Respublica     Repertório Português de Ciência Política         Edição electrónica 2004


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Políticos Portugueses da Ditadura Nacional e do Estado Novo (1926-1974)
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Sacramento, Mário Emílio de Morais (1920-1969) Médico de Aveiro. Ensaísta. Ligado ao partido comunista. Organiza o I Congresso Republicano de Aveiro.

 

 

Salazar, Abel de Lima (1889-1946) Médico e filósofo português. A sua dissertação de licenciatura versa sobre os fundamentos filosóficos da psicologia. Professor da faculdade de medicina do Porto desde 1916. Insurge-se contra o dogmatismo e os totalitarismos da direita e da esquerda. Critica o cientismo e considera que a socialização da ciência deve constituir a base para uma reforma democrática das mentalidades. Adopta as perspectivas do neopositivismo. Em 1942 considera que a Europa actual (... ) como a Grécia de outrora, é um conjunto em que a Nação substituiu a "cité". Este conjunto de nações possui uma unidade de civilização, a civilização europeia Este conjunto, estruturado com o conceito orgânico que a Europa historicamente elaborou, tende a ultrapassar este conceito. A unidade de civilização procura a unidade política; simplesmente o novo conceito não está definido: só a elaboração histórica do futuro o poderá definir. Este conceito é, evidentemente, antagónico com o de Nação, como outrora, na velha Grécia, o conceito de nação, em potência, era antagónico com o de "cité". Como a Grécia e Roma, igualmente a actual Europa está enclausurada num dilema; porque ultrapassar o conceito de Nação, seu conceito orgânico, é destruir o actual Sistema Histórico. Por outro lado, manter o conceito de nação é petrificar a história e acentuar o contraste com a unidade de civilização. Nesta unidade está em germe, potencialmente contido, um novo conceito e, portanto, um novo Sistema Histórico. A Europa oscila assim, constantemente e por forma cada vez mais aguda, entre o conceito definido historicamente elaborado, e o conceito futuro, indefinido. Actualmente 'tende' para ele como para qualquer coisa que se desenhe nas brumas do horizonte, sem, no entanto, se poder precisar o que seja.

·Ensaios de Psicologia Filosófica

1915

·A Evolução Histórica do Pensamento

1933.

·A Socialização da Ciência

1933.

·A Ciência e o Direito

1933.

·A Ciência e o Momento Actual

1935.

·Reflexões sobre a História

1935

·A Crise da Europa

Lisboa, Edições Cosmos, 1942.

 

 

Salazar, António de Oliveira  (1889-1970) Militante do CADC e do Centro Católico. Publica em 1916 A Questão Cerealífera. O Trigo, Coimbra, Imprensa da Universidade. Publica em 1917-1918, no Boletim da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, ano IV, pp. 272-345, Alguns Aspectos da Crise das Subsistências. Deputado em 1921. Ministro das Finanças desde 27 de Abril de 1928 a 28 de Agosto de 1940, depois de uma breve passagem pela mesma pasta de 3 a 19 de Junho de 1926. Surge então a chamada ditadura das finanças. Presidente do Ministério em 5 de Julho 1932 (acumulando a pasta das finanças) Presidente do Conselho de Ministros de 1933 a 27 de Setembro de 1968. Responsável pela Constituição de 1933 e criad­­or do Estado Novo. Ministro efectivo das finanças de 18 de Janeiro de 1936 a 28 de Agosto de 1940. Ministro interino das colónias de 21 de Janeiro a 6 de Novembro de 1930. Ministro da marinha interino de 25 de Janeiro  a 5 de Fevereiro de 1936. Ministro da guerra interino de 11 de Maio de 1936 a 6 de Setembro de 1944. Ministro dos negócios estrangeiros interino de 6 de Novembro de 1936 a 4 de Fevereiro de 1947. Ministro da defesa nacional de 13 de Abril de 1961 a 4 de Dezembro de 1962. A posse ao seu último governo é em 19 de Agosto de 1968. Tem os seus primeiros sinais de desconexão mental em 4 de Setembro. Morre em 29 de Julho de 1969.

