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PCP ( 1921)
Cunhal e outros destacados militantes do partido fogem
da prisão de Peniche (3 de Janeiro de 1960).
Fuga de presos políticos da prisão de Caxias, utilizando
o próprio carro blindado de Salazar que aí se encontra (4 de Dezembro de
1961).
O militante comunista José Dias Coelho é morto por
agentes da PIDE em Alcântara em 16 de Novembro de 1961. Segundo a versão
dos comunistas trata-se de um assassínio. Segundo a polícia política,
mero acidente.
Conferência da oposição em Praga (19 a 21 de Dezembro de
1962) dá origem à Frente Patriótica de Libertação nacional
(FPLN).
PIDE provoca rombo
na direcção do PCP, com a prisão de Blanqui Teixeira, Guilherme de
Carvalho, José Carlos e Jorge Araújo, por denúncias de um detido,
Verdial (28 de Maio de 1963).
Em Abril de 1964, é aprovado no PCP o relatório de
Álvaro Cunhal Rumo à Vitória.
Terceira Conferência da Frente Patriótica de Libertação
Nacional, reunindo o PCP, a Resistência Republicana e o MAR, onde
Humberto Delgado é afastado da organização.
Em Maio de 1965 é preso Domingos Abrantes, do Comité
Central do PCP, no âmbito de uma operação policial onde se desmantela
parte da rede clandestina do partido no sul do país.
Neste ano, realiza-se na URSS, nos arredores de Kiev, o
VI Congresso do PCP. Secretariado do Comité Central, com Álvaro Cunhal,
Sérgio Vilarigues e Manuel Rodrigues da Silva. Mobilizam-se três dezenas
de militantes, cerca de 75% dos quais são funcionários do partido.
Participa Silva Marques bem como altos hierarcas de então, como Pedro
Ramos de Almeida, destacado em Argel, Francisco Miguel, Pedro Soares,
Joaquim Gomes e Georgette Ferreira. É o primeiro congresso depois da
cisão de Francisco Martins Rodrigues.
Circular do Comité Central do PCC defende que a luta
proletária deve estender-se contra os representantes do
revisionismo existentes no partido, na universidade e no exército
(16 de Maio de 1966).
Em
Agosto, reunião do comité central do PCP que reconhece a dificuldade do
processo de luta, numa altura em que devido à acção policial estão já
presos todos os dirigentes do CMLP.
Vaga de prisões de dirigentes comunistas na margem Sul
do Tejo e em toda a zona Sul do país em Maio de 1967. Prisão de, pelo
menos, uma dezena de funcionários do partido, estendendo-se pelo mês
seguinte.
PCP apoia a invasão de Praga pelas tropas do Pacto de
Varsóvia (23 de Agosto de 1968).
Começam as chamadas reuniões Intersindicais de
carácter clandestino entre membros das direcções sindicais
oposicionistas, dominadas pelos comunistas, a maioria dos quais é
oriunda do sindicalismo católico (1 de Outubro de 1970).
Surge
a ARA, estrutura militar do PCP que tem a sua primeira acção em 26 de
Outubro de 1970, com uma bomba no navio Cunene. O dirigente
máximo da organização é Jaime Serra. A segunda acção é de 20 de Novembro
contra equipamento militar (no mesmo dia em que Alpoim Calvão desembarca
em Conakri).
Frente de Acção Patriótica (1964)
Dissidência do PCP criada em Janeiro de 1964 por
Francisco Martins Rodrigues, depois de divergências na reunião do comité
central de Agosto de 1963. Acompanham-no João Pulido Valente e Rui
d’Espinay. Acusam o PCP de mero eleitoralismo.
Em Abril surge a partir da FAP um Comité
Marxista-Leninista Português que passa editar o periódico
Revolução Popular.
Os principais dirigentes deste grupo serão presos em
1965, mantendo-se apenas um Comité do Exterior que organiza uma I
Conferência em 1967.
