1996 |
Entre Clinton, Aznar e Prodi
|
![]() |
Cosmopolis |
© José Adelino Maltez, História do Presente, 2006 |
Clinton, Aznar, Prodi – No ano da morte de Spínola e de Vera Lagoa, o Prémio Camões é atribuído a Eduardo Lourenço, enquanto o Prémio Pessoa cabe ao cirurgião João Lobo Antunes. Amnistia para as FP-25 é aprovada na Assembleia da República com os votos contrários do PSD e do CDS (1 de
Março). Em Novembro dá-se a primeira condenação judicial de um corrupto em matéria de futebol, um simples árbitro. No plano global, é adoptado um tratado de interdição global dos ensaios nucleares, subscrito pelas cinco potências nucleares (10 de Setembro). O ganês Koffi Annam é eleito
secretário-geral da ONU, dado que Boutros-Ghali não é apoiado pelos norte-americanos, que o acusam de ser socialista e pró-francês (13 de Dezembro). Entretanto, começa em Turim a Conferência Intergovernamental destinada a rever o Tratado de Maastricht (20 de Março). Clinton é reeleito (6 de
Novembro), vencendo Bob Dole e Ross Perot, mas o republicanos continuam a controlar o Congresso, enquanto em Espanha o Partido Popular de José Maria Aznar vence as eleições (3 de Março) e em Itália a coligação da Oliveira, presidida por Romano Prodi, leva o centro-esquerda ao poder (21 de Abril).
A era pós-ideológica – Com a Fundação Calouste Gulbenkian a patrocinar o relatório de Immanuel Wallerstin, Para a Abrir as Ciências Sociais e David Walsh a procurar os fundamentos espirituais da liberdade after ideology, Jaime Nogueira Pinto insiste na procura de
A Direita
e as Direitas e publicam-se os Escritos Políticos de Francisco Sousa Tavares. Surge uma das dissertações de doutoramento de Paulo Ferreira da Cunha, Constituição, Direito e Utopia, António José de Brito publica O Problema da Filosofia do Direito e António Marques Bessa
reflecte sobre A Arte de Governar.
Estado de graça de Guterres, Sampaio na presidência e Marcelo no PSD
Clinton, Aznar, Prodi
A era pós-ideológica
¤ g120
A democratura do Estado-Espectáculo – A política continua a viver a vertigem do palco quotidiano, sem espaço para a meditação e a necessária solidão. O continuado espectáculo, onde todas as sextas-feiras se espera por mais um anúncio de escândalo nas páginas de O
Independente, vazadouro para onde se comunicam as quezílias das famílias cavaquistas. Isto é, sofre da tentação voyeurista, onde, sob o nome de investigação jornalística, se manifestam muitos resquícios da cultura inquisitorial da delação, com jornalistas sem deontologia anunciando a
última amante de um certo secretário de Estado ou a nova compra de um bólide de mais um ministro. Acreditando que, em política, só existe aquilo que aparece, o cavaquismo morre com os ferros com que havia nascido. Isto é, quando lhe era benéfica a manipulação da informação e, todos os dias, o
telejornal do monopólio público de uma televisão governamentalizada nos manipulava, o feiticeiro não se queixava de tal feitiço. Tudo se modifica quando os líderes das radiofonias e das televisões passaram a assumir-se como contra-poder, num oposicionismo tão vivo que obrigou a própria oposição
institucional a andar a reboque desse reboliço gerado pelos meios de comunicação social. A oposição foi, assim, ultrapassada pelos jornais e telejornais de um contra-poder pagão e niilista, onde a política da má-língua se transformou no exacto contrário do anterior louvaminheirismo. O espírito do
Maio de 68 tanto gera um certo esquerdismo irresponsável como justificou a emergência da demagogia de um direitismo neo-poujadista, onde apenas conseguiu sobreviver o patriarcalismo serôdio do soarismo. 1996
1996
Crise da Chechénia
Continuam as bombas terroristas
Aznar e Prodi vencem eleições
Um falcão em Tel Aviv
Bombas contra norte-americanos na Arábia Saudita
Oposição cresce na Sérvia
Ataque a enclaves curdos no Iraque
Talibãs conquistam Kabul
Nobel da paz para Timor
Clinton é reeleito
Koffi Annam na ONU
Os Estados Unidos são a encarnação do Diabo (Ayatollah sudanês Hassan al-Turali)
Clinton, Aznar, Prodi
É adoptado um tratado de interdição global dos ensaios nucleares, subscrito pelas cinco potências nucleares (10 de Setembro).
O ganês Koffi Annam é eleito secretário-geral da ONU, dado que Boutros-Ghali não é apoiado pelos norte-americanos, que o acusam de ser socialista e pró-francês (13 de Dezembro).
Entretanto, começa em Turim a Conferência Intergovernamental destinada a rever o Tratado de Maastricht (20 de Março).
Clinton é reeleito (6 de Novembro), vencendo Bob Dole e Ross Perot, mas o republicanos continuam a controlar o Congresso, enquanto em Espanha o Partido Popular de José Maria Aznar vence as eleições (3 de Março) e em Itália a coligação da Oliveira, presidida por Romano Prodi, leva o centro-esquerda ao poder (21 de Abril).
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
© José Adelino Maltez, História do Presente (2006)
© José Adelino Maltez. Cópias autorizadas, desde que indicada a origem. Última revisão em: 30-04-2009