 

·A Questão Cerealífera. O Trigo

Coimbra, Imprensa da Universidade, Estudos de Economia Nacional, 1916.

·«Alguns Aspectos da Crise das Subsistências»

In Boletim da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, 1917 - 1918, pp. 272-345.

·A Minha Resposta. No processo de Sindicância à Universidade de Coimbra

Coimbra, Coimbra Editora, 1919.

·Centro Católico Português. Princípios e Organização

oimbra, Coimbra Editora, 1922

·Aconfessionalismo de Estado

Conferência proferida em 14 de Junho de 1925, no X Congresso da Associación Española para el Progresso de las Ciencias, Madrid, Tomo I, pp. 129 ss, 1923.

·A Paz de Cristo na Classe Operária

Conferência proferida em Braga, no Congresso Eucarístico Nacional, em 4 de Julho de 1924; in Primeiro Congresso Eucarístico Nacional, Braga, Empreza Acção Católica, 1924, pp. 168-176.

·Laicismo e Liberdade

Conferência proferida no Funchal, Abril de 1925.

·Discursos e Notas Políticas

Coimbra, Coimbra Editora, 1935 - 1967.

 

}Ferro, António, Salazar. O Homem e a Obra, Lisboa, Imprensa Nacional de Publicidade, 1935. }Nogueira, Franco, Salazar, I - A Mocidade e os Princípios, Coimbra, Atlântida Editora, 1977. }Saraiva, J. Silva, O Pensamento Político de Salazar, Coimbra, Coimbra Editora, 1953. }Cruz, Guilherme Braga, A Revista de Legislação e Jurisprudência. Esboço da sua História, vol. I, Coimbra, 1975, pp. 654 segs..

 

 

Salgueiro, António Luís de Gouveia Prestes (1891-1950) Oficial da armada. Oposicionista ao Estado Novo. Paricipa na revolta de 19127 e está ligado ao MUD. Dirige, de 1919 a 1923 o Comité Olímpico. Governador civil de Lisboa em 1919-1920.

 

 

Salgueiro, Eduardo  (n. 1904) Jornalista. Frequenta a Faculdade de Direito de Lisboa. Funda em 1928 a Editorial Inquérito. Colabora em A Águia, Seara Nova. Participa no grupo da Renovação Democrática. Traduz a História das Ideias Políticas de Gettel e a História das Doutrinas Económicas, de Charles Gide.

 

 

Salgueiro, João Fernandes (n. 1934) Economista. Subsecretário de Estado do Planeamento de Marcello Caetano de 27 de Março de 1969 a 30 de Outubro de 1971, abandonando o governo por ser um dos fundadores da SEDES. Ministro de Estado das Finanças e do Plano de Francisco Balsemão. Militante do PSD é candidato à presidência do partido em 1975 contra Cavaco Silva.

 

 

Salgueiro, D. Manuel Trindade (n. 1898). Figura grada da Igreja Católica durante o salazarismo. Filho de pescadores de Ílhavo, doutor em Teologia por Estrasburgo em 1925, com uma dissertação sobre La Doctrine de Saint Augustin sur la Grâce d’après le Traité de Simplicien. Torna-se assistente do CADC desde 1934 e passa a professor da Faculdade de Letras de Coimbra em 1937. Em 1940 vem para Lisboa como Bispo Auxiliar do Patriarca, D. Manuel Gonçalves Cerejeira. Torna-se, então, Presidente da Junta Central da Acção Católica Portuguesa. Em 1955 é feito Arcebispo de Évora. Autor de O Papel da Vontade na Educação.

 

 

Sanches, Rui Alves da Silva Engenheiro civil. Sobrinho de Marcello Caetano. Ministro das obras públicas desde 27 de Setembro de 1968.

 

 

Santos, Delfim (1907-1966) Licenciado pela faculdade de letras do Porto em 1931. Leitor de português em Berlim desde 1937, onde contacta com Hartmann e Heidegger. Doutorado em 1940 na Universidade de Coimbra, com Conhecimento e Realidade. Catedrático da Faculdade de Letras de Lisboa desde 1950. Considera que "todo o saber que de algum modo se organiza é sistema porque o saber, desde que organizado com inteligência de causa, método e finalidade, é sistema, quer este se revista, ou de um perfil poético, ou de um perfil científico, ou de um perfil teorético".

