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Do triunvirato revolucionário à revolta dos marechais
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Criada a Junta do Crédito Público
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Continua a Revolta dos Marechais, até 7 de Outubro (Convenção de Chaves)
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Nova Reforma
Judiciária – Em 13 de Janeiro são emitidos dois decretos sobre a reforma do
processo civil e do processo criminal que, juntamente com um diploma de 29 de
Novembro de 1836, sobre a divisão judicial do território, constituem a chamada
Nova Reforma Judiciária. Na linha de reformas, chaga a ser aprovado, por
decreto de 4 de Janeiro um projecto de Código Penal, da autoria de José Manuel
da Veiga, que não chega a entrar em vigor, dado não ser incluído na lista do
bill de indemnidade de 17 de Abril de 1837.
Conspiração das
Marnotas, de cariz miguelista é jugulada (de 13 a 15 de Março).
Ordeiros e
dissidentes contra Passos Manuel A Câmara vota por 63 contra 33 sobre a não
existência de subsecretários de Estado, conforme proposta do governo. Triunfa
uma maioria de ordeiros e dissidentes. O então radical António Bernardo da Costa
Cabral vota contra Passos Manuel (10 de Maio).
Remodelação – Em 27 de Maio Vieira de
Castro cede a justiça a Passos Manuel e a marinha a Sá da Bandeira.
Governo nº 12 de Dias Oliveira (71
dias, desde 2 de Junho). O terceiro governo setembrista, presidido por um antigo
colaborador de Silva Carvalho, que tinha a habilidade de se fazer como
pertencente a todos os partidos. Já não tem a participação dos membros do
triunvirato revolucionário.
Presidente acumula o reino e a justiça. Na
fazenda, João de Oliveira, o barão do Tojal. Na guerra e na marinha, o 1º
visconde de Bóbeda, Joaquim de Sousa Quevedo Pizarro. Nos estrangeiros, Manuel
de Castro Pereira de Mesquita Pimentel Cardoso e Sousa (1778-1863).
Tojal – Era um homem novo, rico, sem
política, banqueiro, inglesado (comentário de Oliveira Martins sobre João
Gualberto Oliveira, futuro conde do Tojal, ministro da fazenda em 1 de Julho).
Carta de lei cria a
Junta de Crédito Público, para administrar e arrecadar os fundos
destinados ao pagamento dos juros e amortização de toda a dívida consolidada da
nação (15 de Julho).
Revolta dos
Marechais (de 12 de Julho até 7 de Outubro) Comandada por Saldanha e
Terceira, que chamam Luís Mouzinho de Albuquerque e tentam estabelecer uma junta
de regência, declarando a rainha coacta. A movimentação militar é
desencadeada em 12 de Julho pelo barão de Leiria, José de Vasconcelos Bandeira
de Lemos (1794-1873), a partir da Vila da Barca, visando a restauração da Carta.
Os chefes militares passam a condottieri. Pouco antes, Leiria chegara a
ser sondado por D. Maria II para formar governo, convidando Fronteira, Silva
Sanches e Vieira de Castro. Como em 10 de Agosto vai dizer Almeida Garrett,
esta ideia de que o País tem de fazer uma revolução todas as vezes que deseje
mudar a Constituição do Estado.
A revolta começa por uma série de passeatas sediciosas sem combates. Sá da Bandeira é nomeado lugar-tenente da rainha para o Norte, a fim de fazer ceder os revoltosos de Vila da Barca. No Porto, revolta-se Samodães. Sá da Bandeira recua para Coimbra e Leiria. Saldanha sai de Lisboa para Sintra e segue para Torres Vedras e depois para Castelo Branco. Marcha em seguida para Coimbra e Leiria, recuando para Torres Vedras, onde se lhe junta Terceira. Descem para o Campo Grande, em Lisboa, mas voltam a subir para Torres Vedras e, depois, para Coimbra, num jogo de marchas e contra-marchas.
