Governo de Loulé (1856-1859)
1856
O
fim da canalhocracia, inauguração do caminho-de-ferro e do telégrafo e
primeiro governo histórico
1857
Loulé recruta antigos cabralistas, o anticlericalismo e começo da
questão da barca Charles et George
1858
Aparições de Lourdes, febre amarela, chegada de D. Estefânia e ultimatum
francês
Governo nº 23
de Loulé (1014 dias, durante quase
três anos, desde 6 de Junho). O primeiro governo dito histórico, mas antes do
partido se estruturar e sob a presidência de alguém que era independente e que
não fazia parte das sementes organizacionais do partido, reunindo gente das duas
facções do chamado partido progressista histórico. O começo da alternância, com
a oposição a cinco anos de um situacionismo, marcado por Rodrigo da Fonseca e
Fontes Pereira de Melo.
Assume o poder um grupo de dez personalidades,
incluindo dois antigos militantes do cabralismo, a partir de 1857, que se
identifica em torno de um programa político, mas que vai ser abalado pela
questão clerical, pelo conflito com a França, por causa do apresamento da barca
Charles et George e pela crise sanitária da difteria.
O presidente, D. Nuno José Severo de Mendonça de
Moura Barreto (1804-1875), 2º marquês e 1º duque de (desde 1862) Loulé, bem como
9º conde de Vale dos Reis, começa por acumular apenas os estrangeiros; logo em
25 de Junho de 1856 passa a acumular as obras públicas, até 14 de Março de 1857;
desde esta data acumula os estrangeiros e o reino. José Jorge Loureiro na guerra
e na fazenda (até 23 de Janeiro de 1857). Júlio Gomes da Silva Sanches no reino,
mas por ausência deste, a pasta é interinamente assumida por Loulé até 25 de
Junho de 1856. Elias da Cunha Pessoa nos negócios eclesiásticos e justiça (até
14 de Março de 1857). É juiz da Relação de Lisboa. Sá da Bandeira na marinha e
ultramar e nas obras públicas (até 25 de Junho de 1856). Sá da Bandeira é sempre
ministro da marinha, mas acumula as obras públicas até 25 de Junho de 1856 e a
guerra desde 23 de Janeiro de 1857. Silva Sanches começa no reino, acumula com a
fazenda, desde 23 de Janeiro de 1857, e fica apenas na fazenda desde 14 de Março
de 1857. Em 25 de Junho de 1856: Sá da Bandeira cede as obras públicas a Loulé
(até 14 de Março de 1857). Júlio Gomes da Silva Sanches assume efectivamente a
pasta do reino (até 14 de Março de 1857)
1857
Remodelações – Em 23 de Janeiro de 1857: Sá da
Bandeira substitui Loureiro na guerra (até 8 de Setembro).
Em 14 de Março: Loulé no reino (continua a acumular a
presidência e os estrangeiros); Vicente Ferrer de Neto Paiva (1798-1886) na
justiça (até 4 de Maio). Carlos Bento da Silva nas obras públicas (até 16 de
Março de 1859). Ávila na fazenda. Silva Sanches abandona o governo onde assumia
as pastas do reino e da fazenda. Entram no gabinete dois antigos cabralistas
(Ávila e Carlos Bento da Silva). José Estevão e os irmãos Passos já haviam
abandonado as ideias progressistas.
Em 4 de Maio: Ávila na justiça (até 7 de
Dezembro).
Em 8 de Setembro: António Rogério Gromicho Couceiro na
guerra (até 16 de Dezembro de 1858).
Em 7 de Dezembro: José Silvestre Ribeiro (1807-1891)
na justiça (até 31 de Março de 1858).
1858
Remodelações – Em 31 de Março: Ávila na
justiça.
Em 16 de Dezembro: Sá da Bandeira na guerra
Governo de Loulé |
De 6 de Junho de 1856 a 16 de Março de 1859 1014 dias |
2º governo da Regeneração. 1º governo histórico 3º governo sob o reinado de D. Pedro V |
Promove as eleições de 9 de Novembro de 1856 e de 2 de Maio de 1858 |
·Presidente começou por acumular apenas os estrangeiros; logo em 25 de Junho de 1856 passou a acumular as obras públicas, até 14 de Março de 1857; desde esta data acumulou os estrangeiros e o reino.
