Jornalismo de ideias

 

Tem sido quase constante a nossa atracção pelo ensaísmo jornalístico. Já antes do 25 de Abril de 1974 fizemos as nossas breves e liceais tentativas nesses domínios, quando colaborámos na página de juventude do semanário O Debate, onde logo aprendemos o sabor amargo da censura. Não deixámos de fazer furtivas incursões, durante a nossa vida de estudante universitário e nas décadas de setenta e oitenta, não deixámos de deixar o nosso testemunho esparso em muitos órgãos de comunicação, a título de convidado.

 

Foi, contudo, na segunda metade da década de oitenta, quando ainda estávamos presos à militância política e doutrinária, que nos lançámos com regularidade nesta actividade, embora já tentássemos sair do âmbito da mera opinião pela procura do conhecimento. Acompanhámos, como colaborador regular, a fase final do jornal O Século, durante as direcções de Jaime Nogueira Pinto, Alves Fernandes e Artur Albarran e não deixámos de, por vezes, tocar em O Diabo, de Vera Lagoa, e em O Dia. 

 

Se temos saudades dessa actividade exotérica, também sentimos a falta de órgãos de comunicação social marcados pelo "small is beautiful" dos combates por ideias. Neste nosso tempo de opinião canalizada, ser jornalista de ideias implica o profissionalismo do opinion maker, o conformismo do politically correct e muita perda de tempo no jogo do interest group e da pressão. Não temos paciência para tanto e, às vezes, quase apetece o silêncio. Aliás, nem sequer já há grandes causas que possam mobilizar homens livres.

 

A partir do segundo semestre de 2000, voltámos a ceder à tentação do jornalismo de intervenção cívica, a convite do semanário Euronotícias, assinando uma coluna quinzenal, em parceria com Mendo Castro Henriques e onde temos dado guarida a algumas crónicas de M. Teresa Bracinha Vieira.

 

Leis da Concorrência

1981

Lei Interna da Concorrência
Requer Novas Relações Estado-Economia

Diário de Notícias Economia

9 de Novembro de 1981

Lei da Concorrência.
Elementos para um Debate 

Empresas e Empregados

nº7,Abril de 1982

1982

Regras de Concorrência.
Portugal "Terra de Ninguém"

nº8, Maio de 1982

Infracções Anti-Económicas.
O espírito dos anos 50 à beira do fim.

Junho de 1982

Comércio Português.
O parente pobre da nossa economia

nº11, Agosto de 1982

1990

A Concorrência Salutar dos Agentes Mercantis
Conferência proferida na Associação Comercial de Coimbra, na qualidade de Subdirector-Geral da Concorrência.

Boletim Concorrência e Preços, 3ª Série, nº1

Fevereiro de 1990, pp. 11-15

 

SOBRE A POLÍTICA E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

1985

O Pós-Marcelismo
Sobre a classe política do Bloco Central, onde é marcante o neomarcelismo. O nosso actual socialismo situacionista se, na forma, resulta da degenerescência soarista do gonçalvismo, recebeu no seu seio todas as estruturas e grande parte dos homens do socialismo de direita do antigo regime. A revolução de Abril, porque tentou a subversão a partir do próprio aparelho de Estado, constitui, de certa maneira, mera renovação na continuidade estadualizante. Terminava, defendendo um duplo choque de liberdade e moralidade, invocando Alexandre Herculano: Abram as janelas! Uma nação que não está a par do seu tempo é uma nação miserável.

A Tarde

3 de Abril de 1985

1986

Pela Democracia Portuguesa
Temos a responsabilidade histórica de reconciliar a direita com a liberdade e a democracia com a tradição portuguesa. Contra os modelos programáticos estrangeiros ou estrangeirados que inspiraram os partidos políticos que os levaram a meter a ideologia na gaveta. Falta um sistema político feito à imagem e semelhança da psicologia portuguesa. Há uma secular tradição democrática em Portugal. Uma portugalidade imanente que temos de aprofundar, desenvolver e futurizar. 

O Século

8 de Dezembro de 1986

1987

Liberalismo a Retalho e Comunismo Burocrático
Contra a importação do modismo neoliberal que não repara na herança do nosso capitalismo de Estado, aliado ao chamado socialismo de consumo, tendo a ver com as origens salazaristas do nosso Welfare State

25 de Março de 1987

A Nova Posição Internacional do Estado Português
Conferência proferida em Braga no dia 4 de Maio de 1987, em colóquio promovido pelo Instituto D. João de Castro. Contra a febre do ceeismo, defende-se a globalização do diálogo internacional. Porque o clássico Estado do intervencionismo imperial ou do nacionalismo proteccionista tem de se adequar ao ritmo de uma sociedade aberta à concorrência internacional da aldeia global, onde os monopólios mercantilistas ou os processos de controlo estadual dos meios de comunicação social levam a um desperdício de recursos.

A conferência foi objecto de análise do Jornal de Notícias do Porto e transcrita na Folha CDS de 10 de Maio de 1987

4 de Maio de 1987

 Estar à Direita ou Ser de Direita

O Século

14 e 16 Novembro de 1987

 Por uma Constituição menos Péssima

25 Novembro de 1987

1988

As Lições Políticas da Nova Encíclica
Uma análise da encíclica Sollicitudo Rei Socialis, de João Paulo II, na altura da respectiva publicação. 

