Respublica     Repertório Português de Ciência Política         Edição electrónica 2004


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Políticos Portugueses da I República (1910-1926)
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Baptista, António Maria (1860-1920) Oficial do exército. Combate nas campanhas de África e assume-se como militante do partido democrático depois de 1910. Actor em momentos marcantes como em 1915, 1916 e 1917, quando pôs a espada ao serviço do modelo afonsista de república, contra Pimenta de Castro, Machado Santos e a restauração monárquica, passa a corporizar a esperança dos democráticos no sentido de um programa de defesa intransigente da ordem pública, contra a agitação sindical e a actividade bombista, a partir de 1919, quando exerce as funções de ministro da guerra. Pelo estilo pretoriano, consegue granjear para o situacionismo democrático o apoio das chamadas forças vivas. Chamado a organizar governo em 1920, morre no exercício destas funções, em pleno conselho de ministros, vítima de uma apoplexia, depois de receber uma carta insultuosa. Fica, depois, célere o aforismo: ou é da minha vista ou estás a pedir um Baptista. Companheiro de Mouzinho em Moçambique. Membro do Partido Democrático. 1915 Participa na revolta de 1915 contra Pimenta de Castro, ao lado de Álvaro de Castro, em Santarém. 1916 Combate a revolta de Machado Santos de 13 de Dezembro de 1916. 1919 Participa na Grande Guerra. Combate a revolta monárquica de Monsanto em 23 e 24 de Janeiro de 1919. Célebre pela repressão das greves, já como coronel, sendo conhecido como o Baptistinha. 1919 Ministro da guerra do governo de Domingos Pereira, de 30 de Março a 29 de Junho de 1919.  1920 Presidente do ministério e ministro do interior em 8 de Março de 1920.

 

 

Baptista, Roberto da Cunha  (1874-1932) Oficial do exército. Franquista, adere à República, passando a democrático e acompanhando os alvaristas nos reconstituintes. Chefe de gabinete de Pereira Basto em 1913-1914. Ministro da geurra de 20 a 30 de Novembro de 1920.

 

João Tamagnini Barbosa

Barbosa, João Tamagnini de Sousa. Candidato derrotado em 1911, quando se apresentou como esquerdista contra o PRP. Circula entre os apoiantes de Brito Camacho. Membro do Partido Centrista Republicano que em 1917 se destacou dos evolucionistas (companheiro de Egas Moniz e Malva do Vale). Ministro de Sidónio Pais, entre 12 de Dezembro de 1917 e 14 de Dezembro de 1918. Ocupou as pastas das colónias, do interior e das finanças. Chefe do governo de 23 de Dezembro de 1918 a 27 de Janeiro de 1919. Grão mestre da maçonaria do rito escocês em 1933.

 

Barbosa, José (1869-1923). Natural da ilha do Fogo. Jornalista republicano, colaborador de A Lucta. Maçon desde 1910. Alinha sempre com o grupo camachista e integra, depois, o partido liberal. Deputado, chega a ministro das colónias em 1920. Fica célebre por ter apresentado em 21 de Junho de 1911 um projecto constitucional presidencialista. Deputado desde 1911. Membro do grupo camachista desde sempre. Em 1910-1911 participa na luta entre o respectivo grupo, disto então grupo do directório, contra os chamados provisórios. Faz a ponte com os democráticos em 1912, através de Álvaro de Castro e dos jovens turcos, numa política de aproximação sancionada por Afonso Costa para isolar o grupo evolucionista. Em Dezembro de 1916 critica a política de saneamento de oficiais pelos democráticos, depois da revolta de Machado Santos, considerando que a República caminha para o abismo. Critica o presidencialismo de Sidónio Pais em Fevereiro de 1918. Como liberal, é ministro das colónias de 25 de Janeiro a 8 de Março de 1920, no governo de Domingos Pereira. Já aparecia em tal posto no governo frustrado de Afonso Costa de 15 de Janeiro do mesmo ano.