·Situação Valorativa do Positivismo

Berlim, 1938

·Da Filosofia

Porto, 1939

·Fundamentação Existencial da Pedagogia

Lisboa, 1946

·”O Pensamento Filosófico em Portugal”

In, Portugal, Lisboa, Secretariado Nacional da Informação, 1946.

·Obras Completas

Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 3 vols,

1971, 1973, 1977.

 

 

Santos, Eduardo  Investigador. Licenciado pelo ISCSPU e pela faculdade de direito de Coimbra. Especialista em temas de política africana e em missionologia.

·Socialismo Africano

Mem Martins, Publicações Europa-América, 1971.

·A Negritude e a Luta pelas Independências na África Portuguesa

Lisboa, Edições Minerva, 1975.

 

 

Santos, Fernando Piteira Político, jornalista e professor português. Depois de militância comunista, é expulso do partido em 1951, mantendo-se como antifascista independente. Membro do grupo de Argel, com Manuel Alegre, funda a FPLN. Novas desinteligências com o PCP em 1970. Depois de 1974 é director do Diário de Lisboa.

·As Grandes Doutrinas Económicas

Lisboa, Publicações Europa-América, 1951. Obra editada sob o pseudónimo de Arthur Taylor.

·Geografia e Economia da Revolução de 1820

[1ª ed., 1962], 3ª ed., Mem Martins, Publicações

Europa-América, 1980.

 

 

Santos, Francisco Inácio Pereira dos Sacerdote católico. Doutor em direito por Lovaina (1935). A dissertação é orientada por Jean Dabin. Faz uma hermenêutica do salazarismo, aceitando a crítica ao totalitarismo, mas sem assumir a defesa da democracia. Entre as suas obras: Un État Corporatif. La Constitution Sociale et Politique Portugaise (dissertação de doutoramento, Jean Dabin, orient. ) [1ª ed., 1935, Georges Renard, pref. ], Marcello Caetano, pref., Lisboa, 1940); Capitalismo ou Comunismo? Resposta da Sociologia Cristã,  Lisboa, União Gráfica, 1954.

 

 

Santos, José Beleza dos (n. 1885). Criminalista português. Doutorado em 1921. Professor catedrático da Faculdade de Direito de Coimbra desde 1924. Autor de A Simulação em Direito Civil e de Lições de Direito Criminal.

 

 

Santos Júnior, A. R. (n. 1908) Alfredo Rodrigues dos Santos Júnior. Médico. Ministro do interior do salazarismo de 4 de Maio de 1961 aa 19 de Agosto de 1968. Presidente da câmara de Gouveia.

 

 

Saraiva, António José

·Herculano e o Liberalismo em Portugal

2ª ed., Lisboa, 1977.   

·Política de Discriminação Social e a Repressão da Heterodoxia

Lisboa, 1958.

·Inquisição e Cristãos-Novos

Porto, Inova, 1969.

·Maio e a Crise da Civilização Burguesa

Mem Martins, Publicações Europa-América, 1970.

 

 

Saraiva, José Hermano (n. 1919) Licenciado em direito e em ciências histórico-filosóficas. Professor e reitor de liceu. Professor de direito no ISCSPU, donde sai em equívocos com Adriano Moreira. Deputado salazarista. Ministro da educação nacional de Salazar e Marcello Caetano, de 19 de Agosto de 1968 a 15 de Janeiro de 1970. Embaixador de Portugal no Brasil com o marcelismo. Assume-se, depois de 1974, como um brilhante apresentador de programas históricos na televisão. Irmão de António José Saraiva.

 

 

Sarmento, Júlio Ernesto de Morais (n. 1875) Oficial de cavalaria Ministro da guerra de 11 de Abril de 1928 a 8 de Julho de1929.

 

 

Schultz, Arnaldo Ministro do Interior do salazarismo de 25 de Novembro de 1958 a 4 de Maio de 1961. Governador da Guiné, antes da chegada de Spínola.

