Respublica     Repertório Português de Ciência Política         Edição electrónica 2004


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Políticos Portugueses da Ditadura Nacional e do Estado Novo (1926-1974)
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Pacheco, António Faria Carneiro (1887-1957) Professor de direito em Coimbra e Lisboa. Enquanto estudante, foi um dos combatentes monárquicos face à greve de 1907. Deputado durante o sidonismo. Ministro da instrução pública de 18 de Janeiro de 1936 a 28 de Agosto de 1940. Fundador da Mocidade Portuguesa (1936), da Mocidade Portuguesa Feminina (1937) e da Obra das Mães pela Educação Nacional é também o criador da Junta Nacional de Educação e do modelo do livro único. Volta a deputado de 1934 a 1938. Vice-reitor da Universidade de Lisboa de 1931 a 1936. Embaixador no Vaticano, de 1940 a 1946, é o negociador da Concordata de 1940. Embaixador em Madrid desde 1946. Autor de Portugal Renovado, 1940.

 

 

Pacheco, Duarte 1899-1943 Engenheiro desde 1923 e professor desde 1925, torna-se director do Instituto Superior Técnico a partir de 1926 a 1938. Membro da União Liberal Republicana. Ministro da instrução pública de 18 de Abril a 10 de Novembro de 1928. Ministro das obras públicas e comunicações de 5 de Julho de 1932 a 18 de Janeiro de1936. Presidente da câmara municipal de Lisboa entre 1936 e 1938. Volta ao ministério das obras públicas de 25 de Maio de 1938 até à data da sua morte em 1943.

 

 

Pais, Fernando Eduardo da Silva (1905-1981) Oficial do exército e engenheiro civil, um dos mais afamados tecnocratas da repressão do regime do Estado Novo. Ligado à PSP de 1937 a 1944. Inspector-geral das actividades económicas nos anos da economia de guerra. Director da PIDE e da DGS, de 1962 a 1964, sucedendo a Homero de Matos.

 

 

Patrício, Rui Manuel de Medeiros D’espiney. Ministro dos negócios estrangeiros de 15 de Janeiro de 1970 a 25 de Abril de 1974. Era subsecretário de Estado do fomento ultramarino desde 19 de Março de 1965.

 

 

Pedro, António 1909-1966 António Pedro da Costa. Natural de Cabo Verde. Poeta e dramaturgo. Começa politicamente no nacional-sindicalismo de Rolão Preto, ao lado de José de Almada Negreiros. Passa para defensor da democracia. É locutor da BBC durante a Segunda Guerra Mundial.

 

 

Pedrosa, Felisberto Alves Ministro do interior de 22 de Julho a 20 de Novembro de 1920 e ministro da agricultura de 5 de Junho de 1926 a 18 de Abril de 1928.

 

 

Penha Garcia, 1º Conde de. José Capelo Franco Frazão (1872-1940). Depois de ter cursado direito, frequenta a École Libre des Sciences Politiques de Paris. Profere em 1895 uma conferência sobre a economia social cristã e, depois, sobre a partilha de África. Companheiro político de Barros Gomes. Deputado progressista em 1898, 1901, 1902, 1904 e 1905. Presidente da Câmara dos Deputados em 1901. Franquista em 1901 Ministro da fazenda de José Luciano, de 27 de Dezembro de 1905 a 19 de Março de 1906. Refugia-se em Genebra depois de 1910, asumindo-se como estudioso de questões coloniais Convidado por Sidónio Pais para ministro dos estrangeiros. participa na Conferência de Paz Presidente da Sociedade de Geografia e director da Escola Superior Colonial (1928-1940). Membro da movimento olímpico português. Depois do 28 de Maio, faz parte do Supremo Tribunal de Arbitragem da Sociedade das Nações. Membro da Comissão Organizadora dos Centenários. Autor de Les Colonies Portugaises, de 1931, obra destinada à Exposição Colonial Internacional de Paris. Ver Benedita Maria Fonseca Duque Vieira, O Conde de Penha Garcia e a sua Vida Pública. Ensaio Biográfico, Castelo Branco, 1972

 

 

Penha Garcia, 2º Conde de. José Penalva Franco Frazão (n. 1889). Economista por Genebra. Casado com uma filha de D. Luís de Castro. Subsecretário de Estado da Agricultura (1932-1933). Vice-presidente da ACAP. Deputado salazarista. Presidente da Junta Nacional do Vinho.