 

 

Barreto, António Xavier Correia (1853-1939). Oficial do exército, inventor da pólvora sem fumo. Ministro Ministro da guerra do  Governo Provisório da I República, mantém íntimas ligações com o grupo dos jovens turcos, liderado por Álvaro de Castro. O respectivo chefe de gabinete é o capitão Alfredo Sá Cardoso; o ajudante de campo do ministro, o tenente Helder Ribeiro; o chefe de estado maior da 1ª divisão, o capitão João Pereira Bastos, apoiados por outros tenentes como Álvaro de Castro, Álvaro Poppe, Américo Olavo e Vitorino Guimarães, quase todos membros da loja Portugal criada em 1908 e transformada, depois de 1910, na Jovem Turquia, sob a liderança de Álvaro de Castro). O grupo tinha desistido de apoiar os revolucionários da Rotunda, depois de conversas com Ribeira Brava, o que fez Machado Santos irar-se. Autor do decreto sobre a reorganização do exército de 25 de Maio de 1911. Quer identificar o exército com a nação armada de maneira a que deixe de ser uma casta à parte. Tenta-se o modelo suíço, com serviço universal e obrigatório de 15 a 30 semanas e treinos anuais de duas semanas durante dez anos. Visa-se que este seja uma continuação da instrução primária. O diploma não se aplica. Ministro da guerra em três governos da I República: no governo provisório de 5 de Outubro de 1910 a 4 de Setembro de 1911. No de Duarte Leite, de 16 de Junho de 1912 a 9 de Janeiro de 1913. No de António Maria da Silva, de 7 de Fevereiro a 30 de Novembro de 1922. Presidente do Senado.

 

 

Barreto, João Carlos de Melo (1873-1935). Bacharel em direito.Um exemplo de capacidade de mudança. Monárquico, deputado regenerador em 1904, sucede a Emídio Navarro na direcção do jornal Novidades, faz-se, depois, republicano, passando de democrático a alvarista, para, depois de 1926, servir a Ditadura Nacional. Ministro dos estrangeiros em 1920 e embaixador em Madrid de 1926 a 1935. Autor de óperas cómicas. Ministro dos negócios estrangeiros no governo de Sá Cardoso, de 30 de Junho de 1919 a 21 de Janeiro de 1920. O mesmo cargo no que imediatamente se lhe seguiu, o de Domingos Pereira, de 21 de Janeiro a 8 de Março de 1920. Passa a embaixador em Madrid e, depois do 28 de Maio de 1926, é confirmado por Carmona.

 

 

Barros, João de (1881-1960). Autor de A república e a escola, 1913 e Educação Republicana, 1916. Maçon desde 1910. Ministro dos negócios estrangeiros no governo de José Domingos dos Santos, de 22 de Novembro de 1924 a 15 de Fevereiro de 1925. Ver Rogério Fernandes, João de Barros Educador Republicano, Lisboa, Horizonte, 1971; Manuela de Azevedo, Cidadão João de Barros, Lisboa, FAOJ, 1977; Maria Alice Reis, A pedagogia e o Ideal republicano em João de Barros, Lisboa, Terra Livre, 1979.

 

 

