1853 e 19 de Julho de 1856. Nova vitória dos candidatos governamentais que continuam aliados aos setembristas ordeiros. Um novo decreto eleitoral de 30 de Setembro de 1852 fixa o número de deputados em 156, com 48 círculos, situação que vai manter-se durante sete anos. No governo de Saldanha, continua Rodrigo da Fonseca na pasta do reino. Há 35 deputados da oposição. O situacionismo governamental ainda se qualifica como progressista, enquanto a oposição já se diz de conservadores, marcados pelo cabralismo. · 9 de Novembro de 1856 As terceiras eleições da Regeneração e as primeiras sob um governo histórico, o de Loulé, desde 6 de Junho de 1856, com Júlio Gomes da Silva Sanches na pasta do reino. São também as primeiras eleições do reinado de D. Pedro V, que assumira a maioridade em 10 de Setembro de 1855 e que considerava o governo de Saldanha dominado pela canalhocracia de Fontes e de Rodrigo. Eleição de 162 deputados (mais cinco no continente; mais um por Ponta Delgada, segundo o decreto de 29 de Setembro de 1856). Vitória dos governamentais, então ditos progressistas históricos (72%), contra os adeptos do anterior governo, ditos progressistas regeneradores, que apenas conseguem 41 deputados (25%). Miguelistas elegem cinco deputados que recusam prestar juramento (3%). Em Lisboa, grande votação nos regeneradores, que conseguem oito deputados. A anterior unidade entre os setembristas moderados e os homens novos do situacionismo regenerador começou a ser quebrada a partir de 1853, quando começou a publicar-se O Portuguez, bastante crítico de Fontes e que logo em 1854 mobiliza uma reunião do partido histórico, ou partido liberal, conforme a expressão de Alexandre Herculano, grupo que em 1856 se entifica numa Comissão Eleitoral progressista de Lisboa. A legislatura vai decorrer de 2 de Janeiro de 1857 a 26 de Maio de 1858. Por ocasião da discussão do discurso da Coroa, surgem discursos oposicionistas de José Maria Eugénio de Almeida e de António Bernardo da Costa Cabral (20 de Fevereiro de 1857). No entanto, em 14 de Março seguinte, dois antigos cabralistas, António José de Ávila e Carlos Bento da Silva, passavam-se para os históricos, assumindo funções governamentais. · 2 de Maio de 1858 As segundas eleições realizadas durante o primeiro governo histórico, com o próprio Duque de Loulé a gerir a pasta do reino. Mantêm-se os 162 deputados. Nova vitória dos ministeriais (85%), enquanto a oposição assume uma efectiva aliança entre cartistas e miguelistas, qualificados então como os coligados, que apenas conseguem 24 deputados (15%), dois dos quais miguelistas. A título de curiosidade, refira-se que Alexandre Herculano, eleito deputado histórico por Sintra, recusa exercer o mandato e retira-se para Vale de Lobos. · 1 de Janeiro de 1860 Estava no poder um governo regenerador presidido por Terceira, desde 16 de Março de 1859. Experimentava-se um novo modelo de lei eleitoral, com 156 círculos uninominais no continente e 9 nas ilhas, mantendo-se círculos plurinominais no ultramar, num total de 179 deputados. Vitória dos governamentais regeneradores, que então já integravam os cabralistas (91%). A oposição histórica apenas elege 15 deputados (8%), mas vence em Lisboa. Eleitos dois deputados miguelistas. · 22 de Abril de 1861 4 035 330 habitantes no continente e ilhas. Eleição de 177 deputados (152 círculos uninominais no continente, 13 nas ilhas e 12 no ultramar, de acordo com a nova lei eleitoral de 23 de Dezembro de 1859). Vitória dos históricos. Oposição regeneradora elege 40 deputados. Segundo governo histórico desde 4 de Julho de 1860 até 1865, sob a presidência de Loulé que acumula a pasta do reino, onde será substituído por Anselmo Braamcamp em 21 de Fevereiro de 1862 (1749 dias). · 11 de Setembro de 1864 4 188 410 habitantes no continente e ilhas. 