 

 

Perdigão, José de Azeredo (1896-1993) Natural de Viseu, estuda em Lisboa no Liceu Camões e depois na Faculdade de Direito (desde 1914), mas é obrigado a transferir-se para Coimbra onde acaba a licenciatura em 1919. Sebenteiro das disciplinas de direito internacional público. Começa a respectiva carreira profissional como Conservador do Registo Predial em Lisboa, funções em que se mantém de 1926 a 1954. Advofgado. Regente em 1920-1921 de um curso de Economia Social na Universidade Popular Portuguesa. Figura entre os fundadores da revista Seara Nova, fazendo parte dos respectivos corpos directivos  de Outubro de 1921 a Abril de 1923. Administrador do Banco Nacional Ultramarino e presidente de várias assembleias gerais de bancos e companhias de seguros. Por infuência de Caeiro da Matta, torna-se advogado de Calouste Gulbenkian, até à data da morte deste em 20 de Julho de 1955. Redige o testamento deste multimilionário arménio em 1953, torna-se num dos seus três testamenteiros. Elabora com o próprio Salazar e Marcello Caetano os estatutos da Fundação Calouste Gulbenkian e por indicação do primeiro assume a presidência do respectivo conselho de administração. Apoia a política ultramarina do regime salazarista e chega a ser falado como um dos possíveis sucessores de Américo Tomás na presidência. Depois de 1974, faz parte do Conselho de Estado, por indicação de Spínola. Apoia a candidatura de Ramalho Eanes. Converte-se ao catolicismo em 1946.

 

 

Pereira, André Gonçalves (n. 1936) André Roberto Delauny Gonçalves Pereira. Professor de direito por Lisboa. Ministro dos estrangeiros de Francisco Pinto Balsemão.

·O Sistema Eleitoral e o Sistema de Governo

Lisboa, 1984.

·Para a Reforma do Sistema Eleitoral

 Lisboa, 1987.

 

 

Pereira, Antonino Raúl da Mata Gomes. Ministro do interior de 24 de Julho de 1933 a 23 de Outubro de 1934.

 

 

Pereira, Armando Gonçalves (n. 1901) Natural de Goa. Formado pelo Instituto Superior de Comércio e pela Faculdade de Direito de Lisboa. Professor na primeira instituição referida desde 1929. Estagia na Academia de Direito Internacional de Haia. Regente das disciplinas de Administração Colonial e de Economia Política. Doutorado pela Faculdade de Letras de Toulouse em 1932. Catedrático do ISCEF. Director desta escola a partir de 1944. Sócio da Academia das Ciências.

 

 

Pereira, Nuno Teotónio (n. 1922) Arquitecto. Sobrinho de Pedro Teotónio Pereira. Tradicional oposicionista ao Estado Novo, partindo dos grupos de cristãos progressistas. Várias vezes preso pela PIDE e pela DGS. Membro da Cooperativa PRAGMA e do Centro Nacional de Cultura.

 

 

Pereira, Pedro Teotónio (1902-1972) Governante salazarista. Referido como um dos delfins de Salazar. Segundo o próprio Américo Tomás, teria sido o sucessor do cônsul em 1968 se, então, não estivesse doente. Licenciado em Matemática por Lisboa. Começa como militante do Integralismo Lusitano, sendo colaborador da II série de A Nação Portuguesa. É um dos aderentes à revista Ordem Nova, dirigida por Marcello Caetano. Subsecretário de Estado das corporações e previdência social de 11 de Abril de 1933 a 3 de Janeiro de 1936. Deputado de 1934 a 1938. Ministro do comércio e indústria de 18 de Junho de 1936 a 13 de Dezembro de 1937. Em Dezembro de 1937 torna-se agente especial do governo português junto de Franco. Torna-se embaixador de Portugal em Madrid de Junho de 1938 a 1945. Passa então para o Rio de Janeiro (1945-1947) e, depois, para Washington (1947-1949).  Ministro da presidência de Salazar, de 14 de Agosto de 1958 a 22 de Junho de 1961. Administrador da Fundação Calouste Gulbenkian desde 1956. Autor de Memórias em dois volumes, Lisboa, Verbo, 1973.