Uma II Conferência, no interior, ocorre em 1969, já
dominada pela acção de Vilar, o antigo estudante do Instituto
Superior Técnico, Heduíno Gomes.
Em 1968, o que resta da direcção do CMLP vai dar
origem ao jornal O Comunista, de que saem 14 números, mais
próximo dos trotskistas, entre os quais está o grupo de Maria Albertina,
animado então pelo ex-comunista e futuro deputado do PSD, Silva Marques.
Depois da expulsão deste grupo, e sendo desmantelada a organização no
interior, o remanescente concilia-se com os que circulam em torno do
jornal O Grito do Povo, particularmente actuante no Norte,
constituindo-se em 1972 a OCMLP, a Organização Marxista-Leninista
Portuguesa.
Desta OCMLP vai destacar-se uma UCRPML, dirigida por José
de Sousa, a União Comunista para a Reconstrução do Partido
Marxista-Leninista.
A OCMLP, quase destroçada em 1974, retoma a actividade
depois do 25 de Abril integrando-se no chamado Comité Anti-Colonial.
Contudo, nas eleições de 1975, destaca-se dos mesmos e
retoma a autonomia, designando-se FEC ML (Frente Eleitoral de Comunistas
Marxista-Leninista)
Jornal O Comunista (1968)
Junção do que resta do CMLP. Aparece em 1968. Próximo
dos trotskistas, com o grupo Maria Albertina e Silva Marques. Na mesma
senda o jornal O Grito do Povo, actuante no norte.
PCP-ML (1970)
Partido Comunista de Portugal (Marxista-Leninista),
surgido em finais de 1970. Tem como órgão o jornal Unidade Popular.
Liderança de Francisco Martins Rodrigues.
Há uma dissidência dos militantes do interior,
dinamizada por Heduíno Gomes que em Maio de 1974 é expulso.
PCP-ML -Heduíno Gomes (1974)
Organiza partido e jornal com o mesmo título, a partir
de Maio de 1974. Base da
Aliança Operário-Camponesa, surgida em Novembro de 1974.
UCRPML (1971)
União Comunista para a Reconstrução do Partido
Marxista-Leninista, liderada por José de Sousa. Surge em 1971. Depois de
1974 integra-se no Comité Anti-Colonial e depois na UDP.
URML (1971)
Unidade Revolucionária Marxista-Leninista, surgida em
1971. Publica o jornal Folha Comunista. O grupo adere, depois de
1974 e durante um breve período, às Comissões de Base Socialistas
MRPP (1970)
Com Arnaldo Matos. Fernando Rosas. Surge em Setembro de
1970. Cria a Federação dos Estudantes Marxistas-Leninistas, com Saldanha
Sanches e José Manuel Durão Barroso. Tem como órgão, a partir de 1974, o
Luta Popular, dirigido por Saldanha Sanches. Dá origem, em 1976,
ao
Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses. Neste,
destaca-se a liderança de António Garcia Pereira.
OCMLP (1972)
Organização Comunista Marxista-Leninista Portuguesa
surgida em 1972. Junta herdeiros da CMLP, gente de O Grito do Povo,
e de O Comunista, depois de expulso o grupo de Maria Albertina
FEC-ML (1975)
Frente Eleitoral de Comunistas Marxistas-Leninistas,
surgida em 1975.
Herdeiros da OCMLP que se destacam do Comité
Anti-Colonial e reclamam a autonomia
LCI (1973)
Liga Comunista Internacionalista, criada em 1973.
Trotskysta, integra-se na IV Internacional.
PRP/BR (1972)
Partido Revolucionário do Proletariado. Uma dissidência
da FPLN, de 1972, que integra as Brigadas Revolucionária. Liderado por
Carlos Antunes e Isabel do Carmo.