350 145 eleitores (8,4% da população total). Eleição de 177 deputados. 152 círculos uninominais no continente. 13 nas ilhas. 12 no ultramar. Vitória dos históricos (cerca de 100 deputados). Governo de Loulé · 8 de Julho de 1865 358 901 eleitores. Eleição de 177 deputados. 152 círculos uninominais no continente. 13 nas ilhas. 12 no ultramar. Uma união de históricos e regeneradores, defendida pelos ministros Silva Sanches e Ávila, com a oposição do chefe do governo, Sá da Bandeira, apresenta-se sob o nome de comissão eleitoral progressista, vencendo o acto eleitoral com ligeira diferença. A maioria dos ministros é favorável à fusão. Há 47 deputados contrários à fusão. Os campos aparecem assim equilibrados e Sá da Bandeira, logo apresenta a demissão do ministério, considerando: é preciso que haja um governo que seja apoiado por uma maioria suficiente. Segue-se em 4 de Setembro, o chamado governo da fusão, sob a presidência de Joaquim António de Aguiar. |
Partido Regenerador Logo em Junho de 1851 começa a organizar-se uma associação eleitoral de apoio à nova situação liderada por Saldanha. As reuniões decorrem no palácio do falecido duque de Palmela, com Reis de Vasconcelos a manobrar. Saldanha vai convidando José Bernardo da Silva Cabral e Lavradio, circulando como organizadores da mesma Reis de Vasconcelos, Rebelo da Silva e Almeida Garrett. Saldanha chega a convidar Lavradio para presidir à associação, mas este recusa. E Saldanha diz-lhe que que então sairá José Bernardo da Silva Cabral, mas não José Lourenço da Luz. Lavradio observa que o fim verdadeiro da associação era o de minar a Administração para a fazer cair, e, já se sabe, para a substituir por aqueles que a tinham minado ou feito cair.Para o mesmo memorialista, desde 15 de Maio que todos recuam pour mieux sauter… Saldanha vira-se para todos os partidos, mas não satisfaz, e todos estão convencidos da sua incapacidade. Cisões entre os novos situacionista Prosseguem as rivalidades na formação do grupo de apoio ao novo situacionismo. Saldanha lista os nomes de José Maria Grande, Aguiar, Ferrão e Silva Sanches. José Bernardo da Silva cabral opõe-se a Grande, Aguiar e Ferrão. Em 12 de Junho, L. A. Rebelo da Silva emite uma carta-circular como secretário do centro eleitoral de apoio à situação: sendo conveniente consolidar a situação actual, cooperando sinceramente os amigos da ordem, de progresso sensato e da Monarquia Constitucional, para ela não engane as esperanças do país, por falta de oportuna direcção, diversas pessoas, zelosas do bem público e dedicadas aos princípios de justo melhoramento, entenderam que não se devia demorar mais tempo a organização de um centro eleitoral que dê garantias às liberdades declaradas na Carta, não as sacrificando, todavia, às inovações de uma fatal exaltação Procuram-se nomes para a direcção do novo centro situacionista Em 30 de Junho, os nomes mais falados para a direcção do centro de apoio à nova situação são os de Lavradio, Rodrigo da Fonseca, visconde de Algés, Garrett, Aguiar, Silva Sanches e José Maria Grande (Lavradio, III, p. 366). Organizam-se os cabralistas Os cabralistas organizam um centro composto por João Rebelo da Costa