Basto, Eduardo Alberto Lima (1875-1942) Agrónomo desde 1902. Professor em Coimbra, em 1902, passa para o Instituto Superior de Agricultura de Lisboa em 1906. Professor na Escola Superior Colonial até 1942. Maçon desde 1908 e desde sempre militante dos democráticos, ligado a Afonso Costa. Por quatro vezes ministro da I República, em 1914-1915, 1917, 1922 e 1925. Como ministro do trabalho em 1917, enfrenta a chamada revolta dos abastecimentos, tentando superar a questão através do chamado decreto de mobilização agrícola. Depois de 1926, presidente da Associação Comercial de Lisboa. Autor de Política Comercial Portuguesa, 1934; e do Inquérito Económico-Agrícola, 4 vols., 1936. Chefe de secção dos serviçoa agronómicos do ministério das colónias em 1912. Chefe de secção da repartição de ensino agrícola do ministério da instrução em 1913. Director geral de instrução agrícola em 1919. Ministro do fomento de Vítor Hugo Azevedo Coutinho, de 12 de Dezembro de 1914 a 24 de Janeiro de 1915. Ministro do trabalho no governo de Afonso Costa, de 25 de Abril a 8 de Dezembro de 1917, enfrenta a chamada revolta dos abastecimentos. Autor do decreto de mobilização agrícola. Ministro do comércio e comunicações no governo de António Maria da Silva, de 7 de Fevereiro a 7 de Dezembro de 1922. Ministro das finanças no governo de António Maria da Silva, de 1 de Julho a 1 de Agosto de 1925.

 

 

Basto, José Alberto da Silva (1876-1972) Oficial do exército.. Ministro da guerra de 7 a 27 de Janeiro de 1919, no governo de Tamagnini Barbosa, substituindo Cunha Corte Real.Chefe do estado maior do exército em 1933-1935. Director da arma de artilharia de 1935 a 1939.

 

 

Bastos, João Pereira (1865-1951). Oficial do exército. Maçon desde 1893. Membro dos jovens turcos. Democrático e reconstituinte. Deputado desde 1911. Ministro da guerra do governo de Afonso Costa, de 9 de Janeiro de 1913 a 9 de Fevereiro de 1914.

 

 

Belo, D. António Mendes (1842-1929)
Cardeal Patriarca de Lisboa.

 

Bessa, Henrique Forbes (1894-1920). Ministro do Interior de Sidónio Pais, de 7 de Março a 15 de Maio de 1918. A partir desta data, até 7 de Janeiro de 1919, fica com a pasta do trabalho, substituindo Machado Santos, que manteve depois da morte de Sidónio, no governo de Tamagnini Barbosa. Governador civil de Lisboa de 13 de Dezembro de 1917 a 8 de Março de 1918, era então cadete na Escola de Guerra e estudante no Instituto Superior Técnico. Deputado dezembrista.

 

 

Biker, Joaquim Pedro Vieira Júdice (1867-1926). Oficial da marinha. Ministro da marinha na I República em dois governos. Sucessivamente membro dos liberais e nacionalistas. Governador ultramarino (Guiné, Cabo Verde, Limpopo e São Tomé). Ministro da marinha de 8 de Março a 26 de Junho de 1920, no governo de António Maria Baptista/ Ramos Preto (o único liberal num governo de democráticos). Ministro da marinha no governo nacionalista de Ginestal Machado, de 15 de Novembro a 17 de Dezembro de 1923.

 

Bissaya Barreto

Bissaya-Barreto Rosa, Fernando Baeta (1886-1974). Professor da Faculdade de Medicina de Coimbra. Revolucionário republicano em 1907. Deputado à Assembleia Nacional Constituinte (1911).  Membro do Partido Evolucionista e depois da União Liberal Republicana, dirigida por Cunha Leal. Amigo pessoal de Salazar e destacado dirigente da União Nacional, a que adere em Janeiro de 1932.

 

Bombarda, Miguel Augusto (1851-1910). Médico. Director e reformador do hospital de Rilhafoles. Membro da junta revolucionária do 5 de Outubro, será assassinado por um dos seus doentes na véspera do golpe. Autor de A Consciência e o Livre-Arbítrio, Lisboa, Parceria António Maria Pereira, 1898 e A Ciência e o Jesuitismo, Lisboa, Parceria António Maria Pereira, 1900. Ver O Assassínio de Miguel Bombarda, in Vida Mundial, nº 1634, de 2 de Outubro de 1970.

