
Pais, Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Militar.
Professor da universidade de Coimbra, primeiro, de antropologia e, depois, de matemática. Apoiante de Brito Camacho Ministro do fomento de João Chagas, de 4 de Setembro a 3 de Novembro de 1911. Ministro das finanças do governo de Augusto de Vasconcelos, de 13 de Novembro de 1911 a 16 de Junho de 1912. Ministro de Portugal em Berlim. Presidente do ministério de 11 de Dezembro de 1917 a 9 de Maio de 1918, data em que tomou posse como presidente da república eleito até Dezembro de 1918, quando foi assassinado. Ver Teófilo Duarte, Sidónio Pais e o seu Consulado, Lisboa, Portugália, 1941.
Portal
do Ministério das Finanças
Biografia de Maria Luísa de Paiva Boléo
Sidónio Bernardino da Silva Pais
Nasceu em Caminha, distrito de Viana do Castelo, no dia 1 de Maio de 1872, filho de Sidónio Alberto Pais e de Rita da Silva Cardoso Pais. Morreu vítima de um atentado, na Estação do Rossio, em 14 de Dezembro de 1918.
ACTIVIDADE PROFISSIONAL
Em 1888, inicia a carreira militar, entrando para a Escola do Exército e para a arma de Artilharia. É promovido a alferes em 1892, a tenente em 1895, e a capitão em 1906.
Paralelamente àquela, desenvolve uma outra, a de professor universitário, frequentando a Universidade de Coimbra e licenciando-se em Matemáticas em 1898. É nomeado professor catedrático da cadeira de Cálculo Diferencial e Integral daquele estabelecimento de ensino superior e aceite como professor da Escola Industrial Brotero da qual virá a ser director em 1911.
PERCURSO POLÍTICO
Desde os tempos da Universidade de Coimbra que se manifestou partidário das ideias republicanas, conspirando contra o regime monárquico. Data desta época a sua filiação na Maçonaria, na Loja "Estrela de Alva", em Coimbra, com o nome de irmão Carlyle. Após a implantação da República é chamado para desempenhar os seguintes cargos:
Deputado à Assembleia Nacional Constituinte;
Ministro do Fomento do governo de João Chagas, desde 24 de Agosto de 1911;
Ministro das Finanças do governo de Augusto de Vasconcelos, desde 7 de Novembro
do mesmo ano;
Representante do Governo nas manifestações do primeiro aniversário da
implantação da República, na cidade do Porto;
Ministro de Portugal em Berlim, desde 17 de Agosto de 1912, cargo que
desempenhou até 9 de Março de 1916, data em que a Alemanha declarou guerra a
Portugal.
Após o seu regresso a Portugal, assume-se como figura principal de contestação
ao Governo democrático e encabeça o golpe de estado de 5 de Dezembro de 1917,
que acaba vitorioso, após três dias de duros confrontos. Neste contexto vai
desempenhar as funções seguintes:
Presidente da Junta Revolucionária, desde 8 de Dezembro de 1917;
Presidente do Ministério, ministro da Guerra e dos Negócios Estrangeiros, desde
11 de Dezembro do mesmo ano;
Presidente da República, desde 27 de Dezembro, até nova eleição;
Presidente da República, eleito por sufrágio directo, desde 9 de Maio de 1918.
ELEIÇÕES E PERÍODO PRESIDENCIAL
Sidónio Pais modifica a lei eleitoral, sem sequer se dar ao trabalho de consultar o Congresso e é eleito Presidente da República por sufrágio directo dos cidadãos eleitores, obtendo, em 28 de Abril de 1918, 470 831 votos. Foi proclamado em 9 de Maio do mesmo ano.
Durante o seu senado, são dignos de realce os seguintes factos:
Em Fevereiro, é alterada a lei da separação entre a Igreja e o Estado;
Em Março, é declarado o sufrágio universal;
Em Abril, as tropas portuguesas são derrotadas na batalha de La Lys,
Em Julho, são reatadas as relações com a Santa Sé.
Passado o estado de graça, sucedem-se as greves, as contestações, e as
tentativas de pôr fim ao regime sidonista. Em resposta, este decreta o estado de
emergência em 13 de Outubro. Consegue recuperar momentaneamente o controlo da
situação, mas o movimento de 5 de Dezembro estava ferido de morte. Nem a
assinatura do armistício, em 11 de Novembro, nem a mensagem afectuosa do rei
Jorge V de Inglaterra correspondente ao acto vem melhorar a situação. Em 5 de
Dezembro, Sidónio sofre um primeiro atentado, durante a cerimónia da
condecoração dos sobreviventes do Augusto de Castilho, do qual consegue
escapar ileso. Não conseguiu escapar ao segundo, levado a cabo por José Júlio da
Costa que o abateu a tiro, na Estação do Rossio, em 14 de Dezembro de 1918.
Projecto
CRiPE- Centro de Estudos em Relações Internacionais, Ciência Política e Estratégia.
© José Adelino
Maltez. Cópias autorizadas, desde que indicada a origem. Última revisão em:
20-04-2007 ![]()