 

 

Sérgio, de Sousa António  (1883-1969) Oficial da marinha até 1910, quando se demite, em protesto contra a implantação da república. Colabora em A Águia, que logo abandona. Companheiro de Raúl Proença. Polemiza contra o saudosismo. Estuda em Genebra, entre 1914 e 1916, no Instituto Jean-Jacques Rousseau, sendo aí profundamente influenciado pelos modelos pedagógicos de John Dewey. Funda com Francisco Reis Santos e Pedro José da Cunha a Liga de Acção Nacional durante o sidonismo e edita a revista Pola Grei, onde defende um governo nacional, colaborando com Ezequiel de Campos. Exila-se no Brasil até 1923. Aí edita o primeiro volume dos Ensaios. Director da Seara Nova. Ministro da Instrução Pública no governo de Álvaro de Castro, de 18 de Dezembro de 1923 a 23 de Fevereiro de 1924. Um dos principais ideólogos da Seara Nova. Várias vezes exilado depois de 1926, foi um dos principais líderes intelectuais da oposição ao salazarismo. Defensor do racionalismo cartesiano. Em 1926, exilado em França, integra a Liga de Defesa da República. Regressa a Portugal apenas em 1933. Em Junho de 1934 assume as funções de director-delegado da revista Seara Nova. Faz também parte da direcção da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Em 1939 abandona a Seara Nova, em discordância com Câmara Reis. Participa activamente no MUNAF em 1943. Em 1946 milita no MUD, tornando-se vice-presidente da respectiva Junta Consultiva. Em 1947 tenta criar um Partido Socialista, autónomo face à SPIO, do velho partido fundado em 1875, escrevendo então Alocução aos Socialistas, data de 1 de Maio do mesmo ano. Em 1950 funda o Directório Democrato-Social. Inspirador das candidaturas de Quintão Meireles e de Humberto Delgado. Em 1958 é preso juntamente com Mário Azevedo Gomes, Jaime Cortesão e Francisco Vieira de Almeida, por causa do convite dirigido ao deputado trabalhistas Bevan para visitar Portugal. Fica incapacitado a partir de 1961, em virtude de uma grave doença psiquíca.

 

·Educação Cívica

Porto, Renascença Portuguesa, 1915.

·Ensaios

Oito volumes, 1920-1958.

·Pátio das Cantigas, das Palestras e das Pregações,

Lisboa, edição do autor/Editorial Inquérito, 1957.

·A Democracia

Lisboa, Cadernos Seara Nova, 1934. 2ª ed., 1937; 3ª ed., 1938.

·Diálogos de Doutrina Democrática

Lisboa, 1933.

·Democracia

Lisboa, 1934.

·Alocução aos Socialistas

Lisboa, 1947.

·Introdução Actual ao Programa Cooperativista

Lisboa, Seara Nova, 1937.

·Cartas ao Terceiro Homem, Porta-Voz das “Pedras Vivas” do País Real

Lisboa, Editorial Inquérito, 1953, 1ª série; idem, 1954, 2ª série; idem, 1957, 3ª série.

·Democracia. Diálogos de Doutrina Democrática, Alocução aos Socialistas

Ed. Crítica. Lisboa, Livraria Sá da Costa, 1974.

·Sobre o Espírito do Cooperativismo

Porto, 1958.

 

4Branco, J. Oliveira, O Humanismo Crítico de António Sérgio. Análise dos seus Vectores Filosóficos, Coimbra, 1986. 4Carvalho, J. Montezuma, António Sérgio. A Obra e o Homem, Lisboa, Livraria Arcádia, 1977. 4«António Sérgio. Um Perfil e uma Obra», in Vida Mundial, de 7 de Novembro de 1969.

 

 

Serra, Adriano Pais da Silva Vaz Serra. Civilista português, da escola da jurisprudência dos interesses e um dos redactores do projecto de Código Civil. Subsecretário de Estado das Finanças, de 13 de Dezembro de 1937 a 28 de Agosto de 1940.