 

 

 

Pessoa, Fernando António Nogueira de Seabra (1888-1935) O maior poeta português do século XX. Morre em 30 de Setembro de 1935, com 47 anos. Educado na África do Sul, onde a família se instala a partir de 1895, chega a frequentar a universidade de Capetown (1903-1904), depois de estudar na Commercial School de Durban. Vive profissionalmente em Lisboa como correspondente comercial, desde 1908, trabalhando em publicidade a partir de meados da década de vinte. Um dos fundadores da Orpheu, em 1915. Colabora em A Águia. Tem fundamentais páginas de reflexão política, onde se assume como feroz crítico do modelo da I República, chegando a exaltar o sidonismo do Presidente-Rei e, depois, a justificar a necessidade de uma ditadura militar. Contudo, não deixa de se manifestar como crítico agreste do salazarismo. Apesar de adepto do modernismo e de, assim, ter algumas coincidências com o nascente fascismo, é fortemente marcado pela educação britânica de cariz liberal. Contudo, o essencial das respectivas ideias políticas tem a ver com a teoria política de Portugal, onde assume uma perspectiva messianista e quintimperialista. Em síntese, quer aquilo que chegou a sintetizar como um nacionalismo liberal.

·O Interregno, Defesa e Justificação da Ditadura Militar

·A Nova Poesia Portuguesa

[1912],Lisboa, Cadernos Inquérito, 1944.

·Sobre Portugal.Introdução ao Problema Nacional

Introdução e oragnização de Joel Serrão, Lisboa, Atica, 1978.

·Da República (1910-1915)

Lisboa, Atica, 1978.

·Textos de Crítica e de Intervenção

Lisboa, Atica, 1980.

·Ultimatum e Páginas de Sociologia Política

Lisboa, Atica, 1980.

·Livro do Desassossego por Bernardo Soares

Recolha e transcrição de textos  de Maria Aliete Galhoz e Teresa Sobral Cunha, prefácio e organização de Jacinto do Prado Coelho, Lisboa, Atica,1982 

·Portugal, Sebastianismo e Quinto Império

Lisboa, Publicaçöes Europa-América, 1986 (edição de António Quadros)

·Páginas de Pensamento Político. I 1910-1919

Lisboa, id., 1986.

·Páginas de Pensamento Político. II 1925-1935

Lisboa, id., 1986.

·A Procura da Verdade Oculta-Textos Filosóficos e Esotéricos

Edição organizada por António Quadros, Lisboa, Publicaçöes Europa-América

 

·Fernando Pessoa. O Comércio e a Publicidade

Lisboa, Cinevoz/ Lusomedia, 1986. Organização, Introdução e Notas de António Mega Ferreira.

 

 

Pessoa, Mário Revolucionário do 28 de Maio de 1926. Chamado o mosqueteiro da situação. Ajudante de campo de Santos Costa. Passa para a oposição.

