PERDOEM-ME...
A CONFISSÃO É A RAINHA DAS PROVAS
Não era de esperar. Confesso ser
totalmente dotado de desonestidade intelectual, que faço parte de uma
pandilha. Que sou um miguelista que não posso parodiar um texto da Coluna;
que a paródia não é livre e nem aconselhável, que sou um dito senhor não fiz
até agora link, para os leitores poderem confrontar o texto. Não tenho
etiqueta, não sei os elementos básicos indispensáveis à comunidade
bloggística e devo ser expulso, censurado, queimado em adjectivações
ilustres. A minha intervenção não é compreensível: sou um cavalheiro que não
posso defender um partido, Deus não me dá o direito de. Não posso tentar
encontrar um grupo sem idiotas, corruptos, fontes anónimas, conspirações em
sótãos, guerrilhas internas, bocas nos jornais, um partido, que faça mesmo
política. O coisismo é essa patetice: um grupo unicamente bipessoal, que
nasce do revanchismo burgês, e que pretende, ó justos céus, corrigir os
vícios da política portuguesa, começando a disparar sobre todos os bloggs de
soberania, e mesmo prometendo uma comunidade de luta de ideias «velhas» (não
sei qual). Lamentamos que nesta comunidade de textos disparados à tecla
estejam duas ou três pessoas por quem temos estima, mas os outros, meus
amigos, são gente que a esquerda elogia do mais elevado que a direita
produziu, liderados por uns intelectuais ocupadíssimos e bem escanhoados. A
elegante gente em causa tem o monopólio das ideias e só ela pode ter
princípios de declará-los. Estes detentores da inteligência da linha justa
da direita têm: e sabemos muito bem quem são. A principal ideia dos grandes
intermediários em causa é que democracia é aquela que eles podem dizer que é
democrática, onde toda a gente é falha de luzes porque não tomaram chá com
eles, não andaram nas escolas primárias deles, nos liceus deles, nas
universidades deles, nas redacções de jornais deles, nos deles, para eles,
com eles e contra os que não são deles. O PP, ao menos, junta uns lúcidos a
valer, e pelo menos lúcidos dum senhor que sabe escrever português. Bastardo
de José Agostinho de Macedo, o nosso virulento reaccionário, que, ao menos
sabia escrever português, não tenho talento, tenho grossa teses de
doutoramento, com citações freneticamente cosida, e com uma pose minoritária
que julga que da minoria (da minoria ínfima) é que vem a razão. Sou da
vanguarda reaccionária, fascista, miguelista, grande inimigo da esquerda e
da direita e passei toda a minha vida a atacar e boicotar a direita, sou um
puro, poluído, não posso sujar as mãos, nem mandar piadas, indirectas, sem
citar nomes, sendo dotado de uma desonestidade intelectual que todos bem
conhecem, autor de manuais grotescamente «eruditos». O meu nome é o que aqui
assina, só polemizo com quem me apetece e sem cobardia uso palavras que
permitam os provocadores olhar-se ao espelho. Nada que vocês não soubessem.
Culpado por todos os pântanos a que provisoriamente chamamos cois - até
escolhi um espantalho para nos servir. Deformado pela coragem da boca para
fora, portuguesinha, quero bater em todos. Nunca tive coragem para dizer o
que realmente penso, nunca tive coragem para dizer que quero Portugal fora
da União Europeia, sou pobrete e alegretes, com jaquinzinhos e modinhas
minhotas. E depois venho com um pateta discurso de ressentimento social, de
descamisado da treta, remetendo para as ideologias macedistas, mussolínicas,
salazaristas que todos bem conhecemos. E depois ataco os partidos do governo
como indirecta para os bloguistas que têm o monopólio da direita
democrática, como se eles fossem paus-mandados deste ou de qualquer outro
governo de direita. Nunca li os nossos arquivos e o de outros blogs
recomendados: sempre critiquei este e outros governo de direita, sempre que
achei que procederam mal. Faço parte da maralha que quer aderir a coisas
novas, já jantei à mesa com alguns de vocês, não sei o que achar destes
teóricos do novo regime, tenho maus retratos em casa e lidero líderes
estrangeiros que venero. Sou da pseudo-vanguarda ignóbil, sou casca-grossa,
que representa tudo o que de pior tem a direita em Portugal. Felizmente, o
eleitorado não é parvo, e saberá dar-me as décimas que mereço, se me
candidatar, e depois regressarei às minhas bibliotecas integralistas,
poeirentas e com bustos, vociferando, à frente da mulher-a-dias, contra esta
Pátria ingrata que não me merece. E depois, bem sei que escreverei um livro
imortal, colossal, que vai varrer com este gente toda, direitistas sem
complexos nem taras autoritárias e toda a esquerda comedora de criancinhas.
