Sábado, Maio 31, 2003

 

O melhor remédio para as úlceras do tubo pensador
O melhor remédio para as úlceras do tubo pensador, dizem os conhecedores, é sabermos escolher as iguarias que neles lançamos e sabermos expulsar, com devidos condimentos meio-camilianos, aquilo que nele provoca absolutismo.

Para finalizarmos umas picardias que aqui ocuparam muito espaço, queremos assinalar que tudo quanto em itálico aqui publicitámos não são palavras nosssas relativamente aos outros, mas palavras dos outros relativamente aos respectivos fantasmas.
Com efeito, colocando num sistema de busca todos os nosssos textos, nunca dissemos de nenhum outro, mesmo adversário:

1-É um desonesto intelectual
2- Faz parte de uma pandilha.
3- Não tem etiqueta,
4-É Idiota
5- É Corrupto
6- Elabora fontes anónimas
7- Conspira em sótãos
8- Faz guerrilhas internas,
9- Lança bocas nos jornais
10- É um revanchista
11- Mal escanhoado
12- Bastardo de José Agostinho de Macedo
13- Virulento reaccionário
14- Escreve grossas teses de mestrado
15- Faz citações freneticamente cosidas
16- Tem uma pose minoritária
17- Tem manuais grotescamente «eruditos»
18- Pantaniza
19- É um espantalho.
20- Está deformado pela coragem da boca para fora, portuguesinha,
21 -Quer bater em todos.
22- Nunca teve coragem para dizer o que realmente pensa
23- Nunca teve coragem para dizer que quer Portugal fora da União Europeia
24- É pobrete e alegrete
25- Come jaquinzinhos
26- Gosta de modinhas minhotas
27- Vem com um pateta discurso de ressentimento social
28- É um descamisado da treta
29- Remete para ideologias que todos bem conhecemos.
30- Ataca os partidos do governo
31- É pau-mandado
32- Não leu todos os arquivos e blogs meus
33- Faz parte de uma maralha
34- Tem maus retratos em casa
35- Venera líderes estrangeiros
36- Faz parte de uma pseudo-vanguarda ignóbil
37- É casca-grossa,
38- Representa tudo o que de pior tem a direita em Portugal.
39- Nasceu de bibliotecas integralistase poeirentas
40- Continua a ter bustos em casa
41- Vocifera à frente da mulher-a-dias
42- Quer escrever um livro imortal, colossal

Confrontando meus mais de trinta anos de lutas políticas, sempre no mesmo chão de valores, reparei que nem na minha ficha da PIDE vinha um destes adjectivos.

Que nunca os meus adversários políticos da esquerda e da extrema-esquerda, como tal me qualificaram.

Que milhares de alunos meus, ao lerem os 42, apenas gargalharão.

Antigamente a "oligarquia dominante", usava uma palavra bem mais sintética: "judeu".

Depois foi a de "comunista". Seguiu-se o "fascista".

Manteve-se o "saloio", o "provinciano" ou o filho de mãe indecorosa.

Gastar tantos objectivos para tal insignificância, não vale a pena.

Dentro de dias, dirão, como já o fez o fadista João Braga, que sou filho do capitão comandante da polícia de choque. Mas nessa altura, quando ofenderem o meu descamisado e falecido pai, que não era capitão de coisa nenhuma, perderei os limites da paciência, mas fora dos blogs.

Nada mais digo, a não ser que não fui efectivamente exterminado e que não vou pedir protecção ao GOL nem ao Opus Dei. Apenas quis contribuir com algumas palavras para o dicionário da cultura "independente", a fim de ajudar José Pacheco Pereira na sua prometida teorização.

Quanto ao resto, basta-me executar mentalmente o gesto bem cultural do Zé Povinho do Bordalo. Não sendo do Minho nem comendo jaquinzinhos, dado que, quanto a animais menores, com escama e espinha, a União Europeia é bem explícita, sempre acrescentarei que prefiro o leitãozinho da Bairrada, a única maneira de comer projectos de porco, antes destes produzirem banha mental.

posted by J. A. | 12:09 PM