 

 

Pimenta, Alfredo Augusto Lopes (1882-1950) Teórico político e historiador português. De origens anarquistas, passa para o republicanismo. Depois da instauração da república, adere ao partido evolucionista. Evoluindo, acaba por ser um destacado doutrinador monárquico. Esta passagem para o monarquista deu-se logo após o golpe de 14 de Maio de 1915, que derrubou o governo de Pimenta de Castro, aliás apoiado pelos evolucionistas. Converte-se depois ao catolicismo. Professor no Liceu Passos Manuel em Lisboa. Chega a propor uma conciliação entre as teses de Auguste Comte e o neotomismo. Assume-se como salazarista e elogia o fascismo e o nazismo. Depois da II Guerra Mundial, faz uma denúncia das perseguições aos nazis, insinuando a existência de campos de concentração entre os aliados. Funda a Acção Realista Portuguesa em 1923 e é, depois um dos iniciadores do nacional-sindicalismo. Director da Torre do Tombo em 1949-1950, destaca-se também como colaborador em A Voz,, onde vai defendendo a restauração da monarquia, mas como uma espécie de coroamento do Estado Novo, ele que foi o autor de Mentira Monarchica, de 1906..

·Factos Sociais

Porto, Livraria Cardon, 1908.

·Estudos Sociológicos

1913.

·Política portuguesa. Elementos para uma Solução da Crise Nacional

Coimbra, Livraria Moura Marques, 1913.

·Estudos Filosóficos e Críticos

Coimbra, Imprensa da Universidade, 1930.

·Novos Estudos Filosóficos e Críticos

Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1935.

·A Evolução de um Pensamento. Autobiografia Filosófica

Coimbra, Biblioteca da Universidade de Coimbra, 1935.

·Testamento Político de Mussolini

Lisboa, Edições  Ressurgimento, 1949.

·Terceiro Livro de Estudos Filosóficos e Críticos

Braga, 1958.

 

 

Pina, Adolfo César de (1865-1943).  Ministro do comércio e comunicações entre 5 e 11 de Junho de 1926, durante a Ditadura Nacional. Chefe de gabinete de Pimenta de Castro

 

 

Pina, Luís Maria da Câmara (1904-1980) Oficial do exército. Licenciado em matemática (1926) e engenharia militar (1930). Secretário de Sinel de Cordes. Deputado salazarista em 1945-1946. Vice-presidente da Câmara Corporativa em 1946-1950. Adido militar em Londres. Nomeado Chefe de Estado-Maior do Exército em Setembro de 1958, com a ascensão de Botelho Moniz a ministro da defesa. Antigo adido militar em Londres. Influencia a criação do Instituto de Altos Estudos de Defesa Nacional, introduzindo em Portugal as perspectivas da Escola Superior de Guerra do Brasil.

 

 

Pintado, Valentim Xavier (n. 1925) Economista. Um dos tecnocratas do marcelismo, quando exerce as funções de Secretário de Estado do Comércio. Depois de 1974, destaca-se como fundador do CDS, consultor da EFTA e director da secção económica da Universidade Católica.

 

 

Pintasilgo, Maria de Lurdes n. 1930 Engenheira química. Militante do Graal, freira sem hábito. Colabora com o grupo CUF de 1954 a 1960 no respectivo departamento de planeamento. Procuradora à Câmara Corporativa de 1969 a 1974. Funda o Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministério das Corporações em 1970. Secretária de estado da segurança social no I governo provisório. Ministra dos assuntos sociais nos II e III governos provisórios. Embaixadora na UNESCO de 1975 a 1979. Membro do conselho executivo da mesma organização de 1976 a 1980. Primeira ministra do V Governo Constitucional em 1979. Consultora de Ramalho Eanes entre 1981 e 1985. Candidata a presidente da república em 1976. Defende o aprofundamento da democracia.

 

 

Pinto, Adolfo Amaral Abranches Ministro do exército de 2 de Agosto de 1950 a 12 de Abril de 1954.

 

 

Pinto, Alexandre Alberto de Sousa (n. 1880). Professor da Universidade do Porto e reitor da mesma universidade em 1929. Visconde de São Januário, descendente de Basíulio Alberto de Sousa Pinto. Ministro da instrução pública de 24 de Julho de 1933 a 29 de Junho de 1934.

 

 

Pinto, Alfredo de Queirós Ribeiro Vaz (1905-1976) Ministro da Presidência do primeiro governo de Marcello Caetano, até Janeiro de 1970. Presidente do conselho de administração da TAP de Março de 1957 a 1968, volta a tal cargo depois de abandonar o governo. Passa depois para o conselho de administração da Shell.

