Partido Republicano Português (1910)
Imediatamente após a proclamação da República e com a instalação do
Governo Provisório, surgiram tensões entre os republicanos. Primeiro, desencadeou-se
uma dialéctica entre os chamados provisórios e o grupo do directório.
Em segundo
lugar, destacam-se do núcleo dominante, tanto os republicanos do Porto, como
o
grupo de amigos de Machado Santos. Com efeito o governo provisório significava
uma aliança de Afonso Costa, Bernardino
Machado e
os jovens turcos. Uma
aliança que nos primeiros tempos contava com a colaboração de António José de
Almeida. Um sintoma de distanciamento dos republicanos do Porto manifestou-se
quando Basílio Teles recusou tomar posse como ministro (nomeado para as
finanças,
exigia também acumular a pasta do interior…). Seguem-se as tensões entre os provisórios e
o directório do partido. Com efeito, o governo provisório era obrigado a reunir
semanalmente com o directório e a junta consultiva do partido republicano, a
efectiva trindade
governativa da república. Desta trindade se distanciouMachado Santos,
assumindo-se como da oposição desde a primeira hora e exigindo o saneamento de
altos funcionários das repartições. Mas o governo apenas demitiu ou aposentou
cerca de meia centena deles. É apoiado pelos oficiais da marinha que participaram
no 5 de Outubro, como Ladislau Parreira, nomeado comandante do quartel de marinheiros
de Alcântara, José Carlos da Maia, Sousa Dias, João Stockler, Mendes
Cabeçadas e Tito de Morais.
Todos os membros deste grupo se intitulavam então como os verdadeiros revolucionários.
Surge também um conflito entre os provisórios e o grupo dos republicanos
históricos do Porto, ligados ao 31 de Janeiro de 1891 que exigiam a imediata
eleição de uma assembleia constituinte, afrontando
especialmente Afonso Costa.