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Dissidentes progressistas
Em 2 de Maio de 1905, o
ministro da justiça José Maria de Alpoim demite-se, surgindo a chamada
dissidência progressista e o governo enreda-se na chamada
questão dos tabacos. Alpoim, segundo António Cabral, costumava
dizer: eu quero e desejo o poder pelo poder; nada mais.
Acompanham-no, entre
outros, Abel Botelho, Caeiro da Mata, Joaquim Pedro Martins, Francisco
Fernandes, o visconde de Algés, visconde de Penalva, visconde do Ameal,
os advogados Sousa Costa e Pereira Reis; o jornalista Santos Tavares; os
futuros democráticos Barbosa de Magalhães e Mota Veiga; o futuro
evolucionista, centrista e sidonista, António Caetano de Abreu Egas
Moniz (1874-1955), médico que há-de receber o Prémio Nobel da Medicina.
Comício dos dissidentes
progressistas em 19 de Novembro. Discursos de João Pinto dos Santos,
Egas Moniz e Joaquim Pedro Martins. O republicano Brito Camacho também
faz um discurso.
Republicanos
Não conseguem eleger nenhum
deputado por Lisboa, apesar de vencerem na zona urbana.
Em Dezembro, comício dos
republicanos.
Em 1905, Basílio Teles
(1856-1923) publica um balanço histórico da revolta republicana de 1891,
Do Ultimatum ao 31 de Janeiro.
Neste ano, Bernardino Machado adere formalmente aos
republicanos (5 de Fevereiro).
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Progressistas lucianistas
No governo desde 20 de
Outubro de 1904. Vencem as eleições.
Entre os deputados eleitos,
Sinel de Cordes e conde da Ribeira Grande.
Em 1905, Luciano apenas
pode apostar em Veiga Beirão como delfim, dado que os chamados
messias, como Alpoim e João Franco, entram na desagregação na altura
em que Bernardino Machado adere aos republicanos.
Em Agosto de 1905 tudo se
incendeia, com cenas de pugilato em plena Câmara dos dignos Pares,
enquanto na dos Deputados, Luciano e Alpoim trocam mimos que vão do
falsário ao vendido, num processo que João Franco chega a
equiparar ao caso Dreyfus.
Já por ocasião do Ultimatum
haviam saído dos progressistas o médico Eduardo Abreu e Guerra
Junqueiro.
Enquanto isto, três antigos
ministros em governos progressistas assumem posições independentes,
tendo cada um deles o seu próprio jornal: Mariano de Carvalho em O
Popular; António Ennes, em O Dia; e Emídio Navarro, com o
Novidades.
Regeneradores hintzáceos
Em 1905, com o recrudescer
da oposição republicana e a dinâmica contestatária dos dissidentes
progressistas, os regeneradores hintzáceos não deixam de secundar o
processo, clamando por uma coligação das oposições monárquicas em
defesa do rei que o governo comprometera. Voltam a chefiar o governo
em 20 de Março de 1906
Regeneradores liberais
Franquistas. Três deputados eleitos: João Franco,
Luciano Monteiro e Fernando Martins de Carvalho
Católicos
Em 1905, realiza-se em Lisboa do 1º Congresso dos
Jornalistas Católicos, donde emerge uma Associação dos Jornalistas
Católicos e da Liga da Boa Imprensa, que apoia os jornais Opinião
e Portugal, sendo este último editado pela Sociedade Veritas,
base daquilo que será a União Gráfica.
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