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Progressistas lucianistas
Aliados aos franquistas na
concentração liberal.
Participam no governo de
João Franco com dois ministros até 2 de Maio de 1907 (José de Abreu
Couto Amorim Novais e Luís Cipriano de Coelho Magalhães).
Dissidentes progressistas
Liderados por José Maria
Alpoim, desde 1905.
Organizam conspiração
conjunta com os republicanos, em finais de Janeiro de 1908.
Republicanos
4 deputados em Lisboa:
Afonso Costa, António José de Almeida, Alexandre Braga, João de Meneses.
Intensa a actividade na
greve académica desde Maio de 1907.
Vencem as eleições
municipais do Porto em 4 de Novembro de 1906.
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Regeneradores hintzáceos
Em 12 de Outubro de 1907,
Júlio de Vilhena sucede a Hintze Ribeiro na chefia dos regeneradores.
Tem a oposição de Campos
Henriques e António Teixeira de Sousa.
Regeneradores franquistas
Aliados aos lucianistas na
concentração liberal que sustenta o governo de João Franco desde
19 de Maio de 1906 . São conhecidos como os talassas em finais de
1907. Têm o apoio dos jornais Diário Ilustrado e Jornal da
Noite.
Dentro dos quadros
liberais, João Franco anuncia querer governar à inglesa, mas
depois de perder o apoio dos progressistas, é obrigado a governar à
turca. De qualquer maneira, por trás do presidente do conselho está
o intervencionismo directo do monarca na governação. Só que o rei D.
Carlos até não inova, dado ter sido bem menos intervencionista que o
regente D. Pedro IV, depois de 1834, ou que D. Maria II, com as
actuações governamentais de Saldanha, nomeadamente depois de 1851.
Acaba, no entanto, por
prevalecer a contra-imagem do ditador João Franco quando poucos
lhe poderiam atirar pedradas. Os adversários, aliás, menos que uma luta
contra o autoritarismo, talvez temessem a hipótese de uma ditadura
genesíaca, capaz de confirmar um caminho novo para o regime. E
obrigam D. Carlos e João Franco aos tortuosos atalhos de uma simples
ditadura tímida, intercalar, administrativa, apenas à maneira da
ditadura clássica romana.
Por isso, João Franco perde
o norte. Deixa de poder atender a uma estratégia e perde-se em muitos
tacticismos desesperados. Mas é até ao fim um convicto liberal defensor
das instituições representativas. Até porque a vida nova que
procura lançar tinha sido proposta anteriormente tanto pela direita como
pela esquerda. Talvez tenha cometido o erro de caçar no terreno dos
republicanos possuindo vagas ideias gerais sobre a matéria, ele que é
simples produto de uma geração pós-fontista que, sem acreditar em nada
de construtivo, se fica pelo vago pragmatismo.
De qualquer maneira, o
voluntarismo franquista, sobretudo aquele feitio pessoal propenso ao
dramatismo do tudo ou do seu nada, não tem formação política capaz de o
elevar ao desafio das circunstâncias. As exigências da política são bem
maiores que as possibilidades do chefe do governo. é preciso um pouco
mais. Porque, da derrota desta táctica, resulta, não apenas a queda da
pessoa e dos respectivos apoiantes, mas, sobretudo, a trágica queda da
própria monarquia. Porque os republicanos, filhos da mesma geração pouco
mais são em termos políticos do que o mesmo João Franco, isto é, actores
secundários.
Nacionalistas
Fundados em 1903, opõem-se
ao governo de João Franco.
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