 

 

Serra, Manuel ( n. 1928) Oficial da marinha mercante. Começa como militante da JOC. Um dos organizadores da Revolta da Sé e do assalto ao quartel de Beja. Conhecido como o manecas das intentas. Depois de Abril de 1974, como dirigente principal do Movimento Socialista Popular, integra-se no Partido Socialista, até ao congresso de Dezembro de 1974, quando se torna dissidente, fundando, depois, a Frente Socialista Popular que alinha com os comunistas. Depois de abandonar a luta política, passou a dedicar-se à aquacultura.

 

 

Serrão, Joaquim Veríssimo (n. 1925) Historiador e professor catedrático da Faculdade de Letras de Lisboa. Director do Centro Cultural Português em Paris de 1967 a 1972. Reitor da Universidade de Lisboa em 1973-1974. Presidente da Academia Portuguesa da História.

 

 

Silva, Alfredo da (1871-1942) Empresário. Começa como empregado da casa Burnay.  Apoiante do franquismo em 1906. Sendo accionista da Companhia Aliança Fabril, p com a União Fabril das Fontainhas. Em 1919 funda a assa a presidente do respectivo conselho de administração e nessas funções cria a Companhia de União Fabril, quando promove a fusão da primeira sociedade Sociedade Geral do Comércio, Indústria e Transportes. Em 1921 a Casa Gouveia, em união com o grupo bancário Totta. Em 1923 institui A Tabaqueira. Peças daquilo que será o grupo CUF, a que acresce em 1942 a Companhia de Seguros Império, bem como a construção naval, desde que em 1937 arrendou o estaleiro da Administração Geral do Porto de Lisboa e se iniciou na construção de navios de aço.. Figura central do movimento patronal durante a I República, é um dos criadores da União dos Interesses Económicos. Em 1929 apoia a Campanha do Trigo. Procurador à Camara Corporativa durante o salazarismo.

 

 

Silva, Armando Adão e Silva (1909-1993) Advogado em Lisboa. Um dos tradicionais oposicionistas ao salazarismo. Depois de 1974 é eleito Grão Mestre do Grande Oriente Lusitano. Peretenceu à União Democrática, ao MUNAF, à primeira comissão central do MUD e ao Directório Democrato-Social. É um dos oposicionistas que apoia a integração de Portugal na NATO em 1949. Candidato a deputado pela oposição desde 1953 a 1969. Não adere à ASP nem ao PS. Grão-mestre do GOL desde 1981.

 

 

Silva, D. Francisco Maria da (1910-1977) Arcebispo de Braga dede Dezembro 1963 até à data da sua morte, depois de ter sido bispo auxiliar da mesma arquidiocese desde 1956. Natural do Porto e doutor em teologia por Roma. Lidera  a revolta anticomunista de 1975.

 

 

Silva, George Agostinho da (1906) Nasceu no Porto. Licenciado em Filologia Clássica pela Faculdade de Letras da sua terra natal. Chega a colaborar com o ISCSPU quando nele pontificava Adriano Moreira.

·Reflexão

Rio de Janeiro, Ministério da Educação, Cadernos de Cultura, 1957.

·Reflexão. A Margem da Literatura Portuguesa

Pref. de Francisco da Cunha Leão, Lisboa, Guimarães Editores, 1959.

·Dispersos

Paulo Alexandre Esteves Borges, org., Lisboa, ICALP, 1988. Ed. de carácter exaustivo, reunindo entrevistas, bem como textos esparsos e inéditos. Destes, salientem-se «Considerando o Quinto Império», pp. 191 segs. ; «Ecúmena», pp. 227 segs., e «Quinze Princípios Portugueses», pp. 253 segs.. Da recolha, ficaram olvidadas as colaborações de Agostinho da Silva no Boletim da Academia Internacional da Cultura Portuguesa, nomeadamente «Algumas Considerações sobre o Culto Popular do Espírito Santo», nº 3, 1967, pp. 29-48, e «Perspectivas», nº 4, 1968, pp. 311-324.