UDP (1974)
União de três grupos marxistas-leninistas. UCRPML,
CARP-ML (Comité de Apoio à Reconstrução do Partido Marxista-Leninista) e
URML (Unidade Revolucionária Marxista-Leninista). Surge em Dezembro de
1974
Comissões de Base Socialistas (1974)
União de militantes do PRP, da LCI e da URML. Surge em
Maio de 1974
PCP (R) (1976)
Partido Comunista Português (Reconstruído). Surge em Maio
de 1976. |
Programa para a Democratização da República
(1961)
Programa comum da oposição, elaborado sob a inspiração
de Jaime Cortesão e Mário de Azevedo Gomes. Embora datado de 31 de
Janeiro, só é tornado público e concluído em 11 de Maio.
Entre a equipa que elaborou o programa, destacam-se os
militantes da Resistência Republicana e Socialista, com
destaque para Mário Soares, José Ribeiro dos Santos, Fernando Piteira
Santos e Ramos da Costa, em colaboração com o liberal Acácio Gouveia e
certos elementos representantes da Seara Nova, como Rui
Cabeçadas e Nikias Skapinakis.
Na sequência da conferência de imprensa que divulgou o
programa, realizada no escritório de Acácio Gouveia, são presos, para
além deste advogado, Mário Soares e Gustavo Soromenho.
Neste mês, assinala-se também a tentativa de
constituição de um Conselho Nacional Democrático.
Frente Patriótica de Libertação Nacional
(1962)
Surge da conferência da oposição em Praga (19 a 21 de
Dezembro). A formal reunião da Conferência das Forças Antifascistas
Portuguesas dá origem à Frente Patriótica de Libertação
Nacional (FPLN).
Nessa reunião estão presentes o Movimento Nacional
Independente de Delgado, representado por Manuel Sertório; a
Resistência Republicana e Socialista, de Mário Soares; o PCP e o
MAR.
Baseia-se no movimento das Juntas Patrióticas,
nascidas em 1959, antes de assentar em Argel, em 1960.
Em 9 de Novembro de 1970, a FPLN, instalada em Argel,
afasta o representante do PCP, Pedro Soares, e trata de afirmar-se
revolucionária.
Deste grupo se destacam as Brigadas Revolucionárias, em
1971, e os militantes fundadores do Partido Revolucionário do
Proletariado, em 1973.
Em 6 de Junho de 1974, os militantes remanescentes, com
destaque para Manuel Alegre e Fernando Piteira Santos dissolvem a
frente, integrando-a nos efémeros Centros Populares 25 de Abril.
Frente Portuguesa de Libertação Nacional (1964)
Criada por Humberto Delgado no Verão de 1964, quando
entra em ruptura com as estruturas integrantes da FPLN, principalmente o
PCP. É então que o general passa a ser apoiado por Henrique Cerqueira, a
partir de Rabat.
Acusa os membros do grupo de Argel de
politiqueiros palavrosos. O delírio conspirativo de Delgado leva-o a
conceber vários planos de derrube do regime, nomeadamente uma chamada
operação laranjas, com a instalação de um governo provisório em
Macau, para o que pensa contar com o apoio da China.
O isolamento do general propicia que este acabe por cair
numa cilada armada pela polícia política que o atrai a Espanha em
Fevereiro de 1965 e onde viria a ser assassinado.
Movimento de Acção Revolucionária (1962)
Movimento oriundo das lideranças da crise estudantil de
1962, com Medeiros Ferreira, Vítor Wengorovius, Manuel de Lucena, João
Cravinho, Nuno Brederode dos Santos e Vasco Pulido Valente.
Escrevem na revista O Tempo e o Modo que acabam
por dominar. Pretendem assumir-se como uma espécie de partido socialista
revolucionário, conforme a observação de Mário Soares.
Através de Lopes Cardoso e Rui Cabeçadas, participam na
FPLN.
Grupo Socialista Revolucionário (1970)
Exilados em Genebra, em Novembro de 1970, constituem o
Grupo Socialista Revolucionário.
Com António Barreto, Medeiros Ferreira, Eurico de
Figueiredo, Ana Benavente e Manuel de Lucena, que começa a publicar a
revista Polémica.