O
primeiro combate –
Os sediciosos são
derrotados pelo conde de Bonfim na acção de Chão da Feira, perto da Batalha (28
de Agosto). Morte do Conde da Redinha e do barão de São Cosme. D. Fernando, o
filho do Conde de Vila Real perde uma perna em combate e acaba por falecer.
Também Fernando Mouzinho, filho de Luís Mouzinho de Albuquerque, é gravemente
ferido e, depois de ser feito prisioneiro, também morre.
O
segundo e último combate.
Recuam,
primeiro, para Alcobaça e, depois, para o Norte, estacionando na zona de Chaves,
onde se dá o combate de Ruivães, com derrota definitiva dos golpistas, então
comandados por Bandeira de Lemos, que são obrigados ao exílio (18 de Setembro).
Sá da Bandeira seguir para o Norte de vapor, com um batalhão de caçadores e a
divisão auxiliar do conde das Antas regressara de Espanha, reforçando os
apoiantes militares do governo.
A
Convenção de Chaves faz regressar o país ao estado de não-guerra, a que
muitos dão o nome de normalidade e estabilidade política (7 de Outubro). As
garantias constitucionais apenas continuam suspensas no Algarve. Saldanha,
Palmela, Terceira, Silva Carvalho e Luís Mouzinho de Albuquerque vão para o
exílio. Entretanto, em 16 de Setembro, nasce D. Pedro.
Paixões
em vez de princípios, logo, corrupção e cepticismo.
As novas instituições tinham brotado de paixões e não de princípios, e por
isso eram como que absurdos os seus movimentos de mais justiceira aparência,
degenerando fatalmente sempre em mais corrupção e cepticismo (José
Agostinho).
Os
ausentes-presentes – O Grande Oriente Lusitano, com o exílio de Silva
Carvalho e face ao assassinato de Agostinho José Freire, fica acéfalo e lojas
desta obediência abatem colunas, com muitos irmãos a abandonarem a ordem,
como terá sucedido a Alexandre Herculano (Julho). O situacionismo setembrista
passa, assim, a viver num equilíbrio instável, sem a figura tutelar de Passos
Manuel. Há divergências entre os setembristas moderados, então liderados por
Bonfim, e o grupo de José Alexandre de Campos, que pretende um entendimento com
os radicais. Como síntese deste jogo de forças, emerge sempre a figura de Sá da
Bandeira.
Ordem e liberdade
– Quero a monarquia porque quero a ordem; quero a monarquia rodeada de
instituições democráticas, porque quero a liberdade (Almeida Garrett, em 20
de Setembro).
O novo fiel da balança do poder – Só depois
de 14 de Outubro é que Sá da Bandeira deixa de ser um presidente virtual, por
andar nos combates, passando a chefiar efectivamente o gabinete. Mas, quando
volta a Lisboa, ameaça não assumir tais funções (14 de Outubro). Pretende a
criação de um Senado com membros vitalícios de nomeação régia, quando as Cortes
Constituintes tinham optado pelo modelo electivo por 48 votos contra 43.
Chega-se a uma solução de compromisso, quando se admite que a futura legislação
ordinária possa modificar o modelo de segunda câmara (Outubro). Silva Carvalho
propõe que os cartistas jurem a Constituição em elaboração (30 de Dezembro)
Remodelações – Em 25 de Outubro: Tojal
passa a acumular a marinha.
Em 30 de Outubro: Francisco Pedro Celestino Soares
na guerra, em lugar de Bóbeda.
Em 9 de Novembro: Sá da Bandeira nos estrangeiros.
José Lúcio Travassos Valdez (1787-1862), 1º conde de Bonfim na guerra e na
marinha.
Suspenso o diploma que abolia o tráfico de
escravos – É suspensa a execução do decreto de 10 de Dezembro de 1836 que
abolia o tráfico de escravos. Sá da Bandeira reconhece a respectiva impotência,
falando até na influência de nações americanas e europeias.
Introdução da
maçonaria irlandesa Criada uma loja maçónica do Rito Escocês Antigo e
Aceite, Regeneração nº 338, sem obediência aos grandes orientes nacionais
e directamente dependente de Dublin, protestando-se assim contra a politização
das maçonarias (19 de Setembro).