 

 

Pinto, Amílcar Barcínio. Ministro da guerra de 8 de Julho de 1929 a 15 de Janeiro de 1930.

 

 

Pinto, Cecília Maria de Castro Pereira de Carvalho Supico (n. 1922) Esposa de Luís Supico Pinto. Criadora e principal dirigente do Movimento Nacional Feminino de 1961 a 1974.

 

 

Pinto, Clotário Luís Supico (1909-1986) Jurista, filho do general Liberato Pinto. Secretários de Linhares de Lima de 1934 a 1936. Deputado a partir de 1938. Subsecretário das finanças de 28 de Agosto de 1940 a 6 de Setembro de 1944. Nesta data passa a ministro da economia, até 4 de Fevereiro de 1947. Na altura, é convidado por Salazar para ministro dos negócios estrangeiros, mas prefere abandonar o governo, por oposição de Santos Costa. Presidente da Câmara Corporativa. A esposa, Cecília Supico Pinto, será a principal dirigente do Movimento Nacional Feminino, órgão de apoio ao regime que teve especial destaque no apoio à guerra das campanhas de África. Presidente da Câmara Corporativa desde 1957. Da comissão executiva da União nacional de 1952 a 1957 e da comissão central de 1957 a 1969. Membro vitalício do Conselho de Estado desde 1966. Administrador da Companhia de Seguros Bonança.

 

 

Pinto, Francisco Cortês (1885-1974) Médico. Funda os Laboratórios Sanitas. Presidente da Associação Industrial Portuguesa de 1941 a 1961. Director da revista Indústria Portuguesa. Aliado de Ferreira Dias.

 

 

Pinto, Francisco Paula de Leite n. 1902 Ministro da Educação nacional de 7 de Julho de 1955 a 4 de Maio de 1961.Presidente da Junta de Energia Nuclear e reitor da Universidade Técnica de Lisboa.

 

 

Pinto, Jaime Nogueira Licenciado em direito. Docente do ISCSP e de agumas universidades privadas. Fundador do periódico Política em 22 de Novembro de 1969 e, depois da revista Futuro Presente. Colaborador da Polis. Autor de Portugal, os Anos do Fim. Escreve com António Marques Bessa uma Introdução à Política. Casado com Maria José Nogueira Pinto, da família Avilez. Destaca-se como comentador televisivo e ligado à Heritage Foundation. Chega a ser destacada figura do lobby  da UNITA para a Europa, quando esta organização era qualificada como um dos freedom fighters, de acordo com a doutrina de Reagan.

 

 

Pinto, João Cortês (n. 1920) Licenciado em Direito. Começa como delegado do INTP. Ideólogo do corporativismo. Dirige os serviços de propaganda da legião Portuguesa. Procurador à Câmara Corporativa de 1965 a 1975. Lança a revista Estudos Sociais e Corporativos. Autor de Princípios Corporativos, 1960 e A Corporação, 1955.

 

 

Pinto, Joaquim Dias da Silva Político português, de antes e depois de 1974. Activista da Acção Nacional Popular, nomeadamente no congresso de Maio de 1973, onde defende o movimento como força centrista. Exilado depois de 1974, será, a seguir, militante e deputado do Partido Socialista, chegando a candidatar-se à câmara municipal de Oeiras.

·Subsecretário de Estado das obras públicas de 1968 a 1970

·Subsecretário de Estado do trabalho e previdência social desde essa data a 1974.

·Ministro das corporações de Marcello Caetano desde 7 de Novembro de 1973.

 

 

Pinto, Luís Maria Teixeira (n. 1927). Licenciado pelo ISCEF em 1948 e professor na mesma instituição. Ligado à AIP desde 1950. Deputado, dirige também o Banco de Fomento Nacional. Ministro da economia de 4 de Dezembro de 1962 a 29 de Março de 1963 e de 16 de Abril desse ano a 9 de Novembro de 1964.

