24 de Maio

A esquerda continua a não ler o que a direita escreve
Neste país de eternos intelectuais oficiais e oficiosos, talhados à imagem e semelhança das Faculdades de Letras e doutras escolas de formações de professores, o que não está na pena dos bonzos letrados que por elas são instituídos não está no mundo. A esquerda continua a não ler o que a direita escreve. Os opinion makers da opinião canalizada não lêem o que se reflecte na academias. E o país parece mais estreito do que na verdade é, com a permanência desta mentalidade inquisitorial do index. Mandarins que se vestem de tigres de papel, deitando baforadas de ódio.

 


 

O chamado país intelectual
A alteração sociológica e política que reagiu contra o PREC e que levou tanto à criação do PS como à vitória eleitoral da AD, isto é, ao fim da unidade antifascista, não teve correspondência a nível do chamado país intelectual, onde se instalou duradouramente uma oligarquia de literatos, casas editoras e jornalismo cultural, sempre federados por uma mentalidade inquisitorial, que continua a praticar a ideia que ser inteligente, novo ou criativo constitui sinónimo de ser de esquerda

 


 

As quinhentas capelinhas de direita
Estes abusos de posição dominante, gerando a direita das noites da má língua e o niilismo neo-inquisitorial de certos cronistas da não-esquerda faz com que raros reparem que a efectiva direita são muitíssimas direitas infederadas e infederáveis, as quinhentas capelinhas que se vão hostilizando umas às outras, à espera que chegue mais um desses inevitáveis marechais que pensam ser os únicos com olho em terra de cegos e que logo decretam que os capelinhistas passem a bater palmas. Vale-nos que, domingo ao fim da noite, o Professor Marcelo nos vai impedindo úlceras de frsutração, com as risadas a que todos somos obrigados. Quando é que o Dr. Paulo Portas percebe que a direita não se visita nas feiras nem se coliga com medalhitas de patriotismo aos milhares? Quando é que o Dr. Barrroso entende que a direita não é tomar torradas com antigos dignitários do ancien régime nem conversas ao fim da tarde com os manecas das intentas frustradas do pós-prec?

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Posted by J. A. to Pela Santa Liberdade! at 5/24/2003 11:42:16 PM