|| | Governos | || | Grupos | || | Eleições | || | Regimes | || | Anuário | || | Biografias | || |
Eleições de 1953 |
Eleições de 1953 (8 Novembro)
Em 1953, o mundo parecia mudar, com a posse de Eisenhower, como presidente
norte-americano, em 20 de Janeiro, e a morte de Estaline, em 5 de Março. Em
Porugal, o regime comemorava um quarto de século da subida de Salazar ao
poder, em 27 de Abril, com sessão conjunta das duas câmaras, Te Deum na
igreja de S. Domingos e visita à Universidade de Coimbra. Aliás, em 28 de
Maio, Salazar até dava uma conferência sobre o Plano de Fomento, proclamando
que a Europa empobreceu com as suas guerras e o seu socialismo. Contudo,
nessa mesma Europa, o anticomunismo pareceia crescente com a vitória da
democracia-cristã em Itália (7 de Junho) e o começo da revolta anticomunista
de Berlim (17 de Junho). Relativamente às eleições para a Assembleia
Nacional de 8 de Novembro de 1953, há apenas que referir a circunstância da
oposição ter apresentado candidaturas em Lisboa, Porto e Aveiro, com
resultados decepcionantes, apesar da militância de Acácio Gouveia, Adão e
Silva, Sá Cardoso, Nuno Rodrigues dos Santos, Vasco da Gama Fernandes, Cunha
Leal e António Sérgio, que organiza para o efeito uma Comissão Promotora do
Voto, enquanto os comunistas defendem a abstenção. Outros candidatos da
oposição por Lisboa são António Rodrigues Direito, Arnaldo Constantino
Fernandes, Carlos Sá Cardoso, Fernando Mayer Garção, Mendes Cabeçadas, José
Moreira de Campos e Luís da Câmara Reis. Entre as novidades do processo,
destacou-se o esboço de uma dita oposição nacionalista que chegou a querer
concorrer em Aveiro, ao mesmo tempo que se anunciou a criação de um Partido
Cristão Democrático, na sequência do Congresso da JUC, e que se conhecia a
circunstância do advogado Ramada Curto abandonar o velho Partido Socialista.
Enquanto isto, o grupo da Causa Monárquica não deixou de apelar ao voto nos
candidatos monárquicos das listas da União Nacional.
Em termos formais era a 7ª eleição legislativa do Estado Novo. A oposição
consegue 10,1% em Lisboa. 11,8% no Porto. 8,7% em Angola.
Oposição apresenta-se em Lisboa, Porto e Aveiro, inspirada pela Comissão
Promotora do Voto, de António Sérgio. Comunistas defendem a abstenção
Aparece o Movimento Nacional Popular de Rolão Preto.
Manifestam-se o Partido Republicano Português e o Partido Socialista.
Surge uma Secção Portuguesa da Internacional Operária.
Fala-se na organização de um Partido Cristão Democrático.
Remodelação no governo, com a entrada de Marcello Caetano, para a
presidência, e de Antunes Varela, justiça (14 de Agosto de 1954)
Conferência de Bandung (Abril de 1954)
Votada a entrada de Portugal na ONU (14 de Dezembro de 1954)
Surge a Fundação Calouste Gulbenkian, que havia falecido em 1954 (1956)
Contestação estudantil ao ministro Lopes de Almeida (Dezembro de 1956)
Mário Soares organiza uma Resistência Republicana e Socialista (1953-1954)
Marcello Caetano organiza o grupo da Choupana, fazendo a ligação com
Craveiro Lopes em ruptura com o grupo de Santos Costa (1955)
Surge a Acção Democrato-Social, com Mário Azevedo Gomes, Jaime Cortesão e
António Sérgio (1956)
Nuno Rodrigues dos Santos cria a Frente Nacional Liberal e Democrata em 1957
I Congresso Republicano de Aveiro, organizado por Mário Sacramento, em
Outubro de 1957