Cabral, Padre Lacerda e Caldeira, onde Terceira seria o chefe e José Castilho o redactor do jornal. Em 26 de Junho, José Bernardo da Silva Cabral escreve carta a Saldanha onde se declara da oposição por causa do decreto eleitoral. Este, José Lourenço da Luz e Monteiro das sete casas passam de grandes regeneradores nos mais activos oposicionistas (Fronteira, parte VIII, p. 430). As reuniões ocorrem na casa de Terceira, em Pedrouços e participam também Fronteira e António José de Ávila. As novas sensibilidades segundo Lavradio Segundo Lavradio, o duque de Saldanha, só, cheio da sua glória, um dia quer proteger os setembristas, outro dia é o homem da moderação, no outro o da espada e quer levar tudo à força: finalmente, não é nada; Loulé, tem bom senso, é liberal, deseja a ordem, não lhe falta ambição, é preguiçoso, mas o seu maior defeito é ter-se ligado com os desordeiros, posto que eu esteja persuadido de que eles o não dominam. Soure, tem pouco saber e ainda menos talento, mas está dominado pelos homens de movimento rápido e desordenado; Pestana é honrado e ilustrado, mas não é homem de Estado; Franzini é uma boa criatura, honrado, desejando o bem, mas é o homem dos infinitamente pequenos e, como a sua consciência o não acusa de nada, vive em perfeita beatitude; Jervis é uma cabeça vazia, ou, se contem alguma coisa, é ar. Governo de Saldanha de 22 de Maio de 1851 a 1856 São mobilizados para o governo o barão de Francos, o barão da Luz, Marino Franzinim Ferreira Pestana, Joaquim Filipe de Soure, Loulé, Jervis de Atouguia, Silva Ferrão, Fontes Pereira de Melo, António Luís de Seabra, Rodrigo da Fonseca, Almeida Garrett, Frederico Guilherme da Silva Pereira, Governo de Terceira/Aguiar desde 16 de Março de 1859 a 4 de Julho de 1860 Eleições de 1 de Janeiro de 1860 União entre regeneradores e históricos nas eleiºções de 9 de Julho de 1865 Governo da fusão de Aguiar de 4 de Setembro de 1865 a Janeiro de 1868 Nas eleições de Março/Abril de 1868, apenas 13 deputados regeneradores. Nas eleições de 13 de Março de 1870, 14 deputados rgeneradores. Apoiam o governo de Ávila desde 29 de Outubro de 1870 Nas eleições de 9 de Julho de 1871, 22 deputados regeneradores. Governo de Fontes de Setembro de 1871 a Março de 1877. Este primeiro governo fontista, o terceiro regenerador, dura cerca de cinco anos e mobiliza Rodrigues Samapaio, João Andrade Corvo, Barjona de Freitas, António Cardoso Avelino, Jaime Constantino Freitas Moniz, António Serpa, Lourenço António de Carvalho Nas eleições de 12 de Julho de 1874, 78 deputados regeneradores e avilistas Apoiam o governo de Ávila de Março de 1877 a Janeiro de 1878 Governo de Fontes de Janeiro de 1878 a Junho de 1879. O segundo governo fontista, e quarto regenerador, dura cerca de dezasseis meses, com os mesmos nomes do segundo governo de Fontes, apenas acrescendo os de Tomás Ribeiro e Couto Monteiro Nas eleições de 13 de Novembro de 1878, 97 deputados regeneradores, para um total de 149. Nas eleições de 19 de Outubro de 1879, já sob o governo progressista de Braamcamp, 21 deputados regeneradores. Governo regenerador de Sampaio/ Fontes de Março de 1881 a Fevereiro de 1886. Numa primeira fase, sob a presidência de Sampaio, até 14 de Novembro de 1881, depois com a presidÊncia de Fontes. São mobilizados Tomás Ribeiro, Barjona de Freitas, Miguel Martins dantas, Hintze Ribeiro, António Serpa, Caetano Pereira sanches de Castro, Júlio Marques de Vilhena, José de Melo Gouveia, José Vicente Barbosa du Bocage, Lopo Vaz de