 

 

Silva, Lúcio Craveiro (n. 1914) Jesuíta. Professor da faculdade de filosofia de Braga. Criador da primeira licenciatura portuguesa em relações internacionais, surgida na Universidade do Minho.

·A Idade do Social. Ensaio sobre a Evolução da Sociedade Contemporânea

Braga, 1952.

·Comunidade Internacional, Comunidade Europeia e Soberania Nacional

Braga, 1957.

·Antero de Quental. Evolução do seu Pensamento Filosófico

Braga, Livraria Cruz, 1959.

 

 

Silva, Mário José Pereira da Ministro do Exército de 13 de Abril de 1961 a 4 de Dezembro de 1962

 

 

Silva, Vítor Manuel Aguiar e (n. 1939) Professor e teórico da lietratura portuguesa. Vice-reitor da Universidade do Minho. Deputado da União Nacional eleito em 1969.

 

 

Simão, José Veiga (n. 1929). Licenciado em Ciências Físico-Químicas por Coimbra em 1951. Doutor em Energia Nuclear por Cambridge em 1957. Professor na Universidade de Coimbra, Catedrático desde 1971. Reitor da Universidade de Lourenço Marques de 1963 a 1970. Ministro da Educação Nacional de Marcello Caetano de 15 de Janeiro de 1970 até 25 de Abril de 1974. Embaixador de Portugal na ONU em 1974 e 1975, por indicação de António de Spínola. Presidente do LNETI de 1978 a 1983 e de 1985 a 1992. Ministro da Indústria e Energia de 1983 a 1985 e Ministro da Defesa Nacional em 1998-1999. Deputado pelo Partido Socialista em 1983. Durante o marcelismo, lança o processo então dito da democratização do ensino, uma reforma do sistema educativo que teve como resultado tanto a supressão do chamado ensino técnico a nível do secundário como um aumento do número de universidades, desde a Universidade Nova de Lisboa às do Minho, Aveiro, Trás-os-Montes, Beira Interior e outras. Depois da função exercida no Minstério da Indústria, volta a ter um papel fundamental a nível do ensino superior universitário, lançando o processo de avaliação, em íntima ligação ao Conselho de Reitores das universidades públicas e contando com a colaboração do Professor Adriano Moreira. Basta recordar que grande parte dos Reitores das Universidades Públicas em finais da década de noventa ou vêm das novas universidades por ele lançadas, ou da Universidade de Lourenço Marques, onde ele foi Reitor.

 

 

Soares, Fernando Luso  (n. 1924) Jurista português, advogado e professor. Consagrado processualista. Nos anos de 1974-1975 assumiu-se como um dos vulgarizadores das doutrinas comunistas.

·Introdução à Política

Lisboa, Diabril, 1975

 

 