Acção Socialista Portuguesa (1964)
Estrutura-se em 1964. Criada, em Genebra, por Mário
Soares, Tito de Morais e Ramos da Costa, procurando a ligação com cerca
de meia centena de militantes no interior do país, para onde se
mobilizam José Magalhães Godinho, Gustavo Soromenho, Raúl Rego,
Francisco Salgado Zenha, José Ribeiro dos Santos, Catanho de Meneses,
António Macedo, Mário e Carlos Cal brandão, Álvaro Monteiro, Costa e
Melo, Fernando Vale, António Arnaut e António Campos.
Mário Soares volta a ser detido, acusado de participar
nas movimentações que levam ao golpe de Beja
(15 de Fevereiro de 1962). Será posto em liberdade no dia 8
de Março.
Mário Soares é deportado para S. Tomé por decisão do
Conselho de Ministros (21 de Março de 1968).
Hermínio da Palma Inácio entra clandestinamente em
Portugal, visando uma acção de ocupação da cidade da Covilhã que sai
frustrada, dado que o grupo armado é detido em Moncorvo (18 de Agosto).
Fundado o Partido Socialista em Bad Munsterfeld, nos
arredores de Bona (19 de Abril).
LUAR (1967)
Fundada em Paris, sob a liderança de Palma Inácio, em 19
de Junho de 1967, depois do assalto ao banco de Portugal na Figueira da
Foz. Entre os principais aderentes, Camilo Mortágua e Fernando Pereira
Marques, futuro deputado do PS. O grupo está ligado a ilustres exilados
como Emídio Guerreiro e José Augusto Seabra, futuros militantes do PPD.
O Tempo e o Modo (1963)
A revista é fundada em 1963, tendo como primeiro
director António Alçada Baptista. Ligada à Editora Moraes e à colecção
do Círculo do Humanismo Cristão. Mobiliza, na sua primeira fase, uma
série de intelectuais católicos críticos do salazarismo, como Nuno de
Bragança, Pedro Tamen, João Bénard da Costa, Alberto Vaz da Silva, Mário
Murteira, Adérito Sedas Nunes, Francisco Lino Neto, Orlando de Carvalho,
Mário Brochado Coelho.
Alarga-se a outros sectores da esquerda, como a Mário
Soares e a Salgado Zenha, vindos do MUD, ao então comunista Mário
Sottomayor Cardia, e à jovem geração de líderes estudantis, como Manuel
Lucena, Vítor Wengorovius e Medeiros Ferreira.
Esta última acaba por preponderar na revista,
mobilizando Vasco Pulido Valente.
Em 1967-1968, perde as raízes personalistas e católicas
e vira ainda mais à esquerda, iluminada pelos fulgores do Maio de 1968,
sob a direcção de Bénard da Costa e de Helena Vaz da Silva e com a
entrada de Luís Salgado Matos e Júlio Castro Caldas. Colaboram então
futuros socialistas e comunistas como Alfredo Barroso, Jaime Gama, José
Luís Nunes, António Reis, Luís Miguel Cintra, Jorge Silva e Melo, Nuno
Júdice e Manuel Gusmão.
Em 1970, numa maior guinada à esquerda, a revista passa
a ser porta-voz do maoísmo lusitano, com a entrada de Arnaldo Matos e
Amadeu Lopes Sabino.
Movimento Cristão de Acção
Democrática (1965)
Depois
da emissão de um manifesto Cristianismo e Política Social, em
Maio de 1965, organiza-se o Movimento Cristão de Acção Democrática.
Na
campanha eleitoral de Outubro de 1965, destacam-se vários cristãos que
alinham com a oposição democrática, pondo acento tónico na defesa dos
direitos do homem e utilizando como bandeira a pastoral de João XXIII.
Cristãos progressistas
Surge em 1964 a Cooperativa de Difusão Cultural e Acção
Comunitária, visando os princípios da Pacem in Terris. Será
encerrada pela Pide em 1967.
No Porto constitui-se a cooperativa Confronto,
liderada por Francisco Sá Carneiro, Leite de Castro e Mário Brochado
Coelho.
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