Sampaio e melo, António José de Barros e Sá, Manuel da Assunção. Nas eleições de 21 de Agosto de 1881 122 deputados regeneradores. Ao memso governo se agregam em 24 de Outubro de 1883, os antigos constituintes, António Augusto de Aguiar e Manuel Pinheiro Chagas. Nas eleições de 29 de Junho de 1884, 110 deputados regeneradores. Nas eleições de 6 de Março de 1887, sob o governo de José Luciano, desde Fevereiro de 1886, 36 deputados regeneradores. Os dissidentes da Esquerda Dinástica conseguem 8 deputados. Eleição de António Serpa (1887). Depois da morte de Fontes em 22 de Janeiro de 1887, Em 20 de Junho de 1887, numa reunião de regeneradores, em casa de Barbosa du Bocage eleito António Serpa para suceder a Fontes Pereira de Melo. Os antigos constituintes e importantes marechais do partido não o apoiam. Já a velha jovem guarda o apoia, dado preferir uma liderança fraca, dita intelectual, vista como mera solução de transição. Oposição de Barjona de Freitas. António Augusto de Aguiar não votou. Jaime Moniz propôs o adiamento. Tomás Ribeiro, Andrade Corvo, Barros e Sá e Melo Gouveia não compareceram à reunião. Nas eleições de 20 de Outubro de 1889, 38 deputados regeneradores. Governo de António Serpa de Janeiro a Outubro de 1890. Os regeneradores voltam ao governo depois do Ultimato, conseguindo conciliar-se com a Esquerda Dinástica, mobilizando Lopo Vaz, João Franco, H Nas eleições de 30 de Março de 1890, 115 deputados regeneradores. Nas eelições de 23 de Outubro de 1892, sob o governo de Dias Ferreira, 52 deputados regeneradores Governo de Hintze Ribeiro, de Fevereiro de 1893 a Fevereiro de 1897. Mobiliza João Franco, António de Azevedo Castelo Branco, Augusto Maria Fuschini, Bernardino Machado, João António Bs´rissac das Neves Ferreira, Luís Augusto Pimentel Pinto, Frederico Gusmão Correia Arouca, Carlos Lobo de Ávila, Artur Alberto Campos Henriques, José Bento Ferreira de Almeida, Luís Soveral, Jacinto Cândido da Silva, José Estevão de Morais Sarmento, Vencem as eleições de Abril de 1894. Vencem as eleições de 17 de Novembro de 1895, em listas ditas de concentração monárquica Governo de Hintze de Junho de 1900 a Outubro de 1904. Vencem as eleições de 25 de Novembro de 1900 Dissidência de João Franco em 14 de Maio de 1901, saindo 25 deputados. Vencem as eleições de 6 de Outubro de 1901 Vencem as eleições de 26 de Junho de 1904 Governo de Hintze Ribeiro de Março a Maio de 1906 Apoiam, através de Júlio de Vilhena o governo de Ferreira do Amaral Nas eleições de 5 de Abril de 1908, 63 deputados regeneradores. Dissidência de Campos Henriques em 1909 Teixeira de Sousa na chefia dos regeneradores desde 23 de Dezembro de 1909. Governo de Teixeira de Sousa de 26 de Junho de 1910 à queda da monarquia |
Partido Histórico Em 1854 um conjunto de políticos em oposição ao grupo de Fontes e de Rodrigo da Fonseca começam a estruturar-se, embora sem constituírem um partido formal, mas inspirando-se nas figuras de Alexandre Herculano e Vicente Ferrer Neto Paiva. Invocam então o facto de serem históricos na oposição ao cabralismo. Com efeito, há dificuldade na escolha de um termo qualificador para o grupo. A expressão regenerador está assaltada pelo situacionismo. A expressão liberal ainda é ensaiada, tal como a de progressista. O nome setembrista é redutor, porque os membros do grupo não se reduzem ao setembrismo. Aliás, um dos inspiradores, Herculano, sempre se qualificou como cartista, apesar da oposição à Revolução de Setembro, que revogou a Carta, e