 

 

Borges, António França (1871-1915). Republicano, director de O Mundo, órgão do partido democrático. Deputado desde 1911. Maçon desde 1901. Morreu de tuberculose em França

 

 

Borges, Vasco (1882-1942). Licenciado em direito. Juiz da Relação de Lisboa. Governador civil do Funchal em 1914 e na Guarda (1916-1917. Ministro da instrução pública de 8 de Março a 26 de Junho de 1920, no governo de António Maria Baptista/ Ramos Preto. Ministro do comércio de 5 de Novembro a 16 de Dezembro de 1920, no governo outubrista de Maia Pinto. Ministro do trabalho no governo de António Maria da Silva, de 7 de Fevereiro a 9 de Janeiro de 1923 (substituído por Rocha Saraiva). Ministro do comércio de 30 de Novembro a 7 de Dezembro de 1922, no governo de António Maria da Silva, mantendo a pasta do trabalho a título interino. Ministro dos negócios estrangeiros no governo de Domingos Pereira, de 1 de Agosto a 17 de Dezembro de 1925; idem, no governo de António Maria da Silva, entre 17 de Dezembro de 1925 a 28 de Maio de 1926. Apoia a Ditadura Nacional. Colabora em 1936 com o governo de Salazar. Depois de proferir uma alocução na Emissora Nacional em Dezembro de 1934 a favor do Estado Novo, ficou conhecido como o viracasacas, depois de um anúncio jocoso publicado na imprensa e que escapou às malhas da censura.

 

 

Braga, Alexandre (1871-1921). Advogado. Um dos sete deputados republicanos eleitos em 5 de Abril de 1908. Raúl Brandão considera que fez da sua vida uma orgia... com esplêndidos discursosDeputado democrático. Opõe-se à amnistia para os conspiradores monárquicos, contra a proposta de António José de Almeida, em 1912-1913. Ministro do interior  de Vítor Hugo Azevedo Coutinho, de 12 de Dezembro de 1914 a 24 de Janeiro de 1915. Ministro da justiça no governo de Afonso Costa, de 25 de Abril a 8 de Dezembro de 1917.Xx123

 

Teófilo Braga

Braga, Joaquim Fernandes Teófilo  (1843-1924)

Presidente do governo provisório, de 5 de Outubro de 1910 a 4 de Setembro de 1911.
Eleito Presidente da República em 28 de Maio de 1915 até 5 de Outubro de 1915.

Participa na Questão Coimbrã de 1865. Forma-se em direito em 1868. Em 1872, professor de literatura do Curso Superior de letras. Publica Soluções Positivas da Política Portuguesa em 1879. Considera que o constitucionalismo monárquico é uma transigência provisória entre o absolutismo e a revolução, e que esse estado provisório era explorado por uma família, muito além do legítimo momento histórico, onde dominam partidos médios que quando têm força, intimidam, como vimos nos Cabrais ou, quando se sentem fracos, corrompem, como fez Rodrigo da Fonseca. Critica a geração dos republicanos de 1848 por não terem entendido  o oportunismo de Gambetta na II República Francesa, que conciliou a burguesia com a república, sem alienar a simpatia dos democratas mais avançados.

Eleito deputado republicano nas eleições suplementares de 25 de Fevereiro de 1888, juntando-se a Elias Garcia e Zófimo Consiglieri Pedroso, sob um governo progressista. Observa que a filosofia positiva mostrou-nos que o constitucionalismo era uma transacção provisória entre o absolutismo e a revolução. Presidente do governo provisório de 5 de Outubro de 1910 a 4 de Setembro de 1911. Eleito presidente da república em 28 de Maio de 1915 até 5 de Outubro de 1915, depois da renúncia de Manuel de Arriaga.

·Poesia do Direito. I Genese da Symbolica do Direito Universal II Origens Poeticas do Direito Portuguez

Porto, T. Commercial, 1865.

·História das Ideias Republicanas em Portugal

1880 (ver Lisboa, Vega, 1980). Faleceu em 28 de Janeiro de 1924.

·Traços Geraes da Philosofia Positiva. Comprovados pelas Descobertas Scientíficas Modernas

Lisboa, Nova Livraria Internacional, 1877.

·Soluções Positivas da Política Portuguesa

Lisboa, Nova Livraria Internacional, 1879, 2 vols.: I - Da aspiração à revolução e sua disciplina em opinião democrática; II - Do advento evolutivo das ideas democráticas). História das Ideas Republicanas em Portugal (Lisboa, Livraria Sousa Neves, 1880).

·Sciencia das Religiões. Origens Poéticas do Christianismo

Porto, Imprensa Commercial, 1880.

·Systema de Sociologia

Lisboa, Livraria Castro & Irmão, 1884.

·O Povo Português nos seus Costumes, Crenças e Tradições

1885

·História da Universidade de Coimbra nas suas relações com a instrucção pública portugueza

Lisboa, 1892-1902, 4 vols..

·A Pátria Portuguesa. O Território e a Raça

1894

 

 

Braga, Luís Carlos de Lima de Almeida (n. 1890). Nasce em Braga. Advogado. Secretário de Paiva Couceiro. Exilado na Bélgica entre 1912 e 1914, fundando aí a revista Alma Portuguesa em 1913. Amnistiado, regressa a Portugal e é um dos fundadores do Integralismo Lusitano, expressão que ele próprio cunhou. Conclui a licenciatura em direito em 1917. Participa na revolta de Monsanto e volta ao exílio em 1919. É membro da Junta Central do Integralismo Lusitano em 1916-1922 e em 1926-1932. Depois do 28 de Maio, distancia-se do salazarismo. Apoiante das candidaturas de Norton de Matos, em 1949, e de Humberto Delgado, em 1958. Por isso é irradiado da Causa Monárquica em 1949, juntamente com Francisco Vieira de Almeida. Em 1949 considera que o Estado Novo é um grosseiro tecido de incoerências, de contradições, de ficções, de equívocos. Porque, elevado à categoria de ser absoluto, o Estado absorveu a Nação. Depressa o Poder passou a prepotência, que tudo esmaga e tritura, e faz da obediência lei para escravos castrados. Em 1958 dá uma entrevista ao Diário de Lisboa, onde declara: condeno o híbrido sistema político tirânico e vingativo que está a arrastar-nos para a pior catástrofe da nossa história ... a idolatria da autoridade, o materialismo da obediência passiva ... tendo começado por ser uma ditadura administrativa, manhosamente se transformou em ditadura policial, contrária ao destino moral e pessoal do homem ... O Estado Novo tornou os ricos mais ricos e os pobres mais pobres ... para me declarar monárquico não peço licença ao rei nem aos bobos da Corte. Já antes, em A Revolta da Inteligência, critica o estatismo e o totalitarismo: quando o Estado, tonando-se dono do homem, despreza as liberdades individuais e aniquila as autonomias locais, a si próprio prepara o fim por congestão. Município tutelado pelo Estado é município morto; corporação a que o Estado governa, é feira e alborque de consciências comandadas pela avidez do lucro. Para o normal funcionamento das qualidades nacionais, deve a corporação ser livre no município autónomo. Um dos poucos integralistas verdadeiramente tradicionalista de raiz portuguesa, até pelo facto de ter aprofundado o estudo dos nossos clássicos como D. Jerónimo Osório, Frei João dos Prazeres e José da Gama e Castro, que lhe deram argumentos consensualista para uma arrasadora denúncia do estatismo salazarista. Já em 1942, prefaciando a reedição da obra de Frei João dos Prazeres, assinala que a moderna estrutura corporativa padece do defeito de ter nascido da vontade do Estado, quando deveria brotar do humo social, pelo que prepara a planificação de tudo, como se lhe coubesse o encargo maléfico de assegurar as marchas forçadas do Socialismo. Defende assim o que qualifica como corporacionismo, como uma instituição económica e social que não atinge as últimas esferas do governo do Estado. Neste sentido, observa: a Nação é diversa, diversos corpos a formam; o Estado é uno, e a sua função máxima consiste em unificar os vários corpos de que a Nação se compõe. E não seria nunca o Estado esse necessário unificante se também ele fosse colectivo, quer dizer, se também ele se encontrasse repartido, em si mesmo acalentando um constante princípio de divisão. A Nação corporativa não é o Estado ... Confundindo corporativamente a Nação e o Estado, o interesse nacional pronto se verá sacrificado à voracidade dos egoísmos profissionais. As Corporações serão então o Estado. E ao abandonarem assim as suas funções naturais de produtores da riqueza para exercer as de administradores políticos da Cidade, esses Corpos ordenados lançam-se me preservante guerra uns com os outros, na insofrida concorrência a que, à custa da Nação, todos se entregam para a conquista dos maiores lucros.

·O Culto da Tradição

1916.

·Sob o Pendão Real

1942.

·Posição de António Sardinha

1943.

·Paixão e Graça da Terra

Lisboa, Edições Gama, 1947.

·Espada ao Sol

Lisboa, Biblioteca do Pensamento Político, 1969) (obra póstuma, com estudos sobre D. Jerónimo Osório e Frei João dos Prazeres).

 

 

Branco, António Aresta (1862-1952). Médico e jornalista. Membro dos democráticos. Governador civil de Beja em 1910-1911. Deputado desde 1911. Ministro da marinha de 11 de Dezembro de 1917 a 7 de Março de 1918.

 

 

Branco, Fernando Augusto (n. 1890). Oficial da marinha. Adido naval em Londres. Ministro dos negócios estrangeiros.

 

Raúl Brandão

Brandão, Raul Germano (1867-1930)
Segue a carreira militar e dedica-se ao jornalismo.
Um dos escritores mais influentes de língua portuguesa, no século XX.

Autor de:

  • «El-Rei Junot», Porto, 1912 e de Memórias.

 

Brederode, Fernando Teixeira Homem de (1867-1939). Bacharel em filosofia pela Universidade de Coimbra. Unionista até 1916, quando passa a evolucionista, para, depois, aderir aos populares, até 1921. Passa, então, para os democráticos. Ministro da marinha de 26 de Junho a 19 de Julho de 1920, no governo de António Maria da Silva. Idem, de 2 de Março a 23 de Maio de 1921, no governo de Bernardino Machado, na qualidade de popular. Deputado em 1921. Ministro do comércio no governo de António Maria da Silva, de 7 de Dezembro de 1922 a 9 de Janeiro de 1923. Termina os dias como administrador de companhias de seguros.

 

 

Brito, José Joaquim Xavier de (1850-1945). Militar de carreira. Ministro da marinha do governo de Pimenta de Castro, de 28 de Janeiro a 15 de Maio de 1915. Simpatizante dos unionistas.

 

Sampaio Bruno

Bruno, Sampaio
Republicano.
Frequenta a Academia Politécnica do Porto.
Implicado na intentona republucana de 31 de Janeiro de 1891, no Porto.
Segundo Guerra Junqueiro,
"a extrema virilidade do raciocínio atrofiou-lhe a energia da vontade. O pensamento anulou-lhe a acção" (Correspondência Literária e Política com João Chagas, I, p. 57).
Bibliotecário no Porto.
Depois de 1910, opõe-se ao modelo político e cultural de Afonso Costa.
Falece no Porto em 11 de Novembro de 1915.

© José Adelino Maltez. Todos os direitos reservados. Cópias autorizadas, desde que indicada a proveniência: Página profissional de José Adelino Maltez ( http://maltez.info). Última revisão em: 20-12-2003