 

 

Pires, Domingos Rosado Victória (n. 1913) Alentejano, de Évora. Engenheiro agrónomo. Chefe de gabinete de Rafel Duque, em 1936-1937. Director da Estação de Melhoramento de Plantas de 1942 a 1950. Director da Estação Agronómica Nacional. Sub-secretário de Estado da agricultura de 1950 a 1958, passa depois a Secretário de Estado.

 

 

Preto, Francisco de Barcelos Rolão (1894-1977) Estudante da Faculdade de Direito de Coimbra, participa nas incursões couceiristas e passa para o exílio em 1912, regressa a Portugal em 1914. Nesse período, é secretário da revista Alma Portuguesa, surgida no exílio belga, precursora do Integralismo Lusitano. Licenciando-se em ciências filosóficas em Lovaina, onde foi aluno do cardeal Mercier, passa para Toulouse, onde conclui a licenciatura em direito. Amnistiado em 1917, regressa a Portugal, alinhando na Junta Central do Integralismo Lusitano. No jornal A Monarquia, assina crónicas sobre a questão social. Mostra-se simpatizante do fascismo logo em 1922 e participa no golpe de 18 de Abril de 1925, com Filomeno da Câmara. Acompanha Gomes de Costa no 28 de Maio de 1926, inspirando-lhe o primeiro programa político. Funda em 1932 o movimento nacional-sindicalista. Publica então, de Fevereiro a Abril de 1932, o jornal Revolução. Em 19 de Janeiro de 1933 critica Salazar por este não ser capaz de vestir uma farda ou uma camisa de combate. Um mês depois, em 18 de Fevereiro, promove um jantar insurreccional no parque Eduardo VII, onde Neves da Costa proclama: isto tem tanta força que já ninguém será capaz de nos fechar a porta. Entusiasmados, os nacionais-sindicalistas promovem um desfile de três mil militantes nas comemorações do 28 de Maio em Braga, ocorrendo sangrentos incidentes. Em 5 de Julho seguinte Rolão Preto é recebido por Carmona em audiência, pressionando no sentido da demissão de Salazar. Salazar reage em 24 de Julho, anulando a autorização dada para a propaganda dos camisas azuis e promovendo a suspensão do jornal Revolução. Lança mesmo uma dissidência do movimento, com Manuel Múrias, Luís Supico Pinto e José Cabral que aderem à União Nacional. Exilado em 1934, vai para Espanha onde contacta com José António Primo de Rivera, em casa de quem chega a viver, colaborando na redacção dos próprios 27 pontos da Falange. Regressa em 24 de Fevereiro de 1935 e logo é himenageado num banquete de correlegionários. Em Abril visita os núcleos locais do mesmo. Promove o falhado golpe de Estado de 10 de Setembro de 1935, com o com o monárquico comandante Mendes Norton e o republicano General Ribeiro de Carvalho. Recupera a ideia de fascismo social em 1945, para criticar o Estado Novo. Apoia a candidatura de Norton de Matos em 1949. Membro das candidaturas presidenciais de Quintão Meireles, em 1951, e de Humberto Delgado, em 1958, chefiando nesta os serviços de imprensa e mobilizando para ela os companheiros monárquicos Luís Almeida Braga e Vieira de Almeida. Considera em 1953 que Salazar fez uma revolução a frio, esquematizada pela razão, conduzida pelos caminhos da inteligência, como se fosse uma experiência de laboratório. Retirado na sua terra natal, Soalheira, volta à política em 1969, aparecendo como cabeça de lista da Comissão Eleitoral Monárquica. Presidente do Partido Popular Monárquico depois de 1974, chega então a declarar: queremos o Rei e os sovietes!. Entre as suas obras: A Monarquia é a Restauração da Inteligência, Lisboa, 1920; Salazar e a sua Época. Comentário à entrevista do actual chefe do governo com o jornalista António Ferro, com capa de Almada Negreiros, Lisboa, Janeiro de 1933; Para Além da Guerra, Lisboa, Gama, 1942; A Traição Burguesa, Lisboa, Pro Domo, 1945; Tudo pela Humanidade, Nada Contra o Homem, Lisboa, Inquérito, 1953.