Soares, Mário Alberto Nobre  (n. 1924) Presidente da República de 1985 a 1997.  O primeiro civil a ser eleito para o cargo por sufrágio directo e universal. Primeiro-Ministro em 1976-1978 e 183-1985. Licenciado em ciências histórico-filosóficas por Lisboa em 1951. Licenciado em direito por Lisboa em 1957. Filho do antigo ministro da I República João Lopes Soares. Começa a vida política como militante do PCP que abandona no começo dos anos cinquenta. Pertence ao MUNAF desde 1945. Membro da comissão central do MUD e fundador e dirigente do MUD Juvenil. Secretário da comissão central da candidatura de Norton de Matos em 1949. Um dos fundadores da Resistência Republicana e Socialista, em 1953-1954, e, depois da Acção Socialista Portuguesa, em 1964. Membro da candidatura de Humberto Delgado em 1958. Preso em Outubro de 1960, volta ao cárcere em 13 de Dezembro de 1967, acusado de denunciar a um jornalista estrangeiro o escândalo dos Ballets Rose. Deportado para a ilha de  S. Tomé em 19 de Março de 1968. Autorizado a regressar a Lisboa, em Novembro desse ano, já com Marcello Caetano.  Candidato pela CEUD em Outubro de 1969. Volta para o exílio em 1970, mas é autorizado a vir a Lisboa ao funeral do pai, em Agosto de 1970, pouco depois da morte de Salazar. Participa no Congresso da Internacional Socialista em 26 de Junho de 1972, ano em que edita em Paris Le Portugal Bailloné. Funda o Partido Socialista nos arredores de Bona em 19 de Abril de 1973. Doze vezes preso pela PIDE foi também defensor de vários oposicionistas no Tribunal Plenário. Depois de 1974, é ministro, primeiro-ministro e Presidente da República Portuguesa. Ministro dos estrangeiros dos três primeiros governos provisórios e ministro sem pasta no IV. Primeiro ministro dos I e II governos constitucionais desde Abril de 1976 a Dezembro de 1978 e no IX governo constitucional de Junho de 1983 a Outubro de 1985. Logos nos primeiros dias do 25 de Abril, defende a existência de três grande correntes: o partido socialista, um partido do centro e o partido comunista. Considera, contra a posição de Spínola, em 3 de Maio de 1974, que devemos negociar o mais depressa possível com os movimentos de libertação e que a solução está na independência pura e simples. Como chefe do governo, coube-lhe a responsabilidade do pedido de adesão à CEE (1977) e a assinatura do tratado de adesão (1985). Como presidente da república, desde 1986,  chega a declarar-se federalista, por ocasião do debate sobre Maastricht. Eleito deputado ao Parlamento Europeu em 1999. Assume-se como um dos pais-fundadores da nova democracia portuguesa, misturando o estilo romântico do militante antifascista com o pragmatismo do diplomata, habituado às grandes reuniões internacionais. Quando assume a chefia do governo, declara colocar o socialismo na gaveta. Depois de Eanes o dispensar, com a queda do II Governo Constitucional, proclama, como Manuel Teixeira Gomes que se sente como um pássaro fora da gaiola. Acompanha como presidente da República a gestão do cavaquismo, estabelecendo uma espécie de coabitação no período inicial da integração portuguesa na CEE.

1950     As Ideias Políticas e Sociais de Teófilo Braga

          Lisboa, 1950.

1954     «A Justificação Jurídica da Restauração e a Teoria da Origem Popular do Poder Político»

          Separata do Jornal do Foro, Lisboa, 1954.

1969     Escritos Políticos

          Lisboa, edição do autor, 1969.

1972     Le Portugal Bailoné

          Paris, Éditions Calmann-Lévy, 1972 [trad. port. Portugal Amordaçado. Depoimento sobre os Anos do Fascismo, Lisboa, Livraria Arcádia, 1974].

1975     Escritos do Exílio

          1975

1987     Intervenções

          10 vols., Lisboa, Imprensa Nacional/ Casa da Moeda, 1987-1997

 

 

Soromenho, Gustavo (n. 1907) Advogado. Do Núcleo de Doutrinação e Acção Socialista (1942), da União Socialista (1943), do MUNAF, do MUD (1945), da Resistência Republicana e Socialista e da ASP (1964). Destaca-se como administrador do jornal República.

 

 

Sousa, Abílio Valdez de Passos e  (1881-1966) Oficial do exército. Combatente da Flandres. Durante a Ditadura Nacional foi ministro do comércio e comunicações (de 16 de Junho a 29 de Novembro de 1926), da guerra (de 29 de Novembro de 1926 a 18 de Abril de1928) e vice-presidente do ministério (1927). Destaca-se como o líder das forças governamentais que contêm o golpe de 3-7 de Fevereiro de 1927. Em 1930, depois da queda do governo de Ivens Ferraz, é vetado como chefe do governo por Salazar. Dirigente da União Nacional por ocasião da respectiva instituição, aparece també,  como membro do Conselho Político Nacional em 1931. Assume então as funções de comandante da praça de Elvas, destacando-se em tal posto durante o período da Guerra Civil espanhola. Volta a ser ministro da guerra com o salazarismo (de 23 de Outubro de 1934 a 11 de Maio de 1936). Adido militar em Madrid de 1939 a 1943. Regressa a comandante da praça de Elvas, de 1943 a 1951.