· José Jorge Loureiro na guerra e na fazenda (até 23 de Janeiro de 1857)
· Júlio Gomes da Silva Sanches no reino, mas por ausência deste, a pasta foi interinamente assumida por Loulé até 25 de Junho de 1856
· Elias da Cunha Pessoa nos negócios eclesiásticos e justiça (até 14 de Março de 1857)
· Sá da Bandeira na marinha e ultramar e nas obras públicas (até 25 de Junho de 1856) |
·Sá da Bandeira foi sempre ministro da marinha, mas acumulou as obras públicas até 25 de Junho de 1856 e a guerra desde 23 de Janeiro de 1857. ·Silva Sanches começou no reino, acumulou com a fazenda, desde 23 de Janeiro de 1857, e ficou apenas na fazenda desde 14 de Março de 1857. |
Em 25 de Junho de 1856:
·Sá da Bandeira cede as obras públicas a Loulé (até 14 de Março de 1857)
·Júlio Gomes da Silva Sanches assume efectivamente a pasta do reino (até 14 de Março de 1857) |
·Em 24 de Julho de 1856, liberdade para os filhos dos escravos nascidos no ultramar, depois de atingirem os 20 anos ·Por causa do mau ano agrícola (no Outono de 1855, grandes chuvadas e cheias), houve no dia 8 de Agosto de 1856 uma manifestação em Lisboa contra a alta do custo de vida, numa das primeiras revoltas dos abastecimentos. ·Em 5 de Setembro é emitido o manifesto da comissão eleitoral progressista de Lisboa. Já antes, em 3 de Julho, O Portuguez anunciara que o partido progressita anunciaria em breve o respectivo programa. Com efeito, o grupo de Rodrigo e Fontes nunca tivera um programa formal. ·Em 28 de Outubro de 1856 dava-se a inauguração solene do caminho de ferro entre Lisboa e o Carregado. ·Eleições de 9 de Novembro de 1856. |
Em 23 de Janeiro de 1857:
·Sá da Bandeira substitui Loureiro na guerra (até 8 de Setembro de 1857)
|
|
Em 14 de Março de 1857:
· Loulé substitui Júlio Gomes da Silva Sanches no reino (continua a acumular a presidência e os estrangeiros);
· Vicente Ferrer de Neto Paiva substitui Elias da Cunha Pessoa nos negócios eclesiásticos e justiça (até 4 de Maio de 1857);
· Carlos Bento da Silva substitui Loulé nas obras públicas (até 16 de Março de 1859).
· Ávila substitui Sanches na fazenda
|
·Silva Sanches abandona o governo onde assumia as pastas do reino e da fazenda. Entram no gabinete dois antigos cabralistas (Ávila e Carlos Bento da Silva). José Estevão e os irmãos Passos já haviam abandonado as ideias progressistas.
|
Em 4 de Maio de 1857
·Ávila ministro dos negócios eclesiásticos e justiça, substituindo Neto Paiva (até 7 de Dezembro de 1857) |
·Neto Paiva abandona o governo por causa da questão do padroado. A Concordata havia sido assinada por Rodrigo da Fonseca. A maioria do governo não apoia Ferrer. Herculano também se opõe à Concordata com a Santa Sé. Em 31 de Dezembro de 1858, Herculano presidia a um comício anti-clerical. Nova concordata será assinada em 1860, já durante o governo de Terceira. ·Em 23 de Outubro de 1857, Loulé, pressionado pelo Paço, autoriza a entrada em Portugal da congregação francesa das Irmãs da Caridade de S. Vicente de Paulo |
Em 8 de Setembro de 1857:
·António Rogério Gromicho Couceiro substitui Sá da Bandeira na guerra (até 16 de Dezembro de 1858) |
·Em 6 de Novembro de 1857, as Cortes são adiadas por 33 dias até 9 de Dezembro de 1857. ·Em 21 de Novembro de 1857 começava a questão da barca Charles et George. A barca chega a Lisboa no dia 13 de Agosto de 1858. No dia 21 de Outubro seguinte, o ultimato francês. No dia 5 de Novembro, o célebre discurso de José Estevão sobre a matéria. A França não concorda que o assunto seja submetido à arbitragem. Apenas admitiu tal quanto ao montante da indemnização. Mas Loulé recusa ceder e decide que a França também terá de ditar o montante da indemnização. |
Em 7 de Dezembro de 1857
· José Silvestre Ribeiro substitui Ávila nos negócios eclesiásticos e justiça (até 31 de Março de 1858)
|
·Dissolução da Cãmara dos Deputados em 26 de Março de 1858. |
Em 31 de Março de 1858:
·Ávila substitui José Silvestre Ribeiro nos negócios eclesiásticos e justiça |
·Em 29 de Abril de 1858, D. Pedro V casava com D. Estefânia. Em 18 de Maio, a nova rainha chegava a Lisboa. Em 17 de Julho a rainha falecia, por causa de um ataque de difteria. ·Eleições de 2 de Maio de 1858 ·Em 14 de Agosto de 1858, as Cortes são adiadas por 58 dias, até 11 de Outubro de 1858. |
Em 16 de Dezembro de 1858:
Sá da Bandeira substitui Couceiro na guerra |
·Em Janeiro de 1859, Rodrigo Morais Soares, director do Archivo Rural lançara o grito de criação de um partido dos agrocratas, para o fomento da agricultura. ·Depois de em Outubro surgir uma crise na praça comercial do Porto por causa do vinho. Eis que em 18 de Janeiro de 1859, o rei aceita a demissão de Loulé que, na Câmara dos Deputados tem apenas uma maioria de 7 votos. |