Tremo perante tal apocalipse. Curvo a minha cabeça perante toda esta
adjectivação, fujo de medo, e peço que me saneiem, que me prendem, que me
façam arder na fogueira, rapidamente e em força. Proíbam-me, proíbam-me. E
mais não digo.
posted by J. A. | 3:52 PM
Eis a causa do post de cima:
A VANGUARDA DIREITISTA: Era de esperar. Conhecemos a honestidade intelectual desta pandilha. Um blogger miguelista parodia um texto da Coluna; até aqui, nada de mal, a paródia é livre e aconselhável, mas o dito senhor não faz o respectivo link, para os leitores poderem confrontar o texto. Chama-se etiqueta, mas talvez o esse senhor ainda não saiba os elementos básicos indispensáveis à comunidade bloggística. A sua intervenção é compreensível: o cavalheiro defende um partido, do qual é um dos pensadores (valha-me Deus). Um partido Regenerador, no qual não haverá idiotas, corruptos, fontes anónimas, conspirações em sótãos, guerrilhas internas, bocas nos jornais, um partido, em suma, que não fará política. O monteirismo é essa patetice: um partido unicamente unipessoal, que nasce do revanchismo saloio, e que pretende, ó justos céus, corrigir os vícios da política portuguesa, começando a disparar sobre todos os órgãos de soberania, e mesmo prometendo um regime «novo» (sabemos qual). Lamentamos que nesse partido estejam duas ou três pessoas por quem temos estima, mas os outros, meus amigos, são uns direitosos do mais rasca que a direita produziu, liderados por uns intelectuais desocupados e esgroviados. A maralha monteirista não tem ideias: basta ver a paupérrima e vaga declaração de princípios. Estes intelectuais reaças têm: e sabemos muito bem quais são. A principal ideia das luminárias é a de que vivemos numa democracia a fingir, onde toda a gente é de esquerda, porque a direita, para eles, é evidentemente de esquerda. O PNR, ao menos, junta uns nostálgicos a valer, e pelo menos nostálgicos dum senhor que sabia escrever português. Os monteiristas, pelo contrário, são liderados intelectualmente por gente que gostava de ter o talento para a imprecação de um José Agostinho de Macedo, o nosso virulento reaccionário. Mas talento não ronda por aquelas paragens: é gente que julga que alguém se impressiona com grossas teses de doutoramento, com citações freneticamente cosidas, e com uma pose minoritária que julga que da minoria (da minoria ínfima) é que vem a razão. São a vanguarda direitista, esses grandes inimigos da esquerda que passam a vida a atacar e boicotar a direita, esses «puros», impolutos, essa gente que não suja as mãos, mas que manda piadas, indirectas, sem citar nomes, com uma desonestidade intelectual que bem conhecemos dos seus manuais grotescamente «eruditos». Sr. Prof. Maltez, quando se polemiza citam-se as pessoas com quem se polemiza; o contrário é cobardia. Nada que nós não saibamos. Daí, desse pântano a que provisoriamente chamam o «monteirismo» - até escolherem outro espantalho que vos sirva - já estamos habituados a uma coragem da boca para fora, portuguesinha, «agarrem-me senão bato-lhes». Mas nunca tiveram coragem para dizer o que realmente pensam, nunca tiveram coragem para dizer que querem Portugal fora da União Europeia, pobretes e alegretes, com jaquinzinhos e modinhas minhotas. E depois vêem com um pateta discurso de ressentimento social, de descamisados da treta, remetendo para as ideologias que bem conhecemos. E depois atacam os partidos do governo como indirecta para nós, os bloguistas da direita democrática, como se nós fossêmos paus-mandados deste ou de qualquer outro governo de direita. Leiam os nossos arquivos e o de outros blogs: nunca nos escusamos a criticar este ou qualquer governo de direita, sempre que achamos que procederam mal. Por isso, bocas ao PSD e ao PP devem ser endereçadas aos respectivos partidos. Os senhores pensam que nós não conhecemos a maralha que agora, provisoriamente, aderiu ao «monteirismo», que nunca jantámos à mesma mesa, que não sabemos o que acham deste regime, que não conhecemos os retratos que têm em casa, ou os líderes estrangeiros que veneram. Aqui na Coluna Infame repudiamos totalmente essa pseudo-vanguarda ignóbil, casca-grossa, que representa tudo o que de pior tem a direita em Portugal. Felizmente, o eleitorado não é parvo, e saberá dar-vos as décimas que merecem, e que depois regressem às vossas bibliotecas integralistas, poeirentas e com bustos, vociferando, à frente da mulher-a-dias, contra esta Pátria ingrata que não vos merece. E depois, bem sabemos, escreverão o livro imortal, colossal, que vai varrer com este gente toda, direitistas sem complexos nem taras autoritárias e toda a esquerda comedora de criancinhas. Trememos perante tal apocalipse. PL / PM
posted by A Coluna Infame at 3:02 AM