 

Proença, José João Gonçalves de (n. 1924). Ministro das corporações e previdência social de 4 de Maio de 1961 a 15 de Janeiro de 1970. Licenciado em direito em 1947, doutora-se em 1955 com uma tese sobre o direito concordatário. Professor no ISCEF desde 1960, é director da mesma instituição em 1973-1974.

 

 

Proença, Raúl (1884-1941) Raul Sangreman Proença. Jornalista. Diplomado pelo Instituto Superior do Comércio. Começa por ser almeidista. Líder do grupo da Biblioteca (foi nomeado em 1911 conservador da Biblioteca Nacional, cargo de que é exonerado em 1927). Participa na Renascença Portuguesa e colabora em A Águia (1910-1917). Um dos fundadores da Seara Nova em 16 de Outubro de 1921. Coordenador dos dois primeiros volumes do Guia de Portugal (1924 e 1927). Participa na revolta de Fevereiro de 1927. Exílio em França. Regressa em 1931. Tenta um republicanismo socialista, crítico do jacobinismo e das teses de Rousseau. Influenciado pelos modelos do radicalismo francês, principalmente por Julien Benda. Um dos primeiros críticos do modelo totalitário do fascismo italiano, utilizando a expressão tutilitarismo que tenta identificar com o nome português integralismo. Considera que o espírito de Rousseau está na base do bolchevismo e do fascismo. Em 1921, no 3º número da Seara Nova de 5 de Novembro, salienta que mais uma vez a mais perigosa das utopias levou este país à epilepsia da desordem. Na mesma revista fala-se numa revolução de gazua, considerando-se que só há uma maneira de tornar respeitada a vontade revolucionária: é fazer revoluções na opinião pública. Em 1925, durante o penúltimo governo da I República, em artigo publicado na Seara Nova, de 15 de Julho de 1925, observa: as câmaras são já como as antecâmaras das casas bancárias, e a política um meio de fazer fortuna. Quem entra na carreira começa por bramar contra a Finança, adere depois ao conservantismo, penitenciando-se das verduras da mocidade, e acaba por se introduzir na gerência dos bancos, como fruto da idade madura. Comentando as últimas eleições do regime, em 15 de Setembro de 1925: parece que o problema capital desta República é agora o aniquilamento absoluto dos pequenos agrupamentos partidários. É este o mot d’ordre olímpico dos bonzos eleitos no último congresso democrático Autor de Páginas de Política  (4 vols., 1938, 1939, 1974 e 1975) (cfr. nova ed. dos vols. I e II, Lisboa, Seara Nova, 1972; no vol. I, destaque para «Acerca do Integralismo Lusitano», pp. 29 segs., e «Para um Evangelho duma Acção Idealista no Mundo Real», pp. 111 segs.).

 

 

Quadros Ferro, António Gabriel de (1923-1993) Ensaísta português. Filho de António Ferro e de Fernanda de Castro. Licenciado em ciências histórico-filosóficas em Lisboa (1948). Membro activo do grupo da Filosofia Portuguesa. Tenta a ponte com o existencialismo, sendo um dos responsáveis pela introdução em Portugal do pensamento político de Albert Camus. Dirige as revistas 57 (entre 1957 e 1962) e Espiral (1964-1966). Em 1957 faz parter da comissão organizadora da Sociedade Portuguesa de Escritores, ao lado de Ferreira de Castro e Aquilino Ribeiro. Desde 1958 que, a convite de Branquinho da Fonseca, colabora com o lançamento das bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian. Funda em 1969 o IADE, Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing. Lança a Biblioteca Breve do ICALP e a Fundação Lusíada. Em 1976 defende que não é possível construir uma verdadeira democracia em Portugal que não seja uma democracia portuguesa. Considera que os partidos representam visões do mundo, conceitos do homem e da sociedade, interpretações de valores, sistemas filosófico-ideológicos. Nenhum deles detém a vontade política portuguesa, mas, todos juntos, desde que aprendam a convergir sem perca de autonomai, represnetam a maior aproximação possível da verdade política portuguesa.