 

 

Sousa, Albano de (1877-1954) Industrial do sector das moagens. Animador do I Congresso da Indústria Portuguesa da 1933. Deputado e procurador à Câmara Corporativa durante o salazarismo. Vice-presidente da Associação Industrial Portuguesa e director da Associação Industrial Portuense. Presidente da Federação Nacional dos Industriais de Moagem.

 

 

Sousa, Baltazar Rebelo de (n. 1921) Médico. Figura destacada do salazarismo, ligado ao grupo de Marcello Caetano. Subsecretário de Estado da Educação Nacional de 21 de Julho de 1955 a 4 de Maio de 1961. Governador de Moçambique de Junho de 1968 a Janeiro de 1970. Ministro das corporações, previdência social e saúde, de 15 de Janeiro de 1970 a Novembro de 1973, e do ultramar, até 25 de Abril de 1974. Pai de Marcello Rebelo de Sousa e de António Rebelo de Sousa.

 

 

Sousa, Daniel Rodrigues de (n. 1867) Ministro da guerra de 6 de Julho de 1932 a 11 de Abril de 1933. Presidente da câmara de Lisboa em 1933.

 

 

Sousa, José de (1898-1967) Operário. Militante do PCP desde 1921, funda as Juventudes Comunistas em 1929, por ocasião da reorganização do partido levada a cabo por Bento Gonçalves. Um dos fundadores da Comissão Intersindical em 1930, organização de que assume o cargo de secretário-geral, quando defende a luta clandestina contra as teses de Bento Gonçalves, favorável à diluição dos comunistas no âmbito dos sindicatos nacionais. Preso em 1935, fica no Tarrafal durante nove anos. Repudia o pacto germano-soviético. Em 1942 é irradiado do PCP. Libertado em 1946, adere ao PS (SPIO) e juntamente com outros dissidentes comunistas da época chega a fundar um efémero Partido Social Operário.

 

 

Sousa, Mário Pais de (1891-1949) Jurista. Amigo de Salazar.  Também oriundo de Santa Comba Dão, milita no CADC. Membro da União Liberal Republicana, adere ao 28 de Maio. Tem fama de liberal. Ministro do interior de 21 de Outubro de 1931 a 5 de Janeiro de 1932 e  de 18 de Janeiro de 1936 a 6 de Setembro de 1944.

 

 

Spínola, António Sebastião Ribeiro de (1910-1996) Presidente da República, de 15 de Maio até 30 de Setembro de 1974. Funda depois o MDLP. Militar da arma de cavalaria. Capitão em 1943, depois de em 1941 ter visitado a frente germano-soviética de Leninegrado. De 1955 a 1964 pertence ao Conselho de Administração da Siderurgia Nacional. Tenente-coronel em 1961, oferece-se como voluntário para Angola. Coronel desde 1964. Brigadeiro em 1966. Governador da Guiné, de Maio de 1968 a Setembro de 1973, transforma-se num dos últimos generais românticos do Ocidente, invertendo a sorte da guerra subversiva movida pelo PAIGC, quando através de processos políticos e psicológicos faz uma política agressiva de intervenção social, nomeadamente pela realização dos Congresso do Povo. Promovido a General em 1972. Não deixa, no entanto, de ter ousadia clássica, bem expressa pela autorização dada desembarque de Alpoim Galvão em Conakri em 25 de Novembro de 1969, visando o falhado derrube de Sekou Touré e a prisão de Amílcar Cabral, apenas conseguindo a libertação de militares portugueses aí presos. Ousa também uma política de negociações em nome de uma espécie de paz dos bravos. Neste sentido, encontra-se com Senghor no Senegal em 18 de Maio de 1972. Em Outubro desse ano recebe proposta de Amílcar Cabral para um encontro. Regressa a Lisboa em 6 de Agosto de 1973, sendo substituído em Bissau por Bettencourt Rodrigues. Nomeado por Marcello Caetano, Vice-Chefe do Estado Maior general das Forças Armadas em Janeiro de 1974. Lança o livro Portugal e o Futuro em 22 de Fevereiro de 1974. Demitido de Vice CEMGFA em 14 de Março de 1974. Promovido a marechal em Dezembro de 1981.

 

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