ao cabralismo, que restaurou a Carta. Dois anos depois, em 1856, já emerge uma Comissão Eleitoral Progressista de Lisboa, com o apoio de Herculano. Em 1858, o mesmo Herculano ainda apela para que se organize e se dê vida ao partido liberal. Um grupo que, como assinalava Ramalho Ortigão em 1885, se constituiu sobre os resíduos do antigo partido setembrista, em oposição à clientela regeneradora de Rodrigo da Fonseca Magalhães e de Fontes Pereira de Melo. Dele se destacaram, entre 1862 e 1876, os reformistas, de Sá da Bandeira, Alves Martins e Saraiva de Carvalho, que, pelo Pacto da Granja, se voltaram a fundir sob o nome de Partido Progressista. O líder da unificação foi Anselmo Braamcamp, uma grave e entristecida figura, alquebrada, nostálgica, levemente céptica ... um dos últimos da geração dos Passos, dos Cabrais, de Saldanha, de Sá da Bandeira, de Herculano, de Garrett, de José Estevão, do Sampaio da Revolução, e de Rodrigo da Fonseca. Aliás, os progressistas acabaram por adquirir o vício dos seus rivais, quando emergiu a liderança de José Luciano, a velha raposa, autor de duas frases que o definem: se fossemos a fazer política com gente honesta, ficávamos só com meia dúzia de pessoas; o meu Partido não é que me leva ao Poder - sou eu que levo o meu partido ao poder. Em 5 de Setembro de 1856 é emitido o manifesto da comissão eleitoral progressista de Lisboa. Já antes, em 3 de Julho, O Portuguez anunciara que o partido progressista anunciaria em breve o respectivo programa, contrariamente do que fazia o grupo de Rodrigo e Fontes que nunca tivera um programa formal. Primeiro Governo de Loulé Governo de Loulé, de 6 de Junho de 1856 a 16 de Março de 1859. Mobiliza nomes como Sá da Bandeira, José Jorge Loureiro, Júlio Gomes da Silva Sanches, Elias da Cunha Pessoa, Vicente Ferrer Neto Paiva, Carlos Bento da Silva, António José de Ávila, Gromicho Cordeiro, José Silvestre Ribeiro. Vencem as eleições de 9 de Novembro de 1856, quando se assumem como progressistas históricos, contra os progressistas regeneradores, adeptos do governo de Saldanha. Voltam a vencer as eleições de 2 de Maio de 1858, aparecendo já como os ministeriais, enfrentando os coligados, isto é, a junção de cartistas e miguelistas. Nestas eleições Herculano chega a ser eleito por Sintra, mas recusa a exercer o mandato, instalando-se em Vale de Lobos. Nas eleições de 1 de Janeiro de 1860, já sob o governo de Terceira, apenas elegem 15 deputados. Segundo governo de Loulé Voltam ao governo em 4 de Julho de 1860, de novo sob a presidência de Loulé, até 17 de Abril de 1865, como António José de Ávila, Belchior Garcez Pereira, Carlos Bento da Silva, Alberto António Morais de Carvalho, Tiago Augusto Veloso da Horta, Sá da Bandeira, Anselmo José Braamcamp, Gaspar Pereira da Silva, José da Silva Mendes Leal, José Gerardo Ferreira Passis, João Crisóstomo, marquês de Sabugosa, D. António Aires Gouveia, Lobo de Ávila, Matias Carvalho de Vasconcelos. Vencem as eleições de 22 de Abril de 1861 e de 11 de Setembro de 1864. Terceiro governo de Loulé Surge finalmente um terceiro governo histórico, de novo presidido por Loulé, entre 11 de Agosto de 1869 e Maio de 1870, com José Luciano, Anselmo Braamcamp, Joaquim Tomás Lobo de Ávila, Maldonado Eça, Luís Augusto Rebelo da Silva, José da Silva Mendes Leal. Conseguem 89 deputados as eleições de 13 de Março de 1870, mas são derrubados pela Saldanhada de 18 para 19 de Maio de 1870. Nas eleições de 4 de Setembro de 1870 conseguem apenas 20 deputados. |