·O Espírito da Cultura Portuguesa

Lisboa, SEC, 1967

·Portugal entre o Ontem e o Amanhã. Da Cisão à Revolução, dos Absolutismos à Democracia

Lisboa, SEC, 1976.

·A Arte de Continuar Português. Ensaios e Textos Polémicos

Lisboa, Edições do Templo, 1978.

·Introdução à Filosofia da História

Lisboa, Editorial Verbo, 1982.

·Poesia e Filosofia do Mito Sebastianista. Ensaio de Filosofia do Mito

2 vols., Lisboa, Guimarães Editores, 1983.

·Portugal, Razão e Mistério. Ensaio de Filosofia da História, do Mito e do Símbolo

Vol I Para uma Arqueologia da Tradição Portuguesa, Lisboa, Guimarães, 1986 e Vol II, Projecto Áureo ou Império do Espírito Santo, id., 1987

·A Ideia de Portugal na Literatura Portuguesa dos Ultimos 100 Anos

 Lisboa, Fundação Lusíada, 1989.

 

èSabatina de Estudos da Obra de António Quadros, Lisboa, Fundação Lusíada, 1995.

 

 

Queiró, Afonso Rodrigues (n. 1914) Professor de direito da Universidade de Coimbra, onde domina o ensino do direito administrativo. No início da carreira, como colaborador de Luís Cabral de Moncada, ensaia o tratamento da filosofia do direito e do Estado. Ligado ao regime do Estado Novo, foi procurador à Câmara Corporativa e membro da comissão central da Acção Nacional Popular. Director da faculdade de direito de Coimbra até 1974. Numa primeira fase, é marcado pelos ensinamentos de Moncada e da Escola neo-kantiana de Baden. Aproxima-se, depois, do neo-hegelianismo, de Croce de de Carl Schmitt. Já na maturidade, adere ao jusnaturalismo neotomista. Adepto do salazarismo, foi procurador à Câmara Corporativa.

·«Os Fins do Estado. Um Problema de Filosofia Política»

Separata do Boletim da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Coimbra, FDUC, 1939.

·«Ciência do Direito e Filosofia do Direito»,

Separata do Boletim da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Coimbra, FDUC, 1942.

·«Teoria dos Actos do Governo»

Separata do Boletim da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Coimbra, FDUC, 1948.

·Partidos e Partido Único no Pensamento Político de Salazar

Coimbra, 1970.

·Tendências Actuais da Ciência do Direito Público

Coimbra, 1972.

·Uma Constituição Democrática, Hoje, Como?,

Coimbra, Atlântida Editora, 1980.

 

 

Queiroga Chaves, Fernando Gualter de 1909-1971. Demitido do exército em 1938. Um dos organizadores da revolta da Mealhada em 11 de Outubro de 1946. Exilado no Brasil, onde foi apoiado por Lúcio Tomé Feteira. Autor de um livro de memórias Portugal Oprimido, publicado em 1974 pela Editoral O Século, com notas introdutórias de Vasco da Gama Fernandes (a primeira edição é de Rio de Janeiro, Germinal, 1958, custeada por Sarmento Pimentel). Sarmento Pimentel considera-o um perturbado que fez um golpe ridículo para manter a fama de conspirador. Acusa-o mesmo de agente duplo e trocatintas.

 

 

Queirós, António Eça de Filho do escritor Eça de Queirós. Participa nas incursões de Paiva Couceiro. É um dos fundadores da Acção Escolar de Vanguarda, de 1934. Em Dezembro de 1934 é o representante português à reunião de intelectuais fascistas de Montreux, quando se pretendia criar uma Internacional Fascista.

·Na Fronteira. Incursões monarchicas de 1911 a 1912

Porto, Magalhães & Moniz/Lopes & Suc, 1915.

 

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