16 de Março de 1988

Dos Mitos de Abril ao Indiferentismo
Sobre o fracasso de uma greve geral promovida pelas duas centrais sindicais. Criticam-se também os intelectuais orgânicos do cavaquismo que não querem ofender o poder cultural de esquerda. Depois dos triunfalismos e das revoltas chegou o tempo do indiferentismo, depois do ciclo das paixões, chegou o vazio do pragmatismo. O cavaquismo passou a ser um híbrido puro que procura conciliar as vantagens conservadoras da gestão pós-revolucionária com a incubação das respectivas sementes superadoras, tratando de cobrir tais contradições com o mito conveniente do reformismo.

30 de Março de 1988

O Terceiro Pilar do Ocidente

4 de Maio de 1988

Sobre as Ideias Políticas de Fernando Pessoa
I.
Da Anarquia Portuguesa ao Nacionalismo Liberal

15 de Junho de 1988

II
Da Doença da Ordem ao Preconceito Revolucionário

22 de Junho

O Estado a que Chegámos
A Reforma da Administração Pública foi uma das oportunidades perdidas do cavaquismo, apesar da criação de um Secretariado para a Modernização Administrativa. E lá dobrámos o milénio com um esquema administrativo dos anos trinta.

20 de Julho de 1988

O Maniqueísmo Persistente

2 de Setembro de 1988

A Guerra Gnóstica

7 de Setembro de 1988

Quanto Mais Além, Mais Além Ainda

Roteiros , Boletim do Instituto Dom .João de Castro,

Jul./Dez. de 1988

1989

A Nova Germanofilia

O Século

28 de Janeiro de 1989

Nacionalismo sem Moda
Somos cada vez mais uma nação cultural e cada vez menos uma nação política. Assim, porque somos uma Nação-Estado e não um Estado-Nação,  não temos de temer o grande espaço europeu que pode ajudar a libertar outras nações fartas das algemas dos imperialismos ditos nacionais, como a Catalunha, a Sérvia, a Croácia a Lituânia, a Letónia e a Estónia. O artigo foi, evidentemente, escrito antes da queda do muro de Berlim.

9 de Fevereiro de 1989

Europa: a Poesia e o Negócio

14 de Fevereiro de 1989

Das Vacas Gordas às Vacas Sagradas

21 de Fevereiro de 1989

As Novas Fronteiras do Euromundo

14 de Junho de 1989

O Neocorporativismo
Análise dos resultados das eleições europeias. Depois do exagero da politização revolucionária e do seu inverso, o chamado pragmatismo tecnocrático, que tanto prestígio deu ao primeiro cavaquismo, o nosso apaziguamento ideológico está a transformar a jovem democracia num efectivo neocorporativismo. A vox populi corre o risco de deixar de ser a suprema lex...

29 de Junho de 1989

Portugal e O Muro

O Século Ilustrado

24 Novembro de 1989

Yalta:o Princípio do Fim

1 de Dezembro 1989

 A Revolta que vem do Leste

7 de Dezembro de 1989

 Pelo Atlântico, a Caminho do Sul

Africana, nº 5

Setembro de 1989

1990

Portugal Anos Noventa: De Novo o Princípio da Distância

Expresso

10 de Fevereiro de 1990

A Europa dos Estados
Conferência integrada no ciclo "A descoberta de nós", promovido por Agostinho da Silva
na Cooperativa Árvore do Porto

Jornal das Letras

27 de Março de 1990

Navegar é Preciso
Bartolomeu Dias vale mais do que um governador filipino da Flandres, apesar do primeiro ter morrido à procura e do segundo ter sido aposentado com pensão de letra A-mais-qualquer-coisita na Comissão da CEE. Contra o neocapitalismo calvinista e benthamiano, essa filosofia mercadocrática, defensora do fim da história. Um apelo às ideias de João Paulo II, nomeadamente à de solidariedade comunitária. Contra a Europa Totoloto, um apelo ao Quinto Império que vem depois dos Impérios, onde as pessoas se não medem aos cheques e onde os Estado são feitos à imagem e semelhança do homem inteiro, de carne, sangue e sonho..

Roteiros

Junho de 1990

1992

 Era uma vez, Num Depois de Maastricht

Junho de 1992

A Europa dos Homens Comuns
Sobre os referendos da Dinamarca e da França, a propósito da ratificação do Tratado de Maastricht

Novembro de 1992

1994

Nacionalismo, Europeísmo e Muitas Histerias
A liberdade nacional não tem que se identificar com o soberanismo, a Europa não se reduz à dialéctica federalismo/antifederalismo e Portugal não pode continuar a ter como fantasmas nem o conservadorismo saudosista nem o revolucionarismo...

Pode haver portugueses que não querem enquadrar-se nos sucessivos modelos pronto-a-vestir maniqueístas, sugeridos por Manuel Monteiro, Luís Sá, Pacheco Pereira, Cavaco Silva e António Vitorino. Artigo sobre as eleições europeias que se realizariam em 12 de Junho de 1994

O Diabo

22 de Março de 1994

 

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Copyright © 1998 por José Adelino Maltez. Todos os direitos reservados.
Página revista em: 16-01-2009.