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  Eleições de 1973

Eleições de 1973 (28 Outubro) Eleição da Assembleia Nacional. 1 800 000 recenseados. 150 deputados. Mota Amaral e Correia da Cunha são os únicos ex-deputados da ala liberal que se mantêm. Decreto-Lei nº 471/73 de 21 de Setembro, considera inelegíveis os candidatos que em eleição anterior hajam desistido da candidatura, subscrito a lista de candidatos ou feito parte da respectiva comissão eleitoral, manifestem o propósito de não concorrer ao acto eleitoral incorrem na pena de suspensão de direitos políticos por 5 anos. Da mesma pena são passíveis os que por qualquer meio, incitem ou aconselhem os eleitores a absterem-se de votar. Lei nº 3/71 de 16 de Agosto. Remodelação governamental. Silva Cunha, novo ministro da defesa (7 de Novembro). Congresso da Oposição Republicana em Abril de 1973. Fundado o PS nos arredores de Bona, em Bad Munsterfeld (19 de Abril). Congresso da ANP em Tomar em Maio de 1973 Congresso dos Combatentes do Ultramar, no Porto, em Julho de 1973. Encontro dos liberais em Lisboa em Julho de 1973 Reunião em Óbidos do Movimento dos Capitães (Dezembro de 1973). Lançamento do livro Portugal e o Futuro de António de Spínola (22 de Fevereiro de 1974). Golpe militar frustrado de militares spinolistas a partir das Caldas da Rainha (16 de Março). A primavera e o começo do Verão de 1973, com a aproximação de nova campanha eleitoral, assumiram-se como o tempo de todos os congressos da situação e da oposição, fazendo-se uma espécie de balanço do deve e haver das incipientes famílias políticas existentes nesse crepúsculo do regime . Em Abril realizava-se o terceiro grande congresso da oposição em Aveiro que deixou de qualificar-se como congresso republicano e se assumiu como Congresso da Oposição Democrática, a fim de permitir a participação de monárquicos. Isto é, a divisão das eleições de 1969 parecia superada, depois de um prévio acordo entre comunistas e socialistas. Em Maio, o novo partido único do regime realizou um Congresso em Tomar, onde se destacou a militância e o sentido organizacional do ministro Silva Pinto, defendendo que o movimento se situasse ao centro, e se ouviu atentamente o discurso do ministro da educação, Veiga Simão. Os dois, alguns anos volvidos, assumir-se-ão como militantes do Partido Socialista. O primeiro, depois de passar pelo CDS e pelo eanismo; o segundo, depois de servir de ligação entre Spínola e Mário Soares. Com efeito, depois da deserção da ala liberal e da SEDES, Marcello Caetano tentou gerar novos grupos de apoio, aproximando-se dos que circulavam no ministério das corporações, com Baltazar Rebelo de Sousa, e no ministério da educação, com Veiga Simão. E nos gabinetes de peritos apoiantes desses dois membros do governo circulavam personalidades como Maria de Lurdes Pintasilgo, Diogo Freitas do Amaral, Fraústo da Silva, Amaro da Costa, Freitas do Amaral e Roberto Carneiro. Em Junho, no Porto, realizou-se o Congresso dos Combatentes do Ultramar que, no entanto, não conseguiu mobilizar o apoio dos militares spinolistas. Em Julho era o mês do encontro dos chamados liberais, realizado em Lisboa. Curiosamente o governador civil de Lisboa não autorizou um encontro dos monárquicos oposicionistas, argumentando com a não concordância da Causa Monárquica.. Foi neste ambiente decadentista que em 28 de Outubro de 1973 se realizaram as segundas eleições marcelistas para a Assembleia Nacional. A agonia parecia eminente, dado que a oposição não participou e entre os deputados do regime, dos que estavam mais próximos da ala liberal, apenas se registaram os nomes de Mota Amaral e Correia da Cunha.