Silva, Luís Augusto Rebelo da (1821-1871)

Filho de Luís António Rebelo da Silva. Chamado o rebelinho. Romancista e historiador. Em 1850, a Academia das Ciências encarrega-o de continuar a obra do Visconde de Santarém. Professor do Curso Superior de Letras. Amigo de Alexandre Herculano.

Ministro da marinha e ultramar no governo de Loulé de 11 de Agosto de 1869 a 26 de Maio de 1870. Deputado desde 1848.

· História de Portugal nos Séculos XVII e XVIII.

 

Almocreve das Petas:

Luíz Augusto Rebello da Silva [1822 - m. 19 Setembro 1871]

"... Rebello da Silva, ainda mesmo entregue às tarefas da politica, que em espíritos menos fecundos esterilizam sempre o ideal e atam os voos a tudo que não seja rastejar no terreno das questões positivas, conservou sempre o seu lugar mais ou menos activa na imprensa literária.

(...) Como orador, Rebello da Silva é uma das palavras mais correctas e inspiradas da nossa tribuna. Antes de chegar ao parlamento, o seu tirocínio oratório havia já sido longo e auspiciado. Vimo-lo, mancebo de 17 anos, começar nesses ensaios de discussão na Sociedade Escolástico-Phylomatica [sociedade situada na Rua da Atalaia, Bairro Alto, onde numa 'sala disposta à maneira de parlamento', com um pequeno 'espaço para a galeria pública', uma grupo de pessoas assistia às oratórias eloquentes, 'enérgicas' e 'intimativas' dum grupo de indivíduos, como Thomaz de Carvalho, Vieira de Carvalho, Andrade Corvo, Rebelo da Silva, que discutiam questões como: influência da civilização na história; a reacção romântica e os efeitos da literatura no Ocidente da Europa, et.], para ir progressivamente conquistando créditos e triunfos, até chegar à arena politica, onde os largos horizontes dos debates parlamentares lhe ofereceram o âmbito, o ar, e o fogo para todos os arrojos do seu verbo audaz (...)

Um dos grandes triunfos oratórios de Rebello da Silva, o maior talvez pelo quadro de circunstâncias que o rodeava, foi o seu discurso a respeito do Acto Adicional em 1852. Militava então na oposição, e no banco dos ministros sentavam-se homens da craveira de Rodrigo Fonseca Magalhães, do Duque de Saldanha, de António Luiz de Seabra, e do Visconde d'Almeida Garrett. ..."

[J. M. d'Andrade Ferreira, in Revista Contemporânea de Portugal e Brazil, Ano I, Abril 1859]

Obras: A Tomada de Ceuta (anónimo), in Cosmorama Literário, 1840 / Raússo por homisio, in Rev Universal Lisbonense, 1842.43 / Ódio velho não cansa, 1849, II tomos / Cartas ao sr. Ministro da Justiça, sobre o uso que faz do púlpito e da imprensa uma fracção do clero português, 1850 / O Duque de Saldanha, e o Conde de Thomar, 1850 / A Mocidade de D. João V, 1852-53, IV tomos / Fastos da Igreja: historia da vida dos Santos ornamentos do cristianismo, 1854 / A pena de talião, Panorama, 1855 / Memoria Biographica e Literária acerca de Manoel Maria Barbosa du Bocage, 1855 / Othelo, ou o mouro de Veneza, 1856 / O Infante Santo, Archivo Universal, 1859 / Contos e Lendas. Uma aventura d'el rei D. Pedro, Archivo Universal, 1860, 1873 [inclui 'A Última Corrida de Touros em Salvaterra'] / História de Portugal nos Séculos XVII e XVIII, 1860-1871, V tomos

Escreveu em diversos jornais e revistas, como O Archivo Universal [O Mosteiro da Batalha, tomo III; A Última Corrida de Touros em Salvaterra; A Torre de Belém] / Panorama [Poetas da Arcádia - António Correia Garção, Domingos de Reis Quita, António Diniz da Cruz e Silva; Estadistas Portuguezes. Diogo de Mendonça Corte-Real] / Revista Contemporânea de Portugal e Brazil [Oradores Portuguezes. José Estevam, Bulhão Pato]

Blogue de José António Barreiros

 

                   

Projecto CRiPE- Centro de Estudos em Relações Internacionais, Ciência Política e Estratégia. © José Adelino Maltez. Cópias autorizadas, desde que indicada a origem. Última revisão em: 22-04-2007