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Unionistas
Organizam o golpe dezembrista e têm três ministros no
gabinete de Sidónio até Abril de 1918 (Moura Pinto, Santos Viegas e
Aresta Branco). Depois, apelam à abstenção.
Brito Camacho defende que, primeiro, se realize a
eleição do parlamento e só depois, a do presidente.
Em 19 de Dezembro, Canto e Castro convida Nunes da
Ponte, republicano e católico, antigo ministro de Pimenta de
Castro, a formar governo, mas este desiste. Unionistas aproximam-se
então do novo presidente e aprovam uma moção nesse sentido.
Evolucionistas
Apelam à abstenção.
Vários dirigentes do partido, com destaque para António
Granjo, participam nas movimentações militares anti-sidonistas.
Democráticos
Apelam à abstenção. Afonso Costa é preso no Porto logo
em 8 de Dezembro de 1917, apenas sendo libertado em 30 de Março de 1918,
partindo para o exílio em França a 25 de Abril.
Teixeira Gomes é demitido de ministro de Portugal em
Londres (25 de Janeiro). O mesmo acontecerá a João Chagas. Norton de
Matos exila-se também em Paris, declarando então a João Chagas: os
homens que se deixaram vencer no 5 de Dezembro não têm o direito de
voltar à vida política (1 de Fevereiro).
Em 8 de Agosto proclamam que a república está em perigo
com os homens de Dezembro tutelados e amparados pelos monárquicos.
Em 13 de Outubro são presos vários vultos do Partido
Democrático, entre os quais o visconde da Ribeira Brava, Sá Cardoso,
Almeida Ribeiro bem como vários empregados no jornal O Mundo.
No dia 16 de Outubro, em Lisboa, a leva da morte,
com uma coluna de 153 presos políticos a ser assaltada, na esquina da
Rua Vítor Cordon, com a rua do Ferragial. 7 mortos, entre eles, Ribeira
Brava.
Depois de uma tentativa de assassinato de Sidónio em 6
de Dezembro, nova vaga de prisões, sendo assaltada e destruída a sede do
Grande Oriente. Sidónio, antigo maçon, indigna-se.
A tentativa de assassinato cabe um jovem, filho de um
antigo vereador municipal do PRP de Lisboa, merceeiro, ligado à loja
maçónica Pro Patria.
Socialistas
Elegem um deputado, o africano Dr. João de Castro.
União Operária Nacional
Sidónio Pais mantém contactos com a organização através
de Aurélio Quintanilha, seu antigo aluno em Coimbra, até Março, mas logo
começa a ruptura com o movimento sindicalista. Machado Santos chega
mesmo a ameaçar com a suspensão do direito à greve.
Conselho Central da UON logo declara: nada de
razoável podem nem devem esperar as classes trabalhadoras de mais esta
nova (?) situação política que o operariado acolheu com benévola
expectativa.
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Centristas
Apoiam activamente o dezembrismo, tendo como ministros
Alfredo Magalhães e Tamagnini Barbosa
Partido Reformista
Liderado por Machado Santos, com José Carlos da Maia.
Integram o Partido Nacional Republicano
Partido Nacional Republicano
O
partido sidonista, os chamados dezembristas, junta os centristas de Egas
Moniz e Tamagnini Barbosa, com os reformistas de Machado Santos e J.
Carlos da Maia.
Passará
a Partido Nacional Republicano Presidencialista, depois da morte de
Sidónio e acabará por integrar-se no futuro Partido Nacionalista.
Instituído
em 30 de Março de 1918. A lista sidonista é organizada em reuniões que
decorrem no governo civil de Lisboa, sob a presidência de Xavier
Esteves, participando, entre outros, Egas Moniz, Vasconcelos e Sá e
Amâncio Alpoim.
Há
sucessivas tensões entre Egas Moniz e os presidencialistas, comandados
por Tamagnini Barbosa. Egas Moniz é apoiado pelo Jornal da Tarde,
então dirigido por João Henriques Pinheiro. Opõe-se a que surja na
Constituição a possibilidade de dissolução parlamentar pelo Presidente
da República, considerando que, no presidencialismo, é tão inadmissível
essa dissolução quanto a não dissolução em parlamentarismo. Tamagnini
Barbosa, por seu lado, assume um extremado anti-parlamentarismo
defendendo a dissolução, numa ideia também partilhada por Sidónio Pais
Centro
Católico Português
Instituído o novo partido em 8 de Agosto de 1917. Elege 5
deputados.
Cruzada Nuno
Álvares
Fundada em 18 de Julho de 1918 pelo tenente João Afonso
de Miranda, unindo republicanos, monárquicos e católicos, de António
José de Almeida a Salazar e tendo a formal presidência de Anselmo
Braamcamp Freire. Renasce em 1921, criticando o liberalismo e
aproxima-se do fascismo. Em Janeiro de 1926 passa a ser presidida por
Filomeno da Câmara, tendo a adesão de Martinho Nobre de Melo visando
constituir um movimento nacional com o fim de pôr termo à luta
estéril entre os partidos para se organizar tecnicamente a governação
pública.
Monárquicos
Elegem 40 deputados. Segundo Luís de Magalhães, os
monarchicos dão aos sidonistas a carne da maioria e ficaram, para si,
com o osso da minoria.
Em 14 de Janeiro de 1918, António Sardinha, no jornal
Monarquia, escreve sobre Sidónio Pais: deixemo-lo, com toda a
lealdade, efectuar a sua experiência de unir os interesses da Pátria com
os da República. Generosa e bem intencionada ilusão... Sidónio Pais está
fazendo no País, uma demonstração interessante de Integralismo.
Influenciam o ministro da justiça, Martinho Nobre de
Melo que toma posse em 8 de Março. Tinha sido apresentado por Teófilo
Duarte a Sidónio Pais, estando, então, ligado aos integralistas, dado
ser amigo de Hipólito Raposo, conterrâneo de Teófilo Duarte.
António Sardinha, no jornal Monarquia, de 5 de
Julho, considera que o presidencialismo é um absurdo por lhe faltar
continuidade. Napoleão, apesar de genial, também caiu.
Proclamação dos núcleos de oficiais, assinada
pelo general Jaime Leitão de Castro, o primeiro manifesto das juntas
militares pró-monárquicas (6 de Novembro).
Em 18 de Dezembro, juntas militares monárquicas, com
Silva Ramos, Carvalho da Silva, Sollari Alegro, Cunha Prelada e Aires
Abreu, lançam ultimato ao presidente, para este constituir um
ministério de força. Paiva Couceiro restaura a monarquia no Porto
(19 de Janeiro). Imediatamente se forma governo com o visconde de Banho,
o conde de Azevedo e o capitão Sollari Alegro, numa acção condenada pelo
próprio D. Manuel II.
No dia 22 de Janeiro à noite, tropas pró-monárquicas
começam a deslocar-se para Monsanto, sob o comando de Ayres de Ornelas.
As tropas republicanas pró-governamentais são comandadas
pelo tenente-coronel Vieira da Rocha. Os monárquicos, onde também
combate João de Azevedo Coutinho e um conjunto de civis comandados pelo
ex-capitão Júlio da Costa Pinto, resistem até às 17 horas do dia 24.
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