Governo de Palmela (1846)
1846
Maria da Fonte, Emboscada e Patuleia
Governo nº 19 (20 de Maio) Palmela (140
dias). Uma solução de compromisso, com um gabinete que pretende assumir-se como
um triunvirato dos três duques (Palmela, Saldanha e Terceira). Segundo José
Miguel Sardica, queria fazer navegação à bolina entre as parcialidades
anticabralistas.
Numa primeira fase: presidente ocupa as pastas do
reino, dos negócios eclesiásticos e justiça e da fazenda. Terceira na guerra e
na marinha e ultramar (até 26 de Maio). Saldanha, que está em Viena, é nomeado
para os estrangeiros, pasta que, contudo, é assumida por Terceira.
Em 23 de Maio: Luís Mouzinho de Albuquerque na
marinha, no mesmo dia em que a grave situação financeira obriga o governo,
contudo, a decretar o curso forçado das notas de banco e a suspender os
trabalhos de obras públicas, lançando cerca de dez mil pessoas no desemprego.
Entretanto, na província, as juntas governativas, quase todas afectas aos
setembristas continuam e as guerrilhas miguelistas ainda não tinham sido
desarmadas.
Em 26 de Maio: Luís Mouzinho de Albuquerque passa para
o reino (até 19 de Julho); Saldanha na guerra, mas onde logo se faz substituir
por José Jorge Loureiro que também passa a acumular a marinha; Conde do Lavradio
nos estrangeiros; Joaquim Filipe de Soure na justiça. Terceira abandona o
gabinete. Palmela mantém-se na presidência e na fazenda. Procura-se, assim,
aprofundar o meio-termo, pela união de cartistas e setembristas moderados
Em 19 de Julho: Palmela, mantendo-se na presidência,
abandona a fazenda e regressa ao reino; saem Soure e Loureiro; Joaquim António
de Aguiar na justiça; Sá da Bandeira na guerra; Luís Mouzinho de Albuquerque na
marinha; Júlio Gomes da Silva Sanches na fazenda. Apesar da união conseguida
entre cartistas moderados como Palmela, Sabrosa e Rodrigo da Fonseca, com
setembristas dispostos à conciliação, como Luís Mouzinho de Albuquerque e
Almeida Garrett, como observa Oliveira Martins, a liberdade reinará sobre o
vazio das ideias, com o absolutismo dos interesses.
2º governo da restauração da Carta |
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Governo de Palmela |
D 20 de Maio de 1846 a de Outubro de 1846 |
Numa primeira fase, ·Presidente ocupou as pastas do reino, dos negócios eclesiásticos e justiça e da fazenda
· Terceira na guerra e na marinha e ultramar (até 26 de Maio de 1846)
· Saldanha, que estava em Viena, foi nomeado para os estrangeiros, pasta que, contudo, foi exercida por Terceira[1]. |
·Cerca de um mês depois do início da sublevação do Minho, o governo de Terceira/ Cabral apresenta a demissão e, com os Cabrais partindo para o exílio espanhol, tentou-se um triunvirato dos três duques, com Palmela , Terceira e Saldanha. ·Segundo Fronteira, Palmela passou-se para a oposição quando o anterior governo não reconheceu uma dívida de D. Miguel à casa do conde da Póvoa; terá sido influenciado por Carlos Bento da Silva, até então deputado cabralista, antigo amanuense elevado à categoria de ofical por Tojal e Costa Cabral; era redacto do Diário do Governo e, depois de demitido, passou a receber uma pensão da casa Palmela.
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Em 23 de Maio de 1846:
· Terceira substituído por Luís Mouzinho de Albuquerque na marinha e ultramar
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·Dissolução da Câmara dos Deputados em 23 de Maio de 1846. |
Em 26 de Maio de 1846:
·Luís Mouzinho de Albuquerque passa da marinha e ultramar para o reino, onde substitui Palmela (até 19 de Julho);
· Saldanha sucede a Terceira na guerra, mas logo se fez substituir por José Jorge Loureiro que também passou a acumular a marinha e ultramar;
· Conde do Lavradio substitui Terceira nos estrangeiros.
· Joaquim Filipe de Soure nos negócios eclesiásticos e justiça[2].
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· Terceira abandona o gabinete. Palmela mantém-se na presidência e na fazenda |
Em 19 de Julho de 1846: ·Palmela, mantendo-se na presidência, abandona a fazenda e regressa ao reino;
· Joaquim António de Aguiar substitui Soure nos negócios eclesiásticos e justiça;
· Sá da Bandeira substitui Loureiro na guerra;
·Luís Mouzinho de Albuquerque na marinha e ultramar
· Júlio Gomes da Silva Sanches na fazenda
·Conde do Lavradio mantém-se nos estrangeiros |
·Em 27 de Julho, novo decreto eleitoral, marca eleições para 11 de Outubro. |
[1] Ver Memórias do Conde de Lavradio, III, p. 209.
[2] Ver Memórias do Conde de Lavradio, III, p. 210.
Projecto
CRiPE- Centro de Estudos em Relações Internacionais, Ciência
Política e Estratégia. © José Adelino Maltez. Cópias autorizadas,
desde que indicada a origem. Última revisão em:
31-03-2009