Governo de Sá da Bandeira (1868-1869)

1868 Janeirinha,
transição avilista e experiência reformista
1869 Frustração
reformista, medo do iberismo e governo histórico da unha negra
Governo
nº 29 de Sá da Bandeira (386
dias, desde 22 de Julho de 1868). É o primeiro governo reformista propriamente
dito, designação nascida da vontade expressa pelo gabinete de fazer
reformas e realizar economias. Começa então a estruturar-se um partido
também reformista, como forma de apoio ao governo, onde se destacam
os chamados rapazes do bispo, como Mariano de Carvalho, Francisco
da Veiga Beirão, Barros Gomes
e Mariano de Carvalho.
Entre
os ministros: Alves Martins (1808-1882), bispo de Viseu desde 1862, o caudilho
do grupo, no reino, José Maria Latino Coelho (1825-1891), na marinha, Carlos
Bento da Silva, na fazenda e nos estrangeiros, Sebastião Lopes de Calheiros
de Meneses (1816-1899), nas obras públicas (há-de, a partir de 1869, alinhar
com os republicanos, chegando a ser indicado por João Chagas, para chefe
da revolta de 1891), António Pequito Seixas de Andrade (1819-1895)
na justiça que, por estar doente, apenas exerceu tais funções de 24 de Julho
de 1869 a 2 de Agosto seguinte, ocupando tais funções Alves Martins.
Em
2 de Agosto é substituído por João José de Mendonça Cortês (1838-1912). O
gabinete tem recomposições em 17 e 27 de Dezembro de 1868.
Remodelações
– Em 17 de Dezembro: Sá da Bandeira substitui Carlos Bento da Silva
nos estrangeiros.
No
dia 27, Francisco Paula d’Azeredo Teixeira de Aguiar (1828-1918), 2º visconde
e conde de Samodães substitui Bento da Silva, na fazenda. E o governo entalado,
recorreu então a capitalistas portugueses, face à impossibilidade do sonhado
empréstimo internacional.
Remodelação
– Em 2 de Agosto de 1869: João José de Mendonça Cortês na justiça.
Queda
do governo – Na Câmara dos Pares, é apresentada uma moção de protesto
pelo Marquês de Sabugosa, onde se protesta energicamente contra a propaganda
republicana federativa ibérica, que se pretende fazer no país, bem como
contra o meio pela mesma usado de se inculcar apoiando o governo português (6
de Agosto) que é aprovada por 25-13, levando à queda do governo (9 de Agosto).
Luís Augusto Rebelo da Silva ataca especialmente o ministro Latino Coelho,
seu velho amigo, lendo passagens de um prefácio antigo ao livro de D. Sinibaldo, A
Ibéria, de 1852, onde aquele ministro advogava a união ibérica. Há-de
substitui-lo na pasta da marinha... Em 21 de Maio, Latino considerou o
livro mero tratado de filosofia sobre as vantagens da união pacífica
dos dois povos, e faz a retratação de quaisquer doutrinas que pareçam,
ainda que remotamente, ser ofensivas desta sacratíssima religião que todos
os portugueses devemos professar, de amor pela nossa pátria e de respeito
pela sua independência e autonomia. Mais tarde, em 6 de Agosto, o mesmo
Latino Coelho reconhece que há ideias que, depois, a pouco e pouco vão
desaparecendo com a idade, com os lugares públicos que essa mocidade vai
ocupando e com o amadurecimento do pensar. Uma explicação que não justifica
a adesão da mesma personalidade aos republicanos, já na terceira idade.
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Governo de Sá da Bandeira |
De 22 de Julho de 1868 a 11 de Agosto de 1869 386 dias Ditadura de 10 de Novembro de 1868 a 24 de Abril de 1969 |
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8º governo da Regeneração. Governo reformista 5º governo sob o reinado de D. Luís |
Eleições de 11 de Abril de 1869 |
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Presidência e guerra |
Presidente acumula a guerra. Em 23 de Fevereiro de 1869 dá-se a abolição completa da escravatura em todos os territórios sob administração portuguesa. Mantêm-se no entanto alguns escravos até 1878. |
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Reino |
Alves Martins no reino. |
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Marinha |
José Maria Latino Coelho na marinha. |
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Estrangeiros |
Carlos Bento da Silva na fazenda e nos estrangeiros (até 17 de Dezembro de 1868)[1]. |
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Em 17 de Dezembro de 1868: Sá da Bandeira substitui Carlos Bento da Silva nos estrangeiros. |
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Fazenda |
Carlos Bento da Silva. Não conseguiu um empréstimo em Paris, onde se deslocou de 18 de Novembro a 9 de Dezembro. Apresentou a demissão logo em 9 de Dezembro. |
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Em 17 de Dezembro de 1868: Calheiros e Meneses. |
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Em 27 de Dezembro de 1868: Conde de Samodães na fazenda. No discurso da Coroa de 2 de Janeiro de 1869 considera-se expressamente que é grave o estado da fazenda pública. O próprio rei vai renunciar a 10% da sua lista civil. Em 9 de Julho é autorizada a realização de um grande empréstimo internacional junto da casa Fruhling & Gosch. |
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Obras Públicas |
Sebastião Lopes de Calheiros e Meneses nas obras públicas. |
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Justiça |
António Pequito Seixas de Andrade na justiça. Por estar doente apenas exerceu tais funções de 24 de Julho de 1869 a 2 de Agosto seguinte, sendo até então substituído por Alves Martins. |
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Em 2 de Agosto de 1869: João José de Mendonça Cortês. |
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Governo de Sá da Bandeira |
De 22 de Julho de 1868 a 11 de Agosto de 1869 386 dias Ditadura de 10 de Novembro de 1868 a 24 de Abril de 1969 |
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8º governo da Regeneração. Governo reformista 5º governo sob o reinado de D. Luís |
Eleições de 11 de Abril de 1869 |
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·Presidente acumula a guerra. · Alves Martins no reino. · José Maria Latino Coelho na marinha. · Carlos Bento da Silva na fazenda e nos estrangeiros (até 17 de Dezembro de 1868)[2]. · Sebastião Lopes de Calheiros e Meneses nas obras públicas. ·António Pequito Seixas de Andrade na justiça. Por estar doente apenas exerceu tais funções de 24 de Julho de 1869 a 2 de Agosto seguinte, sendo até então substituído por Alves Martins. |
·O primeiro governo reformista propriamente dito. A designação nasceu da própria experiência ministerial, da vontade do governo fazer reformas para realizar economias, conforme as palavras então usadas. Profundas alterações administrativas, nomeadamente na saúde e obras públicas. |
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Em 17 de Dezembro de 1868: ·Sá da Bandeira substitui Carlos Bento da Silva nos estrangeiros. ·Calheiros e Meneses na fazenda até 27 de Dezembro |
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Em 27 de Dezembro de 1868: · Conde de Samodães na fazenda. |
· ·Em 22 de Janeiro de 1869 era dissolvida a Câmara dos Deputados. No dia 25, Saldanha era nomeado embaixador em Paris. No dia 23 de Fevereiro, a abolição da escravatura. ·Eleições em 11 de Abril de 1869. ·Em 2 de Junho de 1870 era aprovado um bill de indemnidade. Em 9 de Agosto de 1869, na Câmara dos Pares, Rebelo da Silva apresentava uma moção de desconfiança ao governo que foi aprovada por 25-13. |
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Em 2 de Agosto de 1869: ·António Pequito Seixas de Andrade é substituído da justiça por João José de Mendonça Cortês. |
·Em 28 de Agosto de 1869, com o encerramento da sessão legislativa, o governo ficou autorizado a decretar modificações na administração pública e no quadro dos oficiais do exército. ·Depois do afastamento de Isabel II em Espanha, volta a falar-se no perigo da União Ibérica. Chega a ser aprovada ma Câmara dos Pares uma moção de protesto apresentada pelo marquês de Sabugosa contra a propaganda republicana federalista, que se pretende fazer no país. |
[1] De 18 de Novembro de 1868 a 9 de Dezembro seguinte foi interinamente substituído na fazenda por Calheiros e Meneses. Apresentou a respectiva demissão logo em 17 de Dezembro.
[2] De 18 de Novembro de 1868 a 9 de Dezembro seguinte foi interinamente substituído na fazenda por Calheiros e Meneses. Apresentou a respectiva demissão logo em 17 de Dezembro.
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Projecto
CRiPE- Centro de Estudos em Relações Internacionais, Ciência
Política e Estratégia. © José Adelino Maltez. Cópias autorizadas,
desde que indicada a